Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Um personagem que eu achava sem-graça, mas que graças ao roteirista Geoff Johns, conquistou minha atenção. Confesso que comecei a ler por falta do que fazer. Já havia lido todos os lançamentos da semana, e precisava de algo para espantar o tédio. Então eu vi “Sinestro Corps”. Vilões peso-pesados MAIS o Superboy Prime e o Anti-Monitor enfrentado toda a Tropa dos Lanternas mais os heróis da Terra num evento que lembrava em muito Aniquilação?! Eu tinha que ler aquilo. E eu li, e não me arrependo em nada. Descobri que o Lanterna Verde era um personagem muito mais interessante do que eu poderia imaginar. Ou os Lanternas, se preferir.
Antes de tudo, deixe-me apresentar o enredo. Apesar do que pensam os astrofísicos, o mundo não é definido por dimensão ou espaço, mas por cor. Os Guardiões do Universo aprisionaram a personificação do medo, Parallax, há muito tempo atrás. Em seu princípio, a ordem era mantida por andróides, chamados de Manhunters. Mas todos nós sabemos que não dá pra confiar em andróides, e logo eles foram substituídos por seres vivos de planetas diversos. Nasceu então a Tropa dos Lanternas Verdes, uma combinação da cor azul dos Guardiões com o amarelo de Parallax. Pré-requisito? Ser capaz de superar o medo. Afinal, verde é a cor da coragem. Cada dupla de Lanternas Verdes protege um setor.
São cinco os Lanternas humanos, dos quais apenas quatro interessam á cronologia. O primeiro deles, e o protagonista da revista, foi Hal Jordan, piloto de aviões, que ganhou seu anel do alien Abin-Sur, cuja nave caiu na terra. Mais tarde, Guy Gardner foi cogitado como sucessor de Abin-Sur, e se tornou o reserva de Hal. Ele é conhecido pelo seu comportamento peculiar, e sua facilidade em irritar os que estiverem em sua volta. Gardner se tornou Guarda Honorário, e é um dos treinadores de novatos. John Stewart, um arquiteto desempregado, substituiu Hal Jordan quando o mesmo se afastou da Tropa por um tempo. Atualmente ele é parceiro de Hal no setor 2814. Por fim temos Kyle Rayner, que por um tempo foi hospedeiro do Íon, a personificação da coragem (assim como Parallax é do medo).
O poder dos Lanternas Verdes é bem amplo: Cada um possui um anel de poder, cujo único limite é a imaginação. Até algum tempo atrás, os anéis eram incapazes de usar força letal, o que me incomodava (o único limite é a imaginação, mas os Lanternas tinham que enfrentar seus inimigos criando MARTELOS gigantes, minha nossa). Isso mudou quando Geoff fez Sinestro Corps. Para virar a guerra, que estava totalmente á favor da Tropa de Sinestro, os Guardiões liberaram o uso de força letal contra QUALQUER inimigo dos Lanternas. Resultado? Lanterna Verde como uma das revistas mais vendidas da DC, e um dos carros-chefe da editora.
A revista hoje está mostrando o aftermath do Sinestro Corps, e preparando o terreno para o próximo grande evento: Blackest Night (A Noite mais Densa). Com roteiros bem escritos, personagens bem explorados e uma arte (cortesia de Juan Reis) que satisfaz tanto em cenas de diálogo quanto de ação, Green Lantern assume o terceiro lugar do top, e tudo indica uma futura ascensão.
Green Lantern
Título original Green Lantern Lançamento: Irrelevante Arte: Juan Reis Roteiro: Geoff Johns Número de páginas: 24 Editora:DC
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Se você está surpreso, saiba que eu também fiquei ao ver as constantes críticas positivas feitas á esta revista. Sempre achei Grant Morrison um roteirista hypado (superestimado), e o único trabalho dele que eu gostava eram os roteiros que fez para o volume anterior da revista dos Novos X-Men, uma fase polêmica (ele que matou Jean Grey). Após ler a revista, me sinto obrigado a concordar com as críticas.
