DreamWorks ou Disney/Pixar? – Parte III
De volta depois de uma semana cheia de problemas com uma ausência alheia à minha vontade.
Mas vocês não querem saber disso e, muito menos, quero contar para vocês.
Retomando a saga da guerra entre a Fábrica de Sonhos e a criadora de obras-prima do estúdio da lampadinha.
Após o sucesso de Nemo, a Pixar exigiu maior participação nos lucros, já que a Disney levava uma parte maior desse bolo.
Como o CEO da Disney, Michael Eisner, não se entendia com Steve Jobs, dono da Pixar, ficou decidido que sairiam apenas mais dois filmes do fruto dessa parceria, deixando muita gente perplexa (e put@) com essa decisão.
Enquanto isso, a DreamWorks lançou, quase simultaneamente, O Espanta Tubarões e, seu maior sucesso, Shrek 2.
A Disney/Pixar, em contra-ataque lançou Os Incríveis, enquanto a Disney sozinha, resolveu lançar o pior desenho de todos os tempos: Nem que a Vaca Tussa.
Jobs deve ter rido muito disso.
O fracasso foi tamanho que a empresa anunciou o fechamento da área de animação tradicional.
Mesmo assim, 2004 foi um ano muito bom em animações e com uma arrecadação espetacular.
Para se ter uma ideia, O Espanta Tubarões arrecadou mais de U$350 milhões de dólares, enquanto Os Incríveis arrecadaram mais de U$ 600 milhões e, com a maior arrecadação do mundo, Shrek 2 abocanhou cerca de U$ 1 bi em todo o mundo.
A guerra foi boa e no Oscar do ano seguinte, Os Incríveis vingaram a empresa do Mickey, faturando o Oscar de Melhor Animação e tirando um doce que parecia certo da boca do ogro verde e da Fábrica de Sonhos que ainda concorria com o filme dos peixes-manos e mafiosos. Exatamente dois anos depois de Shrek ter surpreendido o mundo e levado o primeiro Oscar de animação.
Vingança é um prato…
Ou seja, banho da dupla que já tinha data para se separar, mas que ainda havia mais um filho para criar.
Ano estranho
Para 2005, o mundo das animações reservaram surpresas estranhas.
A Pixar estava envolvida com seu último projeto em parceria com a empresa do castelinho de areia, enquanto a DreamWorks lançou dois sucessos estrondosos, além da Warner se intrometer nesse meio.
Detalhe que os maiores sucessos daquele ano não envolveram super-computadores ou anos de desenhos, mas uma coisa mais simples e igualmente trabalhosa: o stop-motion ou, simplesmente, desenhos de massinha.
O grande sucesso daquele ano foi Madagascar, da DreamWorks, arrecadando meio bilhão de dólares, mas passou longe do Oscar.
O Oscar foi dominado pelas animações Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais, também da DreamWorks e Aardman Animations, A Noiva Cadáver, da Warner, e O Castelo Animado, da mesma empresa que fez A Viagem de Chihiro.
Só filmes conceituais, hehehe.
Wallace e Gromit levou o careca dourado para casa, mas, em termos de arrecadação faturou “apenas” U$192 milhões.
Ah sim, a Disney lançou, em projeto solo e para ver se tinha moral para substituir a Pixar, O Galinho Chicken Little.
Nem preciso dizer que falhou miseravelmente, e olha que Galinho nem era tão ruim assim, mas não chegava aos pés, por exemplo, de Vida de Inseto, o mais fraco da Pixar.
Ou seja, a Disney viu que não tinha bala para encarar sozinha a DreamWorks, levando pau na bilheteria dos bichos de Madagascar e perdendo o careca dourado para um filme de massinha (além de ver um outro de massinha e outro japonês concorrendo junto).
Jobs ria para carvalho em algum canto da Califórnia.
Semana que vem a reviravolta de tudo por causa de um pinguim dançarino.
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