Falsa Submissão (Laura Reese)

Livros terça-feira, 25 de junho de 2013 Aline

Sabe 50 Tons de Cinza? Então, esse livro do qual pretendo falar agora tem muito mais propriedade no assunto. Abre o texto aê e vamos ver o porquê.

Falsa Submissão narra a odisséia sexual vivida pela personagem Nora Tibbs em busca do assassino da irmã. Eu sei que a frase ficou meio bastante aleatória como a história do livro é, em si, mas juro que já já vai fazer sentido.

Nora perdeu os pais e o irmão durante a adolescência e, por ser a mais velha, acabou ficando com a guarda da caçula Franny, a Mary Sue mais Mary Sue da história das Mary Sues. Por ser muito egocêntrica, nunca reparou que a irmã tinha uma vida social a parte, um namorado ou ainda que fizesse sexo. Mais ainda, jamais imaginou que seu corpo seria encontrado nu no próprio apartamento, amarrado, amordaçado e abusado fisicamente.

As suspeitas então recaem sobre M, o namorado masoquista de Franny. Por causa disso, Nora se vê obrigada a transar loucamente com ele – diz ela – pra conseguir entender a vida misteriosa da irmã e se o cara é ou não um assassino psicótico. Tirando o fato de que eles ficam conversando sobre as coisas mais sujas que aconteciam com… A irmã dela – e isso é nojento -, bom, tudo bem, né? Já falei por aqui que se a mina é adulta, vacinada e faz tudo encapadinho, ninguém pode se meter.

Fiz parecer que o livro é trash, mas não é. Ele se leva a sério e, por incrível que pareça, não te dá vergonha alheia da autora nem nada assim. Te digo mais, fazia bastante tempo que eu não lia um livro consistente, sem erros bobos de autor de primeira viagem.

Só digo que pra conseguir aproveitá-lo bem, você precisa ter a mente e as pregas aberta. Aquela coisa toda, é meio libertador, meio mimi, meio blá blá, enfim. Gostei muito do fato de que, apesar de a relação entre os protagonistas ser estranha, a autora consegue brincar com a nossa cabeça. O masoquismo é ora descrito como psicótico e ora descrito como o que de melhor uma pessoa pode conseguir na cama. Achei uma jogada de mestre expor esses dois pontos de vista igualmente. Te faz entender muito bem a hesitação e a angústia constante dos personagens.

Mas nem tudo são flores. Sabe quando você simplesmente não consegue gostar de nenhum personagem?

A Nora é egocêntrica a ponto de dar nojo e seu namorado é corno manso, M acha que tem o maior pau do mundo, Franny era uma mosca morta sem sal nem açúcar. Eu não pensei que fosse possível, mas a autora conseguiu escrever uma história legal sem nenhum personagem carismático. [Nota do editor: Os personagens tão tipo esse texto, então?]

Meu veredito final? Lerei mais livros dela, à medida que forem saindo.

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