Este texto é parte de uma série que você pode acessar aqui.
Banal, ridículo e inútil. Na maioria das vezes o personagem com certeza era MELHOR vivo do que morto e por isso a morte dele não salvará a HQ quando ele retornar dos mortos. Superman (Ou Super-Homem, seu tradicionalista chato) bateu as botas para um vilão fodástico em uma história estúpida (Convenhamos… CADÊ os heróis de verdade em A Morte de Super-Homem???) e depois voltou numa história já melhorzinha, só que… Com mullets e nada diferente. Muitos afirmaram: Era jogada de Marketing. Só que vendeu bem e a fórmula foi reutilizada. E até anos depois eles ainda lucram com isso. Em 2005 foi publicada no Brasil uma mini-série em duas edições de “conseqüências do retorno de Superman”, uma historinha sem sal, sem açúcar ou qualquer tipo de tempero que não influenciou em nada. Mas vendeu como se fosse algo importante.
Poderooosa!
E não é só a DC que se aproveita da morte de ícones. Quantas vezes Jean Grey, a Fênix do X-Men (Ah, vai, se você já viu X-Men 3 você sabe do que estou falando) já empacotou quantas vezes? E as desculpas para retorno são as mais estúpidas. Clones, formas alienígenas de tratamento, magia, necessidade para evento global. Ou… Ís vezes, até que bem cabida, mas que perde todo o sentido se encarada como um desmanche de uma bela história de morte. Ou de falta de bom senso mesmo.
Chorando a morte do “aprendiz”
Jason Todd, o segundo Robin (Não sabia que já tiveram vários Robins? Já são quatro e contando!), foi assassinado pelo público em votação aberta. Sua morte para o Coringa até marcou uma Era, de perda de inocência e punição aos vilões ao extremo. E o que aconteceu? Ele nem chegou a morrer de verdade, sendo ressuscitado pela filha do maior vilão do Homem-Morcego. Dizem as más línguas que a culpa de tudo é do Didio (Dan Didio para os íntimos), o chefão da DC Comics, que tem planejado inúmeros Mega-Eventos, necessitando assim de aventuras bizarras para seus heróis de modo que os leitores vejam que há algo errado no Universo/ Multiverso / Bígamoverso / Ou-Seja-Lá-O-Que-ForVerso da DC.
Você viu que um herói morreu? Saiba que ele VAI retornar, de alguma forma, mesmo que não seja da mesma forma que era antes. Se não for a mesma pessoa, será um sucessor ou até mesmo uma versão alternativa. Acreditem, ainda vão tirar Barry Allen, o segundo Flash, da cova algum dia definitivamente. E aí a verdadeira CRISE (Agora com os leitores) vai começar para as empresas de HQ. Por que não podiam ser todas regidas por gênios como Alan Moore? Porque não venderiam tanto, pequeno gafanhoto. Se você duvida, pergunte ao dono da banca o que sai mais: A Superman do mês ou o encadernado especial que tá lá no fundo da seção.
Discorda, concorda ou só quer criar discórdia? Comente e morra feliz.
Isto aqui começou como um simples texto pra eu preencher minha quota do ano. Pois é, começou assim. Só que agora eu vou fazer mais. Vou esculachar abertamente o que for ruim e elogiar o que for bom. Tirando a obviedade de que praticamente nenhum roteirista de Histórias em Quadrinhos estará lendo isto, estou citando apenas algumas das formas de você transformar um personagem adorado de HQ no próximo primeiro lugar na grande lista dos odiados. São todas formas JÍ utilizadas e que podem engrandecer realmente um herói ou vilão (ou um aleatório) SE fossem bem executadas.
Como vão ver ao longo dos textos, a maior crise é editorial, onde a mão de um chefão é que estraga o bom texto de um escritor, com idéias novas. É de se rir de alguém que usa a desculpa “É mágica, nós não temos de explicar”. Parabéns Quesada, você vai receber minha carta-bomba de presente neste Natal. Junto com a de milhões de fãs.
AVISO: Tem spoilers.
