Eu Odeio Herói Bonzinho

Nona Arte quarta-feira, 17 de dezembro de 2008 – 20 comentários

Não sei se sou o único, mas, como é dito no título, eu odeio heróis bonzinhos. Pronto, falei. “Mas, como assim, todo herói não é bom? Mimimimi”. Sim, todo herói, em sua essência, é bom. Afinal, o objetivo dele é sempre o cumprimento da justiça/lei/whatever. O que eu critico são os meios utilizados para se chegar lá.

Heróis cheios de ideais, de senso de honra, etc. me incomodam. Eles são irritantes demais, cara. Por exemplo, vamos ver o Superman: invulnerável, muito forte, pode voar, possui visão de raios X, etc. Ele pode até mesmo quebrar as leis da física einsteiniana pra salvar a Lois Lane! Com isso, ele poderia colocar qualquer um no chinelo rapidinho, na maior facilidade. Mas, alguém já viu ele fazendo isso? Claro que não. Uma luta desse infeliz dura horas e horas. Por que? Porque, ao invés de colocar o inimigo logo a nocaute com um peteleco na orelha, o ET lazarento fica batendo papo, querendo fazer o adversário ser bonzinho e tal. Quando resolve lutar, fica só dando tapinha de moleque pra se defender, porque não quer ferir seriamente/matar o adversário, afinal, isso vai contra os ideais dele. E, enquanto isso, apanha que nem mala velha. Tudo bem o cara ter ideais, mas tudo tem seu limite!
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A História de Watchmen

Bíblia Nerd quarta-feira, 10 de dezembro de 2008 – 7 comentários

Bom dia a todos. Cumprindo com minha honrada palavra de evitar que vocês, meros mortais, fossem humilhados por nerds na estréia do escalofodético filme de Watchmen, passei horas de meu precioso tempo traduzindo, organizando e simplificando a história de Watchmen da Wikipédia em inglês (qualquer um sabe que a Wikipédia em português só serve para vagabundo que faz trabalho da escola de última hora) para que vocês não se sintam perdidos no filme. Após conhecer os personagens, chegou a hora de se aprofundar na história. continue lendo »

Os personagens de Watchmen

Bíblia Nerd quarta-feira, 03 de dezembro de 2008 – 5 comentários

Você provavelmente não sabe, mas a comunidade nerd anda em polvorosa. Não, (infelizmente) não foram anunciados ensaios sensuais de Megan Fox, Scarlett Johansson ou qualquer outra musa nerd. Se esse fosse o caso, estaríamos impermeabilizando nossos computadores, e não só agitados. Porém, qual a causa de tanta comoção? O que fez com que os nerds deixassem seus antros e interagissem pessoalmente com outros humanos? O fim da Internet? Um vírus irremovível? Distribuição gratuita de Playboys para pessoas com QI acima de 120? Nada disso. Trata-se de uma adaptação de uma HQ pro cinema. continue lendo »

Os deuses dos quadrinhos

Nona Arte quarta-feira, 19 de novembro de 2008 – 16 comentários

Todo mundo que lê HQ já têm suas preferências sobre roteiristas, desenhistas e/ou títulos. Também já discutiu com alguém quem são os melhores e quem são os piores. Óbvio que existem MUITOS roteiristas e desenhistas bons, mas essa coluna não é pra falar sobre alguém bom, é sobre alguém FODA. Não um cara que só fez um trabalho bom, mas um cara que fez e ainda faz vários trabalhos bons. Se você curte bastante HQ já está acostumado com alguns dos nomes que vou citar nessa coluna. Se você não os conhece, então trate de conhecê-los.

Então vamos começar com roteiristas.

