Ah, essa época de natal, ô época mais… maldita. Não assisto TV, logo, os programas especiais de fim de ano, como o Roberto Carlos, ou o Gugu vestido de papai noel dando brinquedos, é uma coisa que eu já fico feliz de não ver. Mas minha tarefa não é falar sobre programas de TV, isso é chato e meus conhecimentos sobre isso não vão muito longe. O que venho falar aqui pra vocês hoje é sobre aquelas histórias de natal que todo mundo já cansou de ver por aí+bônus: situações desagradáveis que só o natal pode oferecer.
Pra começar, vamos a um clássico. Essa história dos três reis magos indo entregar ouro, incenso e mirra pra um guri no meio do deserto/caverna/sejaláondefor. Depois de mais de DOIS MIL ANOS essa história nem tem previsão de mudar, que coisa… mas quem liga? No fim de tudo, nem tem como provar nada disso e é essa a história que faz com que todo mundo fique feliz e saltitante nessa época. Mas sempre tem outro motivo, o que veremos a seguir.
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Dar dinheiro pra um mendigo na rua pode ser considerado para alguns uma coisa ruim, se você considerar que o cara vai usar aquela sua preciosa moedinha de DEZ centavos pra tomar uma cachaça no bar, ou vai ali comprar tóchico, pra ficar doidão. Para esses que tem essa idéia, talvez sejam os mesmo que ao receber uma ligação de uma casa de velhinhos ou pessoas em reabilitação (entenda como drogados arrependidos) vão logo dando algum troco maior que pode ser depositado na conta corrente do grupo. Até que semanas depois se descobre que aquele lugar que você estava ajudando foi desmascarado: Era um ponto de refinamento de cocaína ou algo parecido. Nunca se sabe, mas pode acontecer.
Depois de tudo isso, o que mais resta a se fazer? continue lendo »
Não irei contar aqui da vez que um cachorro comeu algum livro meu, até porque isso não existe, não existe nenhuma história minha em que animais e livros apareçam juntos. Bom, pelo menos não até agora. E eu nem tenho cachorro. O que vou falar aqui é sobre a participação de animais no mundo da literatura. Porque vocês sabem, depois daquela noticia da planta que tem um blog, de ver os elefantes pintando quadros e todas essas babaquices relacionadas a animais que do nada se tornam artistas, só me faltava essa de eles resolverem escrever livros. Ainda não chegou essa hora, mas acredito que ela deva estar próxima, dado o número de títulos em que animais têm um grande papel na história. continue lendo »
Estava andando por um shopping aqui em Curitiba quando me deparo com uma barraquinha de mágicas bem no meio do lugar. Curioso como sou, parei para dar uma olhada naquelas coisas que eu nunca conseguiria fazer. Um dos balconistas/atendentes/seja lá o que for estava fazendo uma mágica simples, que consistia em fazer uma bolinha sumir de suas mãos ao passar a outra mão por cima. Vi umas 5 ou 6 vezes, tentando entender como que era feito, mas nada de conseguir entender. Já desistindo de olhar aquilo, vou embora e pego a escada rolante que seguia por trás da barraquinha, onde vejo o real segredo, o momento em que o truque é feito, onde realmente a mágica acontece.
E por que contei isso que, à primeira vista, parece não ter nenhum sentido? A sensação de ter descoberto o que acontecia de verdade, a verdadeira mágica, o que estava sendo escondido me fez lembrar de algumas coisas relacionadas à literatura. Se bem que tudo me faz lembrar de algum livro, mas isso é outra coisa.
A coisa que mais ficou na minha cabeça foi aquele momento em que você realmente conhece a cara de seu autor preferido. Muito tempo antes de autores terem suas fotos colocadas nas orelhas dos livros, aliás, muito tempo antes de existirem orelhas em livros, ver a face de quem escrevia seus livros preferidos era algo muito difícil. Sem internet, com acesso a quase nada que pudesse ajudar na pesquisa, isso normalmente ficava só na imaginação dos leitores. Mas estou falando como um velho, que coisa.
