No início de minha vida de leitor de quadrinhos eu tive a infelicidade de passar os olhos em muito lixo. Como todos devem lembrar, a década de 90 foi marcada por desenhistas ruins (dos quais se destaca Rob Liefeld), que destruiam os personagens com traços grotescos e desproporcionalidade. Com o tempo esses desenhistas foram sumindo (exceto Liefeld e Madureira, que me dão nojo até hoje), e as técnicas de desenhos se tornando cada vez melhores. Parecia que o mundo dos quadrinhos estava se aproximando da utopia, até que roteiros abomináveis começaram a surgir e se espalhar entre as editoras. Em exemplos recentes, posso citar Infinite Crisis e Countdown, da DC Comics, e o patético One More Day, da Marvel.
Tudo começou em Back in Black, onde vimos a Tia May ser baleada por um dos capangas do Rei do Crime. Isso foi o suficiente para que Peter Parker voltasse a usar seu uniforme negro, e mudasse um pouco sua atitude com os criminosos. Apesar de ser obviamente uma jogada de marketing para aproveitar o sucesso de Spider-Man 3, Back in Black foi até divertido. Ver o Rei do Crime ser humilhado na frente de seus “colegas” na Ilha Ryker foi impagável. A meu ver, a única coisa ruim em Back in Black foi o fato de que é um prelúdio para One More Day.
Para salvar a sua Tia May da morte, Peter se dispôs a tudo. Quer dizer, tudo menos se aliar a Tony Stark, o Homem de Ferro (coisa que ele já tinha feito no começo de Civil War). Sem resultados, o pobre Peter tentou a sorte com o Doutor Stephen Strange, também sem resultado. Então, ele aceitou a proposta de Stark e deixou que ele usasse alguns de seus milhões para salvar sua Tia em troca de uma aliança na Iniciativa? Haha, claro que não, isso seria lógico demais. Como se as três primeiras edições não fossem ruins o suficiente, Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, resolveu intervir para piorar ainda mais. Sem outras opções (ignoremos Stark por um tempo), Peter decide fazer um pacto com MEPHISTO. SIm, vocês acabaram de ver “Peter”, “pacto” e “Mephisto” na mesma frase. O demônio estava disposto a salvar a vida de May, se Peter aceitasse ter alguns anos de sua vida apagados. Peter e Mary Jane nunca seriam casados, nem teriam lembranças desse acontecimento. Peter aceita com o consentimento de Mary Jane, e assim acontece. Peter acorda em seu apartamento, toma café com May, e se dirige até um prédio. Lá ele se encontra com Harry Osborn (não é erro de digitação, é o Harry mesmo), que estava dando uma festa em comemoração á sua volta da Europa. Eles então brindam e assim acaba One More Day. Os 6 anos que J. Michael Straczynski passou como roteirista de Amazing Spider-Man acabam de ser ignorados.
Esta imagem diz tudo
Sinto em dizer que One More Day é provavelmente a publicação mais desrespeitosa da Marvel. E não digo isso porque meus 10 anos de leitura das revistas do Aranha foram negados, mas porque é a mais pura verdade. Já houveram outras tentativas de acabar com o casamento de Peter e MJ (casamento que para mim sempre foi um dos pontos fortes da revista), mas isso foi golpe baixo. Não consigo expressar o quanto estou decepcionado. Me sinto pior ainda quanto tenho que admitir que One More Day não é inteiramente ofensiva. A arte está impecável, se aproveitando das sombras para dar um toque de tristeza á história. O diálogo de despedida entre Peter e MJ é decente se você desconsiderar a porcaria que vem depois. E as três primeiras edições.
Tenho certeza de que isto vai se reverter (afinal, esta decisão não agradou NINGUÉM), mas tenho medo de quanto tempo irá levar. E por mais que eu queira deixar de ler Amazing Spider-Man, não posso. Não só pelo respeito que tenho pelo personagem (empatado com Deadpool no topo da minha lista de favoritos), mas também pelo fato de que Steve McNiven será o novo desenhista. De qualquer forma, meu fim de ano acaba de ser prejudicado. E antes deu ir suprimir minha tristeza com Halo 3, uma pergunta: Sou só eu que não vê sentido em trocar sua bela, sempre presente e fiel esposa por alguém que vai morrer de velhice cedo ou tarde?