Alan Moore

Um dos deuses do roteiro, Moore nasceu em 1953, usou drogas na adolescência e é considerado por muitos um velho louco. Mero engano, o cara é o melhor roteirista de HQ. Suas obras são bem elogiadas pela crítica e pelos fãs e são mundialmente famosas. Moore escreveu alguns títulos marcantes como V de Vingança, Monstro do Pântano, A Liga Extraordinária, Do Inferno e também criou o personagem John Constantine. De suas obras, duas se destacam mais. São elas A Piada Mortal, o que eu considero a melhor obra dele, e Watchmen, que foi um marco nos quadrinhos, apesar de ser uma história bem fraquinha. De suas obras literárias, 4 já viraram filme e a uma quinta produção (Watchmen) está sendo feita.

Frank Miller

Não é porque Moore é o melhor roteirista de HQ que os outros são ruins. Miller não fica muito atrás, não, o cara também é um gênio dos quadrinhos. Nascido em 1957, além de roteirista também é desenhista, começou a sua carreira como freelancer em várias editoras e foi na Marvel que ele se destacou, com um trabalho do Homem-Aranha. A partir daí Miller fez um trabalho memorável com Demolidor, criando a ninja Elektra, e com a saga A Queda de Murdock, considerada a melhor história do Demolidor.
Entre suas várias obras, as de destaque são Ronin, Sin City, 300, Batman Ano Um, The Dark Knight e The Dark Knight Returns. Sendo que The Dark Knight é a sua obra mais conhecida e aclamada, pela crítica e pelos fãs. The Dark Knight redefiniu o Batman que conhecemos e foi uma inspiração para Moore escrever A Piada Mortal e Grant Morrison escrever Asilo Arkham.
Miller também tem destaque no cinema. Escreveu o roteiro de Robocop 2 e 3, e sua obra Sin City ganhou uma adaptação, assim como 300.

Neil Gaiman

Dos três melhores roteiristas, Gaiman é o mais novo. Nascido em 1960, o roteirista é mundialmente famoso pela sua obra Sandman. Gaiman começou a escrever quadrinhos após se tornar amigo de Alan Moore, resultando nas obras Violent Cases e Signal to Noise. Logo após, Gaiman escrevou a minissérie Orquídea Negra e em 2004 escreveu 1602, outra série bem elogiada pela crítica. Apesar de Gaiman não ter escrito tantas HQ’s ele é sim um ótimo roteirista e escritor. Gaiman publicou os Livros da Magia (algo parecido com Harry Potter), e também escreveu várias canções, poemas, novelas (como a Neverwhere). Gaiman também participou da produção do filme Beowulf e sua Graphic Novel Stardust ganhou uma adaptação para o cinema.
Recentemente Gaiman está trabalhando na nova saga do Batman.

Fazendo uma análise geral sobre esses três grandes roteiristas, os três são geniais e têm um papel muito importante nos quadrinhos, seja como fonte de inspiração ou derrubando portas. Por exemplo, as obras de Miller sobre o Batman foram inspiração para muitas outras obras sobre o morcego e também para alguns filmes, assim como Watchmen, de Moore, e Sandman, de Gaiman, contribuíram muito para uma evolução nos quadrinhos e também para a visão que a grande massa tinha sobre eles. Até então, os quadrinhos tinham uma linguagem meio infantil e não eram vistos como grandes obras literárias.

Esses são os 3 grandes escritores do mundo dos quadrinhos. Ainda temos outros bons escritores responsáveis por boas obras, mas não no nível desses três.

Semana que vem conheceremos os deuses dos desenhos e suas obras o/.

Preacher (Vertigo)

Bíblia Nerd segunda-feira, 17 de novembro de 2008 – 6 comentários

Jesse Custer seria apenas mais um padrezinho de um vilarejo esquecido em algum lugar ermo do Texas se não fosse o Gênesis. Não estou falando do prefácio da Bíblia. Gênesis é o filho de um anjo e um demônio que, de saco cheio de anjinhos tocando harpa para lá e para cá no Paraíso, resolveu fazer uma visita à Terra. E, nisso, acabou possuindo nosso amigo Jesse James Custer. Com a união dos dois, Gênesis acaba por conferir a Custer o poder de fazer com que QUALQUER pessoa o obedecesse cegamente. E é aqui que as coisas começam a ficar boas.

