Ah, a música de macho. Melhor que música de macho, só aquilo que vem acompanhado com uma mulher, em volta. Vai abrindo a latinha de cerveja aí, vamos ao que interessa, direto ao ponto. Vou citar seis bandas nacionais que vão mudar sua vida, se é que já não mudaram. Como algumas bandas já são óbvias, vamos começar com elas então.
VELHAS VIRGENS
Clássico. A maior banda independente do Brasil, os caras estão aí há um tempo do carái, seu avô só fez seu pai porque descobriu essa banda. Letras vulgares, assuntos vulgares (sexo e álcool, em sua maioria), e uma sonzeira muito boa. Não ouço muito a banda, é realmente difícil achar músicas dela. Não é impossível, eu sei, mas a preguiça sempre fala mais alto. Então, decidi ESTUPRAR a preguiça e explorar a banda pra ver se realmente valia a pena divulgar aqui pra vocês. Pois bem, a letra de Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém é, definitivamente, o HINO dos machos.
Tudo que a gente faz é pra ver se come alguém – Velhas Virgens
A gente corta o cabelo
Pra ver se come alguém
A gente faz a barba
Pra ver se come alguém
A gente toma banho
Pra ver se come alguém
E até troca a cueca
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
A gente arruma emprego
Pra ver se come alguém
E a gente junta dinheiro
Pra ver se come alguém
A gente fica bêbado
Pra ver se come alguém
E ouve papo furado
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
A muito tempo sem trepar eu perco a dignidade
Tudo que a gente faz é pra ver se come alguém
A muito tempo sem transar e o desespero invade
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz
Tudo o que a gente faz
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
A gente lava o carro
Pra ver se come alguém
E vai aos bares da moda
Pra ver se come alguém
E apura putis-putis
Pra ver se come alguém
Paga dez paus numa breja
Pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
Tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém
É EXATAMENTE isso, principalmente a parte da cueca e do putis-putis. Eu tive que aturar indie, véi. INDIE. Ser macho é uma tarefa realmente difícil, não é atoa que dizem que “pra dar a bunda, tem que ser muito macho”. Obviamente eu discordo, mas é aquela coisa: Macho não é homem. A Bel, integrante do AOE, por exemplo, é mais macho que VOCÊ. E também tem mais peito. Mas enfim, tem um vídeo bem podre desse som aí, dá só uma olhada:
Banda boa. Quer mais? Corre atrás. O álbum desse som é o Cubanajarra, de 2006. Eles também têm MySpace.
MATANZA
Acho que já dá pra pular pra letra.
Clube dos Canalhas – Matanza
Vai chegar de madrugada e ela vai querer saber
Onde foi, aonde esteve, o que foi fazer
Mas á todas as perguntas sabe responder
Tem um plano A e tem um plano B
Se você nunca se contradiz
Não abre mão do que te faz feliz
Se não há nada que abale sua paz
Já nasceu sabendo como é que se faz
e todo segue do jeito que sempre quis
Temos um sócio no Clube dos Canalhas
Não admitimos que apontem nossas falhas
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom
Farra para tudo é um bom remédio
Só um idiota completo morre de tédio
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom
Sabe o quanto é importante não dar muita explicação
Não há nada de extraordinário na situação
O segredo do sucesso é a moderação
ter um dia sim e ter um dia não
Se você nunca se contradiz
Não abre mão do que te faz feliz
Se não há nada que abale sua paz
Já nasceu sabendo como é que se faz
e todo segue do jeito que sempre quis
Temos um sócio no Clube dos Canalhas
Não admitimos que apontem nossas falhas
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom
Farra para tudo é um bom remédio
Só um idiota completo morre de tédio
Queremos todo dia tudo isso que a vida tem de bom.
O hino dos canalhas, obviamente. Sensacional. O álbum é o A Arte do Insulto, de 2006. Eu recomendo todos os álbuns dos caras, eles seguem a linha de letras sobre bebidas, brigas e mulheres, tudo com esse Contrycore SENSACIONAL. Uma das MELHORES bandas do Brasil, sem dúvidas. E olha que os caras são cariocas.
