Da arte de ser um editor de merda
Como vocês bem devem saber, o trabalho de um editor de uma (Vejam só) editora não é simplesmente mandar os escritores (Vejam só) escrever, como escrever e quando escrever, mas eles (Os editores) também são responsáveis por decidir o que vai e o que não vai ser publicado pela editora, e bem, tem nego que manja de edição literária tanto quanto eu entendo de futebol europeu.
Outro dia peguei o livro Iniquidade para ler, e bem, eu já esperava algo meio sem noção, mas nada que se comparava ao que encontrei no livro, que pode ser chamada de “uma das maiores e piores coletâneas de absurdos que eu jamais li na minha vida”. Acham que estou exagerando? Pois vejam então a biografia da autora:
Ana Mendez Ferrell é mexicana e atualmente mora em Jacksonville, na Flórida, com seu marido, Emerson Ferrell. Deus a resgatou quanto estava prestes a morrer em decorrência do seu alto envolvimento com o sacerdócio vodu e a chamou para estabelecer um grande exército na Terra com o objetivo de destruir as obras do diabo. Hoje ela é profeta e apóstola e dirige, com o marido, o Voice of The Light Ministries, que treina e equipa guerreiros de Deus em mais de 40 nações, sob a cobertura de Rony Chaves da Costa Rica.
Sim, eu li isso e mesmo assim decidi abrir o livro para lê-lo, o que nos leva à um fato um tanto quanto óbvio: Desisti de ler esta merda antes mesmo da página 50. Se você é um daqueles masoquistas idiotas que gostam de ler os mais absurdos “argumentos” baseados nos mais absurdos “fatos” e que tem como resultado as mais absurdas conclusões, este livro é para você, já que logo na introdução percebece que nem mesmo o bom e falecido blog da Igreja Universal conseguiria superar este livro.
Claro que no mercado editorial há espaço para os mais diferentes tipos de livros, e que no mundo há milhões de idiotas dispostos a comprar livros como este, e é graças à estes dois fatos que a editoras como a (Vejam só) Editora Valente existem. Esta editora é uma subdivisão da Editora Propósito Eterno, cuja missão “é produzir literatura apropriada para alcançar o propósito eterno de Deus que é ter Uma Família de Muitos Filhos Semelhantes a Jesus para a Glória do Pai.” (POR QUE esses FILHOS DA PUTA não conseguem aprender a usar maísculas da forma correta?! POR QUE?!?!), e o mais legal aqui é que na sessão que deveria falar da editora só há citações à Bíblia.
Aí você pode me perguntar algo como “má porra, que isso tem em relação aos editores?”, e a resposta aqui é simples: COMO um EDITOR pode publicar um livro TÃO MAL FEITO assim?! Sério mesmo, este ultrapassa os limites aceitáveis para ser publicado, e nem me refiro à safadeza, à submissão e a estupidez que envolvem essa galera toda, mas sim à TOTAL E COMPLETA INCAPACIDADE DE ESCREVER: Em menos de 30 páginas achei dezenas de erros de português, dezenas de argumentos auto-excludentes, parágrafos totalmente desnecessários, uma edição porca, descontextualizações de tudo que é coisa, e me nego terminantemente a falar em “organização” e “lógica”. Tudo bem se você quer publicar algo falando o quanto o deus X é foda e que pode salvar a todos, mas ao menos publique coisas bem feitas!!! Não custa tanto assim achar algum blogueiro idiota (Lê-se “pseudo-blogueiro que supostamente escreve sobre religião”) disposto a escrever por alguns trocados e sim, eu garanto que até mesmo um boçal com um blog no Blogger escreve melhor que essa mulher.
Estou, sinceramente, puto com esta merda, ao ponto de que me obriguei a desistir de ler um livro e comecei a ler outro, também sobre religião, mas só para ser pau no cu, um com teologia de verdade (Taí algo que nunca entendi: A ciência de estudar o que nega que a ciência esteja certa em alguma coisa) e não um amontoado de afirmações estúpidas encaixadas do mesmo jeito que um jumento encaixaria um quebra-cabeça de 1000 peças. E o que mais me assusta, é que essa mulher tem outros SEIS livros publicados só aqui no Brasil, SEIS!!! E o marido dela também escreve… Ousadia e Qualidade é isso aí.
Nota do editor: Editor sofre…
Leia mais em: Ana Mendez Ferrell, Editor, Iniquidade, Matérias - Literatura, Religião