Guia do Blues – Cap. VII – B. B. King
Porra, capítulo sete já? Acho que vai ser infinito… Mas uma coisa é certa: EU ME PERDI NA CRONOLOGIA! MURÁRÁRÁRÁ! Ahh, que se foda, não é?
Lembram do começo, quando falei das origens do blues? Pois bem, não foi diferente com o artista desse capítulo que, cá pra nós, se tivesse num barco seria o capitão e nada abaixo disso. O danado ralou na infância de minino de pérdio garoto negro do campo. Segue citação do próprio:
Cresci no campo, não tínhamos remédios, médicos e hospitais como na cidade. Dirigi caminhão, trator, colhi algodão, arei com mulas. Naquela época, se a gente não tivesse brancos que se importassem conosco, não haveria mais negros no Mississippi. Um branco podia matar um negro quando quisesse que nada lhe acontecia. Mas tinha muitos brancos que defendiam a gente. Tive sorte.
Caros, estas são palavras do B. B. King. Um minuto para vocês saírem da cadeira e prestarem reverência ao rei. PORRA, NÃO É AO ROBERTO, CARALHO. É simplesmente o cara mais admirado por, hmm, vejamos, Eric Clapton, John Lennon e JIMI FUCKIN’ HENDRIX!
Ganha uma moeda de ouro quem acertar qual foi a primeira mola na carreira dele. Sim, a igreja. Mas diferente dos outros, ele não era evangélico doido um dos aprendizes internos. Ficava era por fora, tocando pra ganhar dinheiro. Esperto, o manolo. Ainda mais tendo um primo guitarrista que corria pro incentivo.
Não é à toa então, que o cara é o rei. O Blues Boy personificado, que não usa aquelas velhas 3552 notas pra fazer um solo. É a nota certa, no tempo certo. Cê vai sentir a diferença quando ouvir. Aliás, é muito fácil tocar 3552 notas, até Mr. Burns faz com seus dedos de Parkinson. O foda é fazer a nota precisa, ao estilo sniper shot.
Fudido Pobre, negro, muito jovem, B. B. King saiu da plantação de algodão onde nasceu e trabalhava, pra tentar a vida como músico, lá pelos idos do começo da década de 1950. Demorou alguns anos, mas depois de estourar alguns hits, como vários companheiros de época, meteu-se na trajetória dos muitos shows pra se sustentar.
Vale notar que o cara ainda faz show hoje em dia. Talvez, depois de ter visto Motörhead, Matanza e CJ Ramone, sonhar em ver B. B. King não seja lá tão devaneio… É admirável ver esses caras que, apesar de velhinhos, continuam na ativa. Ele mesmo, muitas vezes toca sentado e tal. Se brincar, toca até no próprio funeral. E não, não será como o Kurt Cobain.
Falando em morte, isso lembra da guitarra do cara, chamada de Lucille. Muitas décadas atrás, um show dele num ambiente fechado sofreu um incêndio malevólulo, onde duas pessoas acabaram morrendo, e quase sua guitarra fora levada junta. Soube-se depois que tudo tinha sido por uma briga de uns caras que queriam comer uma tal de Lucille.
O estilo de blues elétrico bem marcado rendeu a honraria do Rock n’ Roll Hall of Fame, ou em outras palavras a melhor paquera do mundo: “e ae manola, sabe de onde eu sou? Roque e rou hall da fama, rapá fik cmg”.
Outra coisa bastante admirável, e isso vale ao Blues como todo, é o contentamento em fazer parcerias, gravar junto. Enfim, aquela mistura de sons entre amigos que termina numa jam session, muitas vezes no próprio club do rei do Blues.
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