WANDER WILDNER
É simplesmente o Brega mais macho da galáxia. Falo isso pelas letras do cara, claro. Outro que eu recomendo todos os álbuns, e vou passar a letra de Um lugar do caralho, que é tipo um hino do doidão.
Um lugar do caralho – Wander Wildner
Sozinho pelas ruas de São Paulo
eu quero achar alguem prá mim
um alguém tipo assim
que goste de beber, falar, lsd queira tomar
e curta Sid Barret e os Beatles
Um lugar onde as pessoas sejam mesmo afudê
Um lugar onde as pessoas sejam loucas, e super chapadas
Um lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho
Eu preciso encontrar um lugar legal
prá mim dançar e me escabelar
Tem que ter um som legal
tem que ter gente legal
e tem que ter cerveja barata
Sozinho pelas ruas de São Paulo
eu quero achar alguem prá mim
um alguém tipo assim
que goste de beber, falar, lsd queira tomar
e curta Júpiter Maçã e os Beatles
Um lugar onde tornarão-me mais feliz
Um lugar onde as pessoas sejam loucas e super chapadas
Um lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho, lugar do caralho
Um lugar do caralho
Um lugar do caralho
A letra é da banda Júpiter Maçã, vale frisar que o cara deu um tapa na letra e, é claro, no som.
A faixa tá no álbum Baladas Sangrentas, de 1996. Dá uma navegada no site do cara, é sensacional, dá pra ouvir os sons do cara por lá. Vale também citar o hino dos Bregas que eu não havia encontrado pra publicar na coluna anterior, Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo:
É EXTREMAMENTE Brega, dá uma olhada na letra:
Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo – Wander Wildner
Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo
Parece uma grande bobagem mas é o que eu sinto quando estou voando e eu tô voando
Eu fico pelado no quarto vendo a sua foto
Parece uma grande bobagem mas é o que eu faço quando estou de porre e eu tô de porre
Se eu pudesse eu ficaria sempre junto de você
Se eu pudesse eu estaria sempre perto de você
Se eu pudesse eu estaria ouvindo o seu coração
Se eu pudesse eu não faria nada nem esta canção
Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo
Parece uma grande bobagem mas é o que eu sinto quando estou voando e eu eu tô voando
Eu fico pelado no quarto batendo punheta
Parece uma grande bobagem mas é o que eu faço quando estou porreta e eu tô porreta
Se eu pudesse eu ficaria sempre junto de você
Se eu pudesse eu estaria sempre perto de você
Se eu pudesse eu estaria ouvindo o seu coração
Se eu pudesse eu não faria nada nem esta canção
Se eu pudesse eu ficaria sempre junto de você
Se eu pudesse eu estaria sempre perto de você
Se eu pudesse eu estaria ouvindo o seu coração
Se eu pudesse eu não faria nada nem esta canção
A letra sofreu uma leve editada, como vocês podem ouvir aí. Enfim, Brega também é som de macho, cê acha que o Falcão e o Wando não comem ninguém? Presente procês: Cliquem aqui pra ouvir/baixar os sons do cara.
CAMISA DE VÊNUS
Marcelo Nova é um dos caras mais irreverentes do rock nacional, o cara simplesmente detona. Ele teve a manha de criar o hino dos CORNOS, satirizando as músicas clássicas que VOCÊ conhece que falam de dor de cotovelo e afins.
Sílvia – Camisa de Vênus
Você me diz que não tá mais saindo
Mas eu desconfio que cê tá me traindo
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Vive dizendo que me tem carinho
Mas eu vi você com a mão no pau do vizinho
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Todo homem que sabe o que quer
Pega o pau pra bater na mulher
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Vive dizendo que tá numa boa
Mas veio pra São Paulo dar massagem em coroa
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Você jura e repete que me tem amor
Mas eu lhe flagrei com um vibrador
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Todo homem que sabe o que quer
Pega o pau pra bater na mulher
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Quando eu chego em casa com essa cara de otário
Vejo o zelador, tá dentro do armário
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Eu acho mesmo que você não tem jeito
Pois até o leiteiro anda mamando em seu peito
ÆSilvia, piranha!!! ÆSilvia, piranha!!!
