Nota do editor 1 Introdução: Você pode tirar a pessoa do Bacon, mas não pode tirar o Bacon da pessoa. E foi por isso que o Santhyago resolveu que era uma boa ideia entrevistar uma galera que, por bem ou por mal, tá “movimentando” o “mercado” de “literatura”. Qual o motivo das aspas? Você vai entender.
Não importa se você escreve sobre as predisposições intestinais de um vassalo na idade média, ou sobre a vida sexual de pôneis africanos, ou, ainda, aquele sonho molhado que você teve com um cara de uma banda dessas que o cabelo parece ter dois quilos de musse. Ou uma mistura dessas três coisas que citei anteriormente: Sempre se encontrará alguém que ache legal e queira que escreva mais.
Então, vamos falar de umas coisas meio chatas, pra variar um pouco: Já reparou como hoje é muito mais fácil fazer praticamente qualquer coisa? Quer dizer, até pra cagar cê pode usar remédios, ferramentas e papel higiênico de folha quádrupla (Com cheirinho de lavanda)! Essa facilidade é uma decorrência da evolução tecnológica, que se intensificou com a revolução industrial, e não dá sinais de estar cansada: “Antigamente” é a puta que vos pariu.
Eu fui num sebo. Vendi umas paradas, comprei outras e saí de lá antes que me expulsassem suspeitando de uma invasão do MST, mas o que importa não é nada disso: Eu fui num sebo e nesse sebo tinha uma sessão seção de putaria. Vocês sabem do que eu tô falando.
Dica: Nunca pesquise “sebo pornô” e nem “pornô cassete”.
Mari já me esperava na mesa mais ao fundo do Sofá Café, uma das cafeterias mais aconchegantes de Copacabana. Cheguei pontualmente, mas lá estava ela, passeando o olhar pelo recinto. Não gosta de barulho, nem de incômodo. Para ela, bater papo é quase um ritual. Ainda que as conversas sejam diárias, sempre temos algo a dizer uma para a outra.
Depois do contumaz abraço apertado, Mari me entrega um pacote feito em casa, daqueles mal embrulhados, feitos pra rasgar. Ela definitivamente conhece minhas limitações. As bochechas vermelhas e o sorriso envolto pelo chantilly do horroroso Irish Coffee vendido no estabelecimento não mentem: Ela estava me pregando uma de suas peças. Ficamos amigas, justamente, por causa do senso de humor ácido que dividimos, além da paixão pela literatura. Rasgo o papel, meio molhado pelo pingo das chuvas e, sem qualquer aviso, Anônima Intimidade, de Michel Temer, estapeia minha cara e soca meus olhos. Uma gargalhada. Duas gargalhadas, daquelas imparáveis, com um vai tomar no cu no meio, desbocada que sou. Recuperando o fôlego, ela justifica: vi sua postagem no Facebook e não resisti.
Logo eu que nem acredito em signo, tampouco no destino…
22 de novembro de 1963 foi o dia em que John F. Kennedy, o presidente mais carismático que os Estados Unidos já conheceram, foi executado por Lee Harvey Oswald durante sua passagem por Dallas, em campanha pela reeleição. 11/22/63 é, também, o título original do best seller de Stephen King, lançado em 2011, cuja trama é conduzida pela pergunta que todos os americanos já fizeram: O que teria sido dos EUA e do mundo se JFK não tivesse sido assassinado? continue lendo »
Lugares Escuros foi o segundo romance de Gillian Flynn, publicado em 2009. Se comecei falando de Garota Exemplar pela popularidade do longa homônimo, sobre este eu alerto: Leiam o livro. SÓ O LIVRO. SÓ-O-LIVRO! Apesar de ser estrelado pela linda, musa, maravilhosa Charlize Theron, é melhor evitar a fadiga, porque é uma grande porcaria.
