Uma boa noticia para os fãs da trilogia de cinco livros. Depois de assassinarem o primeiro livro em 2005, tentando transferir as aventuras dos mochileiros para a tela, houve um grande espaço sem noticias se teria uma continuação ou não. Até agora.
Martin Freeman, o Arthur Dent do filme, recentemente falou a MTV que em um almoço com o diretor do filme, Garth Jennings, o assunto sobre o filme surgiu, e ele disse que nada de continuação.
O próximo filme, se chegasse a sair, seria sobre o Restaurante do Fim do Universo, e a continua busca pela pergunta. Mas se voce não sabe disso, deveria saber.
Apesar de o roteiro do primeiro filme ter sido escrito pelo próprio Douglas Adams, ele não teve o sucesso esperado. O motivo disso? Bom, a caracterização dos personagens foi muito bem feita, a Coração de Ouro é exatamente da maneira que muitos devem ter imaginado, e o roteiro, escrito pelo PRÓPRIO autor dos livros, tinha tudo pra dar certo, mas não. Eles conseguiram mexer em coisas básicas do livro, fazendo com que ele ficasse muito diferente da história original.
Pra mim, é uma boa noticia. Se forem fazer cagada com um livro, que não seja com esse. Escolham algo mais desconhecido, como o “Desventuras em Série”, que teve seu filme que também não foi lá essas coisas também.
OBRIGADO POR FUMAR foi o filme mais genial de 2005. Com Aaron Eckhart (Sem Reservas), Katie Holmes (Batman Begins), Sam Elliott (Motoqueiro Fantasma), William H Macy (Motoqueiros Selvagens), entre outros, o filme é a prova de que não é necessário um puta elenco pra se fazer um filme bom. Até o Keanu Reeves se sairia bem neste filme.
Quer… fogo? (heh)
Eu odeio cigarros. Sério. Odeio fumantes também, mais ainda. Motivos? Sou alérgico, e acho completamente idiota o ato de fumar. Um vício completamente vazio, que só apodrece a pessoa e a deixa com um fedor horrível. Eu ando com fumantes, há uns cinco no meu curso que fazem questão de acender um atrás do outro no intervalo. Eu tento sobreviver, e até aconsigo, é só procurar a direção certa do vento. Assim, só fica o mal cheiro, mesmo. Você fuma? Que pena, cara. Além de se foder com doenças, EU não gosto de você. E olha que decadência, você devia se matar, e não simplesmente parar de fumar. Eu não sou do tipo que diz “Pare de fumar!”, mas do tipo que diz “Seria hipocrisia falar pra alguém parar de fazer algo que gosta, então manda ver. Mas longe de mim. E, de preferência, comece a fumar mais, você tá bem assim.”
– Fumar causa impotência. – O RLY? – Você é broxa?
Nick Naylor (Aaron Eckhart) é um lobista (ou porta-voz) de grandes empresas de tabaco que faz palestras onde tenta informar que fumar não é perigoso, e é do caraleo. Sério, o cara manda tão bem que eu fui capaz de me rebaixar a ponto de ter vontade de dar uma tragada enquanto assistia o filme. Aliás, ironicamente, ninguém sequer acende um cigarro durante o filme inteiro, e foi esse o ponto alto do filme. Se ver pessoas fumando do seu lado já é chato, imagina perder 2 horas da sua vida vendo um FILME com pessoas fumando? Seria deprimente. Enfim, o cara é um gênio e ganha todas, até mesmo quando usam um exemplo vivo (ou semi-vivo) de que o cigarro pode foder com a sua vida. É lógico que uma multidão é revoltada contra o cara, ameaças não faltam. O que o consola são seus dois amigos (foto acima) que trabalham em áreas semelhantes, então se entendem perfeitamente. Tem também seu filho, que o acompanha em uma de suas viagens de negócios – Nick dessa vez está fechando uma parceria com um famoso agente de Hollywood, Jeff Megall (Rob Lowe), pra colocar o cigarro em filmes.