Todo homem que sabe o que quer
Pega o pau pra bater na mulher
Tipo: Quer ser um CORNO EXPLÍCITO? Então APRENDE. Todo homem que sabe o que quer, pega o pau pra bater na mulher. O álbum desse som é o Viva, de 1986, ao vivo. Os caras têm site e MySpace.
ULTRAJE A RIGOR
Na minha opinião, a melhor banda brasileira da galáxia. Não tem pra ninguém, as letras e o som são SENSACIONAIS, Ultraje a Rigor é daquelas bandas que você deve ir a pelo menos UM show antes de morrer (ou antes que eles morram). Já fui um PUTA fã dos caras, participei do Fanático MTV da banda e… perdi, por ser lento ao apertar o maldito botão. Se fosse uma teta, eu teria ganhado.
Sexo! – Ultraje a Rigor
Sexo!
Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Eu quero Sexo! Me dá Sexo!
Hoje vai passar um filme na TV
Que eu já vi no cinema
Êpa! Mutilaram o filme
Cortaram uma cena…
E só porque
Aparecia uma coisa
Que todo mundo conhece
Se não conhece
Ainda vai conhecer
E não tem nada de mais
Se a gente nasceu
Com uma vontade
Que nunca se satisfaz
Verdadeiro perigo
Na mente dos boçais…
Corri pr’o quarto
Acendi a luz
Olhei no espelho
O meu tava lá
Ainda bem
Que eu não tô na TV
Senão ia ter que cortar…
Uh!
Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Eu quero Sexo! Me dá Sexo!
Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Eu quero Sexo! Vem cá Sexo!
Bom! Vá lá, vai ver
Que é pelas crianças
Mas quem essa besta pensa
Que é prá decidir?
Depois aprende por aí
Que nem eu aprendi…
Tão distorcido
Que é uma sorte eu não
Ser pervertido
Voltei prá sala
Vou ver o jornal
Quem sabe me deixam
Ver a situação geral
E é eleição, é inflação
Corrupção e como tem ladrão
E assassino e terrorista
E a guerra espacial
Socorro!…
Eu quero Sexo! Me dá Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Sexo!
Me dá Sexo! Me dá Sexo!
Eu quero Sexo!
Sexo! Eu quero Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Me dá Sexo! Me dá Sexo!
Eu quero Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Sexo!
Sexo! Eu quero Sexo!
Como é que eu fico sem Sexo?
Vem cá Sexo! Senta Sexo!
Vem cá Sexo! Me dá Sexo!
Solta Sexo!
Do álbum Sexo!!, de 1987, o hino do Macho que SABE curtir a vida, ou algo do tipo. Sabe o que vale a pena, enfim, por aí. O site da banda é meio parado, e no Ning dá pra ouvir uns sons. Curte hinos? Mas hinos mesmo, um ritmo meio… carnaval, e tal. Se liga no Hino dos Cafajestes, procura aí:
Hino dos Cafajestes – Ultraje a Rigor
Nós, os cafajestes do Brasil
temos como missão cafajestar
queremos nossas esposas prá chifrar
e o povo prá enganar
Filhos nos quatro cantos do Brasil
pensões que nós deixamos de pagar
contamos com o respaldo popular
em qualquer lugar
Canalhas!
em qualquer posto dessa nossa sociedade
os cafajestes do Brasil
podem viver com toda liberdade
Sem mais.
RAIMUNDOS
Eu fiquei na dúvida se devia mesmo encerrar a coluna com essa banda, mas dei uma chance pros caras. A forma em que a formação original da banda acabou foi totalmente anti-macho, mas beleza, os caras têm sons sensacionais.