Vocês devem estar cansados dessa punheta em cima de heróis e zumbis por aqui. Vocês devem até estar pensando “puta, por isso que não gosto de HQ. é só gente mal-comida com cueca por cima da calça e umas recriações horríveis de Madrugada dos Mortos em quadrinhos. que saco!” Mas eu sou bondoso. E por ser bondoso resolvi presenteá-los com a Verdadeira Nona Arte. A maravilhosa encruzilhada entre literatura e simples desenhos. E eu não poderia estar falando de outra coisa além do novo lançamento da Conrad: Fun Home – Uma Tragicomédia em Família.
Fun Home é um quadrinho diferente. Não há ninguém com super-poderes. Não há irrealidades. Nada de fantasias e ficções. A obra foi escrita pela jornalista americana Alison Bechdel com um objetivo bem simples: contar a história de sua infância e sua relação com seu pai. Sim, uma biografia, uma memoir em quadrinhos, narrada ao ritmo do pensamento.
A capa da Criança.
Não há uma ordem cronológica para as diferentes cenas que compõem Fun Home. A narrativa desenrola-se através de pequenos casos contados e recontados á medida que novas informações são adicionadas ao relacionamento pai-filha.
Bruce, o pai da narradora, é um professor de literatura/dono da única agência funerária da cidade viciado em decoração de interiores, passando todo o seu tempo vago mergulhado na remodelização da casa, recuperação dos móveis e recriação do antigo estilo Vitoriano do imóvel. Possui um Gênio singular que parece lançar sua relação com os filhos no Céu e no Inferno, além de tornar o casamento com a mãe de Alison, atriz e dona de casa, uma guerra de gritos. É também o astro central da narrativa, que parece servir como resposta á seguinte pergunta: “Quem era meu Pai? Ele está Morto agora. Ok, eu acho que ele se jogou na frente daquele caminhão, mas a verdade é que ele está Morto agora. Quem era meu pai? Quem Era essa pessoa? E será que eu realmente era tão Diferente dele quanto pensava?”
Ao longo da narrativa, vários pontos ficam claros: não é só o amor á literatura e as tendências homossexuais que unem as duas personagens (sim, mesmo casado, descobrimos que Bruce era conhecido na cidade por xavecar e comer garotinhos malhadinhos. E Alison descobre ser lésbica ao entrar na faculdade).
Publicado no Brasil pela Editora Conrad no final de 2007 e escrito com estilo próprio, Fun Home (uma brincadeira com “Funeral Home”) trabalha intensamente com citações literárias e paralelos com escritores famosos, passando por Fitzgerald, Proust e Virginia Woolf. Além da literatura ter estado sempre presente na vida da autora, em suas própria concepção seus pais e sua vida pareciam mais reais quando considerados em termos “ficcionais”, “literários”. A obra tem tudo para se tornar um divisor de águas na publicação nacional de quadrinhos e vem com força para mostrar, de uma vez por todas, que Isso também é Literatura. E das Melhores.
No início de minha vida de leitor de quadrinhos eu tive a infelicidade de passar os olhos em muito lixo. Como todos devem lembrar, a década de 90 foi marcada por desenhistas ruins (dos quais se destaca Rob Liefeld), que destruiam os personagens com traços grotescos e desproporcionalidade. Com o tempo esses desenhistas foram sumindo (exceto Liefeld e Madureira, que me dão nojo até hoje), e as técnicas de desenhos se tornando cada vez melhores. Parecia que o mundo dos quadrinhos estava se aproximando da utopia, até que roteiros abomináveis começaram a surgir e se espalhar entre as editoras. Em exemplos recentes, posso citar Infinite Crisis e Countdown, da DC Comics, e o patético One More Day, da Marvel.
Tudo começou em Back in Black, onde vimos a Tia May ser baleada por um dos capangas do Rei do Crime. Isso foi o suficiente para que Peter Parker voltasse a usar seu uniforme negro, e mudasse um pouco sua atitude com os criminosos. Apesar de ser obviamente uma jogada de marketing para aproveitar o sucesso de Spider-Man 3, Back in Black foi até divertido. Ver o Rei do Crime ser humilhado na frente de seus “colegas” na Ilha Ryker foi impagável. A meu ver, a única coisa ruim em Back in Black foi o fato de que é um prelúdio para One More Day.