E ainda sobra tempo pra comer a Katie Holmes.
O sucesso do cara é tão grande que, além de ser perseguido pelos vigilantes da saúde e pelo senador Ortolan K. Finistirre (William H. Macy), Nick também é perseguido pela jornalista (Katie Holmes), e você sabe que não devemos confiar em jornalistas. E é aí que a coisa pega fogo e eu paro de falar, afinal, definitivamente não há graça ler uma resenha sobre este filme. Você tá perdendo tempo, poderia estar assistindo-o AGORA. Então corre, véi.
Antes de finalizar, adianto umas coisas: O filme é tão irônico que o cara é salvo por SER um fumante, após ser seqüestrado. Alguns closes são feitos na cara de Nick no decorrer do filme, algo totalmente perturbador, tipo O Silêncio dos Inocentes, com a diferença de que fumantes não dão medo e não comem ninguém. O senador Finistirre é tão oportunista e radical que quer colocar rótulos de veneno nas embalagens de cigarro, mas pra isso vai ter que passar por cima de Nick. A pergunta é: No QUE isso vai dar? Eu respondo com outra pergunta: Você AINDA tá aqui?
Pára tudo. Nicolas Cage (A Lenda do Tesouro Perdido), Jéssica Biel (O Ilusionista) e Julianne Moore (HANNIBAL). O elenco já é foda, você não vai precisar ler a resenha.
Nicolas Cage com um penteado MELHOR que o meu.
Cris Johnson (Nicolas Cage) trabalha em Las Vegas como mágico, usando seu nome artístico: Frank Cadillac. Mas ele não é um mágico comum, não faz truques – é tudo real. Mas é lógico que ninguém sabe. Seu poder? Ele é uma espécie de vidente (Precog, já que o filme é baseado em um livro de Phillip K. Dick, The Golden Man) que vê seu futuro, mas apenas os próximos 2 minutos. Pelo menos até então.
Ser mágico é viver na merda, então o cara usa de seus dotes (heh) pra trapacear em jogos em cassinos, mas sem chamar muita atenção. Até uma agente, Callie Ferris (Julianne Moore) se interessar pelo cara, desconfiando de que o que ele faz é mesmo real, e decide vigiá-lo. Por quê? Uns terroristas roubaram uma bomba atômica, era estado de alerta, o que viesse seria lucro. Os tais terroristas ficaram sabendo que a agente estava atrás de Cris, então foram atrás dele também. É aí que a confusão começa e você começa a se empolgar com as habilidades do cara.
E que habilidades.
Cris vê uma morena em seu futuro, além dos “dois minutos”, num restaurante. Ele passa a frequentar esse restaurante sempre no mesmo horário em que veria ela, intrigado com o fato. Até que, depois de duas tentativas falhas, finalmente ele conhece a morena: Elizabeth Cooper (Jéssica Biel), e passa por situações hilárias com ela no restaurante, envolvendo seu ex-namorado. Tente não se confundir, os pontos fortes do filme são em que ele vê o futuro, e muitas vezes você vai soltar um PU…TA QUE PARIU, como eu queria ser assim. Manja o clichê “O que você faria se pudesse ver o futuro?”? Esqueça isso. O VIDENTE é um filme pra macho, afinal, a Jéssica Biel aparece de toalha, véi. Só de toalha. E a única parte clichê do filme é o fato de Cris conseguir ver além dos dois minutos com ela, e é na cena onde ela aparece de toalha é que você tem que ficar ligado (óbvio). Mas não posso contar por quê, só vendo o filme até o fim pra sacar. E se você for bom mesmo, vai sacar o que eu quis dizer.
Jéssica Biel e Julianne Moore em cena, e o agente olha pra bunda DE QUEM?