Tora Tora – Raimundos
Se ela tá gemendo é porque eu sou um cara legal
Se ela tá tremendo é que ela gostou do meu pau
Se ela tá gritando é que ela tá querendo mais
Se ela tá berrando é hora de meter por trás
Tora Tora, é isso aí moleca doida
é que a moçada da minha área só para quando a bola do olho pula fora
O corpo fala tem sensor ativo,
é o que me faz vivo, então se agacha e chupa a rola agora
Bye bye, não conta pro teu pai, essa é a manha da ariranha
tu diz vem ele não vai
Igual cipreste, só compre coisa que preste, eu tô doidão
eu tô á toa terra boa é do nordeste
Se acalma, meu chegado
que o homem já encomendou 10 kilos do prensado,
e tu vai ver que é do bom
Que se eu te mostro o camarão, que eu tenho lá em casa meu irmão,
tu vai dizer:yeah yeah yeah yeah
Não sei porque tu chora sempre, hoje quando o galo cantou e a nossa brenfa não chegou, corte de faca no isopor
Não sei porque eu não tava lá quando o bicho pegou toda a minha brenfa sem pedir licença
A gritaria rindo anuncia a hora,
eu tô cansado eu vou-me embora vôo de volta pro meu lar
Volto prá casa, prá mulher e pros meus filho
mas não largo do gatilho, essa herança é de lascar
Sendo animal preferi ser o predador,
não sei fingir não sou ator, só vou querer o que quiser
O sanfoneiro toca a música da morte,
com a minha eu abro um corte e tu sangra quanto sangue tiver
Tora Tora
ela chegou era da boa, era cheirosa manga-rosa
do jeito que os brasiliense adora adora
Fala mais baixo se dançá tá fudido, e aperta um comprido,
quem aprecia comemora a tora
Vai Trás que é pr’eu ficar em paz,
pode até ser bom demais, só que uma fina assim não faz
Aperta um beck do tamanho desse moleque,
camarão da cabeleira dos cabra que toca reggae
Como troféu de um caçador na sua parede,
37 almas na rede eu levo prá todo lugar
É claro que morrer de tiro ninguém gosta,
então eles grudam nas minhas costas e ficam só me dando azar
Não tem problema minha cabeça tá tranquila,
querem briga façam fila, eu tô aqui e não arredo o pé
Cabra safado em dois tempo te encho de bala
emudeço a tua fala e tu sangra quanto sangue tiver
E aí, tá vivo? O Hino dos comedores do BOPE, véi, meu irmão ouvia essa música no último volume na época em que eu nem sabia por que DIABOS eu tinha aquela coisa que me fazia mijar na cama. Essa faixa tá no álbum Lavô tá Novo, de 1994, um dos MELHORES álbuns da banda. Por falar em melhores, posso encerrar essa porra com um dos MELHORES sons dos caras.
Essa é pra você que gosta de MAMONAS ASSASSINAS e pensa que é MACHÃO. Nem vou passar a letra, se vira aí pra DECORAR ouvindo essa PORRADA o dia inteiro. Enfim, é isso, agora vocês podem perder seu tempo de merda procurando por música boa, até deixo vocês indicarem mais bandas aí nos comentários. Se for pra vir com boiolice, vá ler a coluna de games.
Cês devem saber que o Kiss é uma banda que deixou de fazer música (se é que um dia já fez) pra entrar para o mundo das vendas, transformando a banda em marca, tipo a… Xuxa. Vi no ANTI MOFO que os caras lançaram uma escova de dentes chamada Tooth Tunes, que toca Rock and Roll All Nite enquanto você escova os dentes. Na descrição do produto consta que “você vai ouvir a música de DENTRO da sua cabeça”, o que é algo incrivelmente perturbador, ainda se tratando de Kiss.
Lily Allen, famosa por hits como “Smile”, “LDN”, entre outros, fará um ensaio para o catálogo de langeries da marca “Agent Provocateur”.
O ensaio, que terá 6 fotos dela, será para o lançamento da nova linha de Primavera da marca. andei dando uma olhada no site , e só digo que, se as fotos forem metade do que tem as que tem no site, já tá de bom tamanho.
Lily Allen, a um tempo atrás, que dizia que estava gorda, parece que teve um belo levante de estima. aos 22 anos, seu cd de estréia “Alright, Still” já vendeu mais de 600.000 cópias.
Direto do álbum Echoes, Silence, Patience and Grace, Long Road to Ruin é um som fraquinho na minha opinião, mas o clipe salva. Enfim, vê aí e não reclama.
Pois é. Vou falar sobre blues aqui, mais uma vez. Agora que eu comecei essa bagaça, nada vai me impedir de prosseguir ad infinitum. Da última vez, falamos de Stevie Ray Vaughan, um dos grandes gênios desse gênero musical que empolga pra carái. Dessa vez, falaremos sobre outra lenda viva do blues. O cara é visto como um dos grandes nomes do estilo, sendo imensamente respeitado até por gente que começou antes dele. Ele é… não, porra, ainda não é o Buddy Guy! Eu tô falando de Eric Clapton.