Tá olhando o quê, porra?

Se você for tanga, emo ou extremista religioso, feche agora mesmo sua janelinha do Internet Explorer 5 e vá ler o blog da Hello Kitty. Para começar, o Deus retratado na HQ é um bundão, fugitivo e egoísta, perfeitamente sincronizado com a vida real, sem nada a ver com as historinhas que te contam na Igreja. A saga de Jesse começa justamente quando ele descobre que Deus tirou umas férias do mundo sem deixar nem mesmo um estagiário tomando conta do lugar. E, como todo cabra-macho que se preze, Jesse vai atrás dele para acertar as contas.

Obviamente, dá algum trabalho procurar e brigar com uma entidade onipotente que está tentando se esconder. Por isso, Custer procura a ajuda de Tulip O’Hare (sua ex-namorada) e de Proinsias Cassidy (um vampiro irlandês) para facilitar na procura por Deus. Esses três, claro, são os personagens que mais aparecem. Afinal de contas, são os “mocinhos”.

Mas, Guten, eu não gosto desse gibi. É muito feio e não tem herói, só bandido.

Caro Tanguinha, permita-me explicar a situação: primeiro, gibi é Turma da Mônica, Preacher é HQ. Segundo, feio é você, a arte de Preacher é impecável. Terceiro, pesquise para saber o que é um anti-herói. Voltemos ao assunto.

Obviamente, Deus vai ficar divinamente puto com essa caçada de Jesse e vai fazer de tudo para que ele seja morto. Além de mandar organizações secretas da Igreja e mercenários, “Ele” ainda se dá ao luxo de ressuscitar um cara do séc. XIX conhecido por “O Santo dos Assassinos” para dar um fim em Custer, além de figuras como Cara-de-Cu, Daronique e Herr Starr (nome que eu adotaria se fosse um travesti alemão).

Quanto aos capangas do Preacher: Tulip O’Hare foi assassina de aluguel, mas sem muito êxito profissional. Afinal, que tipo de incompetente consegue falhar feio na primeira missão? Apesar disso, é mais macho do que muitos de vocês que lêem esse texto. Foi criada pelo pai caçando, pescando, aprendendo a usar as mais variadas armas de fogo e ouvindo histórias de guerra.

Tava olhando minha bunda? Hein?

Já Cassidy é um vampiro assassino alcoólatra, viciado em heroína, ex-prostituto e desertor do exército, além de ter um interesse gritante pela ex-namorada do Jesse.

Eaê, mano? Tudo beleza?

Agora, junte sangue, MUITO sangue, humor negro de primeira aos montes, atos perversos e perversões, mortes, polêmicas, críticas a uma instituição enraizada na mente popular e diálogos feitos com TESÃO, PORRA!, distribua por 66 histórias e 6 especiais e você terá uma das melhores HQs jamais criadas.

Preacher é uma ótima leitura para aqueles com um estômago forte e que não vêem problemas em ter suas crenças zoadas em nível estratosférico. Garth Ennis (roteirista) e Steve Dillon (ilustrador) fazem dos quadrinhos de Preacher uma janela para a podridão do mundo ao nosso redor.

Preacher

Preacher
Lançamento:1995
Arte: Steve Dillon
Roteiro: Garth Ennis
Número de Páginas: Varia de acordo com o volume
Editora:DC Comics, selo Vertigo

Casamentos

Nona Arte quarta-feira, 05 de novembro de 2008 – 4 comentários

Não é surpresa alguma falar que heróis também têm sentimentos. Mesmo sendo sentimentos forçados sobre senso de justiça, ética e moral, um outro sentimento é explorado desde que um herói é criado: o amor. Grandes poderes não vêm apenas com grandes responsabilidades, mas também várias gostosinhas com peitos duros, e isso faz seu herói entrar em conflito com a sua vida pessoal até o dia em que ele resolver casar.

