Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania)
O Hotel Transilvânia é um resort cinco estrelas que serve de refúgio para que os monstros possam descansar do árduo trabalho de perseguir e assustar os humanos. O local é comandado pelo Conde Drácula (Adam Sandler), que resolve convidar os amigos para comemorar, ao longo de um fim de semana, o 118º aniversário de sua filha Mavis (Selena Gomez). O que ele não esperava era que Jonathan (Adam Samberg), um humano sem noção, fosse aparecer no local justo quando o hotel está repleto de convidados e, ainda por cima, se apaixonasse por Mavis.
Serei honesto: Eu nunca liguei muito pra Hotel Transilvânia. A despeito da premissa promissora, um hotel feito pelo conde Drácula para monstros terem férias sem humanos enchendo o saco [Quem nunca quis férias sem humanos enchendo o saco?], sempre me pareceu um daqueles filmes feitos só pra cumprir com cronograma, bater meta, ou algo assim. O tipo de coisa que se diz que é só pra cumprir tabela. E eu acabei descobrindo estar enganado, mesmo com a participação de Adam Sandler [Apesar da dublagem dele não estar tão reconhecível assim, ou talvez por isso mesmo].
A história não é nada de novo: A menina monstro-vampiro-gótica Mavis [Que eu não sei porque, me lembra a Aline] foi criada pelo pai superprotetor Drácula, depois que a mãe morreu. Ai ela conhece um humano, que na cabeça do pai dela é igual todos os outros: Boçal. Eles se apaixonam, blá blá blá. Mas o filme vale muito mais pela comédia de situação [Ou sitcom, se preferir] do que como romancezinho mela cueca de humano e vampiro. Se você quer esse tipo de abominação, vai ver Crepúsculo. Ou melhor, não vai ver nada, faz um favor pra humanidade e nunca mais interaja socialmente.
Claro, não vai ter nada de politicamente incorreto [Talvez se você for um monstro, o que é uma possibilidade, já que você está lendo o Bacon], mas são umas piadas bacanas de monstro, se você não esperar uma profundidade da Pixar ou aquela cara de sempre da Dreamworks.
Mas não, isso aqui é trabalho da Sony Pictures Animations, que corre por fora pra ganhar uns trocados. E aparentemente eles não estão tentando se tornar uma terceira força, já que isso não faz a menor diferença, em termos práticos. A galera só quer fazer o trabalho dela e ganhar um trocado com isso. E há de se considerar que o trabalho dos caras não tá ruim, no quesito visual. A animação não tem nenhum problema grave, até onde eu reparei. Claro, não é pra ser algo realista, mesmo porque isso dá um trabalho do cão e não costuma gerar resultados muito bons. É feita pra ser fofinho, pra criançada, pra família toda. Pra gerar “óuns” nas cenas bonitinhas e “eca” nas cenas de nojinho. Mas um eca bem leve, porque gerar rejeição não dá dinheiro.
Os personagens são aqueles monstros clássicos de sempre: Vampiro, Frankenstein, múmia, lobisomem. Mas o modo como eles são tratados, como se eles fossem só um grupo de pessoas esquisitas, e não monstros sedentos por sangue e destruição, acaba gerando bons momentos, como os filhos do lobisomem, que são hiperativos e não deixam ele dormir. Mas o grande personagem é a mochila de Jonathan, com mais profundidade e atuação que todo mundo.
Hotel Transilvânia
Hotel Transylvania (91 minutos – Animação)
Lançamento: EUA, 2012
Direção: Genndy Tartakovsky
Roteiro: Peter Baynham e Robert Smigel, baseados na história de Todd Durham, Dan Hageman e Kevin Hageman
Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Kevin James, David Spade, Steve Buscemi, Cee-Lo Green e Molly Shannon
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