Lembram que na semana passada eu tava falando sobre a encheção de saco que são esses jogos enormes que ficam fazendo a gente gastar tempo com coisas irrelevantes ao invés de ir logo aos finalmentes? Lembram que eu fiz uma coluna inteira sobre isso? Então, taí o resumo da coluna toda:
Vocês me matam desse jeito. Sério.
Coisas que eu odeio nos games pt.6
Eu vejo você. Eu vejo seus olhos cobiçosos lendo essas linhas mal-traçadas e se perguntando, enquanto rói suas unhas: “Ohmeudeus, qual será o tema gamístico de hoje? Sobre qual tópico escuso e maldito o Atillah vai jogar sua bile rançosa e extremamente coerente? Será que eu vou rir? Será que eu vou chorar? Do que ele vai reclamar?”
Ora, vou reclamar de VOCÊS, é claro:
Nintendistas e Sonystas devem morrer
Sim, depois de falar tanto de hardware e software, chegou a hora de colocar O SEU CU na reta dessa coluna, trazendo à luz o verdadeiro bando de motherfuckers que vocês são.
Um dos maiores problemas dos vídeo-games não está nos jogos ou nos consoles em si, mas na parte humana, nos jogadores. Sabem o que eu mais odeio? Xiitas. Sim, aquele bando de gamers mal-comidos que defendem um console até a morte como se fosse a virgindade da sua mãe.
“mimimi Drímquestchi é o melhor vídeo-game DO MUNDO tá??//”
É dificil imaginar uma coisa mais idiota do que defender um pedaço de prástico em detrimento de outros pedaços de prástico. Porque no fim das contas é só isso que os fãs de consoles fazem: venerar pedaços de prástico que esquentam demais e eventualmente explodem sua casa. Tá bom, eu sei que o X360 não faz mais isso depois da placa Falcon, mas vocês entenderam.
Veja, não existe nada de errado em você ter um ou dois consoles prediletos, entre as tantas opções que já passaram pelas nossas mãos desde Odissey e Atari. Eu mesmo continuo grande apreciador do Super Nintendo até hoje, mantendo emuladores do mesmo em meus consoles atuais para aquela jogadinha marota de Rock’n Roll Racing de vez em quando. O problema é quando você decide estupidamente que o Super Nintendo é o MELHOR CONSOLE DO MUNDO e que nunca nada vai conseguir superá-lo. É no mínimo um desrespeito com a ciência como um todo, que se esforça para produzir processadores menores e mais poderosos, com o intuito de enfiar mais gráficos e velocidades nessas maravilhosas caixinhas de prástico que renderizam peitos e bundas.
Se você não respeita a ciência, pelo menos respeite os peitos e as bundas.
Gostar do passado não deveria ser impeditivo para você gostar também do presente, e dos consoles atuais. Reconheça as qualidades de cada um e tire o melhor dos dois mundos. É só um pedaço de prástico, que pode vir na forma de um Dreamcast, um Nintendo DS ou um Playstation 3. Não interessa o formato do prástico, mas sim a diversão que ele pode proporcionar.
Q
Mas fãs de consoles são a forma light de idiotice, porque ainda existe a versão full da imbecilidade: fãs hardcore de MARCAS. Sim, estamos falando dos sonystas e nintendistas. É hilário que os próprios fãs se auto-denominem como “nintendistas” por exemplo, como se isso fosse uma qualidade, ou como se fosse um time para o qual você torcesse. Filho, Nintendo é só uma empresa que tá aí pra fazer uma grana, pagar dividendos aos seus acionistas e tentar crescer o máximo que der. Aliás, é público e notório que a poderosa Nintendo quase perdeu suas cuecas depois do Nintendo 64 e do Game Cube, que não tiveram fôlego pra encarar o Playstation. Se não fosse o Nintendo DS e os royalties gerados pelos vergonhosos relançamentos do Game Boy Advance, ela quase segue o caminho da SEGA que, se vocês lembram, também já foi um grande fabricante de consoles. E com fãs igualmente imbecis que ficaram chupando o dedo depois do Dreamcast.
Mas então, a Nintendo; por acaso o negócio deles é vídeo-game, mas isso não significa que eles gostam especialmente de você só porque você é um jogador hardcore e compra tudo que sai desde o Nintendo 8 bits. Aliás, ultimamente temos visto que a Nintendo gosta MAIS de quem NÃO é jogador, já que estes são os novos consumidores a serem conquistados. O enorme mercado dos casual gamers. Você aí que já é nintendista, provavelmente vai comprar qualquer merda que a empresa lançar. Você não requer esforço nenhum. Você é cego para os defeitos da Nintendo, e está disposto a perdoar qualquer merda que ela fizer. Você é tipo mulher de malandro, que gosta de apanhar e continua com o cara na razão direta de quantos dentes seus ele arranca na porrada.
Foto: vocês
E é evidente que tudo isso aí se aplica aos sonystas, da mesma forma. E aos fãs da Microsoft. E aos defensores xiitas de QUALQUER marca, que esquecem que aquilo é só isso: uma marca; sujeita a todas as merdas que qualquer empresa faz por estar num mercado altamente competitivo que é o ramo do entretenimento.
A escolha e defesa de um console não devem ser feitas por afinidade com a marca, porque só o fato de ter afinidade com uma marca já é meio retardado. Como você pode ter afinidade com uma empresa? Você tem afinidade com pessoas ou, sei lá, com um cachorro que goste de mijar no mesmo poste que você, quando você volta bêbado de madrugada. Mas como é possível ter afinidade com uma COISA? Com um conglomerado de edifícios onde milhares de pessoas trabalham vendendo um produto? Isso é loucura, porra. Cê é doente e deveria ser internado.
Portanto, qualquer discussão sobre qual console ou empresa é melhor sempre é de conclusão transitória e temporária. Um console ou empresa podem se destacar num certo momento, mas tudo pode mudar no decorrer do período. Por exemplo, já faz quase um ano que eu indico o X360 como a melhor compra da geração atual. Mas não digo isso por ser fã da microsoft ou do console. Porra, eu odeio o sistema operacional da Microsoft e mesmo assim uso ele todo dia. E eu nunca tive o primeiro X-Box. Que se foda. Na atual conjuntura econômica e vídeo-gamística, X360 ainda é a melhor compra para o harcore gamer, por ser mais poderoso e com jogos de mais qualidade que o Wii, e por custar mais barato e ter uma biblioteca maior do que o PS3. São motivos objetivos para indicar sua compra, ao invés de dizer “Ah cara, compra o X360 porque a Nintendo é uma merda e só faz jogo de criança”. Ou “Porra, cê vai comprar o PS3? Mas a Sony é mó empresa mercenária cara!!”
E qual empresa não é mercenária? Noob.
Você se considera um gamer? Você quer que os vídeo-games melhorem? Ótimo. Faça escolhas racionais, avalie os consoles de maneira objetiva, meça as merdas que cada empresa faz e o quanto elas deixam seus consumidores de lado, e daí tome uma decisão de compra. Pare de ser um “ista” e torne-se um consumidor consciente, que troca de empresa como troca de roupa. O gamer que não tem amor por nenhuma empresa é o melhor tipo de gamer, porque ajuda a tirar do mercado aquelas empresas que pisam na bola com frequência. Empresas não são pessoas, e não merecem segunda chance quando cagam no pau. Da mesma forma, não existe um motivo para deixar de voltar a consumir o produto quando a empresa retoma suas diretivas de qualidade. Tire proveito do mercado, ao invés de deixar que ele se aproveite de você.
Na mosca Tchulanguero. Tá ficando cada vez mais difícil dar uma jogadinha rápida e malemolente. Nem os jogos de luta se salvam mais. Estou prevendo que o próximo TETRIS vai ter história também, com vídeos de tela cheia e tudo o mais.