Os casamentos, além de fazerem você ficar com cara de tacho, vendem bastante, dando um destaque ao herói em questão. Por isso, ao longo da história vários casamentos aconteceram, uns bem planejados, outros idiotas, mas todos com o clássico beijo.

Clark Kent e Lois Lane

Um casamento puramente comercial e totalmente esperado, o azulão subiu ao altar em 1996, quando os produtores da série As Novas Aventuras do Super-Homem quiseram casar o Super no seriado, mas isso seria impossível, já que no gibi ele ainda não era casado, então ele casou numa cerimônia com vários convidados especiais, tais como escritores, desenhistas e até mesmo um dos criadores do Super-Homem. A história de Lois e Clark já era muito antiga e também famosa, sendo que esse talvez seja o casal mais famoso dos gibis. Depois de tantas separações e voltas (seja por parte dele ou dela) eles se casaram e são felizes até hoje.

Peter Parker e Mary Jane Watson

Casal clássico dos papéis, Peter era a representação de todo leitor típico de gibi: um nerd bobão apaixonado pela vizinha gostosa. Depois de virar o amigão da vizinha, Peter foi chegando de mansinho e deu uns malhos na Mary Jane. Mesmo amando a modelo, ele sempre ficava na desculpa de transformar a garota em um alvo para os vilões, sendo que com isso ele pensou várias vezes em abandonar a vida de vigilante. Mas depois de tanta embolação os dois casaram em 1987 na edição Amazing Spider-man Annual 21, numa história bem fraquinha, com participação do Electro. Atualmente o casal já não é bem mais um casal. Graças a “grande” saga One More Day Peter abandona seu casamento em troca da vida da sua Tia.

T’Challa e Tempestade

O atual Pantera Negra, além de ser um dos personagens mais fodas de todos os quadrinhos, também é rei de uma nação e, com isso, precisava de uma Rainha. T’Challa e Tempestade já tinham uma história juntos, com revoltas e frustrações. O pedido de casamento ocorreu na revista Black Phanter, publicada em 2006, e o casamento ocorreu durante a saga Guerra Civil, sendo que no casamento os convidados já estavam divididos em lados e há pequenas discussões entre Capitão América e Homem de Ferro. Outra curiosidade é que Tempestade é considerada uma das mais belas heroínas, com isso um figurinista de verdade foi chamado para desenhar o seu vestido de casamento.

Reed Richards e Sue Storm

O casal todo chato e com história toda manjada, os membros do Quarteto Fantástico casaram na edição Fantastic Four King Size Annual 3, em 1965, contando com vários convidados famosos, entre eles Vingadores, X-men e outros nomes importantes. Na mesma edição Doutor Destino tenta se vingar do Quarteto e rola um pusta quebra pau, mas termina tudo bem e com um final bizarro onde Stan Lee e Jack Kirby (os criadores) são barrados por agentes da SHIELD na porta do casamento.

Oliver Queen e Dinah Laurel Lance

Um dos casais mais bacanas, porém, tão pouco lembrados, finalmente se casaram. Donos de uma história muito complicada com muitas separações, brigas, voltas e etc, tudo se concretizou em Green Arrow 75, quando Queen pede Dinah em casamento. A história do casamento é contada em partes. Justice League Wedding Special mostra as despedidas de solteiro do casal, The Black Canary Wedding Planner mostra Dinah escolhendo vestidos e etc, e Black Canary/Green Arrow Wedding Special é onde acontece o casamento. Depois disso a série do Arqueiro Verde passou a vir com um novo nome: Green Arrow/Black Canary.

Claro que ainda têm mais casamentos, mas só citei os legais. Hulk, Demolidor, Luke Cage e Cyclops também casaram, até teve um casal gay casando, mas isso foi em uma história na revista The Authory, em 2002. Mas enfim, se você tem algo contra esses casamentos, fale agora ou cale-se para sempre.

