Época de vacas magras

baconfrito segunda-feira, 08 de setembro de 2014

Antes de tudo: Um beijo, Pizurk.

Passando então pro que interessa, todos nós passamos por um período na vida em que ficamos sem fazer nada e que não chama desemprego: É quando não estamos lendo, assistindo, jogando e nem acompanhando nada, nenhuma série, nenhum jogo, nenhum livro, nada de nada. Não que não haja a vontade, o material e até mesmo o tempo necessário, mas tem vezes que não rola.

 O nome dela é Rola. É sério.

Assim como (Quase) tudo na vida, esta não é uma condição permanente: Entra-se nela do nada e, quando você se dá conta, já está fora. Feliz ou infelizmente é como a coisa funciona, e se não é a melhor das fases também não é a pior.

Acontece que é meio frustrante não poder aproveitar coisas que se gosta, seja porque é meio de temporada, seja porque falta dinheiro, tempo, saco ou vontade. O motivo não importa, o que importa é que você taí, com aquele tempo livre, morrendo de tédio por não ter nada o que fazer… Ou nada que você queira fazer. Quando a gente é criança, já fez tudo que queria fazer no dia, olha pro relógio e vê que ainda é duas da tarde, pensa que, quando for mais velho a coisa vai melhorar. Não vai, crianças, só vai piorar.

É um tanto óbvio, mas vamos lá: Tá foda. A únicas séries que assisto é The Big Bang Theory (Cuja temporada só começa no final do mês) e Community, que tá no rolo ainda. Não estou jogando nada, e não estou com vontade de jogar nada. Não estou lendo nada, mais por não começar a ler que qualquer outro motivo, mas ainda sim as opções estão reduzidas. E não estou acompanhando nada: Agora vocês entendem porque tenho falado mais de TV ultimamente.

Seguindo a fatídica Lei de Murphy, alteramos entre momentos em que não há nada para se fazer e momentos em que não se pode fazer nada, já que o excesso também incapacita: É aquela velha história de não poder dar o cu porque a bunda já está doendo equilíbrio, mas se eu pudesse escolher, ia com a segunda, afinal ao menos assim a culpa não é minha. Sim, isso mesmo, a culpa é minha. E a culpa de você também estar nessa mesma situação também é minha sua.

Não adianta negar, porque você só estará mentindo para si mesmo: A gente vive reclamando das coisas, tipo quando chove demais ou quando chove de menos, e cara, a culpa não é do prefeito, não é da Dilma, não é do chefe e nem da diretoria do Corinthians, é única e exclusivamente sua, direta ou indiretamente. Ninguém mandou você ser fresco e só assistir série gringa, ninguém mandou gostar de filme iraniano e nem de livro em alemão, e o mais importante disso tudo, ninguém te obriga a fazer ou deixar de fazer porra nenhuma.

A culpa ser sua significa duas coisas: A primeira é que você (E eu) precisa aprender a organizar a tua vida, e a segunda é que você pode mudar o atual estado das coisas. Claro, você ainda precisa trabalhar, arrumar a casa e os caralhos, e isso toma tempo e energia, além de gerar coisas secundárias que atrapalham os planos de todo mundo, e dormir é para os fracos: Quem quer, dá um jeito.

 Quer andar de carro velho, amor?

Um dos grandes culpados de muita coisa na vida é a preguiça de começar a fazer coisas (E este é um tema que estou pra falar há anos): Não falta material. Aliás, literalmente todos os dias cria-se, publica-se e distribui-se material novo no mundo inteiro, dos mais variados tipos, e nestes nossos belos e idílicos tempos, informação e acesso não são problemas. Bem, pelo menos pra você, que está lendo isso, não é. E, afinal, estamos na internet, preço também não é um problema. No fim, tudo se resume à vergonha na cara e inércia (Coisas que já falei aqui em algum lugar, mas que não vou procurar por preguiça).

E, no fim das contas, nem é o mais difícil de se fazer: Pra ver um novo filme basta sentar no sofá e sujar a porra toda de Cheetos, e eu falo isso porque quero o bem de vocês, se não quisesse, falaria pra geral ir na academia. Então o que resta para mim e para vocês é aceitar a derrota vergonhosa para nós mesmos e esperar as vacas pastarem ou enfiar capim goela a baixo das desgraçadas: Pode sair merda, mas também pode sair leite.

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