Coisas que eu odeio nos games pt.5
Como eu anunciei na semana passada, após breve pausa retornamos agora a essa epopéia reclamadorística, onde cobriremos todos os aspectos possíveis e imagináveis que possam nos irritar nos jogos. Quando assumi essa tarefa eu não tinha idéia do tamanho da roubada, mas hei de persistir e exaurir todos os momentos e lances gamísticos que fazem meu ovo esquerdo doer e quase abandonar essa tão proveitosa atividade que é jogar vídeo-game. E vocês lerão tudo, e sentirão as mesmas dores que eu. E vocês também quase pensarão em largar o vício, mas então, deste momento crítico, nascerá o amor verdadeiro pelos jogos: quando você olha para o seu console objeto de afeto e pensa “você é uma merda, mas EU TE AMO VÍDEO-GAME”.
Porque o amor é brega, e a quem ama o feio, bonito este lhe parece. Pergunta pra sua mãe se ela te acha feio. Mas vamos ao nosso tema de hoje:
100 HORAS/100 SACO
Sabem, há muito tempo atrás, numa década distante de 80, vídeo-game era coisa de criança. Acho que foi assim até mais ou menos o fim da vida do Super Nintendo e do Saturn, lá pelo meio da década de 90. Naquela época os jogos eram majoritariamente coloridos e meio viadinhos de uma forma geral. Acho que a coisa mais violenta e adulta que existia era a calcinha da Chun-li.
Sério. Violenta. Ela era tão gostosa que chegava a doer em mim.
Já perdi o foco. Puta merda, é só ver uma calcinha que eu esqueço o que tô fazendo.
Mas enfim, creio que com o advento do Playstation no mercado brasileiro, pudemos contar com coisas um pouco mais maduras, o que já acontecia nos computadores há muito tempo com jogos como The 7th Guest.
Crássico
E gradualmente os vídeo-games passaram a ser apreciados também pela massa mais adulta, que agora podia contar com diliçinhas como Resident Evil, Silent Hill e Mortal Kombat em toda sua glória psicótica, rubra e sem noção. Não necessariamente nesta ordem.
Pues, eis que de repente os vídeo-games deixaram de ser atividade apenas de crianças vagabundas comedoras de Trakinas com Quick de morango, e se tornaram também maneira de fazer seus tios e primos perderem tempo em frente à tela.
Aonde eu quero chegar com isso? Boa pergunta champs. Achou que eu tinha me perdido né?
Foto: Chun-li
Do que a gente tava falando mesmo?
Ah, sim, eu falava que: desejo morte a todos os desenvolvedores que ainda não se ligaram que vários dos jogadores hoje em dia são ADULTOS, que precisam fazer outras coisas da vida como trabalhar, dormir, fazer churrasco e tomar cerveja. E, portanto, gostaria que parassem de fazer jogos com 100 horas de jogo. É claro que estou falando de Final Fantasy XII, o maldito jogo que eu NUNCA vou terminar na vida.
Quem acompanha essa coluna há alguns meses já sacou que eu pago pau pra Square e pra série Final Fantasy de uma forma geral. Mas véi, eu ODEIO o fato de lançarem um jogo da série que eu nunca vou conseguir terminar. Como pode as coisas chegarem a esse ponto? Um FÃ da série não consegue achar tempo pra terminar um jogo que adora. Isso não é só frustrante como também começa a te deixar com um pouco de raiva da empresa que você costumava apreciar.
Porque, convenhamos: FFXII é um jogo que caberia muito bem em umas… 30 horas. Assim como a maioria dos jogos de 50 horas caberiam numas… 10 horas. Sério. Pega qualquer RPG como Final Fantasy e Zelda, desconta o tempo que você fica FUCKING andando perdido de um lado pro outro, ou fazendo quests de voltar nos mesmos lugares trocentas vezes e o que sobra? Umas 2 horas de vídeozinhos, umas 4 de diálogos e uns… 37 minutos de jogo concreto.
Eu tenho mais de 70 horas de jogo em Final Fantasy XII, e quando eu tento lembrar de onde gastei essas horas, só consigo visualizar o meu grupo de personagens andando de um lado pro outro, muitas vezes indo e voltando pelos mesmos lugares pra ganhar experiência e entrar numa área um pouco mais adiante. Entra na nova área e repete tudo de novo. Soma aí mais várias dezenas de minutos gastos nos menus, pensando em estratégias para os gambits. Compra equipamento novo nos shops, testa equipamento, muda magia, etc, etc DOR NO MEU OVO ESQUERDO.
Isso é RPG ou Xadrez?
Eu sei que isso faz parte do jogo, e que é a espinha dorsal do que define um RPG. Mas não consigo deixar de ficar meio puto por gastar HORAS repetindo ad nauseum as mesmas atividades de ficar mexendo em menus e exterminando os mesmos bichos. Aliás, existe uma expressão em inglês pra isso: level grinding; quando você gasta tempo melhorando seus personagens pra poder avançar nas barreiras invisíveis do jogo. É uma atividade redundante, porque o jogo deveria ser ajustado para que você fluísse através dele, sem precisar parar em certos segmentos só pra ficar mais “poderoso”. É perda de tempo, é sinal de jogo mal-planejado. Ou intencionalmente programado de forma a estender artificialmente as horas de jogo.
Além do mais, me digam o que tem de TÃO errado num jogo curto? O que vocês preferem: um jogo de 100 horas das quais 70 horas são encheção de lingüiça ou um jogo de 15 horas de pura diversão? Sério cara, qualé a dificuldade em fazer as contas? Com menos encheção de lingüiça, teríamos menos tempo em desenvolvimento e conseqüente menor ocupação dos funcionários das empresas desenvolvedoras. O que redundaria inclusive em preços menores nos jogos. Acho que é do interesse de todos nós que a encheção de lingüiça seja abolida.
Jesuisdoceu, eu tava relendo minhas últimas colunas e vi que eu reclamei TANTO no último mês que nem parece mais que eu jogo vídeo-game, só reclamo. Então para dar uma aliviada temporária vou fazer a coluna de hoje com a tradicional e relevante cobertura do que eu estou jogando atualmente.
Wario Land: Shake It (Wii)
Eu confesso que nem ia jogar Wario Land, porque eu dei uma olhada numas screenshots da preview e tinha cara de jogo velho. E, como vocês devem saber, eu não sou muito fã de jogo velho em console novo. Acho um passo atrás. Eu vejo com péssimos olhos esse hábito de ficarem relançando todas as porcarias antigas no wiiware, acho isso um caça-níquel do caralho. E me irrita pra cacete achar que estão lançando MAIS JOGOS no wiiware do que jogos novos. Será que tá tão dificil assim fazer jogos decentes pro Wii?
Mas daí o Wario Land me cativou na campanha publicitária, que acho que foi uma das mais criativas que vi nos últimos tempos:
Esse tipo de coisa me deixa muito feliz, porque é a Nintendo fazendo o que faz melhor: gerar diversão a partir de coisas simples. A propaganda era despretensiosa mas extremamente divertida, então senti um Super Mario World vibrations ali, e resolvi dar uma chance.
Me deparei com um jogo muito bem-acabado e polido, que funciona redondinho e é diversão do começo ao fim. Wario Land tem todas as qualidade de um jogo que você começa e não consegue largar até chegar ao fim. As fases são curtinhas e passam muito rápido, mas também podem ser exploradas exaustivamente, dependendo do estilo do jogador. Gosto disso, desse lance de o jogo se adaptar ao estilo de quem joga; normalmente é sinal de respeito com o jogador e de muito tempo em desenvolvimento.
Mas o principal é que o jogo é DIVERTIDO. A história é altamente boba, na linha de todas os enredos que envolvem Wario, mas não atrapalha o jogo nem te cansa. E ainda por cima gera umas risadas devido às imbecilidades que rolam na tela. É um lance meio Trapalhões e tal: você ri porque é bobo. Mas o personagem sempre foi carismático, e é interessante jogar com um anti-herói de vez em quando.
