Ahh, anos 80. A época onde o meio termo era inexistente. Sério, ou a banda era MUITO RUIM ou ela era BOA PRA CARALHO. Sou suspeito a falar de DEVO, ouvi muito pouco da banda. Mas o nome desse quadro é “Clipe da Semana”, então eu estou perdoado.
Nada melhor que estrear um quadro de clipes com QOTSA. Só devia ter QOTSA por aqui, aliás. As pessoas deviam aprender a ouvir mais QOTSA. O mundo tá uma merda hoje, é certo que esse tipo de atitude melhoraria, ao menos, o problema de poluição sonora.
Essa semana, na sexta-feira mais especificamente, tem show do Copacabana Club no Inferno Club.
O Inferno Club é uma daquelas horríveis baladinhas indie/emo que abriram aos montes pela região da Augusta. Obviamente, por só abrir de fim de semana (até onde eu saiba), o lugar é frequentado pela nata da adolescência revoltada com seus pais. continue lendo »
O melhor jeito de começar isso aqui seria com um riff crássico. E é melhor do que transcrevê-lo em partitura, tablatura ou qualquer porcaria é simplesmente fazer… isso:
Vocês, seres de mau gosto, que querem ADUBAR mais ainda tal coisa, estão MESMO afim de ir nesse festival, certo? Pois bem, após negociações com muita cerveja, vou divulgar duas promoções que estão rolando no momento:
Tire uma foto rock and roll e concorra a um par de ingressos!
É a promo que tá rolando lá no Cegos, Surdos e Mudos. É só tirar uma maldita foto, porra! Quer uma sugestão? Vista-se ASSIM:
Pizurk no karaokê (1978)
Leia o regulamento lá, vale só até hoje.
Grave um vídeo e concorra a um par de ingressos!
Como não poderia faltar, a Ana, do Colhômetro, também está distribuindo um par de ingressos. Por lá você precisa gravar um vídeo com a sua versão de um sucesso que você gostaria de ver no festival. Corre lá, lê o regulamento e participe. Amanhã é o fim da promoção, já.
Dando uma pausa nessa de falar sobre vocalistas, vamos falar de… você. (heh)
Como definir o bom gosto musical, afinal? Vocês têm a resposta na ponta da língua: É questão de gosto! Bobagem. Tudo começa na pergunta: Você é eclético?
Não lembro se foi a Ana que falou sobre isso, mas eu reforço: Ser eclético é ter mau gosto. Primeiro que você NEM GOSTO tem. Segundo que, se você for parar pra pensar, você não vê *emoção* na música. Sim, vejo pedras voando em minha direção, mas afirmo que isso é relativo – tão relativo quanto a emoção que você sente. Se você é o eclético que não liga pra música, cê não sente emoção mesmo. Agora, se você é daquele que, em seu top 10 de músicas favoritas, RBD, Legião Urbana e Metallica, por exemplo, fazem parte da lista, você sente alguma coisa sim. Só não sabe o que.
Terceiro que todo eclético gosta de Beatles.
Na real, eu não entendo os ecléticos. Estou num nível muito particular no quesito música, sou daqueles que se espanta quando vê que alguma pessoa não liga pra música. Entendo quem não liga pra filmes, livros, sexo anal heterossexual, essas coisas – mas quando você tá ligadão numa coisa, fica difícil. É como imaginar as pessoas vivendo sem um órgão vital. Ou sem sexo anal heterossexual. Mas, resumindo, é isso: Pra você poder dizer que tem bom gosto musical, você precisa ter um gosto. Ecléticos não têm gosto – e, ao mesmo tempo, têm mau gosto. Agora… e quando o cara só pensa ser eclético?
É naquelas: Nada na música é seguido ao pé da letra. Indie virou estilo musical na cabeça das pessoas. A mudança também ocorre nessa de “ser eclético”. É uma pena, mas todo mundo quer que a palavra “eclético” seja algo ruim, então vamos lá.
Ecléticos costumam seguir tendências, são facilmente influenciáveis. Mas tem aquele cara que bota na playlist Ultraje a Rigor, Metallica, Melvins, Johnny Cash, Wander Wildner, Amy Winehouse, Sikth… por mais que esse cara ouça uma coisa bem diferente da outra, ele tem um gosto definido. Porra, não é – ou não devia ser – gênero musical que define um gosto, mas sim o tesão que o cara sente por ouvir o que está ouvindo. Quem escuta apenas um gênero musical, em 80% dos casos, é um cabeça-dura infantil que pensa que tem um gosto definido e se fecha pro resto. E sim, essa playlist é minha. Isso é ser maduro musicalmente falando. Não ouse ficar preso.