Matando e ressuscitando

Nona Arte quarta-feira, 29 de outubro de 2008 – 7 comentários

Todo mundo já se perguntou isso, desde os tempos em que mortes não eram populares e que velhas banguelas não voltavam à vida através de uma explosão cósmica. Hoje a lista de personagens que ainda não morreram é, de certa forma, curta. E acredite, os que ainda não morreram vão morrer um dia, cedo ou tarde sua editora vai matá-lo

Mas você já não se preocupa, você sabe que seu personagem vai voltar logo à vida, seja uma edição depois da morte ou um ano, ele sempre volta, e você, mesmo odiando pseudos Jesus Cristos fantasiados, continua comprando e achando fantástico.

Apesar de para nós história em quadrinhos ser apenas entretenimento (talvez algo mais), para as grandes editoras histórias em quadrinhos são a tão sonhada galinha dos ovos de ouro, logo, que se foda a gente, a editora quer lucrar, nem que para isso seu personagem tenha que morrer.
Acontece que essas mortes, infelizmente, dão uma grana do cacete. Tudo começa quando o personagem morre, a edição da morte provavelmente vai ter MUITAS vendas, e a partir disso a propaganda sobre o acontecimento só aumenta. Depois vem a edição em que o personagem volta, ou seja, mais dinheiro. Quando terminada essa “saga”, o personagem volta ao normal, podendo até voltar a ser um zero à esquerda.

O maior exemplo disso é o Superman. O herói vinha numa fase ruim, as vendas estavam baixas e ninguém mais curtia o Super justamente pela sua atitude de “escoteiro”. Os leitores procuravam algo mais agressivo, mais radical. A DC tentou de várias maneiras reanimar o velho azulão, mas não obteve bons resultados. Logo matou ele e fizeram todo o arco do funeral e depois o retorno e bingo, as hqs venderam muito.

Ainda tiveram outros que morreram e voltaram e venderam muito, mas não tanto quando o Super.
Outra morte que “abalou” o mundo dos quadrinhos, e também o mundo fora dele, foi a recente morte do Capitão América. A morte foi tão comentada que passou até em mídias e programas que nunca deram a mínima para quadrinhos. O Capitão ainda não voltou à vida, mas quando voltar vai ser outra grande venda para a Marvel.

Mas claro que não é preciso de uma ressurreição para ter boas vendas. Ainda há personagens que apenas morreram e venderam bem, a vitima da vez foi o Robin.
Jason Todd (segundo Robin) não tinha lá tantos fãs, nisso a DC abre uma votação perguntando se ele deveria viver ou não, a resposta foi não, e nosso pequeno prodígio morreu pelas mãos do Coringa, o que além de aumentar as vendas ainda fez o Coringão mostrar porque ele é o pior inimigo do Batman.

Uma nova morte que abalou agora é a do Jonathan Kent. O pai do azulão morreu na edição Action Comics 870 com um ataque cardíaco.

As mortes vão indo e voltando, com grandes e pequenos personagens, e sempre trazendo dinheiro. Mesmo com uma grande parte odiando esses arcos, as pessoas sempre lêem e por isso sempre temos novas mortes. De certa forma elas até são legais, eu particularmente gosto de algumas mortes, dão uma animada no personagem, é uma maneira de começar no zero. Óbvio que tem muitas que são ridículas e exageradas, como os casos da Tia May. A única coisa que fica em falta nas histórias geralmente são as ressurreições, pois os personagens simplesmente aparecem de volta à vida.

A única coisa que me preocupa em relação às mortes é a do Batman. Já têm noticias rolando sobre a possível morte do morcegão, e também de quem vai assumir seu manto, mas enfim, apesar de muita gente odiar vai vender bem. E eu, você, e todo mundo que odiou essa noticia, provavelmente vai ler o arco.