E, a maior qualidade de Wario Land é o seu controle. Embora ele seja jogado com o wiimote na horizontal (totalmente oldschool) ele incorpora de forma muito inteligente os sensores de movimento do controle. Eu acho um tesão que você possa simplesmente girar o wiimote na mão intuitivamente pra mirar o bicho que você vai atirar. Isso é uso coerente das capacidades do wiimote: todos os novos movimentos são intuitivos e naturais, a tecnologia não se coloca no caminho da sua diversão, só incrementa ela.
Wario Land é uma aula de como fazer jogo oldschool no Wii. Ponto pra Nintendo de novo.
Ninjatown (Nintendo DS)
Taí outro jogo que eu não tava botando muita fé, porque tava me cheirando a N+. Jogo de tower defense com gráficos muito simples? Tá com cara de port de jogo em flash.
Bom, os gráficos e a história são mesmo uma bosta em Ninjatown, e eu continuo achando que os desenvolvedores se esforçam pouco com os jogos do DS. Porra, imagina que você é um desenvolvedor e tem um puta jogo divertido na mão; se você fizer um pouco de esforço pra deixar ele mais bonito ou com um som legal, você não vai lançar só um jogo, você lança um CRÁSSICO (lembram de Actraiser?). Mais esforço, desenvolvedores.
De qualquer forma, devo reconhecer que Ninjatown é totalmente excelente no quesito diversão. Esses jogos de tower defense são viciantes mesmo, e volta e meio eu perco horas com algum jogo desses na internet. Poder associar essa característica altamente viciante com o conforto de levar o jogo pra qualquer lugar no DS é quase perigoso à saúde. É sério. Eu já passo tempo demais jogando no banheiro, daqui a pouco vou ter hemorróidas. Daqui a pouco vou ter gangrena na perna. É foda quando amortece a perna com você sentado na privada.
Embora Ninjatown siga a fórmula básica dos jogos tower defense, ele aplicou alguns conceitos novos, incorporando inclusive o microfone do DS como recurso para atacar as unidades invasoras. Os upgrades das unidades de defesa funcionam bem e são complementados por poderes especiais, que vão surgindo com o avanço das fases. Esse, aliás, é um grande trunfo do jogo, sempre te estimulando a jogar mais com novos upgrades e poderes para as unidades de defesa. Também nem preciso dizer do conforto que é poder contar com a tela de toque do NDS, que é perfeita pra jogos desse estilo.
Concluindo: Ninjatown é um jogo simples, talvez simples demais pro meu gosto. Mas funciona muito bem no NDS e é diversão sem burocracia.
Midnight Club: L.A. Remix (Playstation Portable)
Deixei o melhor pro final. Vocês já sabem como eu pago pau pra Midnight Club no PS2, sendo que AINDA estou jogando esse troço, alternando com saudáveis doses de Burnout de vez em quando.
Já teve outro Midnight Club pro PSP, mas o loadings eram insuportáveis. Não estou exagerando quando digo que você passava mais tempo vendo tela de loading do que jogando. Era pesado demais pro PSP.
Peguei L.A. Remix com o mesmo receio, porque me parecia que só poderiam acontecer duas coisas: ou o jogo seria de novo pesado demais e os loadings encheriam o saco o suficiente pra me fazer largar do jogo; ou os caras cortariam muita coisa do jogo pra deixá-lo mais leve e diminuir os tempos de carregamento. Qualquer opção seria uma merda.
Errei e errei. Ainda bem. L.A. Remix é, sem dúvida nenhuma, o melhor jogo de corrida no PSP. Os gráficos são lindos, quase no nível do PS2 e a jogabilidade é perfeita, muito além de qualquer expectativa que eu tinha com o analógico tosco do PSP. Os controles foram mapeados de forma inteligente, e até mesmo trocar a música no meio de uma corrida é fácil de ser feito e não atrapalha o a sua performance.
A curva de aprendizagem é muito boa também, com as corridas aumentando gradativamente de dificuldade enquanto você vai pegando carros melhores e, mais importante, se acostumando com os controles do PSP. O jogo não te enche de grana, então as corridas são difíceis caso você não seja prevenido o suficiente pra guardar dinheiro para os totalmente necessários upgrades de desempenho do carro.
Lógico que a escolha de veículos é um pouco limitada, mas pelo menos são todos carros licenciados da “vida real” e eu sempre preferi jogar com os Camaros e os Nissans do que com modelos genéricos de carros (como acontece em Burnout). Os modelos dos veículos estão muito bem-feitos, principalmente na parte de tuning. Os caras enfiaram um leque enorme de opções para você personalizar seus carros, é impressionante.
Mas impressionante mesmo é o nível de detalhe que conseguiram comprimir no UMD do jogo. Cada carro tem suas peculiaridades, e as diferenças não são só visuais. Um Camaro ou um Dodge mal-tunados vão mesmo rabear feito loucos na pista, caso você não saiba controlar o bicho. Ao mesmo tempo, um Nissan ou um Golf são totalmente confiáveis e fáceis de controlar. Ficou muito realista e a satisfação de poder sentir isso num jogo de PSP é algo que ainda justifica a compra e posse do portátil da Sony. Ainda bem que a Rockstar continua sendo um desenvolvedor totalmente confiável. Estou colocando a Rockstar ao lado da Blizzard e da Square Enix graças ao que tenho visto nos Midnight Club.
Bom, é isso que ando jogando. Fim de ano sempre é uma época boa pra ser jogador, graças às opções que vão aumentando devido à proximidade do Natal. Então você já sabe: pára de ler sobre jogo e vai JOGAR MAIS, motherfucker NOOB (fiquei sabendo no Censo AOE que vocês não gostam de ser chamados de “noobs”, NOOBS).
Na semana que passou tivemos tantos comentários brilhantes que ficou até difícil escolher só um. Vamos aos DOIS comentários mais geniais da semana então:
Boa Bel. Bel Boa. A Bel é prata da casa e, apesar de dizer nos seus textos que não curte levar atrás, aqui no cantinho do Huno o álcool entra e a verdade sai.
E depois o Red, dando uma aula de como fazer um comentário tosco e mentiroso, porém engraçado.
Orra véi, ri pra caralho. Red, cê é um ogro: parabéns.
Coisas que eu odeio nos games pt.4
Cês acreditam que já faz um mês que eu só tô reclamando dos jogos? Porra, é muita acidez nervosa pra uma coluna só. Vamos fazer o seguinte: na semana que vem dou uma pausa com o Jogando e Ficando Puto, abordo um tema diferente e depois volto de novo à carga na outra semana. É tanta coisa pra reclamar que eu não consigo largar do tema em definitivo. Nosso tema de hoje é:
MUITA HISTÓRIA, POUCO JOGO
Quer história vai ler um livro?
Eu adoro RPGs, Sério mesmo, eu jogo qualquer coisa de rpg que aparecer pela frente. Eu não sei exatamente o que me atrai para esse gênero específico, mas tem algo a ver com poder desenvolver os personagens ao longo do tempo, participar de caçadas e matanças de monstros épicos, descobrir itens cada vez melhores e, principalmente, poder participar de uma história bem contada.
É claro que nem todo RPG conta uma boa história, mas é o gênero onde você tem mais chances de encontrar uma história envolvente ao mesmo tempo em que está jogando vídeo-game. É mais vantajoso que ler a mesma historinha num livro, por exemplo. Você participa e faz a história avançar. E nos melhores RPGs você tem até o poder de decidir como a história vai se desenvolver. Um dos melhores exemplos disso é Chrono Trigger, com seus vários finais. Um ótimo RPG, porque te faz voltar a jogá-lo depois de terminado, só pra você ver quais são os outros finais.
Mas o ponto de hoje é justamente este: historinhas deveriam ser coisas confinadas aos RPGs. Se tem um lance que me deixa muito puto é quando um jogo INSISTE em emendar um arremedo de história num jogo que poderia passar muito bem sem ela.