Hoje em dia, saber quem escreve aqueles livros que você paga um pau está só ao alcance de uma busca no google. Ainda me lembro muito tempo atrás, quando tinha lido alguns livros de Stephen King e fiquei a imaginar como poderia ser o autor. A imagem que eu havia criado na cabeça era algo como um cara estranho, com olheiras, corcunda cabelo comprido e uma cara que seria impossível de se marcar por muito tempo. Pois é, quando realmente vi a foto dele, fiquei triste e feliz ao mesmo tempo de saber que uma pessoa como eu imaginava não existia.
“As pessoas ficam desapontadas com minha aparência. Dizem:’Você não é um monstro'”.
E tenho que concordar com essa frase.
Outro que me impressionou muito, pelo fato de que ele consegue ser a verdadeira imagem de seus personagens, foi o autor de On the road, Jack Kerouac:
“Se a moderação é um defeito, a indiferença é um crime”
Podem dizer que os escritos dele são realmente inspirados no que acontecia com ele e tudo o mais, mas nem ligo, isso só faz aumentar ainda mais a imagem que tenho dele e de seus personagens.
Mas é claro, não são só autores que me fazem ficar imaginando como eles seriam. Já na época das orelhas dos livros, comprei o livro 100 Escovadas antes de ir para a cama, que tinha numa de suas abas laterais a foto da autora, coisa essa que eu achei muito foda, ainda mais quando terminei de ler o livro, que alguns acham um lixo e outros algo bom, mas o que não é assim?
A foto em questão era a seguinte:
Acho que foi por aí que comecei a realmente ter uma tara por italianas, mas novamente isso é outra coisa. Bom, não há nada mais que eu possa falar sobre ela, até porque nem precisa. Em todo caso, vou deixar mais uma imagem dela só pra… sei lá, não precisa de motivo.
Existem muitos outros autores que me fizeram ficar pensando em como eles seriam, mas a galeria é muito grande, vou deixar só esses três aí pra dar exemplo. Não precisa de mais do que isso, não é?
Algumas semanas atrás, fui visitar uma pessoa que gosta tanto de livros quanto eu e por algum motivo que eu não me lembro exatamente qual, ela me mostra o seu livro preferido, o primeiro que ela havia ganhado de um autor que acho que vocês não devem conhecer, o Edgar Allan Poe. O livro era O gato Preto, aquele que tem um gato e um cara muito louco que mata o primeiro e rasga o zóio do segundo gato e mais algumas coisas que não contarei. Era uma versão ilustrada, muito bem feita, típica daqueles livros infanto-juvenis que servem para iniciar os pequenos na leitura. Novamente não me lembro exatamente da ordem dos fatos, mas do nada, ela começou a MORDER o livro, deixando marcas de belos dentes na capa e… deixa pra lá, vamos começar isso oficialmente agora.
O fato é que ela estava mordendo o livro, uma mania muito ruim que eu tinha a algum tempo atrás, mais ou menos quando criança e ia na casa de meus parentes e por algum motivo obscuro, ia acabar parando onde tinham os livros e revistas da casa, normalmente o banheiro ou a sala. Acredito que, quando se tem lá por uns 4 ou 5 anos isso é normal, mas nunca fui normal, então isso de justificar eu morder livros até deixar uma marca eterna de meus dentes na capa por causa de minha pouca idade é algo que eu não farei.