Tudo começou com uma ação irresponsável dos Novos Guerreiros. Eles iniciaram uma briga com um grupo de super-vilões (entre eles Nitro, o ex-arquiinimigo do Capitão Marvel), o que acabou resultando na morte de centenas de crianças e de todos os integrantes do grupo, exceto Speedball (que se tornou o conflituoso Penance). Isto foi a gota d’água para o governo dos Estados Unidos da América, que decidiu criar uma nova lei: Todos os heróis deveriam se registrar no banco de dados do governo, e após passar por um treinamento, seriam um tipo de força policial com super-poderes.
Os uniformizados se dividiram em dois grupos: Os que são á favor da Lei de Registro, liderados pelo Homem de Ferro, e os que não vão se registrar nem a pau, ironicamente liderados pelo Capitão América. Os dois grupos se enfrentaram num combate feroz, e houveram perdas em ambos os lados. Mas nenhuma perda foi tão significativa quanto á do próprio Capitão América. Na vigésima quinta edição do quinto volume de sua revista, no arco “The Death of the Dream”, o Sentinela da Liberdade foi baleado pelo vilão nazista conhecido como Crossbones (Ossos Cruzados). Fãs ficaram abalados. Leitores não conseguiam acreditar no que seus olhos mostravam. A IGN considerou este como sendo o Melhor Momento dos Quadrinhos de 2007.
Bucky, o ex-parceiro do Capitão e ex-Soldado Invernal jurou vingar a morte de seu amigo. E na lista de culpados estava incluso o Homem de Ferro, responsável indireto pelo acontecimento. O “jovem” Bucky conseguiu recuperar o famoso escudo, e após passar por um bucado de problemas terminou por enfrentar Stark. Os dois estiverem próximos de se matar, até que Stark revelou um último pedido do Capitão. O bom Steve queria que Bucky fosse seu sucessor. E assim aconteceu. É isso aí pessoal, James Buchanan Barnes será o novo Capitão América, e apssará a usar o novo uniforme a partir do mês que vem, quando ele irá acertar as contas com o Caveira Vermelha (a mente criminosa por trás do assassinato). Ou não, quem sabe Brubaker está preparando uma reviravolta ainda maior… Ação constante, roteiro cheio de reviravoltas e excelente arte fazem desta revista uma das melhores séries continuas dos dias de hoje. Ou segundo a IGN, a MELHOR.
Da Esquerda para a Direita: Nuke, Blur, Zarda, Shape, Hyperion, Emil Burbank, Dr. Spectrum, Inertia, Arcanna, Kingsley e Nighthawk ao fundo.
Continuação de Poder Supremo, Esquadrão Supremo sai de área de desenvolvimento psicológico dos personagens e passar a focar mais a crítica aos EUA. Assim como em Poder Supremo, a revista tem o roteiro escrito por Straczynski e os desenhos feitos por Gary Frank.
Esquadrão Supremo é publicado sob o selo “Marvel Knights”, o que deveria significar que ele é menos violento que seu antecessor. Felizmente, isso não procede. Porém, não espere encontrar conteúdo chulo ou cenas de sexo.
Com Blur, Dr. Spectrum, Power Princess, Inertia e o resto dos novos super-seres da América chamados para o serviço, o governo está pronto para dividí-los em duas equipes, uma pública e uma secreta. Mas Mark Milton, a.k.a. Hyperion, estraga tudo ao entregar os nomes dos super-agentes para o repórter Jason Scott, do Washington Herald (Arauto de Washington). Isso resulta na criação do Esquadrão Supremo, uma desconfortável combinação de heróis públicos e privados, com idéias distintas de como o mundo deve ser salvo.
Quando atividades super-humanas começam a se espalhar pelo mundo, o Esquadrão entra em ação na Ífrica e no Oriente Médio, travando batalhas sangrentas contra seus inimigos e sua próprias emoções. A disputa pelo status de verdadeira Super-Potência começou, e uma nova ordem mundial está por vir.
