Final Fantasy Tactics A2: Grimoire of the Rift
Caraca, tem que falar de jogo bom pra vocês de novo? Mas o PS2 não está me dando fé, o que fazer? Vou jogar DS… Peraí, mas tem jogo bom no DS! (Apesar das constantes reclamações de nosso editor-chefe…) E se chama Final Fantasy Tactics A2: Grimoire of the Rift.
“Cagaio, Black, que nome grande!”
É, eu sei, pequeno gafanhoto, por isso vamos chamá-lo de FFTactics A2, beleza? “E o que é esse Tactics A2, Black?”, você me pergunta, caro jogador de Final Fantasys? Senta, que lá vem história.
Nos primórdios da era Sony, quando sua carcaça era de plástico barato cinza e seus jogos eram em simples CD, surgiu das profundezas do calabouço da Square um obscuro game de estratégia que tinha tudo pra estragar o bom nome da série Final Fantasy: Sistema bem complicado de evolução, mexia com os esteriótipos da empresa e continha uma penca de personagens, o que poderia fazer os fãs das séries mais “tradicionais” torcerem o nariz. Bem pelo contrário, Tactics virou lenda e hoje em dia tem até remake (meio nas coxas) feito para PSP. Nasceu um sistema todo novo.
E o GBA recebeu seu sucessor: FFT Advance, um jogo bem inferior ao original, com um novo sistema de regras para batalha, personagens menos profundos e gráficos “bonitinhos” demais. Sério, não cuspo no prato que como, mas Advance me decepcionou MUITO. Por isso, quando lançaram Advance 2 para DS eu já olhei com preconceito, esperando OUTRA porcaria. Liguei o videogame, vi o começo de uma história meia-boca e veio a primeira batalha: Chutei o balde e não larguei mais essa porcaria. Já passam de cem horas de jogo.
A história, realmente, não é o ponto forte de FFTactics A2. Você é Luso, um estudante meio lerdo que é obrigado a passar o último dia de aula na biblioteca, limpando e catalogando… SOZINHO. Lógico que, desgraça pouca é bobagem e, ao abrir um livro, você é imediatamente jogado em uma floresta, com um enorme bicho estranho. Surgem então três guerreiros para ajudá-lo. O líder deles diz se chamar Cid (coincidência pouca é bobagem… Logo no início do jogo!) e te oferece a chance de se juntar a eles… Garantindo sua vida e a vitória deles.
A partir daí você praticamente é dono do clã, já que controla tudo e todos (ou quase, já que Cid vai demorar MUITO pra se tornar playeable) e decide quem entra e quem sai do grupo. Para evoluir você pode escolher duas formas: seguir a história original (E terminar o jogo em mais ou menos dez horas) ou simplesmente fazer Side Quests. Recomendo, obviamente, que você esqueça totalmente da linha da história por um tempo e tente completar quantas side quests puder. Além de conseguir ótimos itens, você se tornará extremamente forte e habilitará novas jobs para seus personagens, além de conseguir até alguns convidados para seu clã (saídos diretamente de Final Fantasy XII).
O sistema de jobs desse jogo é tão bom quanto o do Tatics original, mas utiliza um argumento diferente: Você escolhe uma job e então pode comprar e equipar uma série de armamentos, armaduras e acessórios. Esses equipamentos lhe fornecem habilidades que possuem um custo, adquirido com experiência da batalha. Quando o custo completa, a habilidade é sua e você pode trocar de equipamento. A enorme gama de poderes que esse sistema fornece torna capaz de criar combos absurdos (Hunters com habilidades de archer quem?). Mas cuidado: Cada raça tem uma quantidade definida de jobs e não pode acessar todas. As Vieiras (aquelas com orelha de coelho, sabe? heh) são as únicas que podem usar spellblade, os Moogles podem montar chocobos, etc.
Só uma coisa me decepcionou no jogo todo: Mesmo quando completei uma série de quests e encontrei a dungeon mais forte (Tão forte quanto o chefão final que, aliás, é ridículo de forte na primeira vez) senti que não havia conseguido tudo que podia. Explico: Para adquirir novos equipamentos, você utiliza o loot da batalha, geralmente um punhado de peças inúteis, e os troca pela receita do item no mercado. A partir daí, é possível adquirir esses itens. Ok, terminei 90% do jogo e olhando a lista, me parecia que falta MUITA coisa ainda e não tenho mais side quests a fazer. Ficou o gostinho de vitória amarga aí, aquela que não é total.
Ainda assim, não largo desse jogo que me tomou o equivalente a CINCO dias já. CINCO dias que eu podia fazer qualquer outra coisa, Square! Gah!!! Recomendado. PS: Luso também faz uma ponta em Final Fantasy Tactics War of the Lions, o remake do original pro PSP.
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