NFS só tem enredo de bosta, aí eles apelam pra mulher gostosa. Por mim tudo bem.
Imediatamente me vêm à cabeça a série Need for Speed. Sempre uma história completamente débil mental TENTANDO acompanhar o jogo. Aí acontece aquela coisa clássica de você simplesmente ficar apertando o start e o x pra ver se pula tudo de uma vez. Caralho, pensem comigo: qual é a sua expectativa quando você pega um jogo como Need for Speed? O NOME do jogo é “Necessidade de Velocidade”, e daí você lá, louco pra enfiar o dedo no botão do acelerador e estourar todos os nitros possíveis, fazer drifts que vão quase te jogar pra fora da tela e explodir seu carro, fugir da puliça e achar todas rampas do jogo que vão te lançar voando sobre os oponentes… resumindo: tocar o horror e rodar adrenalina pelo sistema.
Aí não rola nada disso. Cê liga o jogo e além de ficar aguentando tela de loading, ainda tem que ficar vendo tela de historinha. E historinhas totalmente clichê, com roteiros mal-chupados de filmes como “Velozes e Furiosos” ainda por cima.
Putaqueospariu Electronic Arts, pára de tentar contar história, por favor. Tentem fazer como Gran Turismo, que nunca teve PORRA NENHUMA de história, mas continua sendo o melhor simulador de direção que existe.
Mas tem coisa pior. Peguem Tekken, por exemplo. Sempre achei Tekken um ótimo jogo de luta, fácil de começar mas difícil de dominar. Lutas rápidas, cenários e lutadores bem-feitos, enfim, um primor de jogo pra quem gosta de baixar o sarrafo num oponente. Mas aí tu vai lá e vê aquela BOSTA FUMEGANTE que é o modo Tekken Force, onde os caras quiseram criar um história pra você ir seguindo com o personagem. Aquilo ficou muito ruim. A história não serve, os cenários não servem e tosquíssimo modo de luta beat em’ up ficou a coisa mais horrível do mundo. E os caras colocaram aquilo desde Tekken 3, se bem me lembro.
Force Mode é um saco
Mas ainda tem coisa pior do que historinhas num jogo onde você não queria ver historinha: historinhas que não dá pra pular. Porra, essas são de matar.
Por que, você sabe, tem horas que a gente só quer dar uma jogadinha esperta, pegar o joystick, desligar o cérebro, tocar um foda-se em perder um tempinho com seu vídeo-game preferido. Não tem coisa mais desrespeitosa com o jogador do que OBRIGAR ele a assistir uma bosta duma historinha que não faz diferença nenhuma no jogo. Você está efetivamente comendo o tempo do jogador com algo que ele não quer fazer. Custa botar uma opção pra pular as cenas ou filminhos ao toque de um botão? Porra, não pode ser tão dificil.
Bônus irritação:Cenas de execução de magias que não dá pra pular. Extremamente irritante você ter que aguentar as mesmas longas cenas a cada vez que executa a porra da magia. Estou falando de você Final Fantasy VIII.
Mas o pior de todos mesmo é Metal Gear Solid. Não me entendam mal, eu sempre curti MGS, principalmente por causa da história. Eu acho que o Hideo Kojima criou um universo muito lôco, que funciona perfeitamente com o estilo de jogo de ação tática. Mas caralho, quando cê fica quase uma hora apertando botão x pra passar CADA DIÁLOGO dos personagens, isso é algo que faz você perder um pouco do amor pelo jogo sabe? Lembram do Metal Gear 3 com quase uma hora de história só para o jogo começar? Pelamor, isso é abuso sexual da minha paciência.
Quer ler um livro vai jogar vídeo-game
Desenvolvedores, duas dicas espertas pra vocês: botão de pause e botão de pular cena. Sério, não façam a gente perder mais tempo do que já perdemos com as telas de loading.
Motherfuckers desgraçados, o comentário relevante desta semana me trouxe um sorriso aos lábios maior do que o normal:
Inicialmente, só enfiei o comentário da Lorena aqui por dois motivos: 1) Pelo jeito ela é gostosa e 2) Ela parece ser BEM gostosa. Mas aí descobri que a garota toca com toda raça e pujança um site sobre World of Warcraft, e meu respeito pela menina triplicou. Agora sim essa merda de coluna tá atraindo os leitores que interessam (heh).
Coisas que eu odeio nos games pt.3
Muito bem. Certas coisas acontecem nos bastidores desse grandioso site e vocês nem ficam sabendo. Por exemplo, já faz semanas que eu tento convencer a Bel a escrever sobre um assunto aí no quadro dela. Mas como ela é uma menina recatada, ela se recusa. Então, como eu acho que o tema é muito relevante pra todos vocês, eu resolvi abordar o assunto neste gracioso espaço semanal. Hoje, contra todas as expectativas, falaremos de:
SEXO ANAL
Zoei
Mas é claro que nós falaremos disso nos games. Ou cês acham que eu manjo alguma coisa de dar a bunda? Se é isso que vocês querem, leiam o Morróida, que aliás não tem esse nome à toa.
“Mas como o sexo anal se apresenta nos games?”, vocês se perguntam. Ora pimpolhos, o sexo anal está presente de várias formas nos vídeo-games, e às vezes você nem mesmo percebe que está sendo enrabado por um jogo.
Vamos começar pelo óbvio: propaganda homoerótica masculina. Compare esses dois personagens de jogos e me responda qual é o mais ligado às práticas homo-sexo-anais:
KRATOS, do God of War ou…
BENIMARU, do King of Fighters?
Escolheu um? Eu sei que escolheu, e isso mostra como você é um tapado. É evidente que OS DOIS personagens são altamente propagadores do homoerotismo. Eu explico, porque você é noob; qual é o propósito de qualquer “herói” em um jogo? Fazer com que você se identifique com ele, que você queira ser ele por algumas horas e fazer as coisas que ele faz para, pelo menos, tocar o jogo até o final. Agora, fala sério: como você, nerd barrigudo e virgem, poderia se identificar com a figura do Kratos, um gigante musculoso e que come duas mulheres ao mesmo tempo?
Foto: Kratos
O Kratos não está lá pra você se identificar com ele, ele está lá pra satisfazer os desejos sexuais da mesma comunidade que gostou de ver aquele bando de stripers depilados e de olho pintado em “300”.
Foto: Stripers
Esses caras não são de forma nenhuma representantes do macho médio, que não tem tempo pra ficar fazendo fisiculturismo e nem cuidando da sua estética, já que todo o tempo disponível deve ser gasto fazendo churrasco, tomando cerveja e pegando mulher. E nos intervalos, jogando vídeo-game, óbvio. Nenhuma das atividades do macho médio roots contribui para que ele se torne um striper depilado com sombra nos olhos.
Na qualidade de representante do público masculino, em verdade vos digo: se for pra ver pessoas semi-nuas num jogo, elas deveriam ser apenas do sexo feminino:
Sarah, do Half-Life
Eu não vejo um único motivo que justifique a existência de homens semi-nus nos jogos. Desculpa aí, mas isso é coisa de viado.
E, pra deixar claro de novo, eu não estou nem aí pras suas preferências sexuais e muito menos pregando segregação dos homossexuais. Mas estou dizendo sim que me incomoda muito ter que engolir a propaganda homoerótica e metrossexual em praticamente tudo que é jogo lançado. Aliás, eu apóio totalmente o lançamento de jogos REALMENTE gays, como aquele jogo do Nintendo DS onde você se “diverte” esfregando a toalha em um monte de macho suado.
Se foder
Acho ótimo, porque o jogo não fica DISFARÇANDO que é gay. Assim eu posso simplesmente escolher não jogar. Maravilha.
Outro grande exemplo anal-erótico são os rpgs japoneses. Alguém me explica por que caralhos nipônicos todos os personagens masculinos precisam ser andróginos?