É claro que Cris acaba tendo que colaborar com o FBI, aí vem aquele suspense misturado com ação com uma pitada de “meu, que foda”. Ver o Nicolas Cage desviando de balas e soltando frases sensacionais como “Você sabe usar isso bem?”, “Essa não é a escolha correta.” ou “Eu cometi um erro.”, frases que você só vai achar sensacionais também quando ver o filme, foi o bastante pra um fã como eu finalmente falar que até que enfim, depois desses últimos filmes, finalmente um filme bom com o cara.
Ficção científica do caraleo, vale a pena passar os 98 minutos sentado na frente daquela tela enorme com algum palhaço chutando a sua cadeira. Os efeitos deixam um pouco a desejar, mas repare nas cenas de ação. Capricharam no roteiro, as frases são sensacionais e acertaram no tempo. No fim do filme, não aja como um babacão e faça a pergunta “Ué, não vão mostrar o que vai acontecer?”. O que vai acontecer é óbvio, porra.
Eu sou meio chato com a produção cinematográfica nacional.
Eu lembro de “Carlota Joaquina” que foi o primeiro filme da “nova leva” que deveria recuperar a produção de filmes no Brasil. E eu achei uma merda. Eu lembro de “Central do Brasil”, que concorreu ao Oscar, com a Fernanda Montenegro. E eu achei uma merda. Eu assistia a esses filmes e pensava: “Isso é o que a gente tem de melhor a oferecer? Puta merda, o cinema nacional não vai engrenar nunca mesmo. Não tem lei de incentivo à cultura que dê jeito nesse bairrismo, nesse cinema de colonizados que a gente faz.”
Mas daí vieram (não em ordem cronológica): “O Homem que Copiava”, “Redentor”, “Brasília 18%”, “O Auto da Compadecida” e uma série de outros filmes que me convenceram de que alguém sabia o que estava fazendo. Filmes bons, com atores bons, enredos criativos e narrativas interessantes. Foram filmes que me fizeram mudar de opinião, e admitir que a gente sabe sim fazer cinema, pelo menos tão bom como as produções de língua inglesa.
E quando eu finalmente vi “Cidade de Deus”, eu mudei de opinião de novo. Eu decidi que nossas produções estavam muito além do que Hollywood poderia fazer. “Cidade de Deus” tinha todas as qualidades dos filmes citados no parágrafo anterior, mas mais do que isso, contava uma história que não poderia ser contada em nenhum outro lugar do mundo. Era tão próxima da gente, com personagens tão reais que era quase um documentário. Até hoje considero o filme o melhor exemplo do que o Brasil faz em cinema.
A comparação com vídeo-game não é gratuita.
“Tropa de Elite” foi o segundo filme a me comover tanto como “Cidade de Deus”. Minha personalidade naturalmente anárquica tende a me predispor contra filmes que fazem apologia á autoridade, nesse caso o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Não gosto de ver esses aparelhos repressores do estado tratados como órgãos privilegiados, com poderes acima daqueles do cidadão comum. Mas como todo bom fã de filmes violentos, eu não podia evitar dar uma olhada no filme.
O filme é um baita tapa na cara. Os roteiristas não fazem questão nenhuma de esconder que a tropa de elite realmente se considera acima da lei, e que seus membros são formados dentro dessa concepção. E eu me surpreendi em ver o filme tratando isso com tanta naturalidade. Achei honesto. Achei coisa de macho. Não tentaram esconder o lado podre da polícia, expondo os problemas comuns a todo órgão com poder demais e recursos financeiros de menos. Não tentaram justificar ou fazer julgamentos sobre a situação; simplesmente retrataram e expuseram o que acontece. Quem decide se gosta ou não gosta, se acha bom ou ruim, é o telespectador. A “novela da vida real” se estende a outros temas como o pseudo-engajamento das ongs, o uso de tóchico e dogras pelos adolescentes de classe média, os entorpecentes como veículo de financiamento do crime organizado e tudo isso que costuma aparecer na capa da Veja.