Enquanto a equipe se ocupa com seus inimigos e consigo mesma, Mark continua avançando em seus planos de dominação global, e pode decidir tomar controle da situação a qualquer momento. Mas seu próximo passo pode ser justamente o que o vigilante humano Nighthawk está esperando…
Assim como Poder Supremo, Esquadrão Supremo também deu luz á uma mini-série, sendo esta “Supreme Power: Hyperion vs Nighthawk”. Ao ler a frase anterior, você provavelmente pensou “Se a mini faz parte da cronologia do Esquadrão, porque tem Poder no título?”. Confesso que eu não faço idéia. Independente do título, Hyperion vs Nighthawk se passa após a quinta edição de Squadron Supreme, e mostra um detalhe interessante sobre os poderes de Mark.
A revista está parada na sétima edição, e os fãs aguardam sua continuação desde o ano passado. Não se sabe o motivo do atraso, mas creio que JMS e Frank voltem á ativa no começo de 2008. A edição oito estava prevista para Novembro deste ano (segundo o catálogo oficial da Marvel), mas… Vocês sabem.
Gostou de Poder Supremo? Está curioso para saber como e quando Hyperion irá se rebelar contra a humanidade? Então acho que você tem como obrigação ler as histórias do Esquadrão. A publicação brasileira também foi na Marvel MAX, da Panini.
Momento Cultural: Capa do Esquadrão original de Roy Thomas
Um bom número de nerds deve conhecer o roteirista J. Michael Straczynski por causa de seu trabalho no seriado de ficção científica Babylon 5. Outros devem conhecê-lo pelo seu trabalho na Marvel (Fantastic Four, Silver Surfer, Amazing Spider-Man, entre outros), como é o meu caso. Gary Frank, desenhista, fez seu currículo na Marvel desenhando o Incrível Hulk, os Vingadores e alguns títulos dos X-Men. Straczynski e Gary Frank já trabalharam juntos antes em Midnight Nation (título de autoria de Michael) pela Image Comics. Mas esqueça tudo isso, pois Poder Supremo (Supreme Power) é sem dúvida a obra-prima da dupla. Publicado pela Marvel com o selo MAX, está entre as emlhores hqs que já li.
Basicamente, este é um remake do Esquedrão Supremo clássico, criado por Roy Thomas para ser a versão Marvel da Liga da Justiça. Mas não se engane. Fora os poderes dos personagens, Poder Supremo não lembra em nada o grupo da DC. Eu nunca tinha visto super-seres sendo abordados de forma tão adulta e realista (isso levando em conta que Watchmen só tinha um personagem com poderes), sendo claramente uma crítica á supremacia yankee. “Nip, e quanto á Heroes?”. Heroes é chato, e Jeph Loeb é um imbecil.
A hq se passa no Supremeverse, ou Terra-31916 se preferir. A trama se inicia com uma nova versão do que seria a origem do Superman. Após cair na Terra, a nave em que o bebê alienígina estava foi encontrada por um casal incapaz de ter filhos. Eles levam o bebê e a nave para casa, mas logo são abordados por agentes do exército americano. A criança e a nava são levadas até um laboratório militar, onde passam por uma série de teste para se descobrir de onde eles vieram. Nada é descoberto. Nada além da incrível resistência e força do bebê. O presidente dos EUA enxerga a criança como uma oportunidade de aumentar o poderio do exército, e dá início ao projeto “Hyperion” (homenagem ao Titã grego).
O bebê é levado a uma base militar especialmente construída para simular uma fazenda, e um casal de agentes do FBI é chamado para a difícil missão de criar o garoto. Hyperion, agora batizado de Mark Milton, cresce sob a ilusão de que aqueles eram seus pais verdadeiros. Com o tempo, Mark descobre que não possui apenas super-força e invulnerabilidade, mas também visão de raio-x, super-velocidade, visão e audição extremamente aguçadas, voar e disparar um tipo de laser pelos olhos, poder que acabou sendo chamado de “visão de calor”, por causa de sua aparência e efeito. Mark é o “americano” perfeito, e é virtualmente imbatível.