Sérião: por que um homem precisa sempre parecer com uma menina nesses jogos? Qual é o problema de botar um cara normal lá pra fazer o personagem? É errado ter cara de homem e parecer com um homem? Essa tendência se tornou tão absurda que começou a atingir os jogos de outros gêneros também, como Resident Evil:
Foto: emo
Meu, o personagem principal de RE é um emo. Desde quando emos matam zumbis, se eles são especializados apenas em chorar, escutar música ruim e se matar logo em seguida? Isso é totalmente irrealista. COMO eu vou me identificar com um emo num jogo?
E é justamente essa a questão: eu quero jogar RE porque acho que é um jogo bom e extremamente divertido. Mas digamos que estraga muito a minha experiência eu ter que me colocar na pele de um EMO. Porra, mirem-se em Silent Hill: Origins, desenvolvedores de merda, onde o personagem principal era um CAMINHONEIRO. É tão dificil assim?
Isso é uma forma clara de sexo anal nos games: você é obrigado a expor sua bunda pra poder jogar. E os caras nem te dão a opção de jogar com outro personagem; ou cê é um emo ou não joga. Orra, isso é uma violência extrema contra a minha virgindade anal.
Outra grande maneira de ser enrabado ao jogar: propaganda nos jogos. Eu já falei disso antes, acho. Mas a questão não muda. É simplesmente absurdo você pagar por um jogo e ter que ficar aguentando comercial dentro dele. É como ir ao cinema, pagar pra ver o filme, e ainda ter que assistir quinze minutos de comerciais. Pensando bem, é pior. No cinema você pode dormir e pedir pra sua mulher te acordar quando o filme começar. Nos jogos você NÃO TEM COMO dormir e ignorar as propagandas; elas são enfiadas na sua cara o tempo todo. Isso é ser enrabado não poder nem reclamar. Se não gostou, vai ficar sem jogar. Abaixa a calça aí e fica quieto.
Second Life é mestre nisso
Mais um estupro anal: pagar por conteúdo que JÁ TÁ NO JOGO. Na minha opinião essa é a última grande enrabação master que as distribuidoras criaram. Você paga pelo jogo e ele vem PELA METADE. Vou dar só um exemplo recente dessa tendência, que é o jogo Soul Calibur 4. Você compra a porra do jogo, louco pra chutar bundas com personagens espetaculares e não-emo, e daí descobre que se você quiser jogar com personagens novos como Darth Vader e Yoda vai ter que PAGAR DE NOVO por cada um deles. Isso é demais cara, é como comprar um carro e ele vir só com três rodas. Aí o carro vem também com um ET portador de sonda anal, que imediatamente sai do porta-malas e realiza um estupro na sua área posterior enquanto você está tentando instalar o quarto pneu que tava faltando e que você acabou de comprar na Xbox Live.
Bons tempos em que os jogos vinham INTEIROS, e você só precisava ser um bom jogador pra desbloquear os personagens secretos. É o fim de uma época mesmo. Hoje em dia não existe esforço e dedicação envolvidos no ato de jogar. Quer tudo na mão? É só PAGAR. Pagar pra ser enrabado.
Sexo anal nos games. Eu gostaria que isso parasse.
Na coluna da semana passada pudemos contar com o comentário do JÃO:
Parabéns Jão. Parabéns pela sua tenacidade, empenho e paciência pra JOGAR UM JOGO VELHO DO CACETE.
Coisas que eu odeio nos games pt.2
Cara, como foi bom reclamar dos loadings na semana passada. Eu juro pra vocês que era um lance que me incomodava há anos, desde que os loadings realmente começaram a ficar chatos no playstation 1.
Mas é lógico que o lance não podia parar por aí. Na coluna de hoje falaremos de outro grande mal que assola os jogos contemporâneos:
Ficar FUCKING perdido no meio do jogo
Percebam a ênfase que eu dei na frase; eu não falei em simplesmente dar umas voltinhas numa dungeon até achar a saída, aquele lance meio Diablo ao qual todos estamos acostumados. Eu estou falando em ficar mais perdido que a sua virgindade anal num rodízio sexual de negões e convenção extra de aliens intergalácticos portadores de sondas anais com fins especulativos e cientificos.
“Eu venho para este rodízio em paz.”
Isso é se perder.
Mas vamos ilustrar com jogos, não é mesmo? Afinal, falar da ex-virgindade anal de vocês é chover no molhado.
O exemplo mais óbvio de ficar FUCKING perdido no meio do jogo está nos rpg’s, principalmente nos mais oldschool; é quando você se encontra no meio do maldito mapa enorme e não sabe pra onde ir pra encontrar o dark chocobo mágico restaurador de virgindade anal. Aí você sai andando de um lado pro outro, torcendo pra que do nada aconteça algo esdrúxulo que te diga que você está indo na direção certa, mas na verdade a única coisa que você acha é um monte de encontros randômicos com monstros que vão te matar, tirar sua virgindade anal e fazer você voltar no save de duas horas atrás. Porque já faziam duas horas que você estava rodando no mapa sem saber pra onde ir.
Tá fácil de saber pra onde ir, hein?
Tudo porque os desenvolvedores preferiram não te dar um mini-mapa apontando onde caralhos fica o dark chocobo mágico portador de sonda anal. É nessas horas que precisamos reconhecer a genialidade de jogos como Grand Theft Auto, com seu mini-mapa onipresente e sempre apontando a próxima missão e os principais pontos de interesse. Pra mim, isso é uma maneira muito clara de dizer: “esse jogo é FODA, e tem tantas coisas FODAS e DIVERTIDAS pra se fazer que a gente não quer que você perca tempo procurando por elas”. Respeito com o tempo do jogador e tals.
Mas existem coisas piores do que a falta de mapa.
Ah, eu me lembro. Eu me lembro das horas perdidas dando voltas naquela maldita torre de Devil May Cry 3. Sabem aquela torre que tem trocentos lances de escada e na qual às vezes você erra o pulo e cai pelo meio da torre INTEIRA até chegar no chão e ter que subir tudo de novo? Sabem como eu chamo isso?
INFERNO NA TERRA
Alternativamente também gosto de chamar de “vai se foder desenvolvedor de merda, pega essa torre inteira, dobra e enfia na sua ex-virgindade anal”. Os caras acham que a gente não tem mais o que fazer além de ficar subindo escadas. Você já subiu escadas na vida real? Meu, é um SACO subir escadas. É como andar, só que pra cima. Não é por acaso que inventaram elevadores. BOTA UM ELEVADOR NO JOGO, FDP.
Aliás, esse é um dos motivos pelos quais eu costumo evitar os jogos que têm puzzles. Manja puzzles? Aqueles “quebra-cabeças de cenário” onde você precisa fazer alguma coisa no ambiente, mover um objeto, levantar uma alavanca, pisar num certo lugar? Cara, como eu odeio isso. Não tem nada de divertido em ficar correndo de um lado para o outro procurando um lance escondido no cenário. Sabe quando você derruba a chave do carro embaixo da geladeira? E daí você tem que se arrastar pelo chão pra achar a porra da chave? E daí você acha um amendoim, uma pipoca e uma moeda de 7 centavos embaixo da geladeira, mas não acha a chave? Me digam quando alguma vez na vida de algum motherfucker foi legal ficar procurando coisas perdidas? Agora, olha que legal, vamos simular esse comportamento inútil NUM JOGO! Pra mim isso é só uma maneira artificial que os desenvolvedores encontram pra esticar o tempo de jogo e dar a impressão de que você está jogando, quando na verdade você não tá fazendo PORRA NENHUMA.
PUUUUZZLE… digo… MIOOOLOS…
Mas os puzzles são apenas uma das modalidades de estrutura gamística que fazem você perder tempo. O filet mignon de ficar FUCKING perdido é mesmo quando você não tem a menor idéia do que fazer no jogo. Não confunda com “não saber pra onde ir”, já explorado no começo desse texto. Agora estou falando daqueles momentos onde você simplesmente não sabe o que fazer, porque o jogo não diz. Gostoso mesmo é quando isso é um bug do jogo, causado por exemplo pelo fato de você não ter falado com algum personagem que ficou pra trás. Aí cê não pode voltar, aí o jogo trava e você fica fudido e mal-pago sem ter o que fazer a não ser dar load no último save e correr pro gamefaqs.com pra descobrir onde você errou.
