Heróis Clássicos – Finch, Patton e McFly

Clássico é Clássico segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Como você mede o nível de heroísmo de um personagem? Pela quantidade de pessoas que ele salva? Pela dificuldade do problema combatido? Por todo os problemas pessoais que este precisa percorrer para enfim praticar o ato de heroísmo? Pelos sacrifícios que ele precisa fazer? Enfim – um bom herói é um ser complexo. Seus atos de heroísmo podem ser simples ou complicados, mas eles só tem peso quando a jornada do herói é grandiosa. Mas vamos a coluna, uma vez que os heróis discutidos hoje ajudarão a definir melhor essa idéia.

O Bastião da Integridade

Atticus Finch, O Sol é Para Todos

Quando alguém fala de um “homem íntegro”, qual a primeira coisa que você pensa? Provavelmente algo na linha “deve ser um daqueles bonzinhos malas”. E isso é verdade para o cinema também. Praticamente todo herói que possa ser descrito como “símbolo máximo da integridade e dos bons costumes” é logo relatado a alguém chato e um filme certinho e pouco criativo. Não a toa preferimos (Com exceção do Seinfeld) o Batman, o Homem-Aranha ou o Homem de Ferro ao Super Homem. Ou você conhece alguém que prefere o Ciclope ao Wolverine ou o Gambit?

Talvez por esse motivo que Atticus Finch é um dos poucos personagens do cinema que possa honrar o rotúlo de “O maior herói da sétima arte”. Ele é um ótimo pai, excelente advogado, exemplo de coragem, praticamente sem falhas. E extremamente interessante e encorajador. Muito disso devido a excelente atuação de Gregory Peck (Que levou o Oscar pelo papel) e ao material de origem escrito por Harper Lee (Que levou o Pulitzer pelo livro), mas também pela escolha da obra de seguir a ótica de uma criança – e não do “protagonista herói”. O quão romantizada é então a visão que temos de Finch? A frieza com que o advogado, que defende um homem negro acusado de matar uma mulher branca, encara o trágico acontecimento no final da obra, nos faz refletir. Seria ele falho como todos humanos? Ou tal ato selaria sua personalidade heróica de justiça acima de tudo?

Herói?

George S. Patton, Patton – Rebelde ou Herói?

A quase sempre catastrófica mania brasileira de colocar subtítulos em filmes não poderia levantar melhor pergunta aqui. Seria o mais famoso coronel da II Guerra Mundial um herói? Preconceituoso, estourado, desrespeitoso, irresponsável, monstruoso. Todas essas são características que facilmente poderiam definir Patton. Mas dificilmente isso lhe tornaria um vilão também. É essa complexidade que o sacraliza como uma lenda da história e do cinema.

Patton dispensa rótulos de bom ou mal. O homem que diz ter nascido no século errado, é na verdade uma força da natureza. Nada além da guerra importa. Napoleão ou César – todos eram colocados no mesmo patamar que Patton. Não importa, afinal, a causa pelo que se está lutando; para esses homens é a própria luta (A jornada, afinal) que interessa. Não a toa, baseado nas próprias palavras do General (Interpretado de forma colossa por George C. Scott, que levou um dos 9 Oscars da obra) que este tinha mais respeito pelos generais nazistas do que pelo próprio presidente dos EUA. Aproveitem e assistam a uma das melhores e mais famosas aberturas da história do cinema.

http://www.youtube.com/watch?v=Kh9S1Hk975U

Um Herói (A)temporal

Marty McFly, De Volta para o Futuro I, II e III

O protagonista da melhor trilogia da história do cinema reúne todas as características de um verdadeiro herói. Inteligente (Ou melhor, esperto), convicto (Ou melhor, cabeça dura), belo (Ou melhor, carismático) e forte (Ou melhor, corajoso). Divertidos e irresponsáveis, McFly, junto a Dr. Brown, são heróis, sem dúvidas, mas são lotados de falhas. Falhas humanas. Ambos passam toda a trilogia fazendo besteiras (Cada vez maiores) e as consertando, sabendo (Ou sofrendo) das catastróficas consequências.

Porém, as besteiras feitas no filme provavelmente são as mesmas besteiras que nós faríamos se estivessemos em seus lugares. E daí a identificação fácil que temos para com os personagens. E isso que estabelece seu heroísmo – errar quando todos errariam. Mas reconhecer e consertar. Nem que seja necessário viajar pelos tempos para isso.

Finalizando…

Existem alguns heróis citados na última colunas, que serão abordados por aqui. Mas não deixem de postar mais personagens que vocês gostariam de ver.

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