Se você explora (eu disse EXPLORA, não DEIXA SE LEVAR) várias áreas, parabéns: Você tem bom gosto. Uma das coisas que mais me irrita numa conversa sobre música é quando a pessoa do outro lado gosta de bandas todas IGUAIS. É por isso que o mau gosto existe, é por isso que poucas (pra mim são poucas) pessoas escutam AC/DC, é por isso que tendências fazem sucesso (O RLY?), e é por isso que tanta gente gosta de Beatles. E DAÍ que Kaiser Chiefs é sua banda favorita, porra? Se eu não conhecesse uma caralhada de bandas completamente diferentes, eu ainda diria que essa banda é bacana. Experiência. É como passar a vida falando que Brahma é a melhor cerveja do mundo, sendo que você só tomou cervejas dessa linha. Aí cê vai tomar uma Serra Malte ou uma Heineken e PÁRA de tomar Brahma.
POR QUE você diz gostar de Blur sendo que, até então, você só ouvir Song Two? POR QUE você odeia tanto Pearl Jam só por que os fãs são chatões? POR QUE você detesta Motörhead, tendo em vista que você escutou 30% de Ace of Spades? A sua vida não faz o menor sentido e você se orgulha disso.
Sabe agora se você tem bom gosto ou não? Abre essa cabeça, cara. Chuta o balde, ouve uma banda NADAVÊ aí, mas pega um álbum inteiro da banda, recomendado por um fã. Ou uma coletânea. Ouve umas três vezes. Não curtiu? Corre atrás de uma semelhante. Vai em frente. Eu passei um ano ouvindo bandas indie, e GOSTAVA daquilo. No ano seguinte, ouvi punk, e também gostava. Depois foi a vez do metal, e eu já estava chutando tudo. Eu nunca gostei de Alice in Chains, só havia escutado as que tocam nas rádios. Hoje em dia essa é uma das minhas bandas favoritas. Entendeu? Ou já sabia? Se você tem a mesma linha de raciocínio, além de ter bom gosto, cê devia tomar conta da coluna que vai substituir a New Emo. É issaê, essa coluna tá com os dias contados, escolha minha. Tá afim? Cê já sabe o meu e-mail. Espero já ter algo pra semana que vem!
Rá! A primeira parte rendeu bons frutos. Foi a coluna com maior colaboração dos leitores de todos os tempos do AOE, e eu fico surpreso ao ver que o texto era meu. Cês mudaram.
Antes de começar a segunda parte, algumas considerações:
– A quem indicou Janis Joplin como Frank Sinatra feminino, puta que o pariu: VSF. Nunca um comentário me revoltou tanto, agora eu sei como vocês se sentem quando eu falo que Offspring é melhor que Beatles. E é mesmo. Mas enfim, Janis Joplin tem o estilo dela, aquela coisa completamente irritante que chega a se igualar ao vocalista do Led Zeppelin. E eu não gosto dessa banda por causa do vocal, logo, temos um problema. Mas aqui eu explico porque eu não vou citá-la por aqui.
– A quem falou “mimimi cadê as divas?”: Em uma coluna sobre divas, eu posso PENSAR em citar divas, certo? O restante dessa resposta você lê abaixo:
– A quem perguntou “não existe vocalista brasileira boa?”: Em primeiro lugar, eu não ia lotar uma página de vídeos para foder a conexão dos mais noobs. Em segundo lugar, a New Emo não é uma coluna sobre música. É uma coluna sobre bom gosto musical.
Eu adoro essa resposta. Enfim, obrigado pelas indicações, véis. Vou citar as melhores E outras que eu já tinha em mente:
Se é pra citar essas minas que fazem Black Music, R&B e afins, eu cito Joss Stone. Mina nova e com um vozeirão incrível, merece destaque. Mas tem aquela coisa: Geralmente, nesses estilos musicais, as vocalistas não são muito… criativas. Sei lá, eu acho todas elas iguais. Quando a coisa cai mais pro Pop eu já consigo ver mais originalidade e tals, mas…
Bom, fica como menção honrosa ou algo do tipo, então.
