Ainda com as colunas temáticas de feriados, hoje é dia de falar da celebração do próximo domingo, a… proclamação da república. Aí cês me perguntam: “e o que isso tem a ver com cinema?” Uma das partes boas de ser cinéfila é que a gente sabe ligar QUALQUER COISA a cinema. Proclamação da república lembra aulas de história. Que lembra escola. Que lembra os filmes que eram passados na escola quando um professor faltava. Ou os que os próprios passavam na sala, depois de te fazer procurar até no estado vizinho e não achar. Ou ainda os que o professor recomendava, mas não passava na sala por um motivo que você só descobriu anos depois. Pra entender a última frase, favor ler o texto até o fim.
Pra completar com um filme que não lembrava fazer uma lista mais completa e que agradasse de forma universal, resolvi fazer uma pesquisa. Descobri que 1- O mau gosto pode vir de escola e 2- Vocês estudaram em escolas bizarras e não me admiro de terem resultado nisso aí. Só três pessoas deram opiniões plausíveis (e uma delas nem conta porque também é colunista de cinema aqui). O que me leva a ficar feliz porque a maioria dos leitores não tem meu MSN, ou resultado poderia ter sido pior.
5- Nell
(EUA, 1994)
Clari, digo, Nell.
Nell é uma menina que cresceu isolada de tudo, sozinha com sua mãe no meio do nada. Um dia é “descoberta” e passa a ser estudada por especialistas, em especial pela língua inicialmente estranha que ela fala.
Por que a tia te passou esse filme? Provavelmente foi a tia Edna de português que te mandou assistir. Apesar da história meia boca, é fundamental no estudo de qualquer língua. Se você não assistiu na escola e pretende fazer alguma faculdade que tenha “linguística” entre as matérias obrigatórias, adiante sua vida e assista logo.
4- Cleópatra
“Óh, Zé Mayer!”
Teoricamente, conta a história de Cleópatra e do Egito. Mas só teoricamente. No fim, fala mesmo é de Roma. Pra variar.
Por que a tia te passou esse filme? Porque ela desistiu de ver o filme assim que viu a duração de 243 minutos e pensa que realmente fala do Egito e da força de Cleópatra, uma das mulheres mais fodas de todos os tempos. O problema é que ela é transformada numa mocinha clássica de 63, que faz tudo que faz por amor *entra música tema de Viver a Vida*
3- Tempos Modernos
(Modern Times, EUA, 1936)
Isso que dá apertar tanto a rebimboca da parafuseta.
Filme genial do Chaplin, onde só instrumentos eletrônicos têm voz. Carlitos é o empregado de uma fábrica de alguma coisa, onde, de acordo com a teoria da revolução industrial, cada funcionário tem uma função mínima única. Como só apertar porcas, o que deixa o bigodinho ligeiramente surtado.
Por que a tia te passou esse filme? Não tem ilustração melhor pra revolução industrial e sua bizarra distribuição de trabalho do que Tempos Modernos. Como tem um alto teor político e crítico, os EUA acusaram o intérprete do vagabundo mais legal ever de comunista.
2- Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
(Brasil, 1998)
A imagem da capa
Versão para o cinema do livro Era do Extremos, de Hobsbawn. Mostra várias imagens e cenas do século XX, com temas que todos nós da geração whatever reconhecemos: a banalização da violência, os conflitos internacionais, o desenvolvimento tecnológico desenfreado e, no fim, a impressão que tá todo mundo louco.
Por que a tia te passou esse filme? Porque explica a globalização de uma forma que até aquele moleque que dormia o tempo inteiro ou aqueles que, caham, viravam a cadeira pra trás pra jogar truco entendem. E porque ela adora chocar os alunos quando mostra a capa do filme depois que acaba.
1- O Nome da Rosa
(Der Name Der Rose, França/Itália/Alemanha, 1986)
“Onde ishtão osh presuntosh?”
Um intelectual investiga a morte misteriosa de vários monges num monastério. E falar mais do que isso pode estragar. Tem o Sean Connery e seu sotaque bizarro, o que pra mim é SEMPRE um motivo justo pra ver um filme.
Por que a tia te passou esse filme? Porque passa bem a ideia de autoritarismo da Igreja Católica na Idade Média. E porque… saco, não dá pra falar mais desse filme. Assistam. Os professores nem sempre estão errados.
bônus track
sim, eu SEI que o nome certo não é “bônus track”. Se quiserem me lembrar do termo correto, é só escrever ali nos comentários. Até o próximo texto eu já esqueci, mas pelo menos sua consciência vai ficar mais limpa.
Calígula
(Caligola, EUA/Itália, 1979)
A única imagem CRISTÃ que achei no google.
Teoricamente fala de Calígula, o imperador mais louco de Roma. Aquele que tinha um caso com a própria irmã, era casado com uma grande prostituta da época e nomeou o próprio cavalo como senador. Mas só teoricamente. Na prática é um filme pornô. Veja bem, eu não disse erótico. Eu disse PORNÔ. Com duas mulheres juntas, gang bangs, sexo com anões e empalamento com um punho. Durante todo o filme tem alguém, em algum canto, se comendo.
Isso é pra vocês não reclamarem que o Bacon não fala de filme pornô. Com Malcon McDowell, de Laranja Mecânica. Ele não vai pra cama com ninguém, aviso. E eu sinceramente não recomendo. Ali já passa do ponto do asqueroso pra mim. Mas eu sei que cês são uns doentes, então…
Por que a tia te passou esse filme? É o que eu gostaria de perguntar pro professor que indicou essa mega produção da PENTHOUSE pra crianças inocentes do primeiro ano do Ensino Médio. Será que foi por isso que ele foi despedido pediu pra sair no ano seguinte? O causo é que anos depois me deparei com esse título nas Americanas, e pelo nome do McDowell comprei. Agradeci a todos os deuses do cinema porque não convidei minha mãe pra assistir esse filme histórico comigo. E rezo pra que meu irmão nunca o pegue emprestado.
Como já chocou fez a alegria de todo o meu grupo de amigos, tô pensando seriamente em leiloá-lo pra vocês. Que cês acham?