Grandes desenhos do passado – Beetlejuice

Televisão quarta-feira, 23 de março de 2011

Para quem acha que só existiu Scooby-Doo, Família Adams e outro-que-esqueci-o-nome como animações de terror (Ou melhor, terrir), durante o início da década de 90 um desenho bacanudo, mas sem maiores aspirações, durou 4 temporadas e fez um certo sucesso aqui no Brasil, sendo, na minha opinião, uma das melhores adaptações do cinema para os cartoons.

Seu nome? Beetlejuice, Beetlejuice, Beetlejuice!

Criado em 1989, na rabeira do sucesso do filme homônimo (Aqui chamado de Os Fantasmas se Divertem), Beetlejuice conseguiu fazer algo interessante, que foi reverter totalmente o sentido da série, mas mantendo toda a essência do filme.

 A dupla bizarra

Explico, se pareceu confuso, caro noob. No filme, com uma das melhores atuações de Michael Keaton, Beetlejuice é um bio-exorcista (Tipo um exorcista de vivos) chamado pelo casal-fantasma recém-falecido para ajudá-los na tarefa de expulsar os novos moradores da casa, que era deles. Como os fantasmas fazem amizade com a adolescente emo esquisita, Lydia (Wynona Ryder, delicinha na flor da adolescência), eles acabam mudando de ideia e desistindo de expulsar a família da menina, irritando o velho Besouro Suco. Na real, o FDP quer ir para o mundo dos vivos e tocar o terror geral. Para isso, precisa que case com alguém (No caso a Lydia) para que não seja mandado de volta para o limbo que vive, fato que ocorre toda vez que falam seu nome 3x, mesmo expediente usado para chamá-lo.

O filme é tão nonsense e sem noção que, para mim, é um dos clássicos daquela época, do naipe de Curtindo a Vida Adoidado, Os Goonies e Christine, o Carro Assassino.

 Diga Xis!

Voltando à animação: Com o próprio Tim Burton, diretor do filme, como produtor executivo, os criadores inverteram a situação, colocando Beetlejuice como protagonista e Lydia como sua amiga, sendo uma aluna gótica no mundo real e uma espécie de bruxinha no mundo dos mortos, ou limbo – nunca sei que mundo é aquele. A cidade, chamada de Lugar Nenhum, e seus moradores não são muito fãs de Beetlejuice, já que ele apronta com todo mundo e vive aplicando golpes, só temendo as minhocas gigantes. Essas sim, aparentemente vivendo no limbo, doidinhas para pegar o Besouro Suco.

 Nem tem cárie, o garoto.

Assim como o filme, o desenho era totalmente nonsense, com muitas influências das animações oitentistas, tanto no visual espalhafatoso das roupas, como no colorido. Aliás, colorido entre aspas, já que a animação era com aquele visual dos filmes do Tim Burton que tanto conhecemos. Beetlejuice durou de 1989 a 1991 e tinha como principal característica as piadas visuais, brincando com os “poderes” do Besouro Suco, já que qualquer coisa que ele falava, ele se transformava, principalmente quando perdia o controle sobre eles. Sua alimentação a base de insetos, exclusivamente baratas, dava o toque de nojo ao desenho. E, tem mais, Beetlejuice era burro para caramba, sendo sempre salvo pela Lydia das confusões que armava. Praticamente perfeito.

Procurando pela internet achei alguns episódios, tanto para baixar, quanto no Youtube. Foi legal assistir ao desenho e ver que, apesar de não ser muito lembrado, tinha um elemento que falta muito hoje, a capacidade de alegrar às crianças e adultos. Já que havia piadas exclusivamente para os mais velhos, mas sem comprometer a diversão infantil.

 Keaton, no melhor papel de sua carreira.

Se quiserem ver um bom desenho, com a assinatura de Tim Burton, mais do que recomendo.

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