Hitman e Como Terminar Relacionamentos

Games sexta-feira, 26 de abril de 2019

Lá em 2006 sairia um dos jogos que eu mais joguei nesta vida: Hitman: Blood Money. Centenas de horas de jogo depois, tanto no PlayStation 2 quanto no computador, enfim me fizeram deixar o jogo de lado e partir pra próxima. Eis que para a minha surpresa, em 2012 sairia a (Então) nova continuação da série, Hitman Absolution. Tendo dinheiro pra gastar e pouco bom senso pra me impedir, eu comprei a parada logo no lançamento, no Steam. Eu baixei o treco. E ele não rodou no meu computador mas nem fodendo.

Então agora, em pleno 2019, eu finalmente consigo jogar esse jogo de SETE ANOS atrás com os gráficos no médio. E ele é um pé no saco. Quer dizer, não é tão ruim, tem umas paradas legais, mas não é o que se espera de um jogo do Hitman. Isso eu já sabia desde 2012 quando eu fui atrás de gente que conseguia jogar a parada pra ver o que elas falavam… Só é meio triste constatar os fatos por conta própria.

De 2012 pra cá já foram lançados dois novos jogos na série, os quais eu pretendo ignorar por completo (Por agora e pelo resto dos tempos) por dois motivos: O primeiro é que iriam rodar mal no meu computador, e o segundo é que uma boa parte de ambos é conteúdo exclusivo e de tempo limitado. Porra, por que caralhos eu vou comprar um jogo que não me deixa sequer jogar tudo que ele tem? E EU ACABO DE DESCOBRIR QUE O JOGO MAIS RECENTE ESTÁ TREZENTOS E CINQUENTA REAIS (Cê pode baixar o “starter pack” de graça). Mas eu divago, o tema aqui é outro.

 Até os meme desse jogo são ruins.

Não é novidade alguma esta escalada tecnológica, e muito menos que ela se expande para os videogames. Quero dizer, é literalmente o motivo pelo qual temos “gerações” de consoles, portáteis, placas de vídeos e afins. Não é grande exagero dizer que o que nossos aparelhos eletrônicos fazem hoje o que, em tempos passados, nem mesmo complexos industriais lotados de equipamentos conseguiriam fazer. O ponto é justamente o outro lado desta moeda: O usuário.

Lá em 2006, quando Blood Money foi lançado ainda pra “geração passada”, eu debulhei o jogo por horas e horas de uma vez, dia após dia. Eu literalmente joguei o treco por todo o ano de 2006, virando Natal e Ano Novo fazendo o mesmo. E cara, foi legal pra caralho. Eu conheço aquele jogo nos mínimos detalhes até hoje. Mas porra, que coisa inútil pra fazer com o meu tempo, saca?

 Eu nem faço mais questão de entender os memes.

São treze anos de diferença, e me bateu uma tristeza fodida agora de ter feito esta conta.

Mas o ponto é justamente este: Esta série, tal como outras, me acompanha há tanto tempo que a minha relação com ela já mudou várias vezes. Nesses anos os videogames já mudaram, eu já mudei, o que e como eu jogo já mudou. É absurdo o quão longe 2006 é, e ainda assim, cá estou eu jogando um jogo já velho, e pensando o quanto eu ainda vou poder ver desta série. As mecânicas dos jogos foram atualizadas, os gráficos, os requisitos de sistema, o mercado de publicações, os desenvolvedores… Ainda é o mesmo Agente 47 matando geral quando dá merda pra depois dar load no save, mas porra, Blood Money nunca mais. Não pra mim. E, suponho, seja o mesmo com a maioria das pessoas.

Não é uma questão de idade, exatamente… É uma questão de passagem de tempo e de como, eventualmente, os jogos vão continuar progredindo e a tendência é que nós, jogadores, pessoas, paremos em algum lugar do caminho. Cabe aqui todo um discurso de “ser sempre criança”, do mesmo jeito que cabe “aceitar que as coisas mudam” ou até mesmo “achar novos meios de se manter atualizado”, mas quer saber? Foda-se. Não porque não são bons pontos e que tenham sim bons argumentos, mas mais que querer manter uma relação com as coisas à sua volta, a questão é “até aonde você QUER ir”? Até aonde você – cada um de nós – quer acompanhar a evolução do mundo e das pessoas que nos cercam? Está tudo bem parar? Dizer pro mundo que aqui é o seu ponto e que você quer descer, e que vai seguir sua vida numa outra direção agora?

Eu sequer digo isto sob um ponto de vista ruim, muito pelo contrário: Precisa de uma total falta de noção das consequências ou um completo entendimento delas pra virar pro mundo e dizer que pra você já deu. E cara, se for na primeira opção a ignorância é uma benção, e se for na segunda é um puta dum power move. Eu sequer sei se tem uma opção melhor que a outra nesta história, até porque por enquanto eu tô perfeitamente bem me mantendo (Com certa distância, é verdade) atualizado. Elusive Targets é o caralho e eu quero viver pra jogar um Hitman que não tenha visão-mágica-pra-jogador-ruim, mas talvez, só talvez, chegue um ponto e que pra mim a coisa toda não faça mais sentido. E eu não faço a mínima ideia de quando (E se) isso vai ser, muito menos do que vem depois… Só espero que, até lá seja realmente opcional fazer upgrade.

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