Isso é bem legal, porque teoricamente o jogo deveria ser testado antes de ser lançado em sua versão final, mas às vezes os caras deixam mesmo passar esse tipo de coisa. Aí você fica lá feito um imbecil, até se dar conta de que não tem jeito e você vai ter que refazer tudo. Saboroso.
Nossa, véi, estou achando que reclamar dos jogos é mais gostoso até do que ficar jogando eles. Acho que estou ficando velho e ranzinza. Azar de vocês.
Aliás, se algum de vocês noobs quiser sugerir algo que odeiam nos games, fiquem à vontade aí nos comentários. Quem sabe eu me dou ao trabalho de contemplar a sua idéia numa futura coluna.
Sim, sim. Parabéns Kaoru, você ganhou o troféu de comentário mais importante na minha coluna da semana passada. É exatamente esse o tipo de leitora que o nosso site merece, apreciadora das boas coisas da vida e whatever. Só que, quanto ao lance de aparecer homem nos vídeos, pode esquecer. Não vai acontecer enquanto eu mandar nessa merda. Agora voltemos à coluna de hoje.
Coisas irritantes que me irritam de forma irritativa nos games
Vocês jogam pouco que eu sei. Talvez por isso vocês achem que vídeo-game é só diversão o tempo todo.
Se vocês jogassem mais passariam a perceber várias coisas que tornam essa atividade eminentemente hedonista em algo digno de se enfiar pregos no pâncreas, graças ao alto nível de pentelhação e tédio induzido. Devido à importância do tema para a educação de vocês, utilizarei meu gracioso espaço nessa coluna para identificar algumas dessas coisas tornando vocês, leitores-bunda, em gamers tão raivosos quanto eu. Não sei quantas colunas o assunto vai tomar, mas escreverei até que toda a minha bile negra gamística seja esporrada em cima de vocês e eu finalmente esteja aliviado.
Vamos começar pela mais óbvia e vencedora de qualquer campeonato de dar-no-saco do jogador:
Telas de Loading
Ah, que deliciosa maneira de começar. Nada se compara em perda de tempo a uma bela tela de loading. Aquela barrinha enchendo lentamente, uma visualização metafórica do tempo da sua própria vida escorrendo pelas suas mãos. É como se o mundo todo desse um pause pra carregar o próximo cenário. Imagine se SUA VIDA fosse assim, um lance meio Resident Evil, onde a cada porta aberta rolasse um loading.
Loadi… AH CÊ QUERIA MIJAR? ATAQUE SURPRESA DA MOTO-SERRA MLK!!11
Você lá, doido pra soltar um barro, abre a porta do banheiro e tem que esperar a porra do banheiro inteiro CARREGAR na sua frente: um azulejo de cada vez, você olhando um azulejo, dois três, e o trem cocô batendo na SUA portinha. Dez azulejos, vinte, trinta, agora o chão já tá pronto. Você TORCE pra começar a carregar a privada, mas os programadores decidiram que o chuveiro é prioridade, sendo que a privada é a última coisa que carrega.
Puta merda, melhor cagar na sala.
Mas enfim, as telas de loading são um mal moderno. Porque, vejam bem, esse lance só começou a rolar hard mesmo com o advento dos jogos em CD e DVD. Antes disso nós tínhamos os cartuchos, onde o acesso aos dados era mais rápido, e praticamente não existiam loadings. Claro que a informação que cabe num cartucho é bastante reduzida, mas ei, pelo menos você não fica ESPERANDO pra jogar. Uma salva de palmas para o Nintendo 64.
Então, paradoxalmente, as novas tecnologias se tornaram especialistas em fazer você perder mais tempo na sua vida, ao invés de ganhar. Mas é lógico que todos vocês aqui usam MSN e sabem perfeitamente do que estou falando. Aliás, larga dessa merda de MSN e vai jogar mais. É melhor perder tempo vendo tela de loading do que “batendo-papo” com esses projetos de humanos abortados que você chama de amigos no MSN. Até o NEMESIS do Resident Evil é mais legal que 98% das pessoas no seu MSN, eu garanto:
Eu sô legal, mano. Vamo tomá um chopps.
Mas eu tenho mesmo essa imagem muito clara na minha mente, esse negócio de ficar puto esperando um jogo começar. Eu gosto muito de jogar Burnout no Playstation 2, vocês sabem. Eu realmente acho um primor aquele jogo, o nível técnico e de diversão que ele conseguiu alcançar no console da Sony. E, principalmente, eu gosto de como o jogo é RÁPIDO; tão rápido que muitas vezes você nem sabe o que está acontecendo na tela, e fazer curvas vira uma questão de puro reflexo ao invés de habilidade gamística. Eu curto isso, curto pra caralho. Me dá uma adrenalina excepcional e só de pensar no jogo eu já esqueço de usar vírgulas e outras pontuações relevantes porque isso diminuiria o fluxo domeupensamentoeeugostodascoisasbemrapidasmesmo.
Aí você lá na adrenalina, fissurado, os dedos coçando no joystick em antecipação à descarga de serotoninérgicos que seu célebro vai despejar na sua corrente sanguínea e BOOM:
É foda. Telas de loading são como imaginar a sua vó pelada enquanto você tá trepando: totalmente anti-clímax. É como você estar lá, mandando ver, e de repente SUA VÓ sai do armário PELADA, tira uma foto sua e posta na internet mostrando um ângulo onde aparece sua bunda flácida batendo na coitada que você escolheu pra socar o grão. São coisas que interrompem o prazer que você estava tendo com uma atividade, sabe como é.
Ah é, vocês não trepam. Bom, então telas de loading são como imaginar a sua vó pelada enquanto você está lendo a playboy da Ana Paula Tabalipa. Se bem que, com a decadência da Playboy atual, talvez seja melhor mesmo ficar no MSN do que ler a Playboy. E não esqueçam que ver tela de loading ainda é melhor do que ficar no MSN. O que nos traz de novo ao tema da coluna.
Como eu dizia, o que irrita nas telas de loading não é só o fato delas cortarem sua diversão, mas principalmente o fato delas te prenderem a uma atividade inútil. Você não ganha absolutamente NADA enquanto espera a porra do jogo carregar. Aliás, taí uma idéia: os jogos poderiam abrir uma janela do MSN pra rolar um chatzinho enquanto você espera o jogo carregar. Um chat com os programadores do jogo:
– DAEW MLK< ORRA MEW DEMORADO PRA KCT EÇA TELA DE LOUDING AHN??//
- Sim Senhor, desculpe senhor. Foi o melhor que pudemos fazer.
- MAS ORRA Q MEdRA KRA. JAH FIS UM SANDICHE, JAH FIS UMSUCO TANG E AGORA TO C/ VONTAD D MIJAR
- Sim Senhor, obrigado senhor. Recomendo que o senhor utilize o sanitário pois o tempo estimado de atendimento para este loading é de mais... 38 minutos.
- KRALOH MLK!!! MAS AÇIM DA TEMPU AT É DE DAR UM GÃO
- Sim Senhor, obrigado senhor. Cuidado com o monstro de Resident Evil ao abrir a porta do banheiro.
- Q
Imagina ele limpando sua bunda
Ou melhor: poderia passar umas fotos de mulher pelada na tela de loading. Aí você pode dizer que fez sexo (com você mesmo) enquanto esperava o jogo carregar.
É por isso que eu gosto de jogar no banheiro.
Aguardem novas emoções gamísticas nas próximas colunas. Eu continuo puto.