Para salvar a sua Tia May da morte, Peter se dispôs a tudo. Quer dizer, tudo menos se aliar a Tony Stark, o Homem de Ferro (coisa que ele já tinha feito no começo de Civil War). Sem resultados, o pobre Peter tentou a sorte com o Doutor Stephen Strange, também sem resultado. Então, ele aceitou a proposta de Stark e deixou que ele usasse alguns de seus milhões para salvar sua Tia em troca de uma aliança na Iniciativa? Haha, claro que não, isso seria lógico demais. Como se as três primeiras edições não fossem ruins o suficiente, Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, resolveu intervir para piorar ainda mais. Sem outras opções (ignoremos Stark por um tempo), Peter decide fazer um pacto com MEPHISTO. SIm, vocês acabaram de ver “Peter”, “pacto” e “Mephisto” na mesma frase. O demônio estava disposto a salvar a vida de May, se Peter aceitasse ter alguns anos de sua vida apagados. Peter e Mary Jane nunca seriam casados, nem teriam lembranças desse acontecimento. Peter aceita com o consentimento de Mary Jane, e assim acontece. Peter acorda em seu apartamento, toma café com May, e se dirige até um prédio. Lá ele se encontra com Harry Osborn (não é erro de digitação, é o Harry mesmo), que estava dando uma festa em comemoração á sua volta da Europa. Eles então brindam e assim acaba One More Day. Os 6 anos que J. Michael Straczynski passou como roteirista de Amazing Spider-Man acabam de ser ignorados.
Esta imagem diz tudo
Sinto em dizer que One More Day é provavelmente a publicação mais desrespeitosa da Marvel. E não digo isso porque meus 10 anos de leitura das revistas do Aranha foram negados, mas porque é a mais pura verdade. Já houveram outras tentativas de acabar com o casamento de Peter e MJ (casamento que para mim sempre foi um dos pontos fortes da revista), mas isso foi golpe baixo. Não consigo expressar o quanto estou decepcionado. Me sinto pior ainda quanto tenho que admitir que One More Day não é inteiramente ofensiva. A arte está impecável, se aproveitando das sombras para dar um toque de tristeza á história. O diálogo de despedida entre Peter e MJ é decente se você desconsiderar a porcaria que vem depois. E as três primeiras edições.
Tenho certeza de que isto vai se reverter (afinal, esta decisão não agradou NINGUÉM), mas tenho medo de quanto tempo irá levar. E por mais que eu queira deixar de ler Amazing Spider-Man, não posso. Não só pelo respeito que tenho pelo personagem (empatado com Deadpool no topo da minha lista de favoritos), mas também pelo fato de que Steve McNiven será o novo desenhista. De qualquer forma, meu fim de ano acaba de ser prejudicado. E antes deu ir suprimir minha tristeza com Halo 3, uma pergunta: Sou só eu que não vê sentido em trocar sua bela, sempre presente e fiel esposa por alguém que vai morrer de velhice cedo ou tarde?
Tudo começou com uma ação irresponsável dos Novos Guerreiros. Eles iniciaram uma briga com um grupo de super-vilões (entre eles Nitro, o ex-arquiinimigo do Capitão Marvel), o que acabou resultando na morte de centenas de crianças e de todos os integrantes do grupo, exceto Speedball (que se tornou o conflituoso Penance). Isto foi a gota d’água para o governo dos Estados Unidos da América, que decidiu criar uma nova lei: Todos os heróis deveriam se registrar no banco de dados do governo, e após passar por um treinamento, seriam um tipo de força policial com super-poderes.