All-Star Superman foge do padrão usado no título “normal” do Homem de Aço. O passado do Super é resumido em uma página, e então Morrison retorna ao tempo presente. Uma expedição ao Sol foi sabotada por Lex Luthor, e o Superman vai até lá para impedir que os astronautas morram carbonizados. O Super salva o dia, e descobre que a exposição ao Sol triplicou seus poderes. Mas uma má notícia vem logo em seguida: Suas células foram afetadas, e ele está morrendo. E isso é só a primeira edição.
Então Morrison deixa sua imaginação fluir, e impressiona com suas loucas e não menos belas histórias, enquanto o Superman faz de tudo para aproveitar seus últimos momentos. Você verá todo tipo de loucura nas páginas de All-Star SUperman, desde uma quebra-de-braço entre o Super e dois deuses para ver quem terá o prazer de sair com Lois Lane, até um muito bem elaborado diálogo entre Clark Kent e Lex Luthor, que em breve seria executado por seus crimes, mas feliz por ter “matado” o Superman (a radiação solar citada no segundo parágrafo, lembra?).
Cada edição conta uma nova aventura, e a qualidade da revista só faz aumentar. Eu passei a gostar de vilões que antes me pareciam toscos e mal explicados (oi, eu me chamo Doomsday e apareci do nada para matar o Super, como vão vocês da Liga da justiça?), e aprendi sobre a “Dinastia Superman”, vista em DC Um Milhão. Nunca pensei que o “complexo de messias” característico dos personagens da DC pudesse ser usado de forma tão positiva.
Os desenhos de Frank Quitely não são focados no realismo. Pelo contrário, de vez em quando ele usa desproporciona seus personagens, deixando-os meio infantis. Isso é ruim? Não. Essa técnica contribui para o que eu imagino ser o propósito da revista, emocionar os já proclamados fãs do Superman, e atrair novos leitores com belas histórias. E as cores vivas dadas pelo colorista Jamie Grant realçam esses desenhos em todas as situações.
Antes de conhecer a linha All-Star, eu só havia me impressionado tanto com uma história do Superman ao ler “Secret Identity”, que não fazia parte da cronologia. All-Star Superman é o perfeito oposto do sombrio e pesado All-Star Batman & Robin de Frank Miller, e consegue ser ainda melhor. A revista ganhou o prêmio Eisner de melhor série nova, e é um dos melhores projetos que a DC já realizou. Eu também considero ela a segunda melhor revista da DC, e a quarta melhor revista publicada atualmente.
All-Star Superman
Título original All-Star Superman Lançamento: 2005 Arte: Frank Quitely Roteiro: Grant Morrison Número de Páginas: 25 Editora:DC
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Não ficaria surpreso se vocês não conhecessem o personagem. Ele sempre fez parte do grupo mais obscuro. Talvez por isso eu nunca tenha despertado interesse por ele antes de suas histórias chegarem nas mãos de Charlie Huston, escritor e fã declarado do Moony, e David Finch, desenhista experiente. Tudo começou na Europa, mais precisamente Paris. Lá estava eu numa comic shop meio que de bobeira quando me deparei com algo que chamou minha atenção: A Premiere Edition da nova revista do Moon Knight, com o primeiro arco compilado. Eu comprei e o li assim que cheguei no hotel. 6 edições foram suficientes para me transformar num fã do Moony.
“Nas areias do deserto do Egito, Marc Spector foi selvagemente espancado e abandonado, com seu corpo sofrendo de dores insuportáveis… Um homem morrendo numa terra selvagem, no “fundo do poço” do mundo.