O thriller, cuja adaptação cinematográfica, eu insisto, é desastrosa, conta a história da bela, desbocada e do bar, Libby Day. A pequena menina ruiva que testemunhou a morte brutal de sua família e condenou o irmão mais velho, Ben 10 Day, à prisão perpetua quando atestou, perante ao júri, que o rapaz, então com 15 anos, havia assassinado mãe e irmãs. Fria, desajustada e cleptomaníaca na vida adulta, tem que enfrentar o passado ao ser convencida a investigar mais a fundo o drama familiar. O pavor de reencontrar o irmão, a quem era apegada na infância, e a culpa por, talvez, ter sido levada a acreditar que havia visto algo do qual já não tem tanta certeza, confere à protagonista alguma coisa de humanidade, assim como as raras relações interpessoais que o livro nos permite conhecer. continue lendo »
Eu não tenho nada. De verdade. Eu não tenho assunto. Não tenho um tema ao qual dedicar um texto, não tenho do que reclamar ou debater ou mostrar. Nada. E já faz um tempo, como creio que deu para notar. Eu não estou feliz com isso porque bem, eu tenho uma quantidade mínima para escrever pra isso aqui (Quantidade mínima que não atinjo há meses) e porque eu gosto de escrever. Eu quero escrever. Só não tenho sobre o que escrever.
Desde que entrei no Bacon falei várias vezes de temas relacionado à escrita em si: Falta de inspiração, falta de tempo, preguiça, bloqueio, cansaço, internet com problema. Quase esgotei o tema, provavelmente. Ou melhor, acho que vou fazer isto agora. continue lendo »
Nunca admirei personagens femininas tipicamente fortes do universo literário, nem de qualquer outro lugar. As heroínas perfeitas, de coração puro, nobre, abnegadazzzZZZZzzz. Acho-as chatas. Quanto mais complexa, problemática e twisted inside – tipo eu – melhor. Carrie, de Stephen King, foi a primeirona. Criou, em mim, um fascínio absurdo com a história da menina encurralada que ascende, poderosa, contra os inimigos. Literalmente tocando o terror sobre tudo e todos, incendiando sua pequena cidade e fazendo carros voarem. Annie Wilkes, de Louca Obsessão, um dos meus livros favoritos do King, tem sobre si a aura do mal e da loucura, mas é impossível não criar ainda que um resquício de empatia, com a solitária e misteriosa enfermeira, apaixonada platonicamente por seu autor favorito Paul Sheldon. Após resgatá-lo de um acidente, ela o leva para casa e o mantém em cárcere privado, exausta da solidão e da vida medíocre que leva. O plot angustiante e claustrofóbico azeda ainda mais quando ela descobre que sua personagem favorita, Misery Chastain, será assassinada no livro seguinte. Tão doentias quanto as ações de Wilkes, é o fato de ninguém olhar por ela, deixando que seus demônios a assumam.
Warning: Cuidado com as influências literárias alheias, George R.R. Martin. Existem muitas Anne Wilkes espalhadas por aí. continue lendo »
A ilustradora britânica Ciara McAvoy revelou em seu Twitter que uma série do Capitão Britânia está em desenvolvimento. A pergunta que não quer calar é: Ele está com a Fox ou com a Marvel? Se estiver com a Fox, ela vai fazer mais caquinha com o universo X? Porque o Capitão é irmão da Psylocke, que dará as caras em X-Men – Apocalipse e como a Fox não quer misturar seus filmes com suas séries, isso está me cheirando a caquinha. Entramos em contato com um encanador para tentar entender melhor o que a Fox está planejando e tudo o que ele nos disse foi: Essa privada está entupida.
Apesar de Assim Falou Zaratustra estar na minha cabeceira há meses (E já há meses intocado) resolvi reler Asimov, mais precisamente Sonhos de Robô, uma coletânea de contos que acabam por exemplificar um pouco de tudo que o autor fez em termos de ficção científica. Um excelente livro para se ler como introdução pra o filme Eu, Robô, diga-se de passagem, à parte do livro homônimo. E venho, já há uns dias, jogando novamente Deus Ex: Human Revolution.