Mainstream – A Guerra Global das Mídias e das Culturas (Frédéric Martel)

Livros terça-feira, 07 de agosto de 2012

Cinco anos de pesquisa em mais de trinta países e uma caralhada de entrevistas com gente importante do ramo do entertainment resultaram num livro sobre como – E, mais importante, por que – o mundo todo vive o “sonho americano”. E antes que cê feche o site por achar que a obra vá soar exagerada, conspiratória e escrita por gente que pesquisa OVNIs enquanto joga World of Warcraft e mora com a mãe, grande parte das coisas escrita vai fazer sentido.

Te desafio a ler sem se sentir meio paranóico no fim.

Todo mundo que gosta de cinema, música, quadrinhos, enfim, frequenta algum tipo de fórum sobre o assunto. Locais atualizados diariamente por aqueles fãs mais loucos que moram com a mãe, sacumé. Cês conhecem. Enfim, provavelmente, o tal site frequentado é gringo. E o tal filme/álbum/livro também. Aliás, navegue no Bacon por cinco minutos. Quase todos os títulos de artigos serão em inglês. Não em japonês ou em espanhol. Alguns podem vir da Europa, cuja influência era grande antes da Segunda Guerra Mundial, mas a maioria é americana. Por que?

Ah, e antes que cês respondam que ain né sua burra, os EUA são a maior economia do mundo e eu gosto de dar o cu: Queridos, eles só são a maior economia do mundo por que nós compramos, nós permitimos. Não o contrário.

Dois parágrafos e cê já deve tá meio paranoico, não? E se eu te falasse que empresas como a Disney e a Coca Cola são donas de canais de televisão e fábricas de comida, roupas e outros bens de consumo diário? O Mickey pode muito bem ter sido o financiador desse PC que você tá usando. Tá, disso cês sabem, não é novidade pra ninguém. Mas algumas empresas realmente são uma surpresa, ok?

Esquemas de gravadoras (Sabem o que é payola?), como os filmes mudaram o mundo, por que os estúdios de animação chineses parecem tanto com a Disney e outras coisas que darão um novo ponto de vista pro que você faz. Não que te torne capaz de evitar alguma coisa, mas pelo menos pode ajudá-lo a se sentir menos manipulado. Afinal, saberá onde tá se metendo.

Enfim, como disse, o livro pode soar conspiratório e exagerado, algumas vezes até prepotente. Bem manipulador também. Mas joga muita coisa no ventilador. Até por que há coisas bem revoltantes. Tipo quando os empresários do ramo de cinema instalaram o escritório de advocacia bem do lado do senado americano. E como atores famosos como Clint Eastwood eram levados por esses empresários para as reuniões com políticos, pra dar aquela forcinha pra empresa. E como esses políticos eram constantemente convidados pra sessões exclusivas com filmes nem lançados ainda. Funcionava bem quando os estúdios tinham feito alguma besteira/quebrado alguma lei e precisavam de uma ajudinha a mais.

Recomendo pra quem gosta de fazer revolução e quebrar carros na rua.

Mainstream


Mainstream
Ano de Edição: 2012
Autor: Frédéric Martel
Número de Páginas: 498
Editora: Civilização Brasileira

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