Lembro também que, depois de muito tempo me perdendo e achando meu caminho, um dia consegui chegar a Biblioteca pública e fazer meu cadastro. Era algo legal chegar lá e escolher livros (“até três, mocinho!“) e os devorar em 15 dias, que era o prazo máximo de empréstimo. Porque conto isso? Foi ali que ganhei uma nova mania besta, dessa vez destruindo páginas deles, mais exatamente as beiras dos livros, aquelas partes no topo, onde não tem nada escrito. eu RASGAVA aqueles cantos e mastigava, sentindo o sabor do papel, que depois de um tempo eu comecei a associar ao livro que estava lendo, podendo até chegar ao ponto de descobrir o tipo de livro só pelo sabor do papel. Idiota, eu sei, mas verdade. Parei com isso a pouco mais de 7 anos, quando cheguei a conclusão de que fazer isso era algo insano e mal para minha cabeça. E também porque descobri que livros mais antigos eram restaurados com um produto químico muito louco, o que pode ser uma das causas de eu ter meu cérebro assim.
Mas é claro, isso são minhas manias, atualmente, não tenho nenhuma que seja digna de se contar aqui, até porque elas não existem mais, agora sou um Nerd que cuida de seus volumes com todo cuidado.
E ainda pensando nela mordendo os livros, me lembrei de uma coleção de livros infantis que existia (existe? sei lá) a muito tempo atrás. Era a coleção almofadinha, livros que tinham as páginas duras, de papel cartonado e cobertas de plástico, com uma capa que tinha um tipo de espuma, coisa linda de se ver. Tenho até hoje por aqui em algum canto um livro dessa coleção, que surgiu de sei lá onde e que conta a história de um elefante na cozinha. Eu tentei achar a capa disso, mas se revelou uma tarefa impossível. Achar o livro pra tirar uma foto também.
E agora aqui estou eu, pensando em um conhecido meu, ser de extrema feiúra que era possuído por espinhas em todas as partes visíveis de seu corpo, devia ser doença aquilo, só pode, nunca tinha visto uma espinha num braço, coisa mais nojenta. Mas o caso é que certa vez emprestei pra ele um de meus livros, me lembro até hoje do momento em que ele foi me devolver o A Luneta mágica. Não era meu livro. As bordas dele estavam amareladas e algumas páginas, grudadas. Ao tentar forçar a abertura daquilo, eu via manchas de sangue e depois de tentar fazer isso com algumas páginas, cheguei a conclusão de o que era aquilo. Naquele dia, ele ganhou um livro e eu, um cara que nunca mais iria pedir mais nenhum livro emprestado. valeu a pena no fim das contas.
Algumas semanas atrás eu fui a uma livraria com uma amiga e estávamos lá, olhando os livros, quando ela me chama a atenção pra um detalhe que eu nunca tinha percebido, mas que ali, naquele momento, foi o equivalente a jogar uma lista telefônica na minha cara, porque eu nunca tinha me atentado para esse fato. Olhando a capa de alguns livros de autores lado a lado, dava para perceber algumas semelhanças entre elas, algo que identificava quem era o autor do livro mesmo que de forma remota, algo quase subliminar. Os livros em questão eram os de Markus Zusak, aqueles que alguns de vocês já devem estar cansados de ouvir falar, mas que mesmo assim, tenho que admitir, valem a pena ser lidos.
Mas sem falar da história deles, vamos às capas de uma vez. Primeiro, vamos ao A Menina que Roubava Livros, com sua capa com uma imagem muito das estranhas:
Guarda-chuva vermelho, legal…
É uma bela capa, incomum, e que chama a atenção em uma livraria por algum motivo desconhecido. Mas agora que já coloquei essa capa, vamos agora a segunda imagem, a do livro Eu sou o Mensageiro:
me lembra um guardanapo
Olhou? Tá, até aquele momento, a única coisa que poderia se assemelhar nos dois livros era apenas o autor, mas ao colocar os dois lado a lado dá pra perceber muitas semelhanças entre eles, como a cor predominante da capa, a maneira que a diagramação da fonte é colocada, a mesma fonte em ambos os livros, essas coisas. Deixo bem claro que o conteúdo deles não é o que está em discussão aqui, não adiantaria nada, no fim das contas.