Mas o enredo não importa muito em Tropa de Elite. Não que ele seja desinteressante, mas é melhor que você não saiba antes, pra receber o filme com todo o impacto que provavelmente foi planejado pelos produtores. A narrativa segue essa tendência mais ou menos recente de contar a história de trás pra frente, e depois explodir com a cabeça do telespectador no final. Eu gosto, ajuda a prender a atenção. A vida não acontece de forma linear.
E pra você que não está muito interessado nos aspectos técnicos e nem na crítica social do filme, saiba que você vai ficar mais feliz do que pinto no lixo. Todas as minhas expectativas de violência, tiros e mortes foram plenamente preenchidas com o filme. Tudo que eu esperava está lá: o treinamento foda dos aspirantes ao Batalhão, as táticas de invasão de favelas, os confrontos com traficantes, mortes de policiais e mortes de bandidos. O melhor filme de “polícia pega ladrão” que eu já vi nos últimos anos. Em vários momentos a parada vira um vídeo-game mesmo, entretenimento puro. “Entretenimento” para quem está devidamente dessensibilizado para esse tipo de violência, lógico. Sua avó e a patrulha cor-de-rosa talvez não gostem do filme, por ser “muito violento”.
O filme tem mais presunto do que a padaria da esquina.
Tão boas como as cenas de ação, são as cenas em que se mostra o dia-a-dia da polícia e dos traficantes. É tão real e tão satisfatório de assistir que você fica puto de saber que uma hora o filme vai terminar. Fica aquela sensação de “porra, mas eu quero saber mais, eu quero ver mais da vida desses caras, eu não sabia que isso funcionava desse jeito”.
Pra completar, todos os atores são excepcionais. Se fossem todos desconhecidos, como aconteceu em “Cidade de Deus” (depois do filme todo mundo ficou famoso), seria ainda mais espetacular. O Wagner Moura está muito bom no papel de Capitão Nascimento, o cara é um ótimo ator em qualquer coisa que faz. Mas o problema é que eu não consigo olhar pro cara e não pensar no playboy da novela das 8 que come a Camila Pitanga. Seria melhor para o filme se fosse um ator desconhecido naquele papel. Mas aí, só estou reclamando porque eu sou chato mesmo.
Desentoca, vagabundo.
Em resumo: filme bom pra caralho. Tão bom que eu quis escrever sobre ele pra vocês antes de qualquer um (Desculpa, Comandante Paulo Jr. Rompi a cadeia hierárquica.). Vou assistir ao filme DE NOVO no cinema. É definitivamente o tipo de produção nacional que eu quero apoiar com o meu dinheiro.
Estava eu assistindo a segunda temporada do seriado Entourage, que mostra os bastidores de um astro em Hollywood, quando surge uma questão bastante curiosa: após fazer um filme independente, o jovem astro Vince Chase é meio que obrigado pelo seu agente a fazer o filme Aquaman, uma super produção com um cachê milionário, que Vince necessita para pagar sua nova mansão e seu dispendioso custo de vida. Assim, me lembrei que vira e mexe algum ator de prestígio, principalmente após ganhar um prêmio como o Oscar, se envolve em produções de qualidade duvidosas que somente se justificam por inflacionarem seus cachês, escolhas equivocadas do próprio ou a divulgada Maldição pós-Oscar.
O primeiro nome que me vem á mente é Nicolas Cage. Sobrinho do diretor Francis Coppola, Cage abocanhou o Oscar em 94 pelo excelente desempenho como alcoólatra em Despedida de Las Vegas. Desde então, o ator vem diversificando suas escolhas em produções menores e filmes de ação, como 60 Segundos e Com Air. No entanto, nestes últimos dois anos Cage apareceu em nada mais, nada menos do que em cinco produções: O Sol da Cada Manhã, As Torres Gêmeas, O Sacrifício, Motoqueiro Fantasma e O Vidente (que estréia agora). Em comum, todos os filmes foram mal de bilheterias, inclusive Motoqueiro Fantasma, que mesmo rendendo mais de 100 milhões de dólares nos EUA, era esperado muito mais pelo investimento no filme (também na faixa dos 100 milhões).