Quadrinhos como forma de publicidade

Nona Arte quarta-feira, 22 de outubro de 2008 – 2 comentários

Se tem uma coisa que eu sempre comentei, e ainda comento, em qualquer assunto relacionado à publicidade é sobre o forte poder que os quadrinhos têm para divulgar alguma coisa, principalmente para o público jovem.
Apesar dos quadrinhos ainda serem vistos como algo infantil, quase todo mundo, seja adulto ou criança, já parou para olhar alguma pequena historinha de um pênis com gonorréia falando “use camisinha”, ou um pneu ensinando como acabar com a dengue. Esses dois exemplos são bem comuns por ai, pequenas cartilhas sobre dengue e AIDS em forma de quadrinhos, tentando educar adultos e jovens. É uma ótima maneira de divulgar o seu produto/serviço porque todo mundo pára pra ver isso, nem que seja só pra ler um quadro, mas pára.

Já tem algum tempo que esse método de publicidade é usado, e ele se expandiu, saindo das margens dos informativos (geralmente sobre doenças). Hoje grandes marcas já anunciam nesse tipo de mídia e o retorno geralmente é bom.

A igreja já usou essa forma de divulgação na Inglaterra, em 2007, quando publicou quadrinhos com traços mangá em seus cartazes de campanha vocacional, com o objetivo de atrair jovens e até mesmo adultos. Uma forma inovadora para divulgar uma mensagem aos jovens, ainda mais por se tratar de uma igreja.

A Fiat utilizou a mesma técnica esse ano quando passou a publicar em jornais e revistas pequenas tirinhas contanto os depoimentos das pessoas que dirigiam um Fiat.
A Microsoft, numa tentativa de diminuir a pirataria dos seus softwares, criou uma HQ contra a pirataria.

Partindo para webcomics, a OI lançou mês passado histórias em quadrinhos com o titulo de A Corporação. Um trabalho totalmente brasileiro e que divulga de forma sutil a OI e ainda cria uma boa imagem para empresa, pois a idéia dessa campanha é dar espaço para os quadrinhos nacionais.
Outra webcomic famosa é a do seriado Heroes, que funciona como um viral para o seriado.

A política não fica de fora disso, é comum ver histórias em quadrinhos que contam a vida de um vereador, de um prefeito e etc. Mas não tem como falar de política sem falar das eleições norte-americanas. No dia 1º de outubro foram lançadas duas comics contando as histórias de Barack Obama e John McCain.

Mas Obama foi mais longe, conseguindo o apoio de Savage Dragon.

Também conseguiu uma capa mostrando a vice de McCain afugentando narradores (piada interna norte-americana).

E por ultimo, mas não menos importante, ou aliás, o melhor, conseguiu um desenho do Alex Ross, numa paródia de Super-Homem.

Uma ótima jogada de publicidade do candidato Obama, com isso ele já garantiu pelo menos 90% da população nerd dos Estados Unidos.
Ainda existem muitos outros exemplos e ainda vão existir muitas marcas anunciando assim, o que é ótimo para o mercado de HQs, pois assim ele só tende a crescer e ter mais visibilidade.
Então, se você não sabia agora você sabe, quadrinhos vão MUITO além de uma simples história desenhada. E essa é só uma das muitas maneiras de uso de um quadrinho. Quadrinhos servem tanto para lazer como para educar, informar, divulgar e outras coisas, passando pelo público infantil ao público adulto.

Onomatopéias

Nona Arte quarta-feira, 15 de outubro de 2008 – 14 comentários

Seria muito mais fácil eu começar essa coluna dizendo que eu acho onomatopéias idiotas, mas antes é preciso explicar o que é uma, já que muita gente não sabe.
Onomatopéia vem do grego onomatopoiía, que significa ação de inventar nomes. Onomatopéias são palavras que tentam imitar um som, como por exemplo, o famoso Tic-Tac do relógio, o Au Au do cachorro e por aí vai.