Para aquelas pessoas que quase nunca se lembram o nome dos autores dos livros, essa é uma boa maneira de saber que aquele outro volume pode ter sido escrito pelo mesmo autor. Tá certo que isso não é algo que se percebe assim tão facilmente, mas esse exemplo que usei é algo que foi realmente difícil de se perceber. E já que fiz uma coisa que nunca faço, que é usar imagens, vou colocar mais duas capas para tentar ilustrar melhor o que quero falar. Acredito que esses são mais visíveis, nem sei porque não os usei primeiro, mas agora já foi. O exemplo seguinte é a capa do O caçador de Pipas:
A pipa do vovô não sobe mais…
Sem comentar sobre essa capa, vou passar direto para a próxima a ser comparada, o A cidade do sol:
Horizonte…
Mais fácil, não é? Esses dois livros escritos por Khaled Housseini têm as capas semelhantes também, algo que pode ser mais notado porque elas tem ao menos cores iguais, tendo como o principal na foto delas o céu, com algum elemento que desvia a atenção do título. A fonte pra variar, é a mesma nos dois títulos, o que me faz lembrar que a fonte de capas é sempre a mesma, como se fosse um padrão usar aquela ali, a fonte que não sei o nome.
Bom, sendo pra ajudar ou não, essas semelhanças estão ali, prontas para serem percebidas por algum leitor atento e desocupado o suficiente para tal atividade. Termino por aqui e qualquer semelhança é proposital…
Faz um tempo que estava a fim de falar disso, mas nunca estava bêbado o suficiente para tal atitude. Agora que estou num estado etílico condizente com minha obrigação, bora puxar a descarga e jogar tudo o que eu tenho pra falar sobre isso e sem essa de deixar pra depois, até porque eu não vou me lembrar de nada quando o efeito acabar.
Estava me lembrando de uns trechos de colunas do Atillah em que ele falava sobre jogar medal of honor no banheiro, com o som dos tiros ecoando pelas paredes. Uma cena muito louca e bizarra, não que eu tenha imaginado ele cagando, é claro. Nisso, comecei a pensar em pessoas que lêem no banheiro, porque ali é um bom lugar. Confortável, macio e fresco, sua calça não fica grudando na bunda da mesma maneira que acontece quando você fica sentado muito tempo na frente do PC, até porque lá ela está no meio de suas pernas, jogada.
Ler no banheiro é uma coisa que serve pra passar o tempo e, se acabar o papel higiênico, você pode acabar usando as páginas já lidas, não que eu tenha feito isso, é claro, nunca pensaria em tal atitude, mas a sugiro a vocês. Numa emergência, nunca se sabe…
Mas, que tipo de livro pode ser lido no banheiro? Qualquer um, mas se ele for uma merda, não jogue pela privada, acontecem muitos problemas nessa hora, e ter que limpar tudo é uma coisa que você não vai fazer, eu aposto. Gêneros que eu recomendaria com certeza são os de terror, porque já que você está ali, fazendo a água pular, por que não ajudar isso tudo com algo que pode fazer com que a tarefa fique menos forçada? Quando chegar aquela parte de tensão total, já sabe onde descarregar. Livros de humor não são recomendados, nunca tente rir enquanto limpa suas tripas, você fica todo travado. Livros empoeirados são ruins, pelo motivo de que, se você espirrar enquanto está lá liberando tudo, pode acabar te dando muitos problemas, como a suas tripas saírem. É, exagerei nessa.
Pesquisando umas besteiras aí há muito tempo, cheguei a umas noticias muito bizarras sobre livros e banheiros, se é que isso é possível. Uma delas é essa. Interessante até, imagina estar lá, depois de ter se aliviado, e ver que no chão está o rolo de papel inteiro, desenrolado? Ou, como cita num dos trechos da noticia, limpar a bunda em um trecho da Bíblia? Seria profano e você iria pro inferno com certeza, mas não vou te julgar, sua alma já está perdida mesmo. Assim como a minha.