Sozinho até que Khonshu veio. O grande Deus precisava de uma arma, um árbitro de vingança na Terra, alguém para trazer dor á aqueles que a merecessem. O pacto foi feito e um guerreiro nasceu: Cavaleiro da Lua. A noite tinha um novo protetor e Marc Spector tinha uma razão para viver. Uma nova possibilidade de encontrar rendenção. Uma nova luxúria pela vida e um senso de propósito.
Mas isso foi a tanto tempo atrás… Agora, Marc Spector é confrontado por uma questão que ele nunca teve que lidar antes: O que acontece quando seu Deus o abandona? A resposta é simples: Você está de volta ao fundo do poço. Para reviver a vida – e vidas – que você pensou ter deixado para trás. Para reencarnar o espírito da vingança, ou morrer tentando.
Essa é a história da retribuição de um terrível, aterrador Deus e o mortal que optou por serví-lo. Essa é a história do Cavaleiro da Lua.”
– Porcamente traduzido da Premire Edition
No primeiro arco, entitulado “The Bottom” (Fundo do Poço), Huston mostra a decadência do vigilante, numa narrativa obscura e introspectiva, enquanto traça o peculiar perfil psicológico do personagem. Conhecemos a sua origem e os seus motivos, assim como sua vida social. Ou o que resta dela. Mas o melhor dos elementos do roteiro é o mistério por trás de Khonshu. Ele existe mesmo, ou é apenas fruto da perturbada mente de Spector? Não espere uma resposta tão cedo.
O segundo arco, entitulado “Midnight Sun”, retrata a influência da Civil War na vida de Spector, enquanto ele é caçado por um novo inimigo, consequência de suas ações no passado. Quatro personagens já consagrados pelos Marvetes fazem aparições nesse arco. Homem-Aranha, Homem de Ferro, Capitão América e o Justiceiro, responsável pela morte do irmão de Spector. Midnight Sun mostra a grande diferença entre o Moon Knight e os outros heróis. Ele não sente remorso e muito menos se importa com o que acontece em volta. Ele é simplesmente o avatar da vingança.
Os desenhos de Finch são retocados no photoshop, dando um bonitismo extra á revista. Seu estilo mais pesado caiu bem no personagem, apesar das cenas de luta terem ficado meio sem idéia de movimento. Os ferimentos poderiam ser melhor desenhados. Mas o foco desses dois primeiros arcos não é a ação, portanto não se preocupe.
Terminado “Midnight Sun”, Finch dá lugar á Mark Teixeira, e Huston passa a auxiliar o novo roteirista, Mike Benson, para o arco “God and the Country”, que explora as ações e consequências do registro do Moony. A narrativa fica menos introspectiva, mas ainda podemos notar influência de Huston (até porque ele não deixou a revista, exatamente) e ação flui mais facilmente. Os desenhos de Teixeira lembram os de Michael Lark em Daredevil, e eu gostei disso.
Moon Knight é uma revista no mínimo interessante, que me faz pensar que outros bons personagens a editora esconde. Muitos vão notar uma semelhança com o Batman (ambos são ricos, usam capa e tudo mais), o que eu penso não ser coincidência. Há quem ache ele parecido com Spawn, mas aí seria o oposto, pois Spawn foi criado 15 anos depois.
Moon Knight
Título original Moon Knight Lançamento: 2006 Arte: Mark Teixeira Roteiro: Mike Benson e Charlie Huston Número de Páginas: 24 Editora:Marvel
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Tá, eu sei que o NM já resenhou esta revista, mas isso não é motivo para que eu não dê uma segunda opinião. Você provavelmente já assistiu Extermínio (28 Days Later). Deve ter assistido Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead) também. Se não assistiu, VÍ ASSISTIR, e só então continue a ler esse texto. Pronto? Misture os dois e você terá uma idéia do que é Walking Dead.