Aproveitando a deixa, nada mais justo que citar Aretha Franklin, a vocalista mais COPIADA de todos os tempos. Ou não?
Porra, isso é do caralho. Ela solta a voz sem dó, NUNCA é irritante e cada verso, cada fucking verso é vibrante. Época espetacular, não? Pois é, tempos que não voltam mais. Mas a Aretha fez sua parte e, convenhamos, a parte dela era das melhores.
Ana Carolina é… diferente. É grave, mesmo tendo uma voz que poderia ser melhor trabalhada em um vocal mais suave, quem sabe. Ela confiou no que tinha, e fez bem. Ó minha ciência, uma vocalista brasileira! Chamem os xiitas!
Ela tem uma voz excelente pro gênero dela, mas pode causar um certo estranhamento pra quem é de fora. Quase como acontece com a Janis Joplin, com a diferença de que você não vai obter muitos resultados usando músicas da Ana Carolina num ritual de tortura, por exemplo. Querendo ou não, a Ana canta bem.
É fato que a Amy Lee canta bem, véi. E uma coisa bacana no Evanescence é a mistura de um vocal calmo, inocente, com o peso das guitarras. Esse exemplo aí, My Immortal, só mostra isso no fim. Com Bring me to Life dá pra explicar melhor:
Uma transa do caralho, convenhamos. A música e a letra podem ser uma bosta, mas essa mistura é do caralho. Eu poderia citar Nightwish, mas a Tarja não se solta como a Amy.
E por que não citar Pato Fu? Fernanda Takai é outra que não precisa se esforçar pra cantar bem. Voz calma, nada demais – e, ainda assim, demais.
Já presenciei um show do Pato Fu, as músicas novas dão sono, mas a Fernanda continua cantando bem. Pesque os sons mais clássicos, a música ajuda bastante. Lógico, você precisa ter saco. Quem gosta de Pato Fu, geralmente, é muito chato.
Por fim, fucking noobs, o troféu de Frank Sinatra feminino vai para a mulher mais óbvia o possível:
Nancy Sinatra herdou o que há de mais espetacular de seu pai: O controle da voz E a voz bonita. Frank Sinatra nunca precisou de muito esforço pra cantar, já que sua voz já era espetacular. Porém, o cara tinha um controle tão fascinante das cordas vocais que ele não precisava soltar a voz pra empolgar geral, por exemplo.
Não dá pra explicar. Nem precisa explicar, aliás. Não, sério, escuta isso. Tem gente que colocaria a Janis Joplin no lugar, acredita? Pois é.
Oh My God foi o último single dos caras que tocou numa rádio. Sabe quando foi? Foi em 1999.
Quase 10 anos depois, finalmente os caras aparecem com um single novo: Chinese Democracy, que também é o nome do novo álbum dos caras, que FINALMENTE vai sair. Curioso? Então CLIQUE AQUI, véi! Não sei até quando ele vai ficar disponível.
Sinceramente? Curti pra caralho. Aumentou bastante as minhas expectativas – eu só havia escutado a demo, Better, uma merda. Sim, eu NÃO ouvi as faixas que vazaram. Enfim, o som até me lembrou Velvet Revolver, e seria DO CARALHO ter uma banda à altura agora que Scott Weiland pulou fora. Será?
Chinese Democracy sai, finalmente, no dia 23 de novembro. Curtiu o som?
Após falar sobre vocais masculinos que são realmente bons não uma, mas DUAS vezes, é hora de falar sobre elas. Como sempre, usarei exemplos mais contemporâneos. Ou nem tanto. Sei lá.
Já falei em algumas colunas que mulher que canta bem dificilmente é bonita/gostosa. Isso tem explicação: Mulher é a arma mais poderoso da publicidade. Se ela é bonita ou gostosa pra caralho, basta aprender a dançar. Se ela não se encaixa nisso, ou ela faz plástica ou aprende a cantar.
Amy Winehouse é a maior prova disso. Pior que ela já foi bonita. Já foi até gordinha! Bom, esse som é o You Know I’m No Good, que é só um petisco do vozeirão que essa mulher (demorei 3 minutos pra me decidir entre “mulher” ou “coisa”) tem. Ela veio direto dos anos 60 pra cá, não é possível. Sério, sabe quando você pensa “tá pra nascer uma vocalista melhor que a [nome]”? Foi em 83 que você pensou isso, né? Ela nasceu.