“Como este roteiro porcaria caiu em minhas mãos?”
O futuro de Cage ainda está atrelado a filmes comerciais como a continuação do seu último sucesso A Lenda do Tesouro Perdido, que estréia no final do ano nos Eua e por aqui em janeiro. Mas ainda em 2008 Cage terá a chance de se redimir no drama Amarillo Slim, do excelente diretor Milos Forman, de Amadeus e O Estranho no Ninho.
Outro exemplo fácil de encontrar é o ator Cuba Gooding Jr., que ganhou o Oscar de ator coadjuvante por Jerry Maguire (da famosa cena “Show me the Money”). Depois do prêmio, Cuba ainda se envolveu em produções como Homens de Honra, com Robert De Niro. No entanto, nos últimos anos encontra-se o ator fazendo filmes de ação de segunda categoria, como End Game e Dirty (lançados diretamente me dvd) e nas comédias idiotas americanas como Norbit e na continuação de A Creche do Papai, que irá estrear nos cinemas (a princípio) com o título Acampamento do Papai, fracasso de bilheteria nos Eua. Imaginem a qualidade do filme.
Bom ator? dúvidas…
Contudo, esta situação não se restringe somente aos atores. Atrizes de renomado talento se perdem em produções de pouco reconhecimento, como Marisa Tomei, que ganhou o prêmio de atriz coadjuvante por Meu Primo Vinny (alguém ainda lembra deste filme?). Mesmo a bi-oscarizada Hilary Swank, que a cada Oscar ganho faz produções como O Núcleo e A Colheita do Mal. Porém, atriz que me chama a atenção pelas más escolhas é Halle Berry. De talento inegável (quem viu A Última Ceia pode notar), vem optando por produções de grandes estúdios, como a cinessérie X-Men e 007, ou ainda produções constrangedoras como Mulher-Gato, Na Companhia do Medo e o recente A Estranha Perfeita. A atriz ainda não conseguiu encaixar um filme decente desde seu merecido Oscar. Com certeza isto deve estar preocupando seu agente e a própria atriz.
Uma foto menos formal
De concreto, fica-se com impressão da difícil tarefa que deve ser escolher um filme somente pelo roteiro, ou mesmo argumento, sem saber direito quem deve ser o diretor ou os demais atores do elenco. Mas nota-se que sempre que um ator se destaca por uma interpretação num filme menor, inegavelmente seu agente ou empresário deve forçá-lo a aceitar o convite de algum produtor de Hollywood para aumentar o cachê do mesmo, independente do filme. Por vocês que atores se venderam por um ótimo cachê em um filme ruim?
Tá com o seu celular aí perto? Tá? Então joga ele pela janela.
Veja o pôster de One Missed Call e depois vai trocar de calça porque eu sei que você vai ficar com medo.
Alô, é do açougue?
One Missed Call é mais um dos desses remakes de terror oriental. Na história, diversas pessoas recebem mensagens em seus telefones, ligações dizendo que elas vão morrer e ainda sendo informadas de quando, como e onde isso vai acontecer que é pra se ninguém se desencontrar. Aí você me diz que é um filme bobo, já que alguém pode pegar uma lista telefônica e fazer a mesma palhaçada.
Esqueci de contar um detalhe: as ligações são feitas pelos próprios futuros defuntos.
Aí segue a história da gostosa que testemunha o fenômeno e conta pra todo mundo que acaba achando que ela é louca e por aí vai.
One Missed Call estréia dia 04/01/2008 lá fora e aqui só Deus sabe.