Só que pra variar, sempre tem um problema com tudo isso. Ler no banheiro pode fazer com que você tenha hemorróidas! Não é só ler, jogar também, vou juntar os dois. Isso é algo que eu li a um tempo atrás, em um daqueles livrinhos de saúde que só fala coisa inútil para pessoas saudáveis, vou até pesquisar e achar o trech… ACHEI:
Infelizmente, se permanecermos longo tempo no vaso sanitário, podemos ter hemorróidas. Mas o banheiro continua sendo a melhor sala de leitura para muitos. Porém, é bom selecionar livros com capítulos curtos.
Isso saiu no Fatos & mitos sobre sua saúde, um livro pocket de um cara chamado Fernando Lucchese, recomendo ler ele no banheiro. Pra esse caso, existem algumas alternativas. Usar um marcador na hora que for sair e continuar a ler depois é uma das melhores dicas (papel higiênico é um bom marcador, desde que esteja limpo). Catar aquele livro de crônicas, mas nada muito engraçado, porque se você rir, ah, você já sabe.
Algum tempo atrás, vadiando por livrarias, achei um livro chamado 1º Almanaque de banheiro. Com textos curtos, ele se tornava perfeito pra ler no banheiro, bom para acompanhar aquela cagadinha esperta, nada muito longo. Só não o comprei porque estava muito caro, praticamente uma facada nas tripas, algo que eu precisaria usar, caso fosse ler aquilo no banheiro. Nem cheguei a folhear, não tinha nenhum mais dentro de pacotes, o que me fez pensar que alguém já os tinha levado ao banheiro, pra testar.
E pra finalizar, um lembrete: Ler demais no banheiro pode fazer com que aquelas piadinhas sem graça sempre sejam citadas, como a “Putz, ele caiu na privada” ou “chama o encanador que quando ele sair, a água vai estar nos joelhos!”. O tempo máximo de ficar em um banheiro sem darem falta de você é 10 minutos, mais do que isso, as pessoas começam a se preocupar. Eu me preocuparia.
Ler pode ser algo agradável para alguns, aquelas pessoas que só lêem por diversão (eu) e que só chegam a ver o produto final em suas mãos. Mas para aquelas pessoas que têm a maldita tarefa de deixar aquilo correto, duvido que ler seja algo agradável.
Aproveitando que temos agora uma revisora no AOE, que por acaso não corrige meus textos (ainda bem, teria pena dela), fiquei aqui a pensar nisso, nas pessoas que ganham dinheiro pra isso. O autor se dedica para escrever a história e entregar para seu editor a tempo. Depois disso, o tempo passa e ele vê seu tempo dedicado a aquilo sendo admirado por seus fãs. Só que, durante esse tempo que ele entregou a versão para o editor e o momento que o livro foi pra prateleira, aquilo passou pelas mãos de pelo menos umas 10 pessoas, chutando bem por baixo. Primeiro tem o editor, cara que realmente sabe das coisas e que lê aquilo, anotando tudo o que tem que ser alterado ou corrigido ou simplesmente deixando tudo de lado, afinal, não é tarefa dele facilitar o trabalho do próximo da lista.
Presumo que depois disso seja a vez do revisor, esse cara considerado um anjo por alguns e a encarnação do diabo para outros, mas no fim, sendo um mal necessário. Ele é quem ajeita tudo, colocando pingos nos i’s, arrumando concordâncias em frases, ajeitando erros e, no fim de tudo, quem sabe, mudando todo o sentido da história. Se não existe um canal de comunicação entre o revisor e o autor, a garantia de que sairá merda é quase total, porque às vezes aquilo pode ser proposital ou apenas uma maneira de identificar um personagem.
Isso de erros identificarem personagens acho que pode ser explicado um pouco mais, aproveitando o momento. Vamos pegar por exemplo um trecho do livro Ratos e Homens, de John Steinbeck, já resenhado por aqui.