Então, pra começar, gostaria de fazer um questionamento relevante aos leitores aqui presentes:
QUEM GOSTA DE VER MULHER SE PEGANDO LEVANTA A MÃO
Ah, seus safadinhos. Vocês são um bando de malandrófilos mesmo. Mas não os culpo. Afinal, quem não aprecia ver duas fêmeas se atracando, roçando e esfregando, enquanto promovem uma troca saudável e generosa de fluidos corporais para nosso deleite visual? Até mesmo pequenas e rápidas provocações são suficientes para levantar pensamentos nefastos e libidinosos no meu célebro:
Bater bundinha: isso deveria ter uma olimpíada específica, envolvendo bundinhas redondinhas de todas as nações do mundo, reunidas num evento esportivo de paz e confraternização em torno de bundinhas, bundas e bundonas chocando-se umas com as outras e gerando ondas sísmicas de prazer visual. Isso deveria ser ensinado nas escolas, para que as pequenas fêmeas desenvolvessem suas habilidades desde cedo, se tornando proficientes batedoras de bunda quando chegassem à idade do abate. Esse tipo de coisa pode CURAR O CÂNCER.
Todos nós sabemos que isso é só provocação, utilizada com o intuito de fazer os machos da espécie colocarem a língua pra fora e babarem litros de saliva em antecipação aos atos que só ocorrerão em suas mentes sujas (na maior parte das vezes). Mas ô: ME PROVOCA AÍ, MANO:
Caralho, isso que é divulgação boa de Dead or Alive; as intenções homoeróticas neste vídeo foram muito gratuitas e quase completamente inúteis para o jogo em questão. Só que: TÔ NEM AÍ. Na minha opinião, qualquer coisa é desculpa para botar duas gostosas junto se esfregando. Isso é saudável, é bonito, é prazeroso e deveria ser feito com mais frequência. No dia em que eu for presidente do mundo, prometo que o bissexualismo feminino será mandatório entre gostosas. Votem em mim.
Aliás, isso me lembrou do quanto vocês são noobs. Cara, eu continuo impressionado com a virgindade e conservadorismo das pessoas que frequentam essa porra desse site. Sério, depois de ter que moderar os comentários desse texto da Bel, eu senti vergonha alheia. Vergonha de pertencer a uma espécie que ainda vê sexo como um problema a ser discutido com argumentos altamente preconceituosos e vitorianos. É por isso que eu gosto dos vídeo-games; lá as pessoas são bem mais legais do que as pessoas no mundo real. Até mesmo um jogo de “brincar de casinha” como The Sims já incorporou o amor entre as mulheres sem maiores problemas:
Eu acho surpreendente que um jogo da Electronic Arts possa fazer crítica social. Eu acho impressionante que esse tipo de coisa ainda possa ser usada como chamariz, como se fosse algum comportamento desviante, errado ou transgressor:
É lógico que eu faço questão de promover esse tipo de coisa na minha coluna. Se esse espaço serve pra alguma coisa, é justamente para tentar aumentar a quantidade de prazer no mundo. Vídeo-games são satisfação hedonista, são busca de prazer e envolvimento sensorial. Até mesmo quando um jogo é ruim, como Rumble Roses, ele deve ser apreciado pelo que realmente interessa: MULHERES SE PEGANDO GOSTOSO
Isso aí é SÉQUIÇO, cara. SÉQUIÇO com um quê sadomasô. Luta no ringue seria umas das alternativas de esportes que constariam das Olimpíadas, quando eu for presidente do mundo:
Bom, como eu sempre digo, essa coluna não é espaço pra fazer review de jogo. Mas no caso de Star Wars: The Force Unleashed para o Wii, eu simplesmente TINHA que falar sobre o jogo já que citei ele tantas vezes anteriormente nesta mesma coluna, e a gente vem falando disso aqui desde o ano passado. Afinal, este é o jogo que pode apresentar uma forma de jogabilidade e imersão nunca antes alcançada em nenhum outro console, realizando a fantasia nerd de vários gamers fissurados em fazer UÓN com um lightsaber, ainda que seja apenas um wiimote. Este é o jogo que pode provar de uma vez por todas que o Wii é a plataforma mais DIVERTIDA disponível no mercado atualmente. Né?
Nem.
Star Wars: The Force Unleashed (Wii)
Infelizmente não foi dessa vez. O Leef já tinha dado a letra nos comentários da minha coluna anterior:
Porra Leef, resumiu perfeitamente o jogo. Eu não dei muita atenção pra notícia em primeira mão do cara porque, sabem como é, nossos leitores são todos motherfuckers e eu nunca deixaria um de vocês estragar minha diversão antecipadamente. Além do mais, eu ainda acreditava que isso:
podia virar realidade. Tsc. Jogadores hardcore podem ser muito ingênuos mesmo.
Mas eu tinha direito de acreditar, porra. Se tem um console que poderia realizar esse sonho, esse console é o Wii. Mas… sei lá… FALTOU alguma coisa, manjam? Faltou o feeling de estar realmente manejando um lightsaber, de se sentir um jedi. O cara que tava esperando o jogo, na fissura, esperava pegar o wiimote e se sentir assim:
Mas do jeito que o jogo foi implementado, o cara acaba assim:
Porra, isso vai contra o espírito de fantasia dos vídeo-games, cara. Eu quero ser colocado em outra realidade quando jogo meus jogos. Não quero ser lembrado a todo momento pelo jogo que eu sou só um retardado balançando um wiimote. Pqp, Guitar Hero vibrations.
Creio que o principal culpado por Force Unleashed ser um jogo meia-boca é a maldita falta de IMERSÃO no jogo. A imersão, essa qualidade que faz um jogo te envolver de forma tão profunda que você esquece do ambiente em volta e se concentra totalmente naquela atividade, incorporando o personagem do jogo e tornando-o uma extensão de si mesmo. É o que te faz parecer um imbecil jogando Guitar Hero, mas você não tá nem aí, porque tá curtindo o lance todo pra cacete.
Isso simplesmente não rola em Force Unleashed. Apesar de toda utilização de poderes, de jogar stormtroopers longe, de estrangular os caras com um gesto, de EXPLODIR com a FORÇA e jogar tudo pelos ares, apesar disso tudo, você nunca se empolga realmente com a experiência. E eu acho que isso poderia ser resolvido com um recurso muito simples: ter produzido o jogo todo como uma experiência em primeira pessoa. Vejam, isso funcionou bem no Metroid do Wii. Imersão total no mundo alienígena de Samus. DAVA PRA TER FEITO, Lucas Arts.
Metroid Prime. ERA SÓ COPIAR, caralho.
Além do mais, Star Wars já teve VÁRIOS jogos bons em primeira pessoa, desde Dark Forces de fucking 1995. Não era tão difícil supor que a gente preferia estar na pele de um jedi do que ficar vendo um jedi novo e esquisito na tela. Puta saco, meu.
ERA SÓ COPIAR, caralho!
Mas vou ser justo: o jogo não é ruim, de forma nenhuma. Admito que a Força foi bem implementada, ainda que você perca toda a empolgação depois de uma meia-hora de jogo. Dá uma olhada aí no gameplay do modo de duelo:
Tá vendo? Não é ruim. Só enche o saco. E se enche o saco no modo duelo, imagine na campanha do jogo. Simplesmente não existe variação suficiente pra transformar o jogo num beat em’ up razoável.
Force Unleashed poderia ter sido razoável, mas por mais duas razões, ele ficou manco. A primeira razão – uma praga que assola o Wii – é que o jogo é FEIO. Os caras tiveram preguiça mesmo de fazer um lance decente. Na semana passada eu tava jogando a versão do PSP e quase arrisco dizer que tá pau-a-pau com a do Wii. O que é um absurdo. De novo me vem à cabeça Metroid Prime, que apresenta gráficos maravilhosos, e foi um dos primeiros jogos do Wii. Ô preguiça de caprichar, hein Lucas Arts?