Tá certo, imagine um filme sobre gângsters. Isso, tipo aqueles filmes do Al Pacino, mesmo. Com aqueles chapéus, os ternos, os caras andando juntos de um jeito esquisito, um chefão traiçoeiro que mata os subordinados que falham em suas missões e metralhadoras, sabe? Pois então, um troço desses com um diretor bom provavelmente já seria o bastante pra você terminar de assistir e dizer “puxa, que filme do CARÁIO, véi!”. Mas Bugsy Malone, lançado no Brasil sob o maravilhoso título “Quando as Metralhadoras Cospem”, não é só isso. Imagine a mesma situação descrita acima, agora, só que protagonizada por CRIANÇAS. Exatamente, crianças, aquelas coisas que parecem adultos, só que menores. E, claro, pra deixar a coisa ainda melhor, troque as pistolas por tortas! Aí sim o bagulho pira, rapaz!
O filme é de 1976, escrito e dirigido por Alan Parker. A história gira em torno da briga entre dois gangsters rivais – Fat Sam e Dandy Dan – e seus respectivos capangas. Em plena Chicago do final dos anos 20, as coisas vão mal para Sam, enquanto seu rival, por outro lado, parece crescer cada vez mais desde que sua gangue se armou com metralhadoras (que também atiram creme de torta). Aparentemente, sua única salvação está nas mãos de Bugsy Malone, um malandro daqueles que tapeiam geral, arrumando pilantragem até pra sair do boteco sem pagar o cafezinho. O cara resolve ajudar o velh… novo Sam a proteger seu negócio da gangue de Dandy Dan, mas acaba se apaixonando por Blousey Brown, uma cantora do bar do gordinho. Claro, a trama não estaria completa se a “moça perigosa” não quisesse laçar o protagonista também. E é aí que entra Tallulah, personagem de Jodie Foster, quando a menina tinha lá seus catorze anos. O final da confusão toda? Bom, isso você só descobrirá assistindo o filme, homem! Ce quer o quê? Que eu mastigue sua comida, agora, também?
É, véi, é a Jodie Foster, sim.
Recomendo bastante o filme. É um dos melhores exemplos do mundo de como se pode tratar de assuntos bem adultos, como o crime (os próprios protagonistas são desde picaretas até mafiosos), o jogo da sedução (muito bem trabalhado, aliás, por parte da Tallulah), a morte – nesse caso, sem apelar pra violência: quem é atingido por uma torta ou pelo creme das metralhadoras simplesmente “some” do filme, como se tivesse, de fato, morrido – e muitas outras coisas sob um ponto de vista infantil. É o tipo de filme que pode ser visto ao mesmo tempo por uma criança e por um adulto e soar igualmente interessante e esclarecedor pros dois, apesar de o foco ser diferente pra cada um. Alan Parker realmente fez um trabalho de gênio nessa obra-prima.
Outro ponto interessantíssimo são as músicas. Bugsy Malone tem todo aquele feeling dos musicais antigos, mas sem acabar se tornando uma coisa chata. Pérolas maravilhosas como “Bad Guys”, “My Name is Tallulah” e “Fat Sam’s Grand Slam” dão um colorido adicional ao filme, nas vozes de adultos (o que aumentou ainda mais o feeling de filme clássico de gangsters nas canções). Eu, particularmente, aconselho atenção especial na música “So You Wanna Be a Boxer”. Ficou do caralho, sinceramente!
Aconselho que você veja esse filme assim que possível. Aliás, veja o filme hoje.
…melhor ainda, veja o filme AGORA, ou você aparecerá boiando no lago com duas tortas no peito, capiche?
Posso estar escrevendo no calor do momento, mas acredito que não vi filme tão engraçado como LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS (onde eles tiram estes títulos?) este ano. Me agrada muito este estilo de comédia mais humana, onde se ri do protagonista, normalmente nerd ou um típico “loser”, no entanto, o roteiro da trama o faz tão carismático que é impossível não simpatizar com os problemas e desafios do mesmo.
