E a inspiração, negada?
Pra fazer qualquer coisa na vida, precisa-se de motivação. De um porquê, de uma razão pra seguir adiante num projeto. Precisa-se de um ponto de partida e aquela coisa toda que eu – Redundantemente – já falei. Com a arte não é diferente. E, sabe, pode parecer clichê falar de música pop. Mas a bem da verdade, o estilo tem dado, ao menos a mim, preguiça.
Música sempre foi uma parada pra ser feita de coração. Pra você se entregar de corpo e alma a ela. Você dá sua vida, seu tudo, em nome da arte. Os grandes mestres da música fizeram assim.
Ok, é um tanto exagerado (E clichê), e não estou dizendo que você precise ser como Bach e passar doze horas do seu dia em algum instrumento, criando ranço na bunda só pra se especializar. Até por que, sinto muito galerinda, mas acho que chega-se a um ponto de fodelância em que não há mais possibilidade de melhora. Pessoas sempre terão defeitos. Músicos sempre terão suas falhas em algum campo (Seja velocidade, interpretação, afins).
O que eu quis dizer é: Se você quer ser bom, independente de tocar rock, clássica, reagge, o que for, você precisa se doar de algum modo. Sabem o Tony Iommi? Ele perdeu as pontas dos dedos. Ele desistiu? Claro que não. Deu o jeito dele e inventou o heavy metal por causa disso. Lembra daquele maestro brasileiro famoso, João Carlos Martins, que perdeu os movimentos da mão e mesmo assim nunca abandonou a carreira? São só exemplos de entrega.
Tá, você também não precisa sair por aí arrancando partes do seu corpo pra tal.
Vou ser mais clara. Chegamos em um ponto em que música é simplesmente mercadoria. Todos os hits têm a mesma progressão, os mesmos efeitos, as mesmas batidas, as mesmas notas. Todas as letras são compostas por gemidos. Todo mundo faz muito sexo nas gravadoras. Todo hit tem um rap no meio. Toda cantora é futurista, pinta o cabelo de colorido, usa saltos de 40 centímetros e atira chantilly pelos peitos. Todo cantor esfrega a bunda com nota de cem dólares, faz tráfico de drogas e vive numa mansão com pelo menos vinte e sete coelhinhas da Playboy e outras cantoras atiradores de chantilly. Por incrível que pareça, a pessoa mais inovadora que surgiu nesse meio foi a Lady GaGa, mesmo com toda essa onda de oferendas que ela trouxe junto.
O que a gente precisa de verdade é de artistas que tenham algum amor pelo o que fazem. Pessoas que saibam cantar, saibam interpretar e, mais ainda, saibam de onde saiu a música. Como eu disse ali em cima, qualquer estilo é bom, basta você ter posto seu sangue nele. Não adianta simplesmente cantar ou tocar da boca ou “dos dedos” pra fora. Conhecer cada passo, cada marcação dentro de uma canção é fundamental.
Óbvio que ainda existem bandas boas, cês sabem. Mas essa maldita geração Twitter que não consegue compreender nada que seja mais complexo que uma piada do Marcelo Adnet vem empatando a foda de quem realmente tem talento e quer fazer algo legal, pra marcar a história. Enquanto essa galera aí continuar sem saber raciocinar, interpretar, afins, estamos fodidos. E ela vai continuar assim por um bom tempo.
OBS: Acabo de perceber que, pela primeira vez, trago aqui um texto genuinamente sincero. Sem piadas, sem muitos trocadilhos podres, cês viram. De fato, esse texto ficou tão sério, que vou acrescentar ali embaixo uma piada padrão, só pra não deixar passar em branco.
Eu prefiro o Batman, o Luciano Huck.
Obrigada pela peixada.