Rehab já é clássico. Será que um dia ela vai pra reabilitação, aliás? Uma coisa é certa: Se auto-desgraçando-se ela continuar cantando e compondo desse jeito, que se foda. Agora, se ela precisa de um pouco de sanidade pra ser assim, por favor, façam alguma coisa!
Tenho que admitir que Regina Spektor canta pra caralho. E não deixo de admitir que essa música me deprime. Fidelity é seu nome, recomendo que você escute um pouco só pra sacar o que eu quero dizer com “cantar bem”. Principalmente você, que espera que eu cite a Pitty.
Esse tom tá entre cochichar e falar normalmente. Não tem como cantar assim, véi. Ela foi fabricada num laboratório, né?
Laura Marling QUEM? Eu nem conhecia a figura, foi dica da Ana. Comia só pela voz. Não a Ana, mas a Laura. A Ana eu comia porque é gordinha.
New Romantic é esse som aí, e ele prova que essa voz não precisa de música, até porque mal dá pra ouvir o violão. Sabe, uma coisa que eu odeio em vocais femininos, é aquela gritaria MAIS melação que elas “cantam”. Elas sempre pensam que estão numa ópera, sei lá. Agora, escuta essa voz. Sério, não tem nada demais nela, só algo que te faz ouvir mais uma vez, e mais uma vez… essa voz desentope os ouvidos, véi. É incrível.
Mas é fato que é relativamente fácil citar outras vocalistas semelhantes. Então, cito só ela mesmo.
Chrissie Hynde, do The Pretenders, também canta bem, vai. Esse som aí é o crássico Back on the Chain Gang. Bom, ela faz um vocal bem simples, sem abusar de nada – o que é o melhor -, sem deixar de lado a qualidade. Transa perfeita com o tipo de som da banda.
Porém, é ruim o fato de ela não se soltar muito. Mas é o estilo da banda, fazer o quê?!
Ódio, do Luxúria? Calma, eu explico: Olha essa energia. Eu sempre achei essa música espetacular pela fucking energia da Meg, vocal da banda. Sério, ela arrebenta GERAL com aqueles gritos, ao mesmo tempo em que faz um vocal de qualidade. Não que gritos não sejam uma qualidade, mas você entendeu.
Eu acho que energia é o que falta pra muita vocalista. Sei lá, elas se prendem demais nessa de quem se formou no programa Ídolos. Lógico que eu estou sendo errado ao generalizar, também é culpa do mercado musical botar no topo, em sua maioria, vocalistas assim. Mas bem que a mulherada podia colaborar mais.
Podem falar o que quiser, mas essas minas do B-52’s cantam demais. Pode ser muito irritante pra uns, mas quando você saca a inocência dos vocais… a coisa muda.
Tá, eu confesso: Eu não gosto de B-52’s. Já elogiei a banda aqui uma vez, já até resenhei um álbum deles, mas eu só conheço umas quatro músicas e olhe lá (um erro CRUEL que eu sempre desço o sarrafo e acabei cometendo). Sorry. Eu estava no clima de nostalgia, bandas voltando e tudo mais, além de ser um grande fã dos anos 80. Mas essa banda eu passo. Ainda assim, em termos de vocal feminino, ela merece ser citada.
Ao menos rendeu boas zoações.
Lembra do que eu falei sobre energia? Alanis Morissette sabe (ou melhor, sabia) bem o que é isso. Apesar de usar a música mais para se vingar do ex-namorado do que pra FAZER música, ela manda(va) bem pra caralho. Não sou grande fã de sua música, mas Ironic é um som espetacular.
Um problema no vocal feminino é que a mulherada tem que tomar um cuidado enorme na hora de gritar. A voz é muito aguda, é fácil ser irritante. A Alanis chega perto e até ultrapassa o irritante algumas vezes, mas ela não tem medo de soltar a voz enquanto… canta bem.
Deixo aqui minha indignação. Se é pra aparecer pelada, POR QUE não aparece… PELADA? Thank U for WHAT?
É difícil falar de vocalistas, sério. Bom, aí tá uma lista curta com exemplos distintos, acho que consegui me expressar bem em cada parte. Tenho mais uns nomes em mente e, se vocês me ajudarem, semana que vem tem a parte 2. Eu juro que se vocês citarem Pitty eu faço uma coluna só falando mal de Beatles. Só.
Seria bacana se vocês citassem exemplos mais clássicos. Fica a dica: Quem é o Frank Sinatra feminino?