Lie to Me – Primeira temporada
Devo confessar que não sou de assistir muitas séries. Aliás, não é bem isso: Eu não consigo acompanhá-las, mesmo. Houve uma época da minha vida onde eu passava o dia assistindo televisão e conseguia acompanhar a programação. Séries que estavam sendo lançadas, séries antigas, séries que estavam em sua última temporada: Nenhuma me escapava. Agora, com menos tempo pra essas coisas, eu encontro séries novas por indicação de amigos. E como gostei bastante de Lie to Me, não posso deixar de dividir com vocês.
Eu gosto de séries que te fazem pensar por meio de elementos do cotidiano. E são raras as que existem no momento, a grande maioria, inclusive, voltada a investigações, como CSI, Monk e outras similares. Lie to Me tem um diferencial: Por mais real que o dia a dia dos personagens é, você nunca vai conseguir repetir o que eles fazem fora das telas – do mesmo jeito que se houvesse um médico que agisse igual ao Gregory House, ele já teria perdido a licença há muito tempo.
Como o nome já possa ter sugerido, a história da série – ambientada em Washington – gira em torno de mentiras, já que, traduzindo para o Português, Lie to Me significa “minta para mim”. Por mais simples que a ideia pareça ser, cada episódio é tão complexo quanto o anterior. Durante o começo da série, a velocidade – e intensidade – entre as cenas, casos e descobertas é menor. Conforme a série vai avançando, somos jogados em meio a um universo onde cada segundo conta – assim como cada interpretação correta de uma expressão facial – para que o caso seja resolvido. Confuso? Não se preocupe, já vai melhorar.
O tema principal, então, é o ato de mentir. E isso é explorado ao máximo, afinal, todo mundo mente, e essa não é a questão principal da série: Eles não buscam saber se uma pessoa está mentindo, e sim o porquê da mentira. Isso é obtido através de uma leitura corporal, onde há a premissa de que todas as expressões – no caso, micro expressões – para cada sentimento são iguais. Se uma pessoa está demonstrando raiva, ela o fará da mesma forma que todas as outras pessoas no planeta.
Imagine que você conte uma mentira. A pessoa aponta para você e fala que você está mentindo, pois, durante 1/5 de segundo, você realizou uma micro expressão de ódio, e, logo depois, coçou o nariz, indicando vergonha. Parece impossível? Não nessa série, já que as personagens principais são acionadas por grandes agências governamentais – como o FBI, por exemplo – para auxiliar nas investigações. Esse é o dia a dia de todos os empregados da agência The Lightman Group, que realiza leituras de expressões corporais, levando a psicologia e antropologia a fundo, junto com o raciocínio lógico de qualquer história de detetive, a fim de solucionar assassinatos, acidentes, suicídios, complôs e traições.
Personagens
– Cal Lightman (Tim Roth)
Doutor em Psicologia, Lightman é o fundador do The Lightman Group, agência destinada a ajudar outras entidades em investigações. Passou boa parte da vida viajando pelo mundo, estudando as micro expressões humanas para provar várias teorias em volta da linguagem corporal. Apesar de enxergar facilmente qualquer tipo de emoção, é divorciado e solitário, gastando maior parte do seu tempo com o trabalho.
– Gillian Foster (Kelli Williams)
Colega de Lightman, também doutora em Psicologia, Foster é uma das superiores da agência. Envolve-se muito mais na análise psicológica do que na leitura corporal – não deixando de ser fundamental em cada episódio. Ao contrário de Lightman, é casada e tenta conciliar o trabalho com a vida pessoal, já que ela consegue notar quando o marido mente.
– Ria Torres (Monica Raymund)
Antes de trabalhar para Lightman, Torres era uma fiscal da alfândega. Com sete vezes mais apreensões em relação à média, foi identificada como uma “natural” – pessoa que consegue reconhecer todo o tipo de sentimento, sem ter dedicado uma vida de estudo para isso. Embora tenha esse talento, Torres não conta com o conhecimento científico dos demais, muitas vezes lhe fazendo falta.