(…) O homenzinho puxou para baixo a aba do chapéu e olhou torto para Lennie.
-Então, ocê já isqueceu, foi? Vô tê que falá de novo, né?Jesus Cristo, ocê é um idiota loco!
-Isqueci-disse Lenny, suavemente- Eu tentei não isquecê. Juro por Deus que tentei, George.
-Tudo bem, tudo bem, vô falá de novo. Não posso fazê nada. Parece que eu passo o tempo todo falando as coisa pr’ocê, aí ocê isquece e eu falo tudo de novo.(…)
Meus dedos quase caíram por digitar isso, mas é detalhe. Essas poucas frases do livro se encontram logo no ínicio dele, logo depois que os personagens são apresentados. Ali, já dá pra identificar um pouco como cada um deles fala, somente pela maneira que cada frase é escrita e tudo o mais. Dali em diante, é possível até saber quem está falando sem alguma indicação, de tão bem caracterizados que os dois estão. Mas isso é um livro estrangeiro, o processo de tradução dele deve ter sido algo foda de ser feito, mas isso falarei mais adiante.
Como podem observar, às vezes os erros identificam os personagens, e a ajuda do autor nessas partes é crucial, pois uma correção pode acabar com toda a história, ou com o charme dela. Imagine o trecho acima escrito corretamente ou, se já leu o livro, pense como ele seria se escrito com a linguagem certa. Além de perder toda a identidade, ele ficaria sem graça. Eu acho, ao menos.
Sei que o processo de revisar um manuscrito é algo desagradável por causa de algumas coisas que acontecem por você ser um viciado em leitura. “Ei, Santhyago, escrevi isso, pode dar uma olhada e ver se tá legal?“. Se te dizem isso por MSN, a garantia de que você vai receber um bloco de notas ou um arquivo de Word é certa, mas se isso é dito pessoalmente, prepare-se para receber um calhamaço de páginas, todas escritas à mão, coisa linda de se ver. É nesse momento que você abençoa o revisor, por te brindar com um produto já amadurecido, sem nada mais para se preocupar a não ser apreciar a leitura. E se tem algo pra avaliar, meu e-mail tá ali, ó, fiquem a vontade pra mandar textos para lá, nem que seja para se arrependerem depois.
E agora, as traduções. Imagine o mesmo trecho de cima no original, como deve ter sido difícil de ser traduzido para o português. Como será que ele se apresenta em seu estado original? Tentei achar o mesmo trecho para comparar, mas não fui feliz em minhas buscas, então, que isso fique na imaginação de vocês. Ou achem isso pra mim que coloco nessa parte depois.
Aqui, eu acho.
Traduções não é algo que seja agravável também. O site Terminologia é um portal de tradutores profissionais, e acho que ali é onde os erros de tradução mais comuns são apresentados. Na parte sobre pérolas de tradução, encontra-se algumas muito bizarras, que eu duvido que algum profissional tenha feito.
É, acho que por hoje é só. Fiquei tentado a publicar essa coluna sem revisar, mas isso seria muita maldade com vocês.
Dias atrás estava vendo umas noticias por aí e me deparei com uma que me chamou a atenção. Chuck Palahniuk iria escrever um novo livro e ali ele estava fazendo um concurso pra escolher um leitor para que o nome dele fosse o de algum personagem do livro. Não chega a ser uma coisa grande ter seu nome em um personagem, mas isso me fez pensar sobre quantas vezes eu já conheci pessoas com nomes de personagens de livros e fiquei tentado a ver o que eles tinham de igual. Se tentei fazer isso ou não, é segredo.