Lendo essa revista, nem parece que Robert Kirkman é o mesmo roteirista que escreve Ultimate X-Men atualmente. Walking Dead impressiona em todos os aspectos. Após 48 edições publicadas, a trama continua excelente. Melhorou, até. A arte de Charlie Adlard também continua boa, gosto muito dessa jogada de desenhos em preto e branco e sangue incolor. Meio mangá, meio Sin City, todo bom.
Em Walking Dead, os zumbis são meio que secundários. Ok, eles aparecem de vez em quando para matar aquele persoagem que tava começando a te agradar (sem brincadeira, Kirkman não tem pena de matar personagens queridos), mas o foco da narrativa são os vivos, e como eles estão lidando com a situação. No começo essa exploração de personagens parece meio clichê, mas vai melhorando, até chegar no nível atual. Eu queria muito falar do que está acontecendo agora, mas em Walking Dead qualquer detalhe é um grande spoiler. Direi apenas que tudo está mudando, e que os zumbis deixaram de ser a ameaça maior faz algum tempo.
Walking Dead é prato cheio para quem curte histórias de zumbis, ou para quem tá a fim de ver um pouco de gore. Dando uma olhada na utra mensal de Kirkman para a Image, “Invencible”, eu passo a me perguntar o que houve com Ultimate X-Men.
The Walking Dead
Título original The Walking Dead Lançamento: 2003 Arte: Frank Quitely Roteiro: Robert Kirkman Número de Páginas: 25 Editora: Image
Depois de eleger os nove melhores arcos do Ultiverso, aqui estão as seis melhores revistas contínuas publicadas atualmente nos EUA, de acordo com a minha opinião, é claro. Não espere ver notas menores que 9 nessa lista, porque não tem. Em breve eu farei uma versão nacional desse top, ainda estou analisando a nossa publicação.
É overdose de zumbis aqui no AOE, e como todo bom marvete eu não consigo pensar em zumbis sem lembrar de Marvel Zombies. A série foi iniciada por mark Millar, e ficou famosa principalmente por causa de Arthur Suydam e suas capas, zumbificações de capas clássicas da Marvel. Com clima e humor mórbido, Marvel Zombies está entre os melhores lançamentos da editora nos últimos tempos. E é justamente por isso que eu fiz esse guia cronológico. Você não precisa seguir esta ordem (até porque a ordem de lançamento foi outra completamente diferente), mas seria legal se o fizesse. Sem mais demoras, vamos ao que interessa:
Army of Darkness vs Marvel Zombies (John Layman e Fabiano Neves)
Você provavelmente já viu o filme ou leu alguma resenha (como a que o Piratão fez) de Army of Darkness. Pois bem, este belíssimo crossover começa após o término da décima terceira edição de Army of Darkness, publicado pela Dynamite Comics. O protagonista Ash Williams foi transportado para a Nova Iorque da Terra 2149, algum tempo antes do início da epidemia zumbi. Enquanto assistia uma briga entre o Demolidor e um dos membros da Gangue da Destruição, Ash é abordado por uma velha possuída por um dedite. Ela o avisa sobre o futuro sombrio deste universo, e diz que um exército das trevas iria se levantar. Ash vai para a Mansão dos Vingadores, avisá-los sobre o perigo, mas é dado como louco e posto para fora. Logo em seguida, os Vingadores recebem a notícia de que algo estranho está acontecendo no centro da cidade.
Ash tenta avisá-los novamente, mas é pego pelo Homem-Aranha e levado para longe. Ash conta sua história, até que os dois percebem que os Vingadores foram “mortos” por uma versão zumbi do Sentinela. O Homem-Aranha é mordido pelo Capitão América, e deixa Ash cair num beco. O nosso herói (no caso, Ash) é então cercado por heróis zumbis, mas acaba sendo salvo pelo Homem-Aranha. Preocupado com Mary Jane a sua tia May, o Aranha deixa Ash no topo de um prédio e vai para casa, mesmo estando infectado. Em meio a tanto caos e zumbis super-poderosos, Ash decide dar uma de messias e tentar salvar este mundo. Como? Com o Necronomicon. O único problema é: Onde está o livro?