Os uniformizados se dividiram em dois grupos: Os que são á favor da Lei de Registro, liderados pelo Homem de Ferro, e os que não vão se registrar nem a pau, ironicamente liderados pelo Capitão América. Os dois grupos se enfrentaram num combate feroz, e houveram perdas em ambos os lados. Mas nenhuma perda foi tão significativa quanto á do próprio Capitão América. Na vigésima quinta edição do quinto volume de sua revista, no arco “The Death of the Dream”, o Sentinela da Liberdade foi baleado pelo vilão nazista conhecido como Crossbones (Ossos Cruzados). Fãs ficaram abalados. Leitores não conseguiam acreditar no que seus olhos mostravam. A IGN considerou este como sendo o Melhor Momento dos Quadrinhos de 2007.
Bucky, o ex-parceiro do Capitão e ex-Soldado Invernal jurou vingar a morte de seu amigo. E na lista de culpados estava incluso o Homem de Ferro, responsável indireto pelo acontecimento. O “jovem” Bucky conseguiu recuperar o famoso escudo, e após passar por um bucado de problemas terminou por enfrentar Stark. Os dois estiverem próximos de se matar, até que Stark revelou um último pedido do Capitão. O bom Steve queria que Bucky fosse seu sucessor. E assim aconteceu. É isso aí pessoal, James Buchanan Barnes será o novo Capitão América, e apssará a usar o novo uniforme a partir do mês que vem, quando ele irá acertar as contas com o Caveira Vermelha (a mente criminosa por trás do assassinato). Ou não, quem sabe Brubaker está preparando uma reviravolta ainda maior… Ação constante, roteiro cheio de reviravoltas e excelente arte fazem desta revista uma das melhores séries continuas dos dias de hoje. Ou segundo a IGN, a MELHOR.
Da Esquerda para a Direita: Nuke, Blur, Zarda, Shape, Hyperion, Emil Burbank, Dr. Spectrum, Inertia, Arcanna, Kingsley e Nighthawk ao fundo.
Continuação de Poder Supremo, Esquadrão Supremo sai de área de desenvolvimento psicológico dos personagens e passar a focar mais a crítica aos EUA. Assim como em Poder Supremo, a revista tem o roteiro escrito por Straczynski e os desenhos feitos por Gary Frank.
Esquadrão Supremo é publicado sob o selo “Marvel Knights”, o que deveria significar que ele é menos violento que seu antecessor. Felizmente, isso não procede. Porém, não espere encontrar conteúdo chulo ou cenas de sexo.
Com Blur, Dr. Spectrum, Power Princess, Inertia e o resto dos novos super-seres da América chamados para o serviço, o governo está pronto para dividí-los em duas equipes, uma pública e uma secreta. Mas Mark Milton, a.k.a. Hyperion, estraga tudo ao entregar os nomes dos super-agentes para o repórter Jason Scott, do Washington Herald (Arauto de Washington). Isso resulta na criação do Esquadrão Supremo, uma desconfortável combinação de heróis públicos e privados, com idéias distintas de como o mundo deve ser salvo.
Quando atividades super-humanas começam a se espalhar pelo mundo, o Esquadrão entra em ação na Ífrica e no Oriente Médio, travando batalhas sangrentas contra seus inimigos e sua próprias emoções. A disputa pelo status de verdadeira Super-Potência começou, e uma nova ordem mundial está por vir.
Enquanto a equipe se ocupa com seus inimigos e consigo mesma, Mark continua avançando em seus planos de dominação global, e pode decidir tomar controle da situação a qualquer momento. Mas seu próximo passo pode ser justamente o que o vigilante humano Nighthawk está esperando…
Assim como Poder Supremo, Esquadrão Supremo também deu luz á uma mini-série, sendo esta “Supreme Power: Hyperion vs Nighthawk”. Ao ler a frase anterior, você provavelmente pensou “Se a mini faz parte da cronologia do Esquadrão, porque tem Poder no título?”. Confesso que eu não faço idéia. Independente do título, Hyperion vs Nighthawk se passa após a quinta edição de Squadron Supreme, e mostra um detalhe interessante sobre os poderes de Mark.
A revista está parada na sétima edição, e os fãs aguardam sua continuação desde o ano passado. Não se sabe o motivo do atraso, mas creio que JMS e Frank voltem á ativa no começo de 2008. A edição oito estava prevista para Novembro deste ano (segundo o catálogo oficial da Marvel), mas… Vocês sabem.
