Fast-food Reviews 012: Playstation Portable
Não sabe como funcionam essas reviews? Veja a introdução aqui.
Final Fantasy Tactics: The Lion War
Esse jogo não precisa de foto. Se você não conhece ainda, só lamento.
Final Fantasy VII foi o jogo que me fez comprar o Playstation 1, há mais de dez anos atrás, e de bônus eu trouxe o Final Fantasy Tactics, sem saber direito o que era. Depois viciei na parada, gastei um mês inteiro pra conseguir terminar o jogo, e mais algumas dezenas de horas para descobrir todos os segredos e jobs que o jogo oferecia.
FFT fez escola, apontando os rumos para quase todos os RPG’s estratégicos que surgiram na última década. No próprio PSP fomos agraciados com Jeanne D’Arc, que bebeu na fonte, e me trouxe uma experiência muito próxima do que FFT havia me proporcionado há anos atrás.
A agora ele chega para o PSP. O precursor, the real thing.
O jogo foi todo modificado para se adaptar ao PSP. Logo de cara já é possível observar a melhora de visualização que a tela widescreen traz: campo visual aumentado, mais espaço para os menus e cutscenes cinematográficas. Aliás, as cutscenes são um show á parte; especialmente desenhadas para essa versão, ficaram diferentes de tudo que eu já vi antes, pelo menos no PSP. Lembram um pouco as melhores cenas de Okami, com aquela qualidade de cenas pintadas a mão. Além de serem bonitas, aprofundam ainda mais a relação entre os personagens e esclarecem um pouco a história, uma das mais complexas de toda a série Final Fantasy.
Na parte técnica, confesso que senti os gráficos como algo meio velho e ultrapassado. Provavelmente porque eles SÃO velhos. Ou então porque fiquei mal-acostumado com o belíssimo cell-shading de Jeanne D’Arc. Mas rapidamente me acostumei e voltei a admirar a beleza do jogo, sempre dentro do padrão Square de qualidade. Afinal, são gráficos melhores do que de muitos jogos do próprio PSP.
Em termos de jogabilidade nada foi modificado. E nem poderia. É exatamente a mesma experiência excelente do original. Conteúdos, jobs e personagens novos foram adicionados, mas tenho certeza que você vai querer descobri-los por si mesmo.
Julgamento final: Ou você ama Final Fantasy Tactics ou odeia. Seria piada eu recomendar ou não esse jogo, porque quem conhece certamente não vai deixar passar. Mas para quem não conhece e tem curiosidade por ouvir falar, essa é a melhor oportunidade para conhecer o pai dos jogos turn-based contemporâneos.
Hot Pixel
Esse é só um dos mini-games do jogo. Não imagine que Hot Pixel é todo assim.
Já jogou alguma das versões de Wario Ware? Lembra como ele ficava no limite exato entre um jogo extremamente divertido e um jogo extremamente retardado?
Hot Pixel cruzou a linha. Ele é um clone retardado de Wario Ware. Você até pode se divertir por uns 5 minutos com os mini-games extremamente derivativos e sem personalidade que o jogo oferece, mas é muito fácil de se irritar com o protagonista que escolheram: uma espécie de skatista com problemas mentais, que não tem um décimo do carisma de Wario.
O jogo podia ser bom. Ele utiliza alguns conceitos de retro-gaming que poderiam ficar muito legais se unidos por um tema comum. Ou uma história interessante, pelo menos. Mas nada disso foi feito, então o jogo deve descer pelo ralo. Sem comentário adicionais.
Julgamento final: Evite como se fosse um clone retardado da sua última namorada.
Crush
Mais um jogo respeitável exclusivo para o PSP.
Eu sempre falo que o Nintendo DS é o console onde os jogos inovadores aparecem. Mas Crush prova que o PSP também pode ser uma plataforma inovadora. Dead Head Fred, que eu apresentei aqui, foi um dos jogos mais diferentes que eu vi no PSP, talvez junto com LocoRoco. Crush junta-se a esses nomes, por não ter um gênero definido e ser extremamente divertido.
É uma mistura de puzzle com plataforma. Mas isso nem começa a descrever o que é o jogo. Ele possui um enredo interessantíssimo, e o seu personagem está, na verdade, resolvendo os puzzles para resolver seus próprios problemas inconscientes, literalmente esmagando (crushing) os problemas. E mesmo com um enredo tão interessante, a jogabilidade ainda brilha mais que a história.
O interessante de Crush é que ele altera o cenário entre 2D e 3D ao toque de um botão. Certas coisas você só pode fazer com o cenário em duas dimensões, enquanto outras coisas só funcionam em um campo tridimensional. O legal é que você muda de dimensão á hora que quiser, podendo manipular o ambiente da forma que achar melhor. É um recurso que fica visualmente impressionante e extremamente divertido de jogar. O puzzle mais original que vi nos últimos tempos.
Julgamento final: Totalmente recomendado para quem gosta de puzzles, pois tem aquela qualidade obsessiva e viciante dos melhores jogos desse gênero. Se você não gosta de puzzles pense duas vezes; apesar das screenshots, ele não é um jogo de ação e nem de plataforma.