Este é o “capítulo” mais bem-humorado da Saga dos Zumbis Marvels, e esclarece algumas dúvidas quanto a origem dos zumbis. As capas seguem a mesma linha de “capas clássicas zumbificadas”, e a arte de Neves é ótima. Leitura obrigatória para quem quer se adentrar no Universo dos Zumbis Marvel e para fãs de Evil Dead.
Marvel Zombies: Dead Days (Robert Kirkman e Sean Phillips)
Dead Days começa exatamente após o Homem-Aranha ter abandonado Ash, e se segue paralelo aos acontecimentos de Army of Darkness vs Marvel Zombies. Peter vai para seu apartamento com a intenção de salvar MJ e May, mas acaba sendo dominado pelo vírus e as devora.
Enquanto isso, os heróis sobreviventes se reúnem no Heliporto flutuante da SHIELD. Nova Iorque está devastada, e alguns dos super-seres mais poderosos dos EUA já foram transformados. Nick Fury resolve apostar alto nos dois homens mais inteligentes vivos: Reed Richards e Tony Stark. Reed se encarrega de procurar uma cura, e Tony de criar um portal para transportar os sobreviventes para uma outra dimensão. Mas tempo é algo escasso, e os zumbis se reúnem para um ataque ao Heliporto…
Dead Days fecha a origem dos zumbis de forma maestral. Se Army of Darkness explica alguns pontos da série, Dead Days esclarece todo o resto. De todas as edições desenhadas por Sean Phillips, esta é certamente a melhor. Dead Days é um One-Shot (edição única).
Ultimate Fantastic Four: Crossover (Mark Millar e Greg Land)
Foi durante as edições 21 a 23 de Ultimate Fantastic Four, no arco intitulado “Crossover”, que surgiu o conceito dos zumbis Marvel. Enquanto “brincava” com seu portal dimensional, Reed recebe uma mensagem vinda dele mesmo, em uma outra dimensão. Os dois batem altos papos, até que o Reed do universo desconhecido chama a versão Ultimate para um encontro. O ingênuo Ultimate Reed aceita, e ajusta o portal dimensional. Mas chegando lá, ele se depara com uma Terra totalmente diferente do que esperava: a Terra 2149, lar do zumbis Marvel.
O jovem estava prestes a ser devorado vivo quando foi salvo por um aliado inesperado, talvez a única pessoa capaz de sobreviver a tal situação. Falo de Magneto, o mestre do magnetismo. O mutante o leva até um esconderijo, onde se refugiavam também um homem e sua filha. Reed não sabia, porém, que enquanto ele se escondia, o Quarteto zumbi se dirigia á sua dimensão…
Crossover é o primeiro dos quatro arcos escritos por Mark Millar para a revista, e o início da melhor fase do Quarteto Ultimate (tanto em roteiro quanto em arte) e uma das séries mais interessantes da Marvel.
Marvel Zombies (Robert Kirkman e Sean Phillips)
O capítulo mais conhecido, Marvel Zombies dá continuação aos acontecimentos de Crossover. Magneto acabou de destruir o portal, e está cercado por zumbis. Ele corre e resiste por um tempo, mas acaba sendo morto. E eu me refiro a morte permanente. O resto da mini é focada exclusivamente nos zumbis. Eles devoraram todas os seres do mundo, e agora não têm o que comer. A única exceção é o Dr. Hank Pym que, como visto em Dead Days, esconde o Pantera Negra em seu laboratório e arranca pedaços dele quando tem fome.
Temos então um curto período de desenvolvimento de personagens antes do aparecimento do Surfista Prateado. Os zumbis têm uma certa dificuldade para enfrentá-lo, mas nada comparado ao que vem pela frente. Afinal, os zumbis podem ter devorado todos os seres do planeta, mas ainda assim não são nada quando comparados ao maior devorador do universo: Galactus!
