Cotidiano e Hermann Hesse
Pois é.
Essa deveria ser, mais ou menos, uma coluna sobre literatura.
Aqui, em duas sextas de cada mês, você deveria se deliciar com uma resenha sobre algo que Vale a Pena ser Lido (aliás, que Realmente Vale a Pena Ser Lido) ou aproveitar um de meus pequenos contos, cujo gosto alguns podem achar duvidoso.
O fato é que, no entanto, duas coisas continuam martelando o Olho da minha Mente, me impedindo de focar nos únicos e Divinos Interesses deste texto:
1 – Tive a chance de, hoje, finalmente, poder assistir Inglourious Basterdz. Voltarei a este tema mais tarde.
2 – Voltando para casa, tive a chance de presenciar uma anã gorda (na verdade, Deformada: gorda só dos quadris pra baixo. Quase um dinossauro) Socando, Chutando e Xingando uma daquelas simpáticas e inocentes máquinas automáticas de salgadinhos dos metrôs.
Pois é.
Eu sei que essas máquinas malvadas, de vez em quando, acabam engolindo seu dinheiro e você, ainda assim, fica sem seu salgadinho, com aquela carinha de choro.
Eu também sei que, quando isso acontece, você dá uns tapinhas e soquinhos na lateral da máquina, como se ela fosse algum tipo de tecnologia masoquista, que só funciona na porrada.
Nessa hora, você percebe que sua tática s&m não vai dar certo e chama alguém que trabalhe no metrô, pra dar um jeito na situação. Ou simplesmente esquece a bosta da sua nota suja e amassada de um real que você achou no fundo do único bolso da calça que você não usa e vai esperar seu trem.
Essas, acho eu, são as duas únicas alternativas racionais para essa situação.
Mas, enfim…sua mente leva uma espécie de choque quando vê alguém realmente agredindo e Xingando uma dessas máquinas. Especialmente se for uma pessoa com uma deficiência física tão caricatural.
Quero dizer: Qual é a Porra do Problema da Anã, afinal de contas?
Esse é o tipo de coisa que se torna Bizarro quando é uma Anã fazendo! Pior ainda, se ela estivesse de salto alto.
E aí me vem aquela ótima frase da atriz alemã que trabalha como agente duplo pros Aliados no filme:
“Vocês, americanos, não sabem falar outra língua além de inglês, certo?”
E é claro que não.
E é claro que, provavelmente como os brasileiros, a grande maioria não passa de um povinho egoísta e ignorante.
E é claro que é por isso que as pessoas não deixam a porra do lado Esquerdo da escada rolante livre.
E é claro que as porras das anãs vão continuar agredindo as máquinas de salgadinhos dos metrôs.
Foda-se.
Nessas horas, uma ótima leitura é O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse.
Já que O Teatro Mágico, assim como alguma partes da Vida, é especial: Só Para Loucos.
Algumas horas você deve tentar buscar, quase Sugar ou Espremer, a Literatura de dentro do cotidiano.
Nota 10.
Leia mais em: Anãs, Cidadania, Cotidiano, Hermann Hesse, Inglourious Basterdz, Lobo da Estepe, Quentin Tarantino