Não se engane pela aparência do cidadão: esse inglês de 62 anos com cara de cidadão pacato e esses óculos de bom moço que ce tá vendo aí ainda detona tudo com uma guitarra na mão. Nascido em 30 de março (como o NegoMedonho, aqui do aoe) de 1945, Clapton teve uma carreira invejável, fazendo sucesso com bandas como os Yardbirds, Cream, Blind Faith e Derek and the Dominos, e também na carreira solo. O cara toca até hoje, criando festivais como o Crossroads, onde vários guitarristas bons pra cacete se juntam pra tocar. Uma maravilha, devo ressaltar.
Clapton nasceu quando sua mãe, Patricia Molly Clapton, tinha 16 anos, e criaram o cidadão achando que sua avó era sua mãe e que sua mãe era sua irmã mais velha. Pois é, mais embolado que novela mexicana. Claro que a coisa não durou tanto tempo assim. Aos nove anos o cara descobriu a enrolação toda. E, é lógico, isso mexeu com a cabeça do sujeito. A partir daí, ele se tornou um garoto solitário e tímido, mas ce vê que nem isso impediu o cara de destruir tudo. Com treze anos, o sujeito ganhou um violão e uma marimba de aniversário, mas quase desistiu de aprender a tocar os dois, achando os instrumentos muito difíceis. Claro, a influência e o gosto pelo blues foram maiores. Ainda bem. O cara então entrou em sua primeira banda com dezessete anos, a British R&B, que se tornou The Roosters. Ficou lá de janeiro a agosto de 1963. Isso por um lado parece ruim, mas por outro, foi uma maravilha – afinal, em outubro desse mesmo ano, Clapton se juntou aos Yardbirds.
A banda, cujo nome é uma gíria pra prisioneiro, foi inegavelmente uma das maiores adições ao rock e aos anos 60. Foram eles quem trouxeram inovações como o uso de distorção (como fuzz box) na guitarra, por exemplo. Clapton já caceteava tudo na guitarra, na época, e era um fã irremediável do blues puro. E foi isso que o levou a sair dessa maravilha de banda. Enquanto o som dos caras mudava do blues pro pop rock psicodélico experimental, Eric Clapton ficava cada vez mais insatisfeito. Até que, em 1965, o cara disse “Ces traíram o movimento blues, véios!” e se mandou. Ou alguma coisa parecida. Claro que ele não deixou os caras na mão: indicou um guitarrista conhecido dele que tocava um som bacana pra tocar em seu lugar. Um tal de Jimmy Page, já ouviram falar? Pois é, e aí o Page indicou um certo Jeff Beck, mas sobre esses dois eu falo em outra matéria. Claro que eu não ia deixar vocês sem o gostinho dos primeiros passos de Clapton na escalada para o sucesso. Eis The Yardbirds com Eric Clapton na guitarra:
Oh, Louise! Why don’t you hurry home?
Em abril de 65, ele se juntou a John Mayall & the Bluesbreakers. O álbum Blues Breakers with Eric Clapton, um dos álbuns mais influentes de blues-rock da história, começou a transformar Eric Clapton numa figura lendária. A piração era tanta que nego pichava “Clapton is God” pelas ruas de Londres quando o álbum foi lançado. Foi no mesmo álbum, aliás, que a primeira música com Clapton no vocal, Ramblin’ On My Mind. Música, aliás, que você confere aí em baixo.
I got raaaaaaaaamblin’! I got raaaambling on my miiiind!