Gostou de Poder Supremo? Está curioso para saber como e quando Hyperion irá se rebelar contra a humanidade? Então acho que você tem como obrigação ler as histórias do Esquadrão. A publicação brasileira também foi na Marvel MAX, da Panini.
Momento Cultural: Capa do Esquadrão original de Roy Thomas
Um bom número de nerds deve conhecer o roteirista J. Michael Straczynski por causa de seu trabalho no seriado de ficção científica Babylon 5. Outros devem conhecê-lo pelo seu trabalho na Marvel (Fantastic Four, Silver Surfer, Amazing Spider-Man, entre outros), como é o meu caso. Gary Frank, desenhista, fez seu currículo na Marvel desenhando o Incrível Hulk, os Vingadores e alguns títulos dos X-Men. Straczynski e Gary Frank já trabalharam juntos antes em Midnight Nation (título de autoria de Michael) pela Image Comics. Mas esqueça tudo isso, pois Poder Supremo (Supreme Power) é sem dúvida a obra-prima da dupla. Publicado pela Marvel com o selo MAX, está entre as emlhores hqs que já li.
Basicamente, este é um remake do Esquedrão Supremo clássico, criado por Roy Thomas para ser a versão Marvel da Liga da Justiça. Mas não se engane. Fora os poderes dos personagens, Poder Supremo não lembra em nada o grupo da DC. Eu nunca tinha visto super-seres sendo abordados de forma tão adulta e realista (isso levando em conta que Watchmen só tinha um personagem com poderes), sendo claramente uma crítica á supremacia yankee. “Nip, e quanto á Heroes?”. Heroes é chato, e Jeph Loeb é um imbecil.
A hq se passa no Supremeverse, ou Terra-31916 se preferir. A trama se inicia com uma nova versão do que seria a origem do Superman. Após cair na Terra, a nave em que o bebê alienígina estava foi encontrada por um casal incapaz de ter filhos. Eles levam o bebê e a nave para casa, mas logo são abordados por agentes do exército americano. A criança e a nava são levadas até um laboratório militar, onde passam por uma série de teste para se descobrir de onde eles vieram. Nada é descoberto. Nada além da incrível resistência e força do bebê. O presidente dos EUA enxerga a criança como uma oportunidade de aumentar o poderio do exército, e dá início ao projeto “Hyperion” (homenagem ao Titã grego).
O bebê é levado a uma base militar especialmente construída para simular uma fazenda, e um casal de agentes do FBI é chamado para a difícil missão de criar o garoto. Hyperion, agora batizado de Mark Milton, cresce sob a ilusão de que aqueles eram seus pais verdadeiros. Com o tempo, Mark descobre que não possui apenas super-força e invulnerabilidade, mas também visão de raio-x, super-velocidade, visão e audição extremamente aguçadas, voar e disparar um tipo de laser pelos olhos, poder que acabou sendo chamado de “visão de calor”, por causa de sua aparência e efeito. Mark é o “americano” perfeito, e é virtualmente imbatível.
Mas Hyperion não é o único com super-poderes. Novos super-seres vão sendo descobertos ao redor do mundo, e todos eles parecem misteriosamente relacionados á chegada de Hyperion na Terra. Serão eles amigos ou inimigos? E a situação se complica ainda mais quando Hyperion se cansa de ser o fantoche dos EUA…
Poder Supremo é composto de 3 arcos de 6 edições cada (totalizando 18 edições), e desembocou em três mini-séries e um novo título, continuando de onde Poder Supremo acaba. Cada mini é protagonizada por um dos personagens-chave (Hyperion, Dr. Spectrum e Nighthawk). A de Dr. Spectrum se passa entre os eventos de Poder Supremo, enquanto a de Nighthawk é apenas uma aventura extra, mostrando a versão “Supreme” do Coringa. Já a de Hyperion é continuação direta de Poder Supremo, e prelúdio para Esquadrão Supremo (Squadron Supreme), ainda em andamento. Ah, não confundam o Esquadrão de agora com o que eu citei no começo do texto, ok?
