Guia básico pra assistir o último filme do Harry Potter – Parte III
Depois de suar bicas e desfazer todos os trabalhos que tinha feito contra os diretores e roteiristas que resumiram os últimos cinco filmes do Harry Potter, finalmente chegamos a última parte do guia pra que você possa participar da conversa do café da sua empresa ou… ou… a verdade é que não tem lugar certo pra quem gosta da série de livros/filmes. Sério. Nerds gostam. Góticos gostam. Porra-loucas, semi-analfabetos, mestres, doutores, noobs, cools, vegetarianos, churrasqueiros, gays, heteros, franceses, crianças, adolescentes, jovens, velhos… Difícil é achar um lugar que você vá, solte uma piadinha interna do livro e ninguém ache graça.
E agora, depois das três partes desse guia, em que eu chorei por matar personagens e cortar eventos importantes só pra pagar minha língua, você vai entender do que seus amigos falam. Até aquele metido a intelectualóide que é só beber que arruma um canudinho qualquer e sai lançando “Avrauda Qredava” até no recipiente de álcool gel do banheiro. Isso tudo sem nem ter que gastar preciosas horas da sua vida vendo os filmes. Quanto a ler os livros, eu não tinha esperança de fazer você mudar de ideia mesmo. Cê mal lê essa coluna, vai é muito ler um livro de 600 páginas sem ser obrigado…
Última parte do guia pra quem ATÉ HOJE, mesmo depois de duas semanas de explicação, AINDA não sabe diferenciar o leão da Grifinória da cobra da Sonserina
FILME 6 – O PRÍNCIPE MESTIÇO
Tudo começa com uma daquelas cenas arrasa quarteirão. Uma ponte de Londres (a Millennium no caso) é totalmente retorcida, a cidade está ainda mais caótica que o normal e os trouxas não sabem explicar o motivo. Naturalmente, são as forças do demo Voldie que vêm a tona e ultrapassam o mundo dos bruxos pra chegar no nosso mundinho inocente e pacato. Querendo é ver o oco, Harry toma um chá numa estação do metrô enquanto paquera sem vergonhamente a garçonete má só em filme mesmo porque no livro o Harry é mó bundão. Dumbledore chega e desaparata com o garoto afim de usá-lo pra convencer um professor metido a amigo das estrelas a voltar a dar aula em Hogwarts, ocupando o cargo de Poções já que o ex dono da cadeira, o adorável Snape, finalmente conseguiu chegar a matéria que mais queria: Defesa Contra a Arte das Trevas. Desaparatar, por sinal, é sumir de um lugar e aparecer em outro através de uma giradinha estranha lá, que só os bruxos maiores de 17 anos podem fazer. Chegando na casa Slughorn, o encontram disfarçado de sofá.
Depois de convencer o cara, que tem síndrome de Marlene Matos (desses que são famosos por estar por trás dos realmente famosos), Harry parte pra casa dos Weasley e de lá, tempos depois, pra Hogwarts. No trem, Harry descobre que Draco tá aprontando alguma e, mesmo escondido debaixo da capa da invisibilidade, leva umas bordoadas e fica sem conseguir se mover. Sorte que Dilua Luna Lovegood, sua amiguinha avoada do quinto filme por acaso tá lá pra salvá-lo. Mesmo atrasados, os dois entram no castelo e sentam com todos pro banquete de início de ano escolar. Depois de descobrir que pode cursar Poções e sem o livro pra isso, Harry recebe um livro que um dia teve como dono o tal Príncipe Mestiço do título. A surpresa é que esse Príncipe sabe TODOS os macetes pra melhorar as poções, o que faz de Harry um mestre na matéria, pra felicidade de Slughorn e tristeza de Hermione, que não está acostumada a ser a segunda melhor em matéria alguma. Como prêmio pela realização de uma poção de qualquer coisa na primeira aula, Harry ganha um vidrinho cheio de Felix Felicis ou “sorte líquida”.
Mas não só de clubinho das estrelas do Slug (sim, tem um desses) vive nosso bruxo amado. Dumbledore tem planos muito mais audaciosos pro rapaz. O diretor coletou algumas lembranças e as depositou numa Penseira pra que Harry pudesse literalmente mergulhar no passado do Lord das Trevas. Pra tentar prever os passos do Voldie e destrui-lo, a única opção visível é saber mais sobre como ele se tornou o cão chupando manga. Desde pequeno ele é mau, mas ainda assim vemos como Dumbledore em pessoa vai ao orfanato buscá-lo. Existe uma lembrança que o diretor da escola não conseguiu coletar e manda pede que Harry o ajude. Pra isso, depois de algumas tentativas infelizes, o garoto toma uma dose da poção de sorte e parte atrás de Slughorn, o guardião da tal lembrança. Nela, Harry e Dumbledore descobrem que Voldemort planejava dividir a sua alma pra que se tornasse imortal. Ao matar uma pessoa e colocar parte de sua própria alma em algum objeto, Voldie seguiria vivo mesmo se perdesse seu corpo atual.