Em julho de 1966, apenas um ano após entrar nos Bluesbreakers, Clapton cascou fora e formou o Cream. A banda ficou conhecida por suas performances ao vivo. A improvisação mandava na bagaça toda, e, como todo mundo sabe, ou pelo menos DEVERIA saber, Eric Clapton improvisa bem pra caráio. Os caras também tinham bastante do rock psicodélico sessentista, lembrando um pouco gente como Jimi Hendrix, The Animals e Creedence Clearwater Revival. Canções como Crossroads (que nasceu da Cross Road Blues de Robert Johnson) e Sunshine of your Love são até hoje conhecidas pelos amantes do blues e do rock sessentista (e por jogadores de Guitar Hero, no caso da Crossroads). Clapton ainda se sentia tímido demais pra tomar o microfone pra si, mas mesmo assim cresceu como vocalista, cantando em algumas músicas, como a já citada Crossroads, Strange Brew e Badge. A banda lançou quatro álbuns (Fresh Cream, Disraeli Gears, Wheels of Fire e Goodbye) antes de se separar, em 1969. Como todo mundo aqui provavelmente já ouviu Crossroads até de trás pra frente, o vídeo que eu deixo dessa vez é o de Sunshine of your Love.
Depois do Cream, Clapton participou do rápido Blind Faith. Não que as músicas fossem rápidas: a BANDA é que foi. Duraram só um álbum, mas mesmo assim fizeram sucesso pra cacete. Mesmo assim, eu vou pular o Blind Faith e falar logo de Derek and the Dominos, se não essa porra não acaba hoje. E, claro, não dá pra falar de Derek and the Dominos sem falar de Delaney, Bonnie & Friends, visto que todos os músicos da primeira banda eram ex-membros da segunda, incluindo Duane Allman, da Allman Brothers Band, que, teoricamente foi um artista convidado pro primeiro disco dos caras. Na prática, por outro lado, dá pra dizer que ele foi integrante da banda, já que ele esteve em todos os álbuns. O grande problema com a banda de Delaney é que o cara e a Bonnie, que, aliás, eram marido e mulher, brigavam toda hora. Depois de um tempo, ninguém aguentou mais aquela putaria, é claro. Nego saiu e fundou a banda que já foi citada duas vezes aqui nesse parágrafo. O álbum deles, Layla and Other Assorted Love Songs, foi lançado em 1970, e é considerado hoje um dos pontos altos da carreira de Clapton, além de um dos maiores álbuns de rock’n’roll de todos os tempos. Uma maravilha, não? A música-título do álbum você confere aí em baixo, mas não com Derek and the Dominos, já que eu achei ela tocada num dueto do Clapton com Mark Knopfler. Se você quer ouvir a original, vá procurar, vagabundo.
Laaaaaaaaaylaaaaaa, you got me on my kneeeeees…
É claro que nem tudo foi bonito e certinho pra Clapton. Enquanto a carreira dele decolava e ele se tornava praticamente uma divindade da guitarra, sua vida pessoal ficava cada vez mais caótica. Seu vício em heroína só começou a ser tratado em 1971, e isso foi o início de uma pausa em sua carreira. Além das drogas, o guitarrista também foi personagem principal de um episódio sobre racismo em 1976, quando, visivelmente chapado, Clapton reclamou do crescimento da imigração na inglaterra, dizendo para o público não deixar o país virar uma “colônia negra”. Foram esses comentários (além de certas ações de David Bowie, também) que deram origem ao “Rock Against Racism” no reino unido. Clapton depois se desculpou, dizendo que na época andava com raiva porque um árabe tinha metido a mão na “poupança” de sua mulher. Compreensível, mesmo porque muita gente faz pior num caso desses. Além disso, seria até estranho que alguém que toca um estilo musical criado por negros desde o começo da carreira fosse racista, ainda mais sendo fã de B.B. King, Buddy Guy e mais uma porrada de negões. Enfim, passados o período da polêmica, o problema com o alcoolismo e as drogas, Eric Clapton começou a se reerguer. No final dos anos 70, o cara criou até um centro de reabilitação, o Crossroads Centre.