Agora que você já sabe o que é uma, podemos falar mal delas.
As onomatopéias são bem presentes e visíveis nas histórias em quadrinhos, às vezes elas que completam uma cena, por isso não as descarto totalmente. Cenas em que dois personagens estão conversando coisas do tipo:

Mocinho: Precisamos combater o….
Onomatopéia: Plop! poc! pok!
Mocinho 2: O que é isso? Precisamos investigar…

Esse tipo de cena é bem aceitável, afinal o som é essencial nessa cena, sendo que se o Plop! poc! pok! não estivesse ali você não saberia que alguém bateu em algum objeto oco, fora que o dialogo ia ficar meio perdido.

Mas infelizmente nem tudo é legal, a maioria das onomatopéias são idiotas e sem sentido, como o KA-BOOM que representa o som de uma explosão. Sinceramente, KA-BOOM é uma explosão? E outra, quem em sã consciência vai ver uma explosão e não vai identificá-la como tal?
O KA-BOOM é totalmente inútil e uma cena de explosão, assim como o CRA-KOOM, que aparece toda vez que o Capitão Marvel pronuncia Shazam e um raio cai do céu.

Eu, na minha profunda inutilidade, cacei algumas onomatopéias nos meus comics e na internet. O resultado além de assustador é engraçado, pois quase sempre a onomatopéia não tem nada de parecido com o som. Eis as piores onomatopéias das histórias em quadrinhos:

Baroom! Baruuum! – Bomba, trovão, etc.
Bóim – Batida na cabeça com um objeto.
Bawoing! – Corda do Arco após a flecha ser lançada.
Bash! – Uma queda.
Biff! – Soco no queixo
Bonc! bou! – Batida de cabeça com cabeça
Bounce! bóim! – Mola Saltando
Cra-Koom – Raio do Shazam
Coff! oss! uss! – Tosse
Ioo-hoo! iu-uu!, u-uu! – Chamar alguém que está distante.
Pfft! pfft! phfpt! – Cuspir.
Plomp plom! – Um fruto caindo de uma árvore
Rat-rat-rat! rá-tá-tá! ratataaá-tá – Metralhadora
Riiinch! – Relincho
Screeech! iééé! – Carro freando
Sssss! Ssss! – Objeto queimando
Zok! pof! tou! – Uma pedrada na cabeça.

Existem muitas outras onomatopéias, aliás, existem várias onomatopéias para o mesmo som, assim como existem vários sons para a mesma onomatopéia.
Eu ainda as acho muito inúteis, às vezes até engraçadas, mas inúteis. Lugar de som definitivamente não é no papel.

A Censura nos quadrinhos

Nona Arte quarta-feira, 08 de outubro de 2008 – 6 comentários

A censura foi algo que sempre esteve presente em todos os tipos de mídia que conhecemos, obviamente, os gibis não poderiam ficar de fora dessa. A censura nos gibis começa em 1938 com o ditador italiano Benito Mussolini. Ele baniu as histórias em quadrinhos na Itália porque, segundo ele, as histórias prejudicavam a formação dos jovens. A França fez o mesmo em 1949, e em 1954 o psicólogo Frederick Wertham criou o livro A Sedução dos Inocentes, onde afirmava que os quadrinhos incentivam o homossexualismo e a delinqüência. Inclusive, foi o próprio Frederick que começou com o boato de que Batman e Robin eram gays.

Nos Estados Unidos, por causa de toda essa baboseira, criaram o Comics Code, que estabelecia regras de ética para os quadrinhos. A censura atingiu seu auge, impondo regras radicais aos quadrinhos. Nessa época ficou proibida expressão de terror, canibalismo, vampiros, lobisomens. Atos criminosos não poderiam ser simpáticos, um bandido era obrigado a ser um mau caráter e todas as autoridades eram boas pessoas. A censura também tinha problemas com sensualidade, chegando a cortar braços musculosos porque os mesmos lembravam coxas femininas. Os gibis que se encaixavam em todas essas regras recebiam um selo de aprovação.
Hoje o selo de ética já não é tão usado e as HQs já são um pouco mais livres.

