Crítica – Como Me Tornei Estúpido
Nossa cara, isso é muito bom!
Hah…livro de estréia no Brasil do francês Martin Page, Como Me Tornei Estúpido narra a tentativa de Antoine, um “intelectual” com vida social fracassada, de alcançar o status de ignorante. Para o personagem, a inteligência é um mal para sua existência. Ela o deprime, lhe dá a necessidade de análise constante da realidade, incompatível com a vida Alegre & Bela que ele deseja viver.
Em outras palavras: sei falar Aramaico, sou Comunista & Revoltado, mas eu adoraria ser “burro” pra ser “feliz”.
O romance começa engraçado. É… Não aquele engraçado que faz você pensar “cara, isso é incrível”, mas aquele engraçado em que você dá um sorrisinho de canto de boca e pensa “heheh…”.
De qualquer forma, para alcançar a felicidade, Antoine não optou diretamente pela estupidez. Primeiro houve a tentativa de se tornar alcóoltra (numa das passagens verdadeiramente mais engraçadas do livro) e a vontade de se matar, com direito a aulas de um Bizarro Curso Semanal de Suicídio.
Após perceber que tem o fígado do tamanho de um feijão (coma alcóolico com meia caneca de cerveja?) e que quer sim continuar vivendo, Antoine começa a tomar Felizac, um psico-ativo que o deixa… Abobado & Despreocupado.
A obra é escrita em estilo solto e simples, e chega a ser divertida até mais ou menos a metade, até se tornar declaradamente um hino á nerdice e á misantropia. Isso mesmo: saber falar Aramaico, ser Comunista & Revoltado é Legal! Seja pobre e feliz com seus amigos fracassados. Afinal, uma coisa Necessariamente exclui a outra! No mundo de Martin Page, ou você é mal-vestido, nerd, comunista e inteligente, ou é bem-vestido, bem-sucedido, capitalista e Burro. Esqueçam os meio-termos da Realidade.
Lançado no Brasil pela Rocco em 2005, o livro acabou fazendo sucesso a partir de 2007. Bem aclamado pela crítica jornalesca (ou seja: ignore), é de fácil assimilação. A velocidade de leitura ajuda: o livro foi publicado em formato pocket, possui 160 páginas e fontes grandes o suficiente para você enxergar com cinco andares de distância.
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