Os desenhos de Gary Frank são muito bons e retratam com excelência os uniformes e personagens. Fazendo uma comparação, é como Bryan Hitch em The Ultimates 1 e 2. Mas a arte não irá parecer tão incrível se você já leu Midnight Nation (o protagonista parece muito com Spectrum).
Poder Supremo é uma ótima revista, e se tornou uma ótima série. Quem gosta de super-heróis DEVE ler esta revista. Quem não curte ver homens usando spandex enquanto se espancam, pode mudar de idéia caso dê uma chance á revista. Aqui no Brasil, Poder Supremo foi publicado na mensal Marvel MAX, da Panini e pode ser encontrado em sebos ou na internet. A saga de Hyperion continua amanhã, quando resenharei Squadron Supreme.
Este artigo faz parte de uma série. Veja a introdução aqui.
Pois é, 2007 finalmente chegou ao fim. Mas isso não quer dizer que o que aconteceu nesses 365 dias será esquecido. Pelo menos na área de quadrinhos, grandes eventos aconteceram, eventos que trouxeram cenas bastante aguardadas pelos leitores. É claro que estou falando de World War Hulk, pela Marvel, e Sinestro Corps War, pela DC.
World War Hulk
Tudo começou com um “pequeno” descontrole, onde o Hulk quase detonou Las Vegas. Numa tentativa de se livrar desta grande ameaça que é o alter-ego de Bruce Banner, o Illuminati (não, não é aquela seita secreta do Vaticano. Falo de Reed Richards, Dr. Strange, Black Bolt, Iron Man e Charles Xavier) decidiu arremesá-lo no espaço. Eles fizeram uma emboscada para o Hulk, e o mandaram para bem longe. O plano falhou aí. Em vez de mandá-lo para um planeta desabitado, ele acabou indo parar numa planeta com vida inteligente, e foi forçado a ser gladiador. Ele fez algumas amizades hardcore e então desceu o braço em todos até tomar o poder do Imperador. Ele se casou com uma alienígina, que logo ficou grávida do verdão. Final feliz para o Hulk? NO WAY! A nave que o transportou continha uma bomba forte o suficiente para destruir o planeta (vide Saga de Freeza em DBZ), e assim aconteceu. Fora o Hulk e seus colegas gladiadores que conseguiram fugir num cruzador imperial, todos morreram. Inclusive sua esposa. Verde de raiva (desculpem o trocadilho infame), ele mudou o curso do cruzador para a Terra, com apenas uma coisa em mente: VINGANÇA.
Chegando na Terra, ele manda uma mensagem explicando o que aconteceu, e quem são os culpados. Então ele completa com um aviso á população de New York: Ou eles vão embora da cidade em 24h, ou vão ser destruídos também. Os super-heróis se unem para tentar detê-lo, mas o poder do Hulk cresce com a raiva, e ele nunca esteve tão bravo. New York e o Illuminatti estão em seus últimos dias.
“Pô Nip, enredo bacana, mas por que isso seria nostalgico?”. Bom, em primeiro lugar, finalmente deram ao Hulk a atenção que ele tanto merecia. Segundo lugar, nada de diálogos chatos ou enrolação. Aqui a pancadaria come solta. E terceiro, porém não menos importante, o Hulk dá uma surra magnífica no Homem de Ferro logo na primeira parte do evento. Acredito que eu falo por todos os leitores da Marvel quando eu digo que esta foi uma das cenas mais aguardadas do ano. O Homem de Ferro chegou ao auge de sua antipatia durante a Civil War, e já estava mais do que na hora de alguém mostrar pra ele com quantos paus se faz uma suru… digo, canoa. E nada melhor do que tomar a maior surra de sua vida na frente do povo nova-iorquino. Cena que lembrarei sempre que abrir um revista estrelada por um desses dois personagens.
Sinestro Corps War
Sinestro, o arquiinimigo de Hal Jordan e toda a Tropa dos Lanternas Verdes está de volta. Mas desta vez, ele não está sozinho. O vilão de pele rosa criou sua própria Tropa de propagadores do medo, reunindo vilões peso-pesado como Super-Cyborgue e Superboy Prime, e declarou guerra aos Lanternas, matando todos que encontrasse pela frente. O livro de regras dos Lanternas os impedem de usar força letal mesmo que queiram (o anel não responde no caso), o que desequilibrou o combate á favor de Sinestro.
