Festival Abril Pro Rock 2011

Música quarta-feira, 20 de abril de 2011

Como prometido na semana passada, lá fui eu pro Abril Pro Rock fazer a cobertura do festival. Cinco mil babacas virgens headbangers de todas as partes da região Nordeste prestigiaram a primeira noite. O festival trouxe um line-up que agradou as expectativas do público camisa preta. As bandas gringas Misfits e D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles), finalmente em solo pernambucano, detonando. Com o palco dividido ao meio, os shows não deram um minuto de trégua para os rockeiros. A primeira banda, Cangaço, abriu o festival. Como sugere o nome, os pernambucanos misturam metal com ritmos regionais do Sertão. Em seguida, a banda cearense de grindcore Facada esfaqueou quem estava com tédio, pois o pessoal até então estava meio paradão. A roda de pogo começava a mostrar que o pessoal não estava de brincadeira e que a noite seria longa…

Saiu Facada e entrou Desalma. A banda recifense, assim como as duas anteriores, tocou pela primeira vez no festival. Tocando algo próximo do se chama Math Metal, a banda empolgou mais ainda. Depois foi a vez da Violator, com um som trash metal muito old school, com direito a vários moshs do vocalista. Sem tempo para respirar, o público encarou os paulistanos da Tourture Squad. Em seguida entrou em cena a banda Musica Diablo, banda do vocalista do Sepultura, Derrick Green, e que contava em suas fieliras com membros do Nitrominds e do Threat. Sinceramente, eu nem notei. Se é pra fazer uma superbanda, deviam chamar superintegrantes então. Foi a banda mais sem personalidade da noite.

Depois de tudo isso, quase 5 horas de metal, finalmente entrou no palco a D.R.I.. Quem estava sentado se levantou. A roda de pogo chegou no máximo. O piso escorregadio melhorava a perfomance, todo mundo escorregava e caia o tempo inteiro. Num grande redemoinho, pelo menos 400 retardados pessoas tentavam se estapear sem sucesso, mas apesar disso, a paz imperava (Quem caía era ajudado a se levantar). Bons exemplos de compaixão ao próximo. O baixista Harald Oimoen desceu do palco e tocou as ultimas musicas no meio da galera e ainda conseguiu sobreviver. Acho que o pessoal tava cansando.

E eis que começa o caos total. Misfits no palco! Entrou uma vinheta de filme de terror e as cortinas se abriram, e eles começando logo com a clássica Halloween. O pau comeu. O pessoal com certeza guardou suas forças pra esse momento. Algum retardado tentava em vão organizar um Wall of Death (Uma modinha européia: O público abre uma clareira e fica perfilado em 2 lados pra depois se lançar uns contra os outros numa espécie de releitura do filme Coração Valente). O que antes transbordava cordialidade virou um tumulto generalizado, como todo show punk tem que ser. Finalizaram o show com Die, Die my Darling e em um estilo fúnebre se despediram com outra vinheta assustadora. Eu podia dizer que achei uma merda por causa da má equalização do som. Podia dizer que era mais uma apresentação da melhor banda de covers do Misfits (Somente o baixista Jerry Only sobrara da formação original) ou do Black Flag (O baterista, Robo, e o guitarrista Dez Cadena, são ex-membros do grupo). Ou até poderia dizer que foi pelo calor, pela superlotação, pela cerveja cara e por ter sido obrigado a pagar meu ingresso (Tá pensando o que? Que o Bacon me conseguiu credencial? Nahh). Mas eu não vou dizer porra nenhuma. Foi demais, desde guri que eu nunca mais tinha visto uma noite tão pesada e tão boa quanto essa no APR, a organização estava de parabéns. Mas faltava ver o segundo dia…

A segunda noite do Abril Pro Rock foi boa para os ouvidos menos preconceituosos. A diversidade de gêneros e estilos conseguiu tirar muita gente de casa num domingo bastante chuvoso. Mas nada de 5 mil pessoas como na primeira noite. Menos aperto, mais lugar pra dançar, pra trocar uma idéia. A banda recifense Feiticeiro Julião abriu o evento seguida pela paulista Holger e seu som indie, os americanos da Chicha Libre com uma mistura de ritmos latinos, surf music e psicodelismo numa massa sonora instrumental e depois com Tulipa Ruiz, também de São Paulo, acompanhada de Marcelo Jeneci (Perdão pela ignorancia, mas nem sei quem é). Se MPB é isso, então tá bom.
Depois Karina Buhr, pernambucana radicada em São Paulo. A cantora tinha uma boa banda, pois contava com Edgard Scandurra (ex-Ira!) nas guitarras, e Fernando Catatau (Catatau Cidadão Instigado) e pelo trompetista Guizado. Uma rápida pausa pra rolar uma homenagem ao cantor, pintor e escritor Lula Côrtes, falecido no inicio do mês. É, tava melhorando.

 Até ele sabia que ia ser uma grande merda mole o pipoco! LOL

Mas aí veio o show do ex-tribalistastitã Arnaldo Antunes. O público adorou, mas eu literalmente sinceramente caguei. Essa nova fase Iê, Iê, Iê tá fazendo sucesso, mas eu sempre vou achar o cara um péssimo vocalista. E Edgard Scandurra de novo, com a mesma guitarra (Pelo menos trocou de roupa). Destaco o momento que o Arnaldo desceu do palco e foi para o meio do povo. Quase se fode dá mal. Na seqüência, a banda olindense Eddie. Vocês não conhecem, mas é bem pop por aqui, som metido a suingueira. O público mas uma vez, dançou, como de costume, com a participação de Rogerman, ex-Bonsucesso Samba Clube e o irmão do chato Naná Vasconcelos Erasto Vasconcelos. Se vocês soubessem quantas vezes isso acontece por aqui, imaginariam o tamanho dos bocejos em série que eu dava neste momento…

Para fechar a noite, finalmente, os jamaicanos da Skatalites. TODO MUNDO Muita gente pagou ingresso só para ver os caras, considerados os criadores do ska, na década de 1960. Assim como Eddie, a banda também se apresentou na Virada Cultural, em São Paulo, neste final de semana. Claro que foi a melhor da noite. Um show marcado pelo repertório instrumental, destaque absoluto para o naipe de metais, solos de sax, trompete e trombone, absurdo de tão bom.
No fim das contas, acho que o Abril Pro Rock conseguiu neste ano ressurgir e se reinventar. Ainda faltam 3 dias de APR Club, que foi uma ótima idéia, tomara que tenha vindo pra ficar (Bem que podia seguir rolando pelo menos um final de semana por mês). Semana que vem, aguardem, pois a festa ainda não acabou: Falarei melhor sobre como foi esse APR Club, pois ainda vão rolar Matanza e Wander Wildner.

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