Mas Hyperion não é o único com super-poderes. Novos super-seres vão sendo descobertos ao redor do mundo, e todos eles parecem misteriosamente relacionados á chegada de Hyperion na Terra. Serão eles amigos ou inimigos? E a situação se complica ainda mais quando Hyperion se cansa de ser o fantoche dos EUA…
Poder Supremo é composto de 3 arcos de 6 edições cada (totalizando 18 edições), e desembocou em três mini-séries e um novo título, continuando de onde Poder Supremo acaba. Cada mini é protagonizada por um dos personagens-chave (Hyperion, Dr. Spectrum e Nighthawk). A de Dr. Spectrum se passa entre os eventos de Poder Supremo, enquanto a de Nighthawk é apenas uma aventura extra, mostrando a versão “Supreme” do Coringa. Já a de Hyperion é continuação direta de Poder Supremo, e prelúdio para Esquadrão Supremo (Squadron Supreme), ainda em andamento. Ah, não confundam o Esquadrão de agora com o que eu citei no começo do texto, ok?
Os desenhos de Gary Frank são muito bons e retratam com excelência os uniformes e personagens. Fazendo uma comparação, é como Bryan Hitch em The Ultimates 1 e 2. Mas a arte não irá parecer tão incrível se você já leu Midnight Nation (o protagonista parece muito com Spectrum).
Poder Supremo é uma ótima revista, e se tornou uma ótima série. Quem gosta de super-heróis DEVE ler esta revista. Quem não curte ver homens usando spandex enquanto se espancam, pode mudar de idéia caso dê uma chance á revista. Aqui no Brasil, Poder Supremo foi publicado na mensal Marvel MAX, da Panini e pode ser encontrado em sebos ou na internet. A saga de Hyperion continua amanhã, quando resenharei Squadron Supreme.
“Let your plans be as dark and impenetratable as night, and when you move, fall like a thunderbolt”
Me sinto nostálgico ao lembrar do meu primeiro contato com esta hq criada por Kurt Busiek e Mark Bagley. Foi no início de 1999, logo após o fim do evento Massacre Marvel. Lembro que na época não me agradou muito, e só virei leitor alguns anos depois, quando o Gavião Arqueiro se tornou o novo líder do grupo.
A idéia não era tão nova, mas era incomum. No fim do Massacre, os Vingadores e o Quarteto Fantástico foram dados como mortos. Entram então os Thunderbolts, um grupo totalmente “novo” e a população americana passa a se sentir segura novamente. Mas com a volta dos heróis, o grupo revela seu verdadeiro objetivo: Os integrantes dos Thunderbolts eram, na verdade, vilões disfarçados, que pretendiam matar seus velhos inimigos e tomar conta do país. Travado o combate, o líder deles, o nazista chamado Helmut Zemo, se sacrifica para salvar o Capitão América, após ver que tudo aquilo não era certo. O grupo ainda teve um clube de luta entre vilões e mais duas formações, sendo estas bem intencionadas. Ou quase isso.
Mas nada disso nos importa, pois os Thunderbolts que irei resenhar são muito mais violentos, psicóticos e cruelmente engraçados. A partir da edição 110, a revista é assumida pelo desenhista (brasileiro!) Mike Deodato e o brilhante roteirista Warren Ellis, ambos bem conceituados.
Da esquerda para a direita: Penance, Songbird, Radioactive-Man, Swordsman e Venom
Como resultado dos estrondosos eventos da Civil War (altamente recomendável), uma nova equipe foi formada, desta vez completamente controlada pelo governo. Mac Gargan, anets o patético Escorpião, agora o temível Venom! Chen Lu, cidadão chinês, mais conhecido como o Homem Radioativo! o alemão mutante Swordsman, mestre com espadas! A ex-líder da formação original, Songbird! A enigmática e ambiciosa Moonstone! O conflituoso e incrivelmente forte, Penance! Bullseye, o homem que nunca erra! E todos eles sob a direção de ninguém mais, ninguém menos que o maior inimigo do Homem-Aranha, Norman Osborn, o Duende Verde!
