Love, Lust, Faith + Dreams (30 Seconds To Mars)
Pra falar a verdade, 30 Seconds To Mars é uma daquelas bandas que acompanho desde que me entendo por gente, faz uns quinze… Dias. Menos, talvez.
O que mais me impressiona é que a banda tem uma certa assinatura, uma marca registrada musical. Eles mudam sem perder a essência, no geral. É, eu disse sem perder totalmente. Ao contrário do que 99% da fanbase acha que aconteceu com o último CD, eu realmente acredito que existe, no grupo, algo que não vai mudar.
Desce aí que vou te contar porquê.
Bom, abrindo com Birth, temos, literalmente, uma introdução bem concreta e explícita. Vou aproveitar e fazer logo o primeiro comentário geral sobre o álbum aqui. Esse CD é dividido em três partes, cada uma sobre um dos sentimentos-título. Ideia legal, mas achei a que a maneira como foi executada é muito óbvia. Na primeira música de cada divisão, há a voz de uma mulher literalmente explicitando qual o sentimento a seguir. Acredito que ficaria mais bonito se fosse mais sutil. Subestima muito a inteligência do ouvinte. Eu, pelo menos, gosto de ficar caçando referências e pontos de conexão em álbuns de música.
Voltando ao que importa, a seguinda faixa: Conquistador, uma boa música pra ser remixada e virar single. Pop-deprê-aquele-charme-que-os-as-pessoas-góthekas-têm. Não é, no entanto, uma música que vá lá mudar sua vida. Perdoável, afinal, os caras precisam ganhar dinheiro também, né.
Sucessora do momento Adam Levine acima, Up In The Air é, no mínimo, curiosa. Estranha, quase. Sai bastante do estilo que a banda propõe – Apesar do que eu falei no início, fique claro que isso aqui é uma exceção -, mas é até boa depois do choque inicial. Continua, todavia, longe de ser uma favorita.
Depois City Of Angels. É uma baladinha daquelas bem sofridas, em que o Jared sangra cantando. Oh gawd, amo a voz desse filho da puta. Apenas amo.
Agora, vamos a uma das minhas prediletas. Race podia se encaixar perfeitamente no melhor álbum da banda, o antigo This Is War. Aparentemente os caras se amarraram em corais no meio das música e continuarão a incorporar a técnica. Ah, deu pra perceber que já estamos na parte da fé, esperança? Quero dizer, a transição oficial só acontece na próxima faixa, quando a muiézinha começar a música falando ~~faith~~.Na verdade, nessa faixa há uma espécie de degradê.
Sim, eu acho que podemos pensar no projeto como um degradê, intercalando todas as fases. O que, cês acham que eu to pensando demais nisso e que a parada nem passou na cabeça dos autores? All we need is faith, ué, já dizia os Beatles, não, pera End of All Days. Menos o ué, isso foi meu mesmo. Enfim, gosto muito dessa música. 30 Seconds é uma daquelas bandas que é sustentada pelo vocal, e tá aqui, meus amigos, uma prova do fato. O Jared, sozinho, dá um puta show. Nessa aqui, por exemplo, há uma batida e uns efeitos eletrônicos por trás. O foco tá todo no combo voz + piano.
Pires of Varanisi é a síntese de tudo que foi feito até agora. Faz sentido por que, como Birth, a primeira faixa, tá aí pra marcar a última fase do álbum. Pode pular, excluir ela do celular, que seja. Escuta uma vez só que dá pra pegar a mensagem sem problemas.
Bright Lights é um daqueles momentos em que você entende a revolta dos fãs com as músicas novas da banda. Veja bem, posso sentir a justificativa, apenas. Continuo achando que ela não é tão válida. Calma que eu vou me explicar melhor lá embaixo.
Seguindo, temos Do or Die que é… Repetitiva. Gostou de Bright Lights? Vai gostar dessa.
Convergence, depois, tem um estilo interessante e… Porra, é outra ponte. Ok, brochei. Agora não falaremos mais apenas de ~~fé~~ no CD, mas de sonhos e borboletas também. Meu ovo esquerdo, viu.
Pro começo do fim da nossa viagem musical q, Northern Lights. Eu simplesmente amei. Os instrumentistas já declararam que são extremamente influenciados pela Björk, e, pela primeira vez, a influência é gritante. Consigo imaginar a vestido-de-cisne cantando alguns versos. Se você quiser apresentar o álbum a algum amigo, comece pela faixa número 11. A faixa mais concisa, sem dúvida nenhuma.
E, por último, Depuis le Début, eleita a faixa mais dispensável das faixas dispensáveis. Os caras tentaram uma vanguarda muito arriscada aqui e deram um tiro no pé. Colcha de retalhos musical. Se pudesse escolher uma pra ficar de fora, escolheria essa. Principalmente por ela vir depois do amor que foi a outra faixa.
Comentários gerais? Pra mim, 30 Seconds to Mars é uma banda muito consistente. Depois de This Is War, literalmente um álbum de guerra e protesto, nada mais natural que levantar o ânimo da galera. Acho um caminho perfeitamente compreensível e aplaudo a mudança.
Como disse lá no primeiro parágrafo, muitos fãs reclamaram que a banda se vendeu. Sinceramente? Pode não ter sido o trabalho mais inspirado deles – É bem genérico, na verdade. Só que, ainda assim, a essência, o estilo, sobrevivem firmes e fortes. Talvez a parada não tenha saído tão boa por que eles ainda estão se acostumando com essa ideia menos adolescente. Com uma atmosfera mais leve.
Consigo sentir a mesma vibração de sempre na voz do Jared. Os riffs de guitarra ainda são os mesmos. O arranjo da melodia, em excesso, o que acredito ser uma das características mais marcantes da banda, tá lá também, fazendo presença.
Só por que nego não quer mais usar lápis preto borrado e sobretudo ao meio dia, os fãs acham que o “original” se perdeu. Dava pra ter feito melhor? Dava, claro. Mas até que conseguiram se manter dentro da linha. Mesmo que algumas coisas soem genéricas, pelo menos não há abismos de qualidade como num álbum de uma certa banda aí.
Veredito final: Já tivemos melhores, sim, mas podia ter sido pior. Beeeeeeeem pior. No fim, como em todo trabalho de 30 Seconds To Mars, todas as músicas passam uma mensagem. Pelo menos, eles se esforçam.
Love, Lust, Faith + Dreams
Lançamento: 2013
Gênero musical: Rock
Faixas:
01. Birth
02. Conquistador
03. Up In The Air
04. City Of Angels
05. The Race
06. End Of All Days
07. Pyres Of Varanasi
08. Bright Lights
09. Do Or Die
10. Convergence
11. Northern Lights
12. Depuis Le Début
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