Basicamente, essa seria a história resumida da censura, mas ledo engano achar que estamos livres dela. A prova disso são os recentes casos que vieram à tona com a grande dose de ética e moral da DC censurando Superman e Batman nas revistas Action Comics e All Star Batman & Robin.
A revista Action Comics 869 tinha uma capa com um típico relacionamento norte-americano de pai e filho bebendo cerveja, no caso pai e filho seriam Superman e Jonathan Kent. O que aconteceu? A DC achou impróprio o azulão tomar cerveja e editou a capa botando uma soda no lugar da cerveja.

Já All Star Batman & Robin foi censurada duas vezes. Primeiro porque um problema de impressão fez as famosas tarjas pretas deixarem legível a palavra FUCK, muito pronunciada pela Batgirl e bandidos. Outra coisa censurada foi o golpe que a Batgirl aplica no saco dos inimigos.

As duas foram sem explicações plausíveis. Aparentemente o azulão precisa manter sua pose de escoteiro, mas a revista do Batman foi modificada por pura ignorância, levando em conta que Batman já nem tem um público infantil e que também o autor do All Star é Frank Miller. Porra, chamar o cara pra depois censurá-lo é foda.

A Marvel também vem apanhando pra censura quando se fala em nudez, ou melhor, Frank Cho vem apanhando pra censura. O desenhista teve duas capas censuradas só porque expôs a bunda da Mary Jane e da Feiticeira Escarlate.

A reimpressão do material Drácula também foi censurado, tirando apenas a nudez.

Pulando pro mundo oriental também temos a censura, como vista na edição do Naruto onde seus gestos são modificados. Mangás sofrem MUITA censura quando são adaptados para animes ou quando são adaptados para o Brasil.

Fora a censura que nem chega a ser descoberta pelos fãs, aquela que é cortada antes mesmo do desenho/texto estar pronto. Ou você nunca viu alguma situação muito ridícula em uma HQ que fica bem notável que isso ali foi só pra tapar um buraco? Certamente ali houve uma censura.

O que fica claro é que a censura gira muito em torno da nudez e de ofensas (sejam gestuais ou escritas), e também que na maioria dos casos ela é desnecessária e até mesmo ofende o leitor.
Obras destinadas ao publico infantil até deveriam ficar sujeitas à censura, mas a maioria dos cortes acontece em obras para o público jovem e adulto. Uma tentativa são os selos adultos, onde a liberdade de expressão é realmente livre, sendo muito incomum uma censura nos mesmos.

O mais chato é que são as próprias editoras que se censuram, não são mães desesparadas com o comportamento dos seus filhos, não são igrejas protestantes ou terceiros. Elas mesmas se constroem e se destroem, como a própria DC. All Star Batman & Robin é uma obra do caralho, obviamente a idéia do Frank Miller é fazer um Batman mais sombrio que o próprio Cavaleiro das Trevas, com um contexto muito mais adulto, contando com os espetaculares desenhos de Jim Lee, e a DC censura a obra dos dois. Aliás, os casos recentes da DC foram tão idiotas que se não fossem censurados não teriam a tamanha repercussão que tiveram no mundo dos quadrinhos.
Algumas editoras ainda não se deram conta de que seu material já não é mais para o público infantil e de que o povo gosta de nudez, violência e baixaria.

Mas de onde vem essa censura?

De nós mesmos, nós nos censuramos mais a cada dia graças aos falsos discursos que vomitamos todos os dias sobre moral e ética. A censura só vê os ideais de educação e bondade em falsas opiniões e não enxerga a realidade, que crianças hoje em dia já manjam de nudez e palavrão, e que tirar o xingamento de um gibi não vai mudar a educação do joãozinho. Assim, a censura vem censurando para cumprir com falsos ideais compostos pela sociedade que, além de não cumpri-los, ainda discorda dos mesmos.

Irônico, né? Ainda bem que isso não atinge o Lobo.

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