Com exceção de Bullseye, que opera como membro secreto, a equipe se torna incrivelmente popular, uma verdadeira celebridade. Sua missão? Capturar os super-humanos que se recusam a assinar o registro imposto pelo governo e agora agem secretamente. Tudo isso para fazer do mundo um local mais seguro para as pessoas comuns. Ou pelo menos é isso que eles afirmam. Warren Ellis e Mike Deodato apresentam uma escura e perturbante tomada na lista dos mais procurados da Marvel, onde a linha entre herói e vilão é difícil de se encontrar. Se é que ela existe…
“I’m no man, i am dynamite, at a height where i speak not in words but in thunderbolts. My fervent will to create impels me thus as the hammer impelled toward the stone”
Sinceramente, esta é a melhor coisa que resultou da Civil War. Confesso que já estava empolgado mesmo antes de ler, mas a empolgação foi ainda maior quando terminei a primeira edição desta nova e brilhante fase. As batalhas são bastante intensas e se desenvolvem de um modo que você não consegue decidir para quem você está torcendo ou com quem você simpatiza mais. A violência é constante, como num filme de ação.
Mas Thunderbolts não é apenas pancadaria gratuita. Por trás das lutas existem também as partes política e estratégica, que vai desde as reuniões com Norman Osborn até comercias de tv, mostrando cenas da propaganda das figuras de ação dos “heróis” e também do Who Wants to be a Thuderbolt, paródia do Who Wants to be a Superhero, de Stan Lee. Propositalmente, Stan Lee se mantém como apresentador na revista também.
E então vem minha parte predileta: Conflito pessoal. É fato que a equipe não se dá muito bem. Mac Gargan mostra os problemas de sua convivência com o simbionte Venom. Songbird e Chen Lu tramam para fazer com que a equipe volte a ser o que era antes. Moonstone trama para tomar a diretoria dos Thunderbolts das mãos de Osborn. Bullseye quer apenas matar todos eles. Norman Osborn se mostra vítima de uma obcessão incomum pelo Homem-Aranha, seu antigo arquiinimigo.
Mas o mais problemático certamente é Penance, antes o herói conhecido como Speedball. Ele passou por muita merda durante a Civil War, até chegar a um ponto que simplesmente não aguentava mais. Possuidor de um grande poder que cresce com a dor, Robert Baldwin usa uma roupa estilo “dama de ferro”, para que se mantenha em dor constante. Como ele obteve esse poder e a extensão do mesmo ainda é um mistério. Ele não é oficialmente um membro da equipe, logo não pode ser atingido por Osborn. Juntando isto com seu poder e personalidade fria e algumas vezes assustadora, Penance é ao mesmo tempo o membro que Osborn mais teme e mais admira.
“None are happy, none are good, none are respectable, that are gyved like us. And i must tell you, besides, it is very dangerous talk. If you grumble of your iron, you will have no luck; If you ever take it off, you be instantly smitten by a thunderbolt”
A arte está entre as melhores. Mike Deodato está caprichando bastante. Os personagens são bem detalhados, assim como o cenário, facilitando as cenas de ação. Assim como nas atuais revistas do Moon Knight e boa parte de Ultimate Fantastic Four, os efeitos especiais (explosões, a rajada de Penance, etc) são retocados no computador, dando um pouco de “luz” ao movimento, fazendo com que fique ainda mais bem feito.
Esta revista vale MUITO a pena e eu recomendo com todas as minhas forças. Não é por pouca coisa que ela é a minha revista predileta atualmente. Mesmo quem não é fã de coolant deveria dar uma olhada. Esses Thuderbolts não apenas mais um grupo da Marvel. Eles são a “justiça, como um relâmpago”.
Se você se considera fã do morcegão ou leitor de hqs, imagino que já tenha colocado as mãos num exemplar de The Dark Knight Returns, escrito e desenhado pelo grande Frank Miller. O clima sombrio e violência com qual Miller retrata o Cavaleiro das Trevas fez dessa revista um Must Read. E agora, anos depois do lançamento de TDR, aliado ao famoso desenhista Jim Lee, Miller nos bombardeia com mais uma dose de violência de qualidade, com All Star Batman & Robin. Prepare-se para entender o significado da palavra “COLHÕES”.
Antes de mais nada, tenha em mente que a história não se passa no Universo Mainstream, e sim no All Star. “Nip, que porra é essa?”. Simples, é a resposta da DC para o Universo Ultimate da Marvel. Atualmente, este Universo é composto por apenas duas revistas: All Star Superman e All Star Batman & Robin. Eu dei uma folheada na revista do Homem de Aço, e gostei, mas Batman & Robin já tem testosterona suficiente para sustentar sua masculinidade pelos próximos 20 anos.
