E Harvey Weinstein venceu de novo

Cinema quarta-feira, 02 de março de 2011

 Harvey Weinstein, pra quem não conhece, é o chefão da Weinstein Company, produtora norte-americana, e já comandou a Miramax. Harvey é conhecido pelas suas campanhas pesadas – e eu não vou dizer sujas pra não ser processado – para seus filmes no Oscar. Entre seus feitos, estão os bizarros sete oscars para Shakespeare Apaixonado (Que tirou o Oscar de Melhor Filme de O Resgate do Soldado Ryan) e o mais bizarros ainda NOVE oscars para o medianaço O Paciente Inglês. E em 2003 vimos Chicago ficar com o prêmio máximo da noite, enquanto O Pianista ficou apenas com os prêmios de Diretor, Ator e Roteiro Adaptado, quando era o verdadeiro merecedor da estatueta de melhor filme do ano.

Dito isso, o filme que Harvey Weinstein fez campanha esse ano no Oscar foi o bom O Discurso do Rei, que recebeu exorbitantes 12 indicações, superando grandes clássicos da história do cinema. O filme, que, como eu disse, é apenas bom e não é melhor que nenhum dos outros concorrentes (Estou ignorando o fato que Minhas Mães e Meu Pai foi indicado, vamos fingir que ele não foi) e é, inclusive, inferior a diversos outros que não estavam entre os 10 9 indicados (Ilha do Medo, Como Treinar Seu Dragão, Scott Pilgrim Contra o Mundo, O Escritor Fantasma e Deixe-me Entrar são melhores, por exemplo).

A aceitação de que O Discurso do Rei levaria pelo menos um dos dois prêmios principais já era geral, então a torcida era para que David Fincher levasse o prêmio de melhor diretor por A Rede Social e deixar o de melhor filme para O Discurso do Rei. Mas quando Hilary Swank e Kathryn Bigelow (Vencedora ano passado por Guerra ao Terror) anunciaram a vitória de Tom Hooper como melhor diretor por O Discurso do Rei, todos já temeram o pior. Alguns ainda mantinham esperanças de que, com a vitória de Hooper, o prêmio de melhor filme fosse para outra obra, como A Rede Social ou Cisne Negro. Mas não foi o que aconteceu: O desastre foi completo e O Discurso do Rei levou os dois prêmios, além da merecida vitória em melhor ator para Colin Firth e de ter roubado o prêmio de melhor roteiro original das mãos de Christopher Nolan, de A Origem (Estou para dizer que essa foi a maior injustiça da noite).

 O Discurso do Rei, com seus quatro prêmios, foi o grande vencedor da cerimônia em número de estatuetas, empatado com A Origem, que levou os oscars de Melhor Fotografia (Tomando o prêmio de Roger Deakins, que pintou fotografou Bravura Indômita), Melhores Efeitos Visuais, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som. A Rede Social ficou com três oscars: Melhor Montagem, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado. Alice no País das Maravilhas surpreendeu e levou duas estatuetas pra casa: Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte.

As maiores barbadas da noite se concretizaram: O já citado prêmio para Colin Firth, por O Discurso do Rei; a vitória de Christian Bale, como ator coadjuvante, por O Vencedor; Melissa Leo, como atriz coadjuvante, pelo mesmo filme que Bale; Natalie Portman levando o prêmio de melhor atriz, por Cisne Negro; e os dois oscars de Toy Story 3, em melhor animação e em melhor música original, com “We Belong Together”, de Randy Newman.

Já Bravura Indômita ficou com o fracasso velado da noite. Indicado em dez categorias, o longa dos Irmãos Coen voltou pra casa sem nenhum oscar debaixo do braço.

Na categoria de melhor filme em língua estrangeira, o dinamarquês Em Um Mundo Melhor desbancou o mexicano Biutiful, de Alejandro González Iñárritu. Já Rick Baker levou seu segundo oscar de melhor maquiagem para casa e, coincidência ou não, novamente por maquiar um lobisomen: Baker já havia levado o prêmio por Um Lobisomen Americano em Londres e leva agora por O Lobisomem. O ótimo Trabalho Interno desbancou o favorito Exit Through The Gift Shop, de Banksy, como melhor documentário de 2010.

Entre os curtas, o pixariano Day & Night perdeu para The Lost Thing, enquanto God Of Love levava o prêmio de melhor curta-metragem do ano. O vencedor do oscar de melhor documentário em curta-metragem foi Strangers No More.

Sobre a festa: Chata, como já é costume. James Franco não conseguiu usar seu conhecido charme e parecia meio desligado. Anne Hathaway se soltou mais e até ajudou o colega de apresentação. Pontos altos da noite: Kirk Douglas paquerando Anne Hathaway (“Onde você estava quando eu fazia filmes?”), mostrando porque Michael Douglas é seu filho; James Franco vestido de Marylin Monroe; e o coral de Nova York cantando “Over The Rainbow”, d’O Mágico de Oz.

E eu acertei 13 palpites. Não que vocês queiram saber, mas né.

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