Uma coisa que sempre ficou na minha cabeça é a de que um nome às vezes pode definir a personalidade de uma pessoa. Tipo, um cara chamado Epaminondas pode parecer um chato, pentelho, assim como um cara chamado Bob dá a impressão de ser um mendigo ou um daqueles personagens aleatórios, como o barman, ou o cara da gerência do hotel. Tá, isso é algo que eu não tenho como provar, mas acho que algumas pessoas que compartilham de um mesmo nome às vezes tem traços de personalidade em comum, algo sem explicação e que, por falta de argumento, vou deixar assim como está.
Personagens de um livro são seres que vivem em seu próprio universo, que tem tudo o que querem, desde que esteja de acordo com a vontade de seu Deus, o escritor da história. Ali, ele é o fodão, o cara principal, tudo gira em torno dele, tudo o que ele sabe já o salvou diversas vezes e o tornou o que é. Por isso que um personagem que passa de livro pra livro se torna tão carismático, aquilo de o leitor começar a se identificar com ele é o que o torna tão especial. Mas quando o Deus escritor filho da puta resolve acabar com tudo, é como se aquele cara ali, que só existe no papel, estivesse morrendo, até que, por fim, tudo acaba. Esse parágrafo foi estranho, mas tudo bem, acho uma justificativa pra ele mais pra frente.
Bom, agora, imagina se esse personagem fodão tem um nome que é conhecido por você, digamos o nome de seu tio desconhecido, que você só ouve falar as vezes? Em uma mente fraca, os dois podem acabar se misturando, acabando por se tornar um só na cabeça daquela pessoa. Isso me lembra um episódio de Simpsons, que Homer tem seu nome usado em um personagem de uma série. Tudo vai bem, com ele agindo como se fosse o personagem, dando autógrafos e tudo o mais, até que uma mudança no roteiro fode com tudo o que ele tinha “conseguido” até ali. É um episódio legal e ele ilustra bem o que eu quero dizer, quem souber o nome dele, favor se pronunciar. No caso, Homer, cara meio doido, começa a agir como o personagem somente por compartilhar o mesmo nome que ele.
E agora, voltando ao assunto, como seria se um personagem fosse inspirado realmente em uma pessoa real? Nada daqueles livros baseados em fatos reais, vamos dar uma melhorada nisso. Pense no seguinte: Dia após dia, você anda pelas ruas, vive sua vida da mesma maneira. Um dia, ao prestar atenção em outras coisas, começa a perceber que uma pessoa sempre está em todos os mesmos lugares que você. Aquele fato começa a incomodar, até que, por fim, depois de algum tempo, alguém te fala que tal livro tem um personagem que lembra muito você. Ao conferir, acaba por descobrir que aquele é você, a maneira de agir, falar, olhar o nada, rir, tudo aquilo ali é VOCÊ, até mesmo o nome. O que aconteceria? Você ficaria meio louco, paranóico com tudo o que fez antes, pensando que partes era observado, ou ignoraria e viveria normalmente? Duvido que a segunda resposta seja escolhida, isso seria como invadir a privacidade de alguém demais. Mas acho que poucos se sentiriam homenageados com isso, principalmente porque foi algo escrito contra a vontade de uma das partes.
O oposto pode acontecer. Assim como existem cosplayers para se travestirem de seus personagens favoritos, tem aqueles que também se vestem e agem como personagens de livros. Teatro é isso no fim das contas, só que sem um evento que eles são o centro da atenção. O que importa ali é a história, o que eles estão falando, a interpretação de tudo aquilo é só um gostinho a mais.
Jogadores de RPG também têm seu modo de encarnar os personagens, que é o Live-action, algo como se fosse uma partida real, com a maneira de agir de acordo com seu personagem e tudo o mais.
E acho que dessa vez me empolguei demais falando sobre isso. Acredito que isso eu poderia falar mais em outra oportunidade, acho que por hoje está bom. Semana que vem eu volto aqui pra falar sobre o nada, de novo.