Nos anos 80 ele tocou duetos com Jeff Beck, além de participar de uma turnê de Roger Waters, trabalhar na trilha sonora de Máquina Mortífera e mais uma porrada de coisa. O cara tinha voltado de vez. Claro que os anos 80 também teve seus dias ruins: Clapton teve um caso com Yvonne Kelly, estando ainda casado com Pattie Boyd. Os dois acabaram tendo uma filha, Ruth, nascida em 85, mas Clapton só anunciou publicamente que tinha uma filha em 1991. Clapton também teve um caso com a modelo italiana Lory Del Santo, que deu á luz o seu filho Conor, em agosto de 86. Eric Clapton e Pattie Boyd se divorciaram em 1989. Mais tragédia atormentou sua vida no começo dos anos 90, com duas mortes: Stevie Ray Vaughan faleceu em 1990 enquanto estava em uma turnê com Eric Clapton, e, em 1991, seu filho Conor caiu da janela do 53º andar de um apartamento em New York. O sentimento pela partida dos dois acabou se tornando música: Six Strings Down, na voz de Jimmie Vaughan, e Tears in Heaven, na voz de Clapton. A segunda, que é a que nos interessa mais nesta matéria, foi parte da trilha sonora do filme Rush, e ganhou três Grammys. Clapton parou de tocar a música em 2004, dizendo que não sente mais a perda como sentia antigamente, e que, por isso, tocar a música não é mais a mesma coisa.
Além de tudo o que já foi dito aqui, Clapton já tocou com J.J. Cale, B.B. King, Frank Zappa, George Harrison, Carlos Santana, Bob Marley, Buddy Guy, Mark Knopfler, Hubert Sumlin e por aí vai. Eric Clapton toca até hoje, e provavelmente vai ser um dos grandes nomes da música ainda por muito, muito tempo.
Terminando tudo em grande estilo, um clássico de J.J. Cale tocado por Clapton (mais uma vez junto com Mark Knopfler): Cocaine.
She don’t liiiiiiie, she don’t liiiiiiiiiie, she don’t liiiiiiiie… cocaine!
Bom, a MTV, todo mundo sabe, toca de tudo. Ís vezes, você tem a sorte de ver o seu clipe preferido passando, mas na maioria do tempo, é só aquelas mesmas músicas de sempre. Ela também toca de tudo, sem nenhum preconceito, seja pelo conteúdo do clipe, ou qualquer outro motivo .
MAS, deve ter acontecido algo que deixou a diretoria muito brava, e eles decidiram que não irão passar o mais novo clipe de 50 Cent.
O clipe, com o sugestivo nome de “I Still Kill”, foi decidido que não será exibido na grade de programação da emissora. O motivo que fez com que o clipe fosse negado a ser exibido, é um mistério, ainda não fui atrás dele pra conferir, e nem vou.
Ao descobrir que a emissora não iria passar a música só por causa do seu título, ele soltou um comunicado, que dizia mais ou menos o seguinte:“se bandas com nomes que remetam a matança podem continuar sendo transmitidas, por que só o clipe dele foi banido?” e alterou o nome da faixa para “I Still Will”. grandes diferenças.
Seria uma boa que a MTV brasil tome a mesma decisão, seria meio difícil pra ela, que só é focada nesse público, mas seria a melhor escolha, na minha opinião, e deveriam dar mais espaço para aquele programa que passa as madrugadas, o Lab, focado em clipes mais undergrounds, e que públicos diferentes podem ter maior aceitação.
É, você, que acha que só porque ela é um rostinho bonito (cófcófbarangacóf)ela não tem problemas, comece a mudar de opinião. Sabe aquele show de umas semanas atrás, que teve no VMA, e que passou pelo mundo inteiro? Pois bem, depois dele, a carreira de Britney, ou pelo menos o que sobrou dela, voltou ao que era antes. Bem, não totalmente, mas voltou.
Só que, pelo visto, não avisaram ela que ninguém que estava lá dançando era porque gostava das “músicas” dela. Daquela apresentação, nenhum deles viu UM centavo que seja. A maioria que sobreviveu e foi contratado para os outros shows, só foi paga pelas apresentações posteriores. Mas o motivo que pode justificar o não pagamento é bem simples, idiota até. A empresa responsável pela contratação deles, foi “dispensada de seus serviços” dias antes do show. Num pequeno problema de comunicação, não devem ter avisado a equipe, que já estava ensaiada, e prestes a subir ao palco.
Espero que eles sejam pagos, pois aguentar Britney sem que não tenha ninguém pagando, ou é loucura, ou burrice.