Mórbida, divertida e mórbida de novo, Marvel Zombies incomoda em algumas partes (pelo fato de mostrar ícones da Marvel zumbificados e desumanos), mas no geral é uma ótima leitura. Ponto para Kirkman, o Rei Zumbis dos quadrinhos.
Ultimate Fantastic Four: Frightful (Mark Millar e Greg Land)
Essa parte é meio confusa (cronologicamente falando), e não sei ao certo onde se encaixa na cronologia. Arrisco dizer que acontece durante Marvel Zombies. Dr. Doom põe em prática sua vingança contra Reed, e o Quarteto zumbi está em seus planos. Bom, isso é tudo que posso falar, qualquer informação adicional estragaria esse arco e o plot twist surpreendente do final. Dadas as circunstâncias não tenho mais o que falar desse arco, a não que aquele que não for fã do Dr. Doom, está prestes a se tornar um.
Black Panther: Hell of a Mess (Reginald Hulin e Francis Portela)
Este arco do medíocre volume 3 da revista do Pantera Negra não tem muita importância para a série. Reed Richards e Sue Storm estão em sua segunda lua-de-mel, e enquanto eles estão fora, T’challa e Tempestade completam o Quarteto. E em meio a uma aventura bizarra viajando por entre as dimensões, o novo Quarteto vai parar no planeta dos Skrulls. Situação desagradável? Com certeza. Mas não tão desagradável quanto a chegada dos zumbis Marvel no planeta. Pois é, agora é zumbis Marvel vs Quarteto de T’challa!
Esta é uma revista que não fede nem cheira, e o Pantera Negra é um bom personagem que vem sido mal-aproveitado, mas este arco até que foi bacana. Não faz falta para a cronologia, porém.
Marvel Zombies 2 (Robert Kirkman e Sean Phillips)
Por fim, o último capítulo lançado. Recomendo que não leia esta parte se ainda não tiver visto o final de Marvel Zombies. Anos se passaram desde o dia em que os zumbis deixaram a Terra. Cansados de viajar pelo universo, e lamentando o fato de nenhum outro ser ter uma carne tão saborosa quanto os humanos, eles resolvem então voltar para a Terra, e reconstruir o portal dimensional.
Na Terra, T’challa, Janet e os acólitos administram um povoado e repovoam o planeta. Janet descobriu que quando um zumbi passa um longo período sem se alimentar, perde a fome. E é esta informação que divide o grupo de zumbis quando eles chegam. Parte deles resolve dominar o povoado e fazer uma criação de humanos, enquanto a outra decide lutar contra a fome. Prepare-se para a Civil War zumbi!
As batalhas estão sutilmente mais violentas, já que não há motivo para ter pena de destroçar zumbis. Marvel Zombies 2 segue a linha de qualidade de Marvel Zombies, e encerra a saga dos zumbis super-poderosos. Será mesmo?
Que George A. Romero é o grande nome dos filmes de zumbis, acho que todo mundo aqui já sabe. O que talvez poucos saibam é que em 2004, pouco antes de transformar sua trilogia em uma quadrilogia (com o filme Terra dos Mortos, de 2005), o cara resolveu se aventurar no mundo das HQs. Foi assim que nasceu Toe Tags, série em 6 capítulos lançada pela DC.
Seguindo os filmes do próprio Romero, a história provavelmente se desenrola durante os acontecimentos de Dia dos Mortos ou depois. O estado de apodrecimento dos zumbis e o próprio estado completamente devastado do mundo aponta pra isso. Apesar de ser ótimo pros fãs dos filmes de Romero, que ganham mais um pedaço da história, isso acaba sendo um dos pontos fracos da HQ. Um leitor casual sentiria a falta de informações, já que o apocalipse zumbi já tomou conta desde o início da história. A coisa faz um pouco mais de sentido se os acontecimentos da revista forem encaixados no mesmo universo dos filmes. Por exemplo, a inteligência crescente dos zumbis (alguns certamente pensam mais do que os montes de carne sem cérebro de A Noite dos Mortos-Vivos ou de Despertar dos Mortos) parece dar continuidade á idéia – iniciada em Dia dos Mortos com o carismático Bub e aprofundado em Terra dos Mortos com Big Daddy, o frentista – de que os zumbis também aprendem as coisas.