Gancho, palavrinha maldita que pode ter diversos significados, cada um deles com uma boa justificativa por trás de cada um. Pode ser aquilo na mão do pirata, um negócio pra pendurar roupas, um tapa na cara de quem falta ao serviço e muitos outros significados, mas o que vou falar aqui hoje é só um tipo de gancho, aquele que se for bem usado serve para dar ânimo ao leitor: “O gancho de Enredo” (*toca música de Star Wars*).
Aquele detalhe maldito que é deixado para trás propositalmente ou não, aquele personagem que saiu para comprar cigarro e nunca mais apareceu na história, o vendedor de suco que aparece no fim da história armado até os dentes, detalhes que podem ser mais bem explorados caso a história original faça sucesso e que se o autor for daqueles que fica seguindo as vontades da editora (entenda como escrever por obrigação) isso é algo que pode ter varias reações do público. Muitos autores tem suas histórias com personagens marcantes que passam de história para história, atrativo muito usado em livros muito conhecidos do público. Mas os personagens não é o que interessa, são os detalhes da história que exigem ser acompanhados para total entendimento que estão em destaque aqui.
Assim como você não iria assistir Lost a partir da 3ª temporada você não começaria a ler A Torre Negraa partir do 4º volume. Sei lá como é a história desses livros só sei o básico dela de acordo com a resenha que li em algum lugar por aí, mas já tive a chance de ler o 4º volume e não o fiz, porque isso não é algo que seria certo. sei que a história é foda e que tudo que acontece nos livros tem seus fatos concluídos ou explicados no próximo volume, então cair de para-quedas no meio de uma guerra que eu nem sei de que lado estou seria algo estranho e IDIOTA. Perder todos os detalhes desde o inicio da história é algo imperdoável e me julgariam por isso em um tribunal em algum país perdido no fim do mundo, mas isso não vem ao caso. Eu acho.
Bom, começar citando Stephen King foi apelação, então, vamos para algo mais… do submundo, para que aqueles que são realmente fãs se pronunciem se eu estiver errado, o que vou estar, é claro. A série de filmes Star Wars é daquelas que tem sua história espalhada em todo o tipo de mídia e os livros não focam de fora disso. Como estou sem paciência nem com conhecimento necessário para falar sobre esses livros, aí vai uma lista de livros que tem a grande epopéia galática que é composta a série, com seus sub-enredos e aquelas viadagens de sempre disponiveis. se eles tem versões em português, é um fato que desconheço, ignoro e prefiro continuar assim, pelo menos até a próxima JEDICON-PR, que perdi a desse ano e não me perdôo até agora por isso.
Fãs de Star Trek também tem seus livros, mas isso é algo que eu sei menos ainda, então vou me reservar aos comentários dessa série que eu considero um porre total. Bah, vamos voltar pra os livros, que eles é que importam no fim de tudo mesmo.
A trilogia de livros original de Bourne segue quase que o mesmo que foi apresentado nos filmes, com o diferencial de que o passado dele sempre volta para o assombrar, como a agência Treadstone, a responsável por deixar ele daquele jeito sempre dá um jeito e aparece de novo. Em Desventuras em série, Conde Olaf é o personagem que faz a ligação de livro para livro, dando a motivação para que a história continue e que ele se foda mais no próximo livro, não sem antes arranjar mais problemas para os ranhentos. Ian Flemming ao criar o agente James Bond, fez uma grande galeria de personagens que tem suas próprias motivações para o ajudar, assim como os inimigos, que volta e meia aparecem de novo. Discworld, O mundo criado por Terry Prachett tem também sua própria galeria de personagens,que na falta de um fixo por livro, faz com que todos apareçam nos livros seguintes, formando uma zona total, algo que é regido com maestria pelo autor. É, são esses que eu me lembro agora. sei que esqueci de um monte, mas acho que se for realmente importante, eu me lembrarei. Fico por aqui, sem deixar um gancho pra próxima semana, acho que não preciso disso, estarei aqui vocês querendo ou não…