Anteriormente por aqui, eu citei na coluna Previsões para os próximos lançamentos no mundo do Rock os álbuns Echoes, Silence, Patience and Grace (Foo Fighters), Black and White Album (The Hives) e Over the Under (Down), expondo a minha previsão de como os álbuns seriam. Eles já foram lançados e devidamente resenhados, como podem ver. Agora é a hora de falar sobre esses álbuns mais uma vez e aproveitar pra colocar os álbuns Era Vulgaris (Queens Of The Stone Age) e Elect the Dead (Serj Tankian) na roda de vocês. Demorô.
FOO FIGHTERS – ECHOES, SILENCE, PATIENCE AND GRACE
Houve um Especial Foo Fighters por aqui momentos antes do lançamento do álbum, e foi do carái. Só que no fim, não valeu tanto a pena assim. O álbum tá… legal. Os caras meio que gostaram dessa de fazer acústicos e fizeram um “faixa sim faixa não”, colocando um som pesado seguido por um som acústico, e por aí vai. Bom, pesado em termos, a faixa mais pesada é a The Pretender, basicamente, e também é a melhor música do álbum. De poucas. Pela primeira vez fiquei decepcionado com o trabalho da banda, tendo em vista que eu já havia desconsiderado o trabalho anterior, Skin and Bones, um acústico ao vivo. Creio que eu seja o único fã a não ter gostado do álbum, mas eu não ligo pra vocês, mesmo.
THE HIVES – BLACK AND WHITE ALBUM
Deprimente. Logo o álbum em que eu botava mais fé pela SONZEIRA Tick Tick Boom, mas esse é realmente o ÚNICO som bom no novo álbum dos caras. Sério, eu diria que foi a decepção do ano. Conheço pouca gente que gosta da banda, até agora não vi nenhuma opinião sobre o álbum além da minha. Mas, sério, os caras deveriam ter parado quando disseram que iam parar, assim que lançaram o álbum Tyranossaurus Hives. Decepção TOTAL.
DOWN – OVER THE UNDER
Um dos poucos álbuns em que eu acertei a previsão: Não foi ruim, mas também não é sensacional. Os caras meio que CHUTARAM o Stoner Rock e agora estão com um lance mais Doom Metal, não é muito a minha praia. Talvez os caras sigam esse estilo daqui pra frente, uma pena, tendo em vista que Phil Anselmo já não tem mais garganta pro Scream, e agora faz um vocal grave. Ílbum bacana, valeu a resenha.
QUEENS OF THE STONE AGE – ERA VULGARIS
O QOTSA é uma das poucas bandas que inovam sem pisar na bola. Ouvir este álbum pela primeira vez foi um soco, eu entrei em pânico pensando que os caras haviam desaprendido. Mas aí eu dei uma chance pros caras e resolvi ouvir pra valer, e fui percebendo que eles haviam experimentado mudanças mais “radicais” dessa vez. Muito melhor que o álbum anterior, mas ainda assim falta algo: Nick Olivieri, Mark Lanegan e Dave Grohl, definitivamente, fazem falta. O primeiro faz mais falta ainda. O líder da banda, Josh Homme, tá empolgado e querendo gravar um álbum novo o quanto antes. Isso me dá medo, mas quem sabe eles voltem ás origens e fazem aquele Stoner Rock de PRIMEIRA de novo?
SERJ TANKIAN – ELECT THE DEAD
Eu não esperava NADA deste álbum. Aliás, esperava MÚSICA ERUDITA, até. Mas não, o cara fez eu calar a boca e mandou ver em um PUTA ÍLBUM FODA, estou pra dizer que é o melhor do ano. Ainda com um toque de System of a Down, o cara fundiu o som pesado com o som calmo, simplesmente fez um trabalho acima do SOAD e me empolgou legal. Sério, eu não esperava algo tão bom, ouçam o álbum para entenderem o que eu to dizendo. Dos cinco citados neste artigo, esse é o mais bem trabalhado, enfim, é o melhor. Vai ser difícil o cara manter a qualidade para possíveis próximos trabalhos. Eu espero que sim, e que ele venha pro Brasil logo.
É isso, aprendi que nunca mais eu devo botar fé em lançamentos. Mas é difícil, confesso, quem sabe um dia eu aprenda e fure meus tímpanos. Agora é só esperar o que está por vir: Metallica, Alice