[Botem alguma imagem aqui, cães imundos]
Um ponto interessante de Toe Tags é que a história é mostrada pelo ponto de vista dos mortos-vivos pela primeira vez. De um lado, acompanhamos o protagonista Damien, que, após ser mordido, se tornou um zumbi consciente, e quer entender o motivo. A explicação parece estar nas mãos do Professor Hoffman (talvez uma referência a Os Contos de Hoffman, um dos filmes favoritos de Romero), que desenvolveu uma vacina que age nos zumbis. De outro, está Atila, the Hungry (eu PRECISAVA manter o original em inglês pra manter o trocadilho ridículo), um zumbi com capacidade de se comunicar, que lidera uma legião de mortos-vivos prontos para devorar tudo que estiver vivo pela frente. Como um terceiro ponto de vista, temos o exército, mostrado aqui como um grupo autoritário liderado por um homem ainda mais ditatorial, e, por fim, grupos de humanos sobreviventes, que se recusam a se unir ao exército, sabendo que vai terminar em merda. Toe Tags, como as outras obras de Romero, mostra a humanidade como a principal inimiga de si mesma, se destruindo em disputas pessoais enquanto os zumbis devoram a todos. A mesquinhez humana parece fazer com que os vivos fiquem cada vez mais estúpidos, contrastando ironicamente com a união dos mortos-vivos e a habilidade de aprender.
Talvez, para os críticos, o maior erro da HQ seja a falta de personagens que sejam realmente carismáticos. As pessoas geralmente esperam encontrar nas histórias personagens que atraiam o leitor a ponto deste desejar sua sobrevivência. A grande impressão que se tem ao ler a história é que Romero está completamente do lado dos mortos-vivos. O que pra mim não tem problema nenhum, claro, mas é o alvo da crítica de muitos leitores. De qualquer jeito, mesmo não sendo o melhor trabalho do diretor, nem sendo a melhor HQ existente sobre zumbis (eu sugeriria The Walking Dead), acho que vale á pena dar uma olhada em Toe Tags.
Toe Tags
Toe Tags featuring George A. Romero Lançamento: 2004 Arte: Tommy Castillo Roteiro: George Romero Número de Páginas: 22 Editora:DC Comics
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Roteiro de Mark millar
Arte de Greg Land
Namor não é um personagem com muito destaque nos quadrinhos, mas acho que todo mundo deve conhecer o cara. Nascido do relacionamento entre um humano e uma fêmmea de Atlântida, Namor é um “mutante” dotado de grande força e resistência, assim como a capacidade de vôo. Ele é o príncipe (na prática, rei) do povo de Atlântida, e na maioria das vezes aparece usando apenas uma… sunga. Namor sempre foi rival amoroso de Reed, e passa a vida tentando roubar Sue Storm para si.
Apesar de adorar ver ele fazendo dupla com o Dr. Doom, sempre fui meio indiferente quanto ao personagem. Millar e Land mudaram isso. Numa expedição com a mãe de Sue e Johnny, o Quarteto encontra a tumba de Namor, escondida no oceano. O príncipe logo desperta, e um combate se inicia. Com dificuldade, o Quarteto consegue “neutralizá-lo” e o leva até o edifício Baxter. Minha primeira reação ao ver Namor foi “wtf, ele parece com o McMahon!” (Julian McMahon, o Dr. Troy de Nip/Tuck e o Doom do filme do Quarteto). Isso já despertou minha simpatia.