Noite na escura e corrupta Gotham City. A conceituada jornalista Vicki Vale, também famosa por ser a ruiva mais gostosa do pedaço, recebe uma ligação. Era Alfred, mordomo do magnata Bruce Wayne, avisando que seu patrão iria levá-la para sair. Sim, é isso mesmo. Esqueça diálogos chatos e romances babacas, o Bruce Wayne de Miller é um exemplo de macho alpha. Estonteada pela notícia, a ruiva corre até seu armário para escolher uma roupa adequada. Ela desce as escadas e entra no carro, então Alfred a leva até o circo, onde Wayne a esperava. Os dois iam assistir o show dos “Flying Graysons”.
Tudo vai bem, até que o casal Grayson é assassinato na frente da platéia e de seu único filho, Dick. Bruce sai correndo do local, o que indica que está na hora do Batman chutar umas bundas. Os assassinos capturam Dick e fogem com ele, mas logo são alcançados pelo Batmóvel. Começa então uma sequência capaz de excitar até os mais heteros. Batman coloca o garoto no banco de carona e se dirige até a Batcaverna, DESTRUINDO BARREIRAS POLICIAS QUE OUSARAM FICAR EM SEU CAMINHO. Isso marca o ínicio de uma história de vingança e a relação entre um homem louco e um garoto traumatizado.
“Caralho, ele bagaçou os policiais?”. Exatamente. O Batman All Star não tolera policiais, pois eles são baratas corruptas que precisam ser ESMAGADAS. O único portador de distintivo que ele respeita é o Comissário Gordon. Bom, de fato, Alfred e Gordon são os únicos seres humanos que Batman respeita. “Nossa, o pessoal deve odiar ele então, né?”. Errado. O Batman tem um bom número de fãs e imitadores, sendo a maioria deles do sexo feminino. Uma palavra, duas sílabas: MACHO.
Outra coisa que eu achei deveras atrativa no roteiro de Miller, é a personalidade doentia que ele dá aos seus personagens, heróis ou não. Isso é bem representado na “cena” da reunião da Liga da Justiça (Mulher-Maravilha, Superman, Lanterna Verde e Homem Borracha), em que a Mulher-Maravilha sugere que eles cacem o tal Batman, arranquem sua cabeça e enfiem numa estaca para mostrar ao mundo quem é que manda. O Superman então grita com ela, falando que ela não sabe PORRA NENHUMA, e que se ela ousar sacanear com seu mundo, seu povo, suas regras, ela irá pagar com seu sangue. E depois dessa discussão os dois SE BEIJAM, por que é assim que dois adultos fazem as pazes.
“E por que eles iriam querer caçar o Batman?”. Um: Ele está tocando terror em Gotham City, espancando geral mesmo. Dois: Ele sabe que Clark Kent é o Superman. Três: Ele sabe que o Superman pode voar, mas o próprio Super ainda não sabe disso. MELHOR. DETETIVE. DO. MUNDO. Cara, eu adoro essa revista. E se vocês já estão empolgados agora, imagino como estarão na hora que o CORINGA aparecer. Foda cara, simplesmente foda.
Agora que você já sentiu o gostinho do roteiro de Miller, vamos falar um pouco dos desenhos de Jim Lee. O que posso dizer? Combinação perfeita. Desde a sombria Gotham até a barba por fazer da Wayne, tudo está muito bom. Mulheres sexys, homens marrentos cenas bem retratadas de pancadaria. A dupla Miller/Lee devia trabalhar mais vezes juntos.
Eu poderia continuar a dar exemplos de por que você deve ler esta obra-prima do cromossomo Y, mas acho que já falei o suficiente. Curte Batman? Curte Hqs? Tem duas bolas no saco? Então tá esperando o quê para ir até a banca adquirir seus exemplares? Aqui no Brasil, a publicação é pela Panini Comics. A revista atualmente está em sua oitava edição, nos EUA. Não sei do preço.