Até agora nada de nostálgico, certo? Certo. Mas na ameaça de perder a guerra, os guardiões da Bateria Central da Tropa dos Lanternas Verdes tomou uma medida completamente inesperada: A aprovação de força letal. Sim, pela primeira vez na história da Tropa, eles tem permissão para matar. Os heróis então viraram o jogo na melhor maneira possível, com MUITO sangue e desmembramentos. E não pense que isso é temporário, pois já foi anunciado que a força letal será medida permanente. Um ato digno de ocupar um espaço em minha memória. E na de vocês também.
E é isso. Que vocês tenham um bom final de ano e blábláblá, ah, corta essa.
“Let your plans be as dark and impenetratable as night, and when you move, fall like a thunderbolt”
Me sinto nostálgico ao lembrar do meu primeiro contato com esta hq criada por Kurt Busiek e Mark Bagley. Foi no início de 1999, logo após o fim do evento Massacre Marvel. Lembro que na época não me agradou muito, e só virei leitor alguns anos depois, quando o Gavião Arqueiro se tornou o novo líder do grupo.
A idéia não era tão nova, mas era incomum. No fim do Massacre, os Vingadores e o Quarteto Fantástico foram dados como mortos. Entram então os Thunderbolts, um grupo totalmente “novo” e a população americana passa a se sentir segura novamente. Mas com a volta dos heróis, o grupo revela seu verdadeiro objetivo: Os integrantes dos Thunderbolts eram, na verdade, vilões disfarçados, que pretendiam matar seus velhos inimigos e tomar conta do país. Travado o combate, o líder deles, o nazista chamado Helmut Zemo, se sacrifica para salvar o Capitão América, após ver que tudo aquilo não era certo. O grupo ainda teve um clube de luta entre vilões e mais duas formações, sendo estas bem intencionadas. Ou quase isso.
Mas nada disso nos importa, pois os Thunderbolts que irei resenhar são muito mais violentos, psicóticos e cruelmente engraçados. A partir da edição 110, a revista é assumida pelo desenhista (brasileiro!) Mike Deodato e o brilhante roteirista Warren Ellis, ambos bem conceituados.
Da esquerda para a direita: Penance, Songbird, Radioactive-Man, Swordsman e Venom
Como resultado dos estrondosos eventos da Civil War (altamente recomendável), uma nova equipe foi formada, desta vez completamente controlada pelo governo. Mac Gargan, anets o patético Escorpião, agora o temível Venom! Chen Lu, cidadão chinês, mais conhecido como o Homem Radioativo! o alemão mutante Swordsman, mestre com espadas! A ex-líder da formação original, Songbird! A enigmática e ambiciosa Moonstone! O conflituoso e incrivelmente forte, Penance! Bullseye, o homem que nunca erra! E todos eles sob a direção de ninguém mais, ninguém menos que o maior inimigo do Homem-Aranha, Norman Osborn, o Duende Verde!
Com exceção de Bullseye, que opera como membro secreto, a equipe se torna incrivelmente popular, uma verdadeira celebridade. Sua missão? Capturar os super-humanos que se recusam a assinar o registro imposto pelo governo e agora agem secretamente. Tudo isso para fazer do mundo um local mais seguro para as pessoas comuns. Ou pelo menos é isso que eles afirmam. Warren Ellis e Mike Deodato apresentam uma escura e perturbante tomada na lista dos mais procurados da Marvel, onde a linha entre herói e vilão é difícil de se encontrar. Se é que ela existe…
“I’m no man, i am dynamite, at a height where i speak not in words but in thunderbolts. My fervent will to create impels me thus as the hammer impelled toward the stone”
Sinceramente, esta é a melhor coisa que resultou da Civil War. Confesso que já estava empolgado mesmo antes de ler, mas a empolgação foi ainda maior quando terminei a primeira edição desta nova e brilhante fase. As batalhas são bastante intensas e se desenvolvem de um modo que você não consegue decidir para quem você está torcendo ou com quem você simpatiza mais. A violência é constante, como num filme de ação.
