Days Go By (The Offspring)
Eu não vim a saber que o Offspring tinha lançado um álbum nesse ano que se passou tão cedo. Na verdade, eu só descobri essa porra novo porque vi o Jo comentando sobre. E olha que ele não é o cara mais atualizado, e eu não tou falando só de música. Ai resolvi ouvir a bagaça pra ver do que se tratava. E a primeira impressão é de que os caras tão lançando o mesmo disco toda vez.
A criança começa com The Future Is Now, que tem um riff de abertura bem convincente. Ai vem o vocal e estraga tudo. A música tinha tudo pra ser uma pauleira do tipo de Americana, mas não. É uma baboseira meio melódica. Se você tiver vontade de pular pra Secrets from the Underground, não te culparei. E cara, você vai se arrepender de cara. E vai quebrar essa mesma cara, porque apesar da intro tosca, a música é maneira. Claro, ainda soa como repetição de alguma coisa, mas é uma melhora significativa. Você até tem esperanças de que o álbum seja maneiro.
Ai começa Days Go By, e você tem vontade de cortar os próprios punhos fora, de tão triste que é a música. Triste de depressiva e de ruim. Não ouça se você estiver numa depressão de fim de ano, eu não quero estragar meu dia sabendo que alguém se matou por tão pouco. E pra ajudar mais ainda, Turning Into You começa numa batida que me lembrou música eletrônica, e isso nunca é bom. Felizmente, isso muda depois de alguns segundos, e a música fica razoável. Pro nível do disco, claro. Veja bem, razoável. Acho que o título de pop punk realmente cai bem no Offspring de hoje em dia.
Apesar da esperança que Hurting as One te dá, não se engane. Ela é mais uma música que quer te ver chorando. Mas não de depressão. De raiva, vendo no que uma banda tão maneira se tornou. Nada contra eles estarem fazendo isso pra vender mais. Eu só condeno esse tipo de música em geral, mesmo. Cruising California (Bumpin’ in My Trunk) então, nem se fala. Parece mais uma música do Black Eyed Peas. E isso é uma ofensa grave. Meus ouvidos já sangram, mas a audição ainda funciona. Droga.
E como não poderia deixar de ser, uma baladinha romântica se faz indispensável: All I Have Left Is You molhará a calcinha das adolescentes que acreditam em amor a primeira vista e horóscopo. Já qualquer pessoa com o mínimo de noção vai ouvir algo menos tóxico, como Legião Urbana. Tá, acho que exagerei, o negócio é ruim, mas não a esse ponto. Ai surge OC Guns, que aparentemente é a prima mexicana retardada de The Guns of Brixton, do Clash, e você realmente pensa em ir ouvir Legião. E como eles não poderiam estragar só música alheia, ainda fizeram uma regravação vergonhosa de Dirty Magic. E é nessas horas que você se pergunta: COMO VOCÊ PODE PERMITIR ISSO, DEUS ATEU, COMO?
Como desgraça pouca é bobagem, I Wanna Secret Family (With You) vem na sequência. Jesus, como essa música foi feita pela mesma galera que nos deu Lightning Rod? Precisarei de um banho de sal grosso depois de passar por tudo isso. Será que não tem uma música pra salvar? Será Dividing by Zero o messias do álbum? Difícil. A música se salva, mas salvar todo esse resto fica difícil, depois de um desastre de tamanha magnitude. O que dá pra fazer é aproveitá-la enquanto apaga as anteriores da memória. E, por fim, Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell encerra a porra toda. O que tinha tudo pra ser uma boa música, acabou sendo uma decepção. Os vocais agressivos não existem mais, as guitarras foram acalmadas, a bateria não chora, o baixo não existe.
Eu tou falando da música ou do disco todo? Não importa. O efeito é o mesmo.
Days Go By – The Offspring
Lançamento: 2012
Gênero musical: Pop punk
Faixas:
1. The Future Is Now
2. Secrets from the Underground
3. Days Go By
4. Turning Into You
5. Hurting as One
6. Cruising California (Bumpin’ in My Trunk)
7. All I Have Left Is You
8. OC Guns
9. Dirty Magic
10. I Wanna Secret Family (With You)
11. Dividing by Zero
12. Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell
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