E as comédias?

Cinema sexta-feira, 03 de agosto de 2012

Tão tá, sejamos sinceros. Sempre na vida, dentro daquilo que você curte muito, vai ter algo que você não curte tanto assim. Ficou confuso? Eu explico. Pela milésima vez aqui, vou reafirmar o quanto eu gosto de cinema, porém, a sétima arte por si só é extensa e possui gêneros, enfoques, regionalismos, intenções diferentes. Dentro do tema, não é tudo que eu gosto. E hoje eu não estou falando de um filme específico, estou generalizando mesmo. Por quê? O gênero comédia é uma coisa que me broxa. E nem adianta me olhar desse jeito, afinal eu não estou sozinha nessa. Os machos aqui do Bacon também expuseram a opinião e o resultado não foi muito diferente. Na verdade, eu até desafio você que tem um tesão estranho em arranjar defeito em cada texto desse site alguém a me converter. E pra você que vai citar Adam Sandler, Will Ferrel, Ben Stiller, eu só tenho algo a dizer:

Não, sua anta, a intenção não é conhecer “grandes nomes” da comédia, até porque eu assisti parte delas. Confesso que pelo (Des)gosto pessoal, eu tenho um número menor de comédias no currículo, mas acho que isso não faz diferença no ponto onde eu quero chegar. A realidade é que em um certo momento eu me perguntei porque é que as comédias eram sempre tão sem graça. E sem graça é um puta de um eufemismo, convenhamos. Por isso, buscando uma ajuda com meus colegas do Beico, eu fiz o que de início era pra ser um debate (Porque na minha cabeça, eu jurei que alguém pudesse defender com paixão a classe humorística), mas para minha surpresa o negócio descambou para um aglomerado de opiniões muito similares. Sendo clara: Comédia é mesmo uma bosta.

 SENSACIONAAA…NOT.

A começar por algo que eu nunca entendi. Por que caralhos o negócio tem que apelar para situações bizarras (Normalmente envolvendo sexo, vômito, diarreia, tombos)? Sério. Isso me deprime. Não vejo mal em você rir de uma situação isolada, mas botar isso num filme e tentar alavancar o humor com base nisso me faz desacreditar do mundo. Isso sem contar os personagens mal construídos, afetados e estereotipados. Não dá pra manter um fluxo mental assistindo um filme desses, tamanha a inconsistência de tudo. A cada cena escabrosa eu vou desistindo do filme e chego lá no final sem fé nenhuma.

 E esse cara é o Capitão América…

Mas a minha opinião é… A minha opinião. O Yuri, por exemplo, acredita que pra falar de comédia é essencial levar em consideração o gosto pessoal de quem vê. Já o Chefe defende que comédia é aquilo que te faz rir, independente de ser voluntária ou não. O Higgor compartilha uma opinião mais parecida com a minha e acha que as comédias lançadas andam fazendo mais do mesmo, repetindo situações, atores e fórmulas batidas. Já o Arthur não foi o único, mas destacou o quanto o humor negro tem potencial, mesmo difícil de encontrar por aí.

Porém, ficar nessa xurumela não levaria a lugar nenhum. Eu queria nomes. Pensando nisso pedi para os participantes do debate citarem atores, diretores, obras. Foi aí que o negócio começou a divergir. O Yuri defendeu o humor negro e as coisas que de tão extremamente babacas se tornam engraçadas, como por exemplo, South Park (Que não é filme. Fidaputa). Pizurk levantou o nome do grupo inglês Monty Python como um exemplo de excelente humor. Não que eu ache lá grande coisa nenhum dos dois, mas tenho que concordar com o Yuri que os ingleses passaram um pouco do ponto, não é tudo que me faz rir (Pressinto pedradas dos fãs de Monty Python). Já eu, citei nomes como Quanto Mais Quente Melhor, Chaplin, alguns filmes Sessão da Tarde e um ou outro bem pontuais, nos anos 90, 2000. Dá pra citar ainda o lendário Mr. Bean, exemplo vivo de que o humor não precisa ser necessariamente apelativo, quiçá falado.

Nota do editor: Se você for ver bem, South Park, Monty Python e Mr. Bean vieram de séries e, pelo sucesso das mesmas, fizeram filmes. E Monty Python não é pra todo mundo, mesmo.

E olha criaturas, eu tentei gostar dessa porcaria toda. Eu fiz a lição de casa, fui ao cinema ver alguns lançamentos. Meus olhos ardem até hoje com a lembrança. A começar pela viadagem sem fim que é Se Beber Não Case 2. Fazfavor, quanta cena desnecessária. Aquilo pra mim foi de tal escrotisse que eu chego a ter que inventar palavras pra definir tamanha derrota. Depois eu fui ver Esposa de Mentirinha com o Adam Sandler e eu não vi nada de diferente dos últimos 50 filmes dele. Tentei até filme tupiniquim e MEDA. Cilada.com, além de se inspirar em filme (Ruim) gringo, é sofrível. Atores fracos, clichês, frases decoradinhas e final ruim de dar dó.

 O nome deveria te dizer algo.

E passando por tudo que conversamos, eu cheguei a algumas conclusões. A primeira é a de que o negócio tá piorando com o tempo. Quanto mais os anos avançam e o retorno financeiro fala mais alto, os filmes caem em qualidade (O que fica assustador pra um gênero onde qualidade nunca foi o forte). Segundo, há exceções. Pouquíssimas, mas ainda há. Consequentemente, você as encontrará nos filmes mais antigos. Terceiro, quando o foco for a sátira e o humor negro, as chances de ser merda são bem menores. Quarto, o gosto pessoal sempre vai influenciar, sejam comédias bagaceiras ou as recheadas de conteúdo.

Bem, eu sou totalmente broxada com essa parte do cinema e acredito que não será tão cedo que irei mudar minha opinião. Pouco me chama a atenção, me faz rir com gosto ou considerar o conjunto um filme bom. Normalmente esse humor forçado, pedante, me dá vergonha alheia, uma sensação de humilhação. E não é implicância. Acho que espaço e ingredientes pra fazer coisa legal tem aos montes. O complicado é deixar as comédias nas mãos das mesmas pessoas sempre. Humor é muito relativo? É. Mas isso não quer dizer disseminar qualquer porcaria mundo afora, idiotizando quem vai ao cinema. Humor é pra relaxar sim, pra dar um descanso pra mente, mas isso não deveria ser subentendido como um convite a deixar o cérebro na porta e só pegar de volta na saída. Tem alguma coisa muito errada nissae. Eu acho e não abro. E você, aí do outro lado, que que você acha hein?

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