Mas Thunderbolts não é apenas pancadaria gratuita. Por trás das lutas existem também as partes política e estratégica, que vai desde as reuniões com Norman Osborn até comercias de tv, mostrando cenas da propaganda das figuras de ação dos “heróis” e também do Who Wants to be a Thuderbolt, paródia do Who Wants to be a Superhero, de Stan Lee. Propositalmente, Stan Lee se mantém como apresentador na revista também.
E então vem minha parte predileta: Conflito pessoal. É fato que a equipe não se dá muito bem. Mac Gargan mostra os problemas de sua convivência com o simbionte Venom. Songbird e Chen Lu tramam para fazer com que a equipe volte a ser o que era antes. Moonstone trama para tomar a diretoria dos Thunderbolts das mãos de Osborn. Bullseye quer apenas matar todos eles. Norman Osborn se mostra vítima de uma obcessão incomum pelo Homem-Aranha, seu antigo arquiinimigo.
Mas o mais problemático certamente é Penance, antes o herói conhecido como Speedball. Ele passou por muita merda durante a Civil War, até chegar a um ponto que simplesmente não aguentava mais. Possuidor de um grande poder que cresce com a dor, Robert Baldwin usa uma roupa estilo “dama de ferro”, para que se mantenha em dor constante. Como ele obteve esse poder e a extensão do mesmo ainda é um mistério. Ele não é oficialmente um membro da equipe, logo não pode ser atingido por Osborn. Juntando isto com seu poder e personalidade fria e algumas vezes assustadora, Penance é ao mesmo tempo o membro que Osborn mais teme e mais admira.
“None are happy, none are good, none are respectable, that are gyved like us. And i must tell you, besides, it is very dangerous talk. If you grumble of your iron, you will have no luck; If you ever take it off, you be instantly smitten by a thunderbolt”
A arte está entre as melhores. Mike Deodato está caprichando bastante. Os personagens são bem detalhados, assim como o cenário, facilitando as cenas de ação. Assim como nas atuais revistas do Moon Knight e boa parte de Ultimate Fantastic Four, os efeitos especiais (explosões, a rajada de Penance, etc) são retocados no computador, dando um pouco de “luz” ao movimento, fazendo com que fique ainda mais bem feito.
Esta revista vale MUITO a pena e eu recomendo com todas as minhas forças. Não é por pouca coisa que ela é a minha revista predileta atualmente. Mesmo quem não é fã de coolant deveria dar uma olhada. Esses Thuderbolts não apenas mais um grupo da Marvel. Eles são a “justiça, como um relâmpago”.
Como de costume, estava me atulizando com as novidades no mundo das hqs (visito sempre a página de notícias do site da Marvel e IGN), quando me deparo com esta imagem, que por si só já é sugestiva:
A imagem foi feita por Salvador Larroca, que se encarregará da arte de Ultimate X-Men daqui para a frente. A revista, que está nas portas do esperado arco de Apocalypse, têm sido alvo de críticas de alguns fãs (em minha opinião, pura baitolice), que não estão satisfeitos com a abordagem de Robet Kirkman (Marvel Zombies, Walking Dead). O editor do título, Bill Rosemann falou “Ei, aquele cara da esquerda parece Massacre, e o da direita com esse elmo cheio de espinhos pontiagudos me lembra Stryfe…”
Como ele só disse o que todo mundo pensou ao ver a imagem, a IGN entrevistou Kirkman para obter mais detalhes. A entrevista pode ser lida aqui. Kirman lembrou que já existe um Ultimate Stryfe, logo o personagem da direita não pode ser ele. Ele então sugeriu que TALVEZ estes sejam Xavier e Cable, de volta do futuro e prontos para enfrentar Apocalypse. É uma boa aposta. Obviamente, ele não afirmou nada. O arco se inicia em Janeiro, junto á várias outras novidades da Marvel (como o novo Hulk e Capitão América).