Namor dialoga com Reed (após mostrar que não existe nada capaz de segurá-lo por muito tempo), e sai num “encontro” com Sue, completamente viagiado por câmeras. Enciumado, Reed resmunga enquanto analisa as inscrições da tumba com a mãe de Sue. E é aí que ele descobre um fato que muda tudo: Namor não é um príncipe, e sim um prisioneiro de Atlântida. A tumba era sua prisão. E ao ser rejeitado por Sue, Namor revela sua verdadeira personalidade.
O Namor 616 é forte, mas a versão Ultimate é virtualmente invencível. De todas as versões Ultimates, essa é a que eu mais gostei. É sempre interessante ver os heróis travando batalhas que não podem vencer, ainda mais quando o vilão é tão simpático. Eu queria muito spoilear o final do arco, onde o nível de “coolness” de Namor sobe de 10 para infinito, mas isso não seria legal com vocês.
E o Top 9 acaba com este arco fantástico. Vejo vocês na próxima.
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Roteiro de Brian K.Vaughan
Arte de Brandon Peterson
Brian K.Vaughan eleva a já ótima Ultimate X-Men para um nível de qualidade absurdo. Um homem chamado de “Senhor Sinistro” está assassinando mutantes, por ordem de um ser chamado Apocalypse. Cabe aos X-Men encontrá-lo e neutraliza-lo, mas não existem pistas de sua localização, e indicações de que ele possui algum tipo de poder telepático, usado para paralisar suas vítimas.
Mas a equipe mutante está passando por seus próprios problemas. Fera está morto, e isto abalou seriamente Tempestade. Ciclope e o Homem de Gelo passam por um desentendimento. E aqui começa a ser explorado o homosexualismo do integrante russo, Colossus. Mas a pergunta que não quer calar é: Será Apocalypse uma ameaça real ou fruto da mente perturbada de Sinistro?
Este arco foge do padrão de ação, e se foca no suspense psicológico. O que eu mais gostei neste arco, e o que acaba de ser destroçado por Robert Kirkman, é o fato de que não tem como saber se Apocalypse é real o não, o que em minha opinião transformava Sinistro num personagem deveras assustador.
De todas as reestruturações feitas na transição dos X-Men para o Ultiverso, esta foi claramente a mais elaborada, e a melhor representação da excelente fase de Vaughan a revista (a melhor, e isso não se discute).
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Roteiro de Warren Ellis
Arte de Stuart Immonen
Doctor Doom. Um dos maiores vilões da história “recriado” por Warren Ellis. Resultado? Terceiro colocado. Com seu corpo se transformando numa armadura ambulante, Victor se refugia em Copenhague, onde inicia uma vingança contra Reed Richards. Com tecnologia capaz de controlar mentes, Doom toma conta de uma micronação (se não sabe o que é, procure no Google) e cria um exército de robôs assassinos em forma de insetos para infiltrar no edifício Baxter. O Quarteto consegue sobreviver ao ataque, e se dirige para a Dinamarca visando derrotar Doom. Mas tudo iso já havia sido antecipado por Doom, que aguardava o conflito com Reed.
Ellis reconstrói o passado do gênio do mal, e mostra sua perturbadora criação. Eu prefiro não comparar o Ultimate Doom com o Doom 616, pois eu gosto muito de ambos, e porque fora o passado e origem, eles compartilham muita coisa em comum. Já em termos estéticos, eu prefiro o Ultimate. Não que haja muita diferença, mas o Ultimate têm uma “armadura” sutilmente mais bonita.
Este arco possui diálogos bem escritos, e é sempre interessante ver como o Doom lida com os poderes e trabalho em equipe do Quarteto. Gosto especialmente do combate argumentativo e físico entre Reed e Doom, os dois personagens mais inteligentes – e ambiciosos – da editora. Perfeito para fãs e novos leitores.