Como fazer uma série de zumbis
Pois é, se tem uma coisa que tá rachando a minha cara de vergonha é essa tal de The Walking Dead. Já ouviram falar? Pois é, essa mesmo, daquele xerife bobão liderando um monte de idiotas sem carisma. “MIMIMI Daryl MIMIMI”. Meu ovo esquerdo cortado pela metade tem mais carisma do que todos os personagens de The Walking Dead e sabem por que? Porque meu ovo esquerdo cortado pela metade não te enche de fillers chatos pra porra. Agora corram pra cozinha, peguem aquele nescauzinho, um pacote de biscoito da vaquinha e acomode-se na cadeirinha aí, que eu vou mostrar como fazer uma série de zumbis é fácil.
“Ué Jô, mas você não disse que a 3° temporada de The Walking Dead tinha acertado?” Tinha, mas já voltou a errar por uma caralhada de motivos. O maior deles, ter tirado a chacina do Governador das mãos do Governador, pra entregá-la pra um personagem patético. Outro grande problema, já confirmaram o ator que irá interpretar Tyreese ainda na 3° temporada. Tá, mas agora eu te pergunto, Rick já tem Daryl como braço direito e Michonne como braço esquerdo de um canhoto, onde diabos Tyreese se encaixará como sub líder do grupo? Daí eu digo pra vocês, ou eles vão matar o Daryl, ou vão estragar outro ótimo personagem das HQs.
[RIP Andrea]
Pra começar, uma série de zumbis precisa realmente de poucos episódios, o que The Walking Dead anda acertando desde a 1° temporada. Mesmo que a 2° e 3° temporadas tenham mais episódios, elas estão sendo divididas em 2 partes, o que evita que nos cansemos ainda mais dos dramas dos personagens. Outra coisa é: Ter um grupo pequeno e dedicar episódios a outros personagens desse grupo. Porra, se vocês pararem para ver, The Walking Dead é 90% Rick e família e 10% Daryl e irmão. “Ah, mas é óbvio, os caras são os principais da série”. Sim, meu querido amiguinho fanboy, mas o problema é que deixar a trama dos outros personagens de lado pra focar 13 episódios apenas em 2 tramas, cansa. Na 2° temporada eles deveriam ter explorado mais a Carol, o T-Dog e Hershell e sua família. “Ah, mas eles fizeram isso”. Não, eles não fizeram, eles botaram Rick e sua família no centro do drama e deram alguns segundos de participação para estes personagens.
Eu não sei se vocês já assistiram outras séries, mas os episódios são sempre distribuídos entre os personagens, sendo cada um deles o central de certo episódio. Eu não sei porque diabos The Walking Dead resolveu querer ser diferente nisso. Um bom exemplo disso, e peço desculpas por usar novamente esta série como exemplo, é Lost, que soube distribuir a história de seus 15 personagens em 25 episódios, sem ter 1 filler, e nos deixando por dentro da história de todos eles. Pra que a porra de um grupo tão grande, pra ficar coadjuvando atrás do drama de Rick, Daryl e família? Ahpáporra!
Mas enfim, agora eu vou realmente listar o que é preciso para uma série de zumbis:
ZUMBIS: Porra, não adianta cê criar uma série de zumbis, se você não vai mostrar os zumbis. Eu sei que o foco é no drama dos sobrevivente e eu gosto bastante desse negócio de “nós contra o mundo”, mas ainda assim, eu quero ver os malditos zumbis.
PERSONAGENS CLICHÊ: Não adianta você criar um grupo com 13 sobreviventes, se vai mostrar a história de apenas 2. Aqui temos que ter os clichês básicos, o Líder, que não escolheu ser, mas foi posto lá pelos outros sobreviventes, o Braço Direito, é a pessoa em que o Líder confia pra manter a casa segura enquanto ele sai pra resolver algum problema, o Alívio Cômico, costuma ser apenas um estorvo para o grupo, mas todos o amam, pois é o cara atrapalhado de coração puro que vai todos os dias ao bosque recolher lenha, o Mau Caráter Que Todos Amam, é o sujeito que todos do grupo odeiam, mas o mantem por perto, pois é um braço forte. Geralmente se diverte e faz piadas infames enquanto mata zumbis, sendo um maníaco total e assustando a maioria do grupo, mas sendo amado pelos telespectadores, o Mentor, geralmente uma figura mais velha que orienta o líder e o resto do grupo, a Jovem Com Um Irmão Mais Jovem Ainda Fazedor De Merda, esses dois são odiados e amados pelos telespectadores, a Jovem precisa cuidar de seu irmão e o Filho Da Puta, que é um cagão da porra e só se importa com ele mesmo, correndo e deixando os amigos pra trás sempre que o cu aperta.
O FIM
Pra não cair no lenga lenga de sempre, séries de zumbis tem que ter seu final pronto antes mesmo de começar. “Ah, mas fim pra coisas de zumbis é fácil, é só matar todo mundo”. Sim, é fácil, mas não é simples. Os personagens precisam de uma motivação, e não, apenas tentar sobreviver não é uma motivação boa o suficiente. Eles precisam de um destino, de um rumor sobre um local seguro guardado pelo exército, mas é claro que esse local seguro precisa ser longe, de preferência do outro lado do país. Assim, enquanto ruma para lá, o grupo perde integrantes, ganha novos integrantes, o Líder questiona sua liderança, encontra um antagonista a altura e finalmente chegam ao tal lugar seguro. Aqui, chegamos a um momento decisivo, tendo que escolher entre continuar por mais uma temporada ou encerrar por aqui. Se for pra terminar a história, os sobreviventes descobrem que o local está destruído e lotado de zumbis, sendo devorados ou ficando encurralados e tendo que se matar. Se for pra continuar por mais uma temporada, então eles encontrarão o lugar seguro a salvo, serão aceitos lá e descobrirão que o lugar não é tão seguro assim, sendo governado por algum ditador lunático. Assim, no decorrer desta última temporada, os sobreviventes precisarão derrotar esse ditador e quiçá, o Líder tomar o seu lugar ou então, tudo culminar na destruição do lugar e a morte de todos.
Resumindo, 13 personagens clichês, bem trabalhados e com suas histórias bem desenvolvidas e 4 temporadas de 13 episódios cada, com uma história clichê, é tudo o que uma série de zumbis realmente precisa e mesmo assim, The Walking Dead não consegue ser uma boa história de zumbis. E não venha me dizer que The Walking Dead não é clichê.
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