Antes de tudo, mudanças podem ser coisas divertidas. É claro, se elas não forem feitas no meio da noite, acordando metade da vizinhança. Mas o detalhe de mudanças que eu quero frisar aqui é quando temos que juntar livros com os de outras pessoas. E é um saco carregar caixas pesadas com livros. Mas mais vantajoso do que carregar numa mochila todos, o que consigo sempre.
Eu já li algumas coisas muito estranhas. Estranhas mesmo. Se vocês acompanham isso, devem se lembrar de algumas.
Alguém se esqueceu do Crash, que contava sobre um grupo de pervertidos, sexualmente atraídos por batidas de carro?
Coisas desse tipo sempre fizeram parte da minha predileção literária.
No entanto, Minha Idéia De Diversão é um tanto quanto diferente. Talvez seja a primeira vez em anos em que eu me sinto verdadeiramente incomodado com as cenas que tenho lido nesse livro. Talvez pela riqueza de detalhes – Will Self tem uma incrível linguagem descritiva, rica em metáforas e comparações -, talvez seja porque a história é Realmente estranha, e até agora eu não sei exatamente se eu realmente entendi tudo. continue lendo »
Eu tenho uma mania meio besta, que já me fez entrar em algumas confusões, mas todas acabaram bem, pelo menos pro meu lado. Apesar de ser uma mania que pode tirar o serviço de algumas pessoas, não consigo resistir quando tenho oportunidade de colocar ela em prática.
Eu reviro lixo.
Mas não é qualquer lixo, sabem. Aqui em Curitiba tem os dias em que passa um caminhão especial, dedicado a catar lixo reciclável. Embalagens plásticas, garrafas de vidro, restos de poda de árvores e o que eu considero principal: revistas e livros. continue lendo »
De cara amarrada, ele caminha pelas ruas sem se importar com o que acontece em sua volta, já que não o interessa mesmo. Uma criança pede esmola a ele e como se fosse nada, é ignorada. Seu telefone toca e é a mãe dele do outro lado, apesar de não a ver desde a formatura, ele a dispensa, já que ela não é nada de importante para ele.
Coisa estranha isso, não? Personagens sem sentimento, frios e que não tem uma maneira de se mostrar para os outros são muito simples de se fazer. Por isso que eles não tem a graça, o charme e os atrativos que a maioria dos outros possuem. continue lendo »
Imagine um distinto cidadão. Seu nome poderia ser algo entre Arnaldo e Jair.
Como todo distinto cidadão, ele tem um bom emprego burocrático numa boa firma burocrática, uma boa mulher dona de casa e dois bons filhos com boa educação em um bom colégio particular.
Sua idade pode ser, caso vocês queiram, por volta dos 28 e 34 anos.
Facilitando, o proclamo com 31 anos, casado há 12 e pai há 9. continue lendo »
Antes de mais nada, gostaria de agradecer ao Santhyago, por ter cedido a sua coluna para a publicação desde humilde texto. Obrigada!
Quando você vê uma pessoa, com ares de intelectual, andando de um lado pra outro numa livraria, você já sabe: ela está procurando uma obra underground. Mas afinal, o que é underground?
Pois é, mais uma daquelas loucuras habituais, que vocês já estão começando a se acostumar em me ver chamando de geniais.
No entanto, por mais que vocês não tenham gostado de nada que eu indiquei até agora, duvido que vocês não se sintam atingidos, de alguma forma, por este livro.
Matadouro 5 é uma história trágica escrita de forma hilariante. Ou poderia dizer uma história hilariante escrita de forma trágica. continue lendo »
Resolvi contar algo que vivi durante minha passagem pela Ásia.
Alguns amigos íntimos já sabem, mas vale a pena repetir que estudei durante cinco anos em um colégio interno na Índia. Na época meu pai era um empresário gorducho e metido da Embraer (isso foi logo antes dele ser acusado de desviar dinheiro e iniciar a decadência da minha família que terminaria com esse mesmo gorducho, agora 10 quilos mais magro, pendurado na cristaleira da sala com uma corda em volta do pescoço); portanto viagens eram freqüentes. continue lendo »
Como comecei a falar na semana passada, agora eu termino de falar sobre esse assunto que pretendo abordar aqui mais algumas vezes, já que ele é bem extenso. Sem preguiça dessa vez.
Bom, a pior parte de uma espera é quando essa espera não tem fim. Você sabe que o livro está ali. Sabe que tem uma data de lançamento, mas, poucos dias antes de ele ser lançado, alguma merda acontece e isso tem que ser adiado. E adiado. E adiado novamente. Depois de algum tempo, ou o fã ensandecido fica louco e vai até o país do autor tirar satisfações pessoalmente com o próprio, ou resolve continuar esperando, não importa o tempo que seja… continue lendo »
Muito se fala de V de Vingança. Muito se fala (agora principalmente com o filme) de Watchmen.
Inegavelmente, são as duas obras mais conhecidas de Alan Moore e aquelas que o tornaram mundialmente consagrado no mundo dos quadrinhos e, por que não, na literatura.
Alguns fãs admiram seu trabalho mais recente em Lost Girls e relembram a genialidade de A Piada Mortal.
Mas poucos falam de Do Inferno. Por quê?
Por conta da péssima adaptação hollywoodiana?
Por ser um tema menos popular aqui no Brasil? continue lendo »