Aqui, Ben (Seth Rogen, ótimo), um típico nerd americano que mora com os amigos (obviamente, uma turma bastante excêntrica), se encontra com Alison (a bela Katherine Heigl, de Grey’s Anatomy), repórter recém promovida à apresentadora do canal E! (inclusive, no início surge o apresentador Ryan Seacrest fazendo piada sobre os jovens talentos), numa boate. Alison já bêbada passa a noite curtindo Ben, depois da saída espicham a noite até a casa de Alison, e durante o bem bom, Ben abre mão da camisinha sendo que semanas depois vem o resultado: gravidez.
Mesmo que em momento algum Alison pense em aborto, o que não seria nada anormal visto a maneira como ocorreu e com a pessoa de Ben (da qual Alison se arrepende na manhã seguinte, numa cena hilária), LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS acerta na maneira como retrata este impasse tão atual: jovens imaturos e despreparados enfrentando uma gravidez indesejada e, ainda, com uma pessoa desconhecida. Além da relação que nasce desta gravidez entre Alison e Ben, também o filme retrata o casamento de Debbie (Leslie Mann, mulher do diretor Judd Apatow), irmã de Alison, e Pete (Paul Rudd, ótimo), que mesmo casados há mais tempo, inclusive com duas filhas, enfrentam problemas de relacionamento.
“A Bela e o Nerd”
Na verdade, o roteiro de Judd Apatow, responsável pelo ótimo O Virgem de 40, constrói personagens e diversas situações que demonstram o quanto a geração dos vinte e poucos anos está despreparada para assumir responsabilidades sérias como casamento e filhos, por serem egoístas e infantis em demasia. Pode parecer um tema sério, mas LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS sabe dosar as situações dramáticas criando diversas seqüências cômicas e com participações de atores como Steve Carrell, James Franco, Eva Mendes e do diretor Harold Ramis. O filme somente não precisava abusar da metragem de mais de duas horas, que para uma comédia fica acima do suficiente.
Foi divulgado o candidato brasileiro que tentará uma vaga entre os cinco finalistas ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2008. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias foi o filme escolhido pelo comissão formada por cineastas e críticos. Os demais candidatos eram Tropa de Elite (era o favorito, estréia em 12/10 nos cinemas), O Cheiro do Ralo (disponível em dvd), Batismo de Sangue (disponível em dvd), Antônia – O Filme (disponível em dvd), O Ceú de Suely (disponível em dvd) e Saneamento Básico – O Filme (ainda em cartaz nos cinemas).
Na minha opnião a escolha é óbvia e bem arquitetada para tentar uma vaga entre os cinco indicados (no total são mais de 100 filmes), pois O Ano em que… é um filme com temática social e política (se passa durante a Ditadura), com a narrativa de um menino (a Academia adora filmes com crianças) e o relacionamento deste menino com um velho judeu ortodoxo (em sua maioria os votantes são pessoas mais velhas e judias). Mesmo não sendo meu predileto (Tropa de Elite é muito violento para os “velhinhos”), o filme de Cao Hamburger possui uma carreira internacional bastante reconhecida e é um filme muito bom, confiram e torçam pelo cinema nacional.
Punisher: War Zone, a terceira tentativa de fazer o motherfucker Frank Castle engrenar nas telonas definiu mais dois atores em seu elenco.
Dominic West (300) será Retalho, um dos maiores inimigos do Justiceiro, que é um assassino que tem o rosto completamente cortado e depois costurado, formando essa coisa bonitinha aí embaixo.
Já Wayne Knight (Seinfeld) será Microchip, fornecedor de armas e confidente, papel que pela primeira vez tirará de Knight o estigma de gordinho que tinha o lanche roubado na escola.
Ray Stevenson (Roma) será o Justiceiro. O filme conta também com Dash Mihok, Colin Salmon e Doug Hutchinson. As filmagens começam no fim deste mês e a estréia está prevista para 2009.