E as dancinhas nunca param…

Música sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A gente tá vivendo um período deveras estranho. Mesmo tentando desesperadamente serem diferentes dos “demais”, as pessoas acabam caindo numa espécia de padronização, de massificação, fechando o ciclo daquilo que justamente tentavam fugir. Elas tentam se livrar de estereótipos batidos ao se agarrar em outros estereótipos tão clichês quanto.

É, você dança Gangnam Style que eu sei.

 Relaxa, eu danço, o Higgor e o dançam também. Até o Pizurk dançaria, se ele não fosse um Vogon gordo o suficiente pra não conseguir levantar nem a bunda pra peidar.

Sei que o parágrafo ficou meio confuso, então vamos conversar direitinho sobre isso.

Vamos lá, você deve ter um ou mais PCs em casa, acesso à internet e um celular maneirinho que pode ser usado pra navegar na rede, te mantendo conectado ad eternum. A menos que você seja magnata do petróleo no Zimbábue ou qualquer país africano não-mencionado pelo Yakko Warner, todos os seus amigos têm mais ou menos isso tudo aí, assim como os meus também têm.

Estendendo um pouco mais o raciocínio, qualquer pessoa na Terra com dinheiro o suficiente pra não passar fome, ou morrer após pisar numa mina terrestre, tem acesso às mesmas informações que nós. Em milésimos de segundos, uma conexão de milhares de quilômetros entre os dois polos do planeta é feita. Dá pra conversar ao vivo e a cores com um esquimó, ou com um japonês, e por aí vai.

Ok, até aqui, nada que não seja óbvio. O que eu quis dizer, é: A partir do momento em que toda uma geração está tão fortemente conectada, todos estão rindo das mesmas piadas. Jogando os mesmos jogos. Fazendo o mesmo padrão de blog, vlog, ou o que seja. Se ofendendo com as mesmas coisas. Ao invés da troca, aparentemente todo mundo incorporou um único jeito de ser.

Chega a doer quando a galera incorpora certas opiniões, ódios e valores que nem existem por aqui. Caras, não dá pra todas as culturas do mundo terem uma mesma opinião sobre um assunto. E aparentemente isso acontece. A identidade sumiu.

Um exemplo: De onde surgiu o ódio contra vegetarianos? Eu nunca fui incomodada por um e, de repente, o Cauê Moura odeia eles e a internet passa a idolatrar bacon e outras coisas. Digo, eles devem existir lá na Europa e outros lugares onde a alimentação é bem diferente daqui, e as pessoas costumam ser – Ou tentar ser – mais “ativistas” – O que eu também acho babaquice às vezes. Mas no Brasil, onde todo mundo é criado comendo carne desde pequeno? Onde a carne não é tão cara e é de boa qualidade?

E aqui deixo espaço pra uma opinião POLEMIK: Bacon? Uns cinco anos atrás essa tara por bacon não existia. Eu prefiro outros cortes do porco, tipo a costelinha com limão. Acho aquela tira frita de bacon gostosinha, sim, mas é muita gordura e pouco sabor de carne, o que acredito ser um dos fatores que contribuem pra ela não ser popular por aqui.

Nota do editor: O site tá pra fazer quatro anos. Sem contar o culto ao Bacon feito no finado Ato ou Efeito. ONDE ESTÁ SEU DEUS AGORA?

Olhem os milhões de vlogs de culinária “pesada”, com quilos de cheddar e batata frita, coisas cozidas em uísque e muito mais. Desde quando o brasileiro vive a base de hamburger? Aposto que 90% desse povo desenvolveria gastrite ao passar uma semana sem feijão e arroz.

Tem mais. Músicas que todos odeiam. Latinos tirados do limbo por vloggers babacas. Músicas que todos amam. Aliás, foi justamente a nova música mais amada do mundo da última quinzena que me inspirou a vir aqui discursar sobre. Harlem Shake é a nova pegada do momento. Enquanto escrevo isso, numa segunda, duas coisas serão prováveis quando o texto for ao ar na sexta: Ou a moda vai ter ultrapassado o ápice e absolutamente todo mundo vai conhecer essa porra, ou vai morrer de vez em dois dias. Permanecendo na memória de todos como apenas mais uma das inúmeras dancinhas legais que o Youtube traz.

Enfim, não me escutem. Sou só uma velha amarga que reclama da vida só por que não tenho malemolência o suficiente pra sair dançando por aí.

Foda, né.

Seus cornos terroristas.

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