Tudo começou em 2000, com o lançamento de Ultimate Spider-man. A revista era o ponto de partida para um novo universo na Marvel, e recontava as histórias do personagem de uma forma divertida e inovadora. Um ano depois, veio Ultimate X-Men. Inicialmente, Joe Quesada e Bill Jemas, os homens por trás do Ultiverso, chamaram Brian Michael Bendis para escrever os roteiros de Ultimate X-Men, mas ele recusou, e só foi assumir a revista na edição 34. A Marvel contratou então o escocês Mark Millar, que não sabia absolutamente NADA sobre os X-Men. Bom, fora o que ele tinha visto nos filmes.
Millar não teve escolha a não ser RECRIAR os X-Men, junto ao desenhista Adam kubert. A sua primeira formação foi composta por Charles Xavier,o telepata mais poderoso do mundo e fundador dos X-Men; Ciclope, pupilo de Xavier, cujas rajadas concussivas podem partir montanhas; Jean Grey, a segunda maior telepata e possuidora de telecinese; Tempestade, manipuladora de climas; Fera, cuja agilidade só é superada pelo seu intelecto; Homem de Gelo, dotado de poderes criocinéticos; e o russo Colossus, capaz de transformar sua pele em um metal tão duro quanto o adamantium, e possuidor de grande força.
A versão Ultimate a 616 (o universo mainstream) tem uma série de diferenças. Uma delas é que no Ultiverso, os mutantes são uma minoria racial reconhecida, o que fortalece a idéia de “vítimas do preconceito”. Outra diferença é que a identidade dos Ultimate X-Men é completamente pública, chegando a ter até alguns fã-clubes pelo mundo. Mas não se iluda, eles possuem muitos inimigos humanos, parte deles membros da elite governamental.
A revista já começa mostrando o maior ato de repressão mutante já usado pelos humanos, os Sentinelas. Capazes de identificar possuidores do gene mutante, e programados para matar, eles são os soldados nazistas do século 21. Magneto, visando acabar com essa perseguição, sequestra a filha do presidente dos Estados Unidos, e como resgate ele pede a desativação dos robôs. Obviamente, isso não foi bem visto pelos humanos. Para evitar que a situação piore, Xavier manda seus X-Men numa missão de resgate, mesmo com a discordância de alguns membros. Com o início de uma rivalidade com a Irmandade de Mutantes e seu líder, Magneto, a primeira missão dos X-Men pode ser a sua última…
E está é a trama do primeiro arco (Povo do Amanhã, edições 1 á 6) de uma forma resumida. Eu queria falar dos outros, mas não é minha intenção acabar com a surpresa. O que nos leva a outro ponto forte da revista, as surpresas. Não pense que os personagens mudaram apenas em aparência do uniforme. Muitos deles agem de forma diferente de suas contrapartes do universo 616, o que torna a leitura mais empolgante. É como se todos os personagens fossem Wolverine. E com isso eu quero dizer que são misteriosos, não que são peludos e nervosinhos.
Em certos momentos, a equipe sofre alterações na formação, seja a saída de um mebro ou a entrada de novos membros. Mas não se acostume demais com formação alguma, pois chega um momento que a equipe passa por uma alteração drástica.
e você só saberá na hora certa
A revista, que acaba de chegar á edição 88 nos EUA, passou por vários roteiristas e desenhistas de qualidade, e agora está nas mãos de Robert Kirkman (Marvel Zombies, Walking Dead) e Yanick Paquette (Civil War: X-Men). A qualidade da revista se manteve de alto nível durante todas as 88 edições e 2 anuais, e digo isso sem exageros. A única coisa que eu poderia criticar são os desenhos do arco “Tour Mundial” (edições 15 á 20), mas tudo isso é superado pelo brilhante roteiro.
“Ahn, Nip, porque você disse ‘manteve’?”. Porque tudo indica que em 2008, Jeph Loeb irá assumir a revista, como consequência do evento “Ultimatum”, que dará fim ao Ultiverso. Eu espero com todas minhas forças que seja apenas um boato ou que a Marvel mude de idéia, pois se ele conseguiu foder The Ultimates… Tenho medo do que fará com Ultimate X-Men.
Ultimate X-Men é uma excelente hq, e recomendo á todos que ainda não leram que ao menos dêem uma olhada. É uma prato cheio para quem curte as aventuras da equipe mutante, e para leitores novos, que desconhecem os personagens. Enfim, Ultimate X-Men faz jus ao Ultiverso. Aqui no Brasil, a publicação é em “Marvel Millenium Homem Aranha”, pela Panini. Loeb, morra de câncer.