A segunda razão é a maldita câmera. Ela tá sempre correndo pra trás de você, pra te dar uma visão ampla do que tá à sua frente. E você não controla ela. O que acontece é que às vezes (o tempo todo, na verdade) você se vira rápido demais e a câmera demora pra se posicionar atrás de você novamente e te mostrar o que tá acontecendo. E aí você apanha. Apanha pra caralho. Você toma tiro e nem sabe de onde, é uma merda.
Cara, eu juro pra vocês que eu fiz um esforço sincero pra gostar desse jogo. Fazia quase um ano que eu tava na expectativa com ele. Eu tentei deixar de lado as questões de jogabilidade e feiúra mas, mesmo assim, não dá pra ignorar que ele simplesmente não diverte. Não o suficiente.
Estou tendo uma paciência do caralho com o Wii. Mas realmente não lembro do último jogo BOM MESMO que joguei nele. Acho que foi o No More Heroes, e isso foi em fevereiro. Fevereiro, cara. É muito tempo de intervalo entre os jogos decentes.
Exato. A coluna de hoje é mais um daqueles lances que eu faço pra vocês saberem o que eu ando jogando. A minha sorte é que vocês adoram isso. Além do mais, como já falei antes, sinto falta de fazer reviews, já que esse era meu trampo quando eu trabalhava com games.
Mas vamos lá, vamos ver o que estou jogando. Quem sabe vocês aprendem alguma coisa.
Romance of the Three Kingdoms XI (PC)
Então, cês já acompanharam a saga da minha dor na semana passada. Agora eu só queria atualizar vocês sobre em que pé a coisa tá.
Depois de quase atirar o lap pela janela, matar a mãe de quem fez a porra do jogo, descer pra pegar o lap e atirar DE NOVO pela janela, resolvi relaxar e dar uma pausa de dois dias no negócio. Quando finalmente voltei a jogar, o fiz com uma boa cerveja aberta, pra ficar com uma das mãos ocupadas e poder jogar mais devagar, mais refletidamente. Essa é a vantagem dos jogos de estratégia por turnos: cê pode parar, pensar e tomar uns goles entre as suas jogadas e as do computador.
Só pra dizer pra vocês: o jogo TEM jeito. Mas o caminho é aquele mesmo; apanha da AI, pára, pensa, refina a estratégia. Tenta de novo. Apanha mais um pouco, avança mais um pouco, repete até vomitar no teclado. E dá-lhe save e load no meio disso tudo.
Mas quando você consegue sacar qualé o padrão do jogo, as coisas ficam mais interessantes. Depois da frustração inicial você começa a admirar o trabalho dos desenvolvedores em criar um jogo tão detalhado e onde todas as ações que você toma estão interligadas e possuem consequências visíveis no seguimento da partida. Sinceramente, achei um alívio que ainda existam jogos de estratégia assim, onde a “estratégia” pra vencer não se resume a “faz o máximo de exércitos que der e toca pra cima do inimigo”.
Mas ó: parei de jogar. Esforço demais e diversão de menos. Agora só vou me flagelar de novo no XII.
Star Wars: The Force Unleashed (PSP)
Caralho, meu Playtation Portable andava bem encostado. Pra vocês terem uma idéia, eu tava jogando Metal Gear Ac!d 2 de novo, devido à entressafra de agosto. Só que pro PSP a entressafra continua. Depressão.
Mas enfim foram lançados em bando os esperadíssimos jogos Star Wars, para todas as plataformas imagináveis exceto ipods. Eu tô na seca pra ver o Force Unleashed do Wii, mas enquanto minha cópia não chega, resolvi dar uma conferida no do PSP.
O jogo é perfeitamente definido por uma palavra: meia-boca. Tudo é meia-boca, inclusive os poderes dos jedis. Veja, não é que eles sejam fraquinhos, eles só foram mal-implementados. Alguns poderes parecem poderosos (force push, onde você EXPLODE e repele tudo à sua volta), mas são uma merda quando você tá usando de verdade. Outros são legais pra caralho (telecinésia ou: PEGA NEGUINHO E JOGA LONGE), mas são dificeis de controlar, pelo menos no PSP. E ainda tem alguns completamente inúteis (force choke: aquele poder do Darth Vader de estrangular só mexendo a mão em sua direção), porque seu uso é demorado demais e te coloca à mercê dos inimigos. LAME.
Além disso, achei o jogo extremamente feio (a foto aí de cima não é da versão do PSP, fiquei com vergonha de colocar), principalmente depois de ver o que pode ser feito no PSP em jogos como God of War. VSF, God of War é um filme na telinha do portátil, de tão bonito e detalhado. Ô preguiça de fazer umas texturazinhas melhores, hein Lucas Arts?
Atualizo-os quando receber o do Wii, que deve realmente ser o filet mignon de todas as versões devido às funcionalidade do wiimote que vai virar um fucking lightsaber. YES! ATÉ QUE ENFIM.
Rock Band (PS2)
Eu não sei se vocês jogam Guitar Hero, mas quem joga sabe que tem uma coisa engraçada que acontece de vez em quando: tem dias que você acorda com uma vontade irresistível de pegar a guitarra e tocar Ace of Spades. Aí cê passa o dia na fissura, porque tá com preguiça de desencostar a guitarra e ligar ela no PS2. Mas de noite, finalmente, cê não resiste e liga a porcaria. Se fodeu.
Eu tô nessa com Rock Band. E eu realmente acho Rock Band um jogo tão melhor que Guitar Hero, que é fácil dar vontade de jogar. Gosto da seleção músical, gosto do estilo do jogo, gosto dos vídeos. É muito do caralho.
O problema desses jogos é que, mesmo quando você pega só pra tocar UMA música, você acaba tocando umas OITO, se tiver sorte. É muito foda de resistir ao impulso de tocar “só mais uma e já paro”. Cê fica rolando na lista de músicas disponíveis e pensando em qual você pode aumentar o score. Porra viciante do caralho.
Aliás, cês conhecem o Sammy, do Gamehall? Então, o cara CANTA em Rock Band, e provavelmente ele não tem viznhos pra se atrever a fazer isso, saca só:
Certeza que um cara desses só faz isso porque não tem vizinhos. Se eu fosse vizinho do infeliz, dava tiro. Vários tiros, pra garantir que o infeliz morreu. Isso é castigo, não é vizinho. Isso é praga de gafanhotos, não é vizinho.
Mas enfim, esse é o poder desse tipo de jogo: colocar você na situação de um completo imbecil que ACHA que faz parte de uma banda, e mesmo sabendo que você está fazendo papel de retardado, ainda assim você se diverte pra caralho. Eis a magia dos jogos, meus amigos.
Air Traffic Chaos (NDS)
Pra finalizar, um joguinho do DS. Eu tava de olho nesse jogo aí, devido à sua premissa absolutamente alcoólica: você assume o papel de um controlador de tráfego aéreo. Sério, em todos esses anos de jogador de vídeo-games eu nunca tive a oportunidade de me sentir um controlador de tráfego aéreo. Esse é o tipo de merda que o Nintendo DS te dá a oportunidade de fazer.
O jogo é curto e até simples demais, de certa forma. Mas eu não consigo deixar de me admirar e me sentir quente por dentro com o que os desenvolvedores conseguem fazer no DS. É definitivamente uma plataforma que estimula o lançamento de jogos extremamente criativos.
A jogabilidade simples do início do jogo rapidamente se torna um lance completamente esquizofrênico, quando você começa a ter que decidir quais vôos vão pousar ou decolar em que ordem. Parece uma premissa boba, mas requer um bocado de planejamento prévio e manejo de situações de emeregência. Vale a pena dar uma conferida em Air Traffic Chaos, só pra ver como é possível gerar jogos completamente novos nesse mercado saturado por bobagens caça-níquel como Star Wars, que apresentei aí em cima.
É isso, motherfuckers. Espero que você estejam jogando tanto quanto eu. A vida não vale a pena sem vídeo-games e cerveja. Bebam mais, joguem mais. Porque vocês bebem e jogam pouco que eu sei. Bichas.