Pra aliviar as tensões, toda a turma de Harry está com os hormônios aflorados e a pegação é geral. Com seus 16 anos, até Rony arruma uma namorada e deixa Hermione enciumada. Harry, por outro lado, já esqueceu de Cho e agora percebe os encantos da irmã menor de Rony, Gina. Conversa vai, endoscopias vêm, Hermione finalmente se ajeita com Rony e Gina agarra Harry. Isso porque ele se vê obrigado a se livrar do livro do Príncipe Mestiço, que em dado ponto acaba se revelando ser o resmungão ex-professor de Poções Snape. Aí eles vão deixar livro numa sala de coisas a serem escondidas e Gina propõe que eles escondam o beijo também.
Mimimi a parte porque eu não aguento a Gina, vamos logo pro final. Dumbledore pede a ajuda de Harry pra buscarem uma das Horcruxes (aquele objeto com um pedaço de alma) numa caverna por aí. Chegando lá, os dois tem que enfrentar um lago cheio de Inferi (zumbis do Harry Potter, véi!) e, depois, Dumbledore tem que beber uma água envenenada pra chegar a Horcrux no final. Nessas o diretor fica a um dedo de morrer e descobre que foi em vão já que alguém pegou o troço antes deles e só deixou um objeto falso. Com muita dificuldade os dois conseguem voltar ao castelo e lá encontram Draco de varinha em punho, depois de ter liberado a entrada de um monte de Comensais da Morte. Bem que Harry desconfiou desde o princípio. O negócio é que Draco treme na base na hora final e, não conseguindo obedecer a ordem de Voldie, acaba transferindo o pepino pro Snape, que tinha feito um Voto Inquebrável pra mãe do loirinho que o defenderia caso necessário. Enfim, Snape vai lá e manda um Avada Kedavra no pobre do nosso barbudo favorito. Dumbledore cai da torre de astronomia. E assim se dá o fim de um dos maiores bruxos de todos os tempos. Enrolações e tal e fim do sexto filme.
Saldo de mortes: 1. Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore.
Por que assistir:Apesar de serem rápidas, as cenas da loja de produtos dos gêmeos Weasley valem pelo filme todo. O Slughorn também é uma figura divertida. E a morte do Dumbledore foi a única que conseguiu passar a mesma emoção do livro até agora, pelo menos pra mim. Eu só não chorei porque A) tava numa cabine e B) tinha um segurança de dois metros bem do meu lado que não deixava perder a vergonha na cara minhas emoções fluirem livremente.
Por que não assistir: Quer mudar o que tá no livro? Ok, já tá todo mundo calejado. Mas daí a destruir uma ponte que nem existia na época em que o livro é passado é demais. Começaram a construir a Millennium Bridge em 98 e inauguraram em 2000. O sexto ano do Harry em Hogwarts começa em 1995, de acordo com as contas que dá pra fazer depois de ler o sétimo e último livro (e que eu não vou explicar como, pra não perder a graça). Sim, meus bens, Harry nasceu em 1979 e seria um trintão se existisse. Ou se não tivesse morrido no último livro. Pronto, falei. Morram aí.
Glossário de feitiços:
Lumos – Acende uma luz na ponta da varinha. Tem variações, como aumentar a intensidade ou lançá-la a frente.
Alorromora – Abre portas.
Vingardium Leviosa – Famosa pelo primeiro filme, serve pra levitar coisas. Tem também a Levi Corpus, que é específica pra pessoas.
Accio – Atrai objetos.
Estupefaça – Era pra desarmar oponentes, mas nos filmes é usado pra TUDO. No quarto filme, Dumbledore ABRE UMA PORTA com esse feitiço.
Sectumsempra – Faz o oponente sangrar até morrer ou algum bom samaritano desagradável o salvar.
Avada Kedavra – Uma das três maldições ilegais (ou seja, só o povo dumal que usa). Com a Imperius, o bruxo tem total poder nas ações do outro. Com a Cruciatus, o cara faz com que o outro sinta mais dor do que qualquer um pode aguentar. E o Avada Kedavra (que os atores sofrem pra pronunciar nas cenas de ação) mata. Simples assim. Um raio verde e tchau. Exceto pelo Harry, que só ficou com um raio na testa.
E agora o mais esperado. Aquilo que mais é questionado quando eu falo de algum filme do Harry Potter. Ao menos quando eu falava aleatoriamente, agora que eu fiz um especial sobre ninguém nem mencionou. Mas tudo bem, cês são tudo maluco mesmo.
Guia pra quem é fã de carteirinha dos livros e espera ansioso pelo filme bienalmente só pra reclamar que o diretor acabou com a história
Ignore a existência dos livros. Só. Obrigada pela preferência e volte sempre.
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