Boas lembranças de quando a Marvel iniciou a publicação de um novo universo, o Ultimate (Marvel millenium no Brasil). Composto por novas versões de personagens e arcos já contados, com algumas novidades e inovações pelo meio, o universo Ultimate sempre manteve um ótimo nível de qualidade.
O Ultiverso é formado principalmente por três revistas; Ultimate Spider-Man, Ultimate X-Men e Ultimate Fantastic Four. Mas é unânimidade que a melhor das revistas publicadas com o selo Ultimate é The Ultimates. Versão alternativa dos Vingadores, The ultimates era tudo e mais um pouco. Humor negro, excelente roteiro e diálogos, desenhos impecáveis. Tudo isso graças ao roteirista Mark millar e o desenhista Bryan Hitch que tornaram esta uma das melhores revistas da editora em 2 volumes (de 13 edições cada).
Bons tempos…
Mas alegria de pobre dura pouco. Quando a Marvel anunciou que Jeph Loeb e Joe Madureira assumiriam a revista no volume 3, muitos fãs (da revista, não deles) se desesperaram. Nas comunidades do orkut e fóruns de hqs, o pessoal se preparava para o pior. Não foi suficiente. The Ultimates 3 é tão ruim que eu não sei se consigo expressar minha decepção. Acho que pode ser comparada ao HOLOCAUSTO. Sério, não vale nem 1% dos 15mb que ocupou no meu HD.
Os desenhos de Madureira estão fora de foco, deixando as cenas de ação… sem ação. Parece até que voltamos ao início dos anos 90. Os personagens, antes muito bem trabalhados, foram descaracterizados. Hawkeye virou uma cópia do BULLSEYE, tem até a mira na testa. E eu que pensei que ele mudaria pra melhor após Ultimates 2. Lembram-se daquele relacionamento estranho entre a Feiticeira Escarlate e Mercúrio? Foi levado ao exagero, e virou INCESTO. Quem leu os últimos volumes deve ter percebido que no fim das contas, não passava de superproteção. Mas Loeb achou que seria legal transformar isso em algo repugnante. Imagino que depois de escrever o roteiro, ele tenha pensado “Eu sou polêmico, LOLOLOL!” e aí começou a se masturbar com vídeos do Bangbros.
vou ali limpar o sangue dos meus olhos
O roteiro é basicamente um clichê; Um membro da equipe é assassinado e os heróis devem descobrir quem é o assassino. Duvido muito que isso desemboque na conspiração que ocorreu em Ultimates 2. Mencionei que Venom invade a base deles sem explicação alguma?
Eu poderia continuar xingando e reclamando por mais umas dez páginas, mas estou desanimado até para isso. Mas fiquem calmos, nem tudo está perdido. O volume 3 terá apenas 6 edições, e as outras revistas continuam boas. “E o volume 4?”. Bom, olhe o lado bom; Pior que isso, só com o Rob Liefeld.
Não é o que você está pensando. Steve Rogers, o Capitão original, está mesmo morto e deve continuar assim. Mas a Marvel precisa do Sentinela da Liberdade, quer você goste ou não dele. E para recriar um dos maiores personagens da editora, não há ninguém melhor que o grande Alex Ross.
Nove meses após a polêmica edição 25, Ed Brubaker, Steve Epting e Tom Brevoort assumem o controle da revista, iniciando uma nova era na edição 34, prevista para Janeiro. “E o que o novo Capitão tem de novo?” Bom, primeiramente, preste atenção na imagem acima. Sim, ele está carregando uma arma. E Alex afirmou que ele terá uma faca também. Parece que este Cap não liga muito para a saúde de seus adversários.
Mas a grande pergunta é, quem é o novo Capitão? O quarteto ainda não deu nem uma pista sequer, mas creio que boa parte dos marvetes já tenha uma teoria. A minha? Eu aposto em James Buchanan Barnes, ou simplesmente Bucky, o ex-parceiro (sem duplo sentido) de Steve Rogers. Maaaas a mini “Captain America: The Choosen” (Capitão América: O Escolhido, sem data de lançamento por aqui) está levantando dúvidas quanto á isso. No final das contas, só resta esperar que Janeiro chegue.