– Eli Locker (Brendan Hines)
Desde o primeiro episódio, Locker já era empregado da agência. Ao contrário de Torres, seguiu a vida acadêmica para aprender a interpretar sentimentos. Pratica honestidade radical – que consiste em não mentir sobre qualquer circunstância (Muitas vezes o fazendo se passar por rude), mas mostra que é impossível viver assim durante o decorrer da série.
– Ben Reynolds (Mekhi Phifer)
Reynolds não possui nenhuma habilidade com leitura corporal. Agente do FBI, colaborou em um caso com Lightman, o que resultou no resgate de uma vítima de um psicopata. Devido ao resultado, foi instruído a colaborar com a agência, oferecendo suporte legal ou proteção durante as investigações.
– Emily Lightman (Hayley McFarland)
Filha de Lightman, Emily vive a vida de qualquer adolescente normal, se não fosse pelo pai (Qualquer mentira pode ser facilmente identificada por ele). Parece se abalar com certos casos resolvidos, especialmente aqueles que envolvem criminosos/vítimas da mesma faixa etária.
– Zoe Landau (Jennifer Beals)
Ex-mulher de Lightman e mãe de Emily, Zoe trabalha para a corregedoria e é apresentada à série por necessitar do auxilio da agência em uma investigação. Embora esteja noiva de outro homem, Zoe ainda tem sentimentos por Lightman, e a recíproca é verdadeira.
– Karl Dupree (Sean Patrick Thomas)
Dupree é um agente do Serviço Secreto. Em uma de suas missões, trabalha junto com a equipe de Lightman, e sente-se atraído por Torres, resultando em um relacionamento com a mais nova empregada de Lightman.
Episódios
A primeira temporada conta, no total, com 13 episódios. São eles:
- 01 – Pilot
02 – Moral Waiver
03 – A Perfect Score
04 – Love Always
05 – Unchained
06 – Do No Harm
07 – The Best Policy
08 – Depraved Heart
09 – Life is Priceless
10 – Better Half
11 – Undercover
12 – Blinded
13 – Sacrifice
Sobre a temporada
Por mais que os primeiros episódios sejam mais devagar, a ação neles é contínua. Logo nos primeiros minutos do episódio piloto, Lightman fica cara a cara com um prisioneiro e, sem obter nenhuma resposta falada, consegue identificar onde será um atentado bomba por ter feito as perguntas certas e observado a reação corporal a cada uma delas. Momentos depois, o caso faz parte de uma palestra para agentes do FBI – o que ajuda a dar uma introdução à série e ao que Lightman faz.
Durante todos os episódios, diversas fotos de personalidades são exibidas, onde as expressões faciais são idênticas às apontadas pelos investigadores. A equipe de investigadores, por sua vez, sempre se divide em duas menores. Ou seja, há um caso principal em cada história, acompanhado de um caso paralelo, ambos excelentes, por sinal.
O ápice da série é ver como pessoas que estudaram mentiras durante a vida inteira (Ou nasceram com o dom de identificá-las) lidam com a vida pessoal ou até o ambiente de trabalho, já que todos já contaram uma mentira ou outra. Mais que uma série barata inspirada nos seriados atuais, Lie to Me já se encontra na segunda temporada pelo canal Fox. Por mais que você não goste de séries de investigações, dê uma chance a essa. Depois de alguns capítulos, você irá começar a adivinhar junto – ou até avistar – um sinal de que alguém está mentindo, o que é empolgante.
Por ser algo pertencente ao cotidiano, a série prende a atenção de qualquer um. Boa parte dos episódios contém um final que não é esperado: Por mais que a situação esteja ruim, tudo, de repente, faz parte de um plano de Lightman – e seu complexo de Deus -, solucionando o caso de forma espetacular. Recomendo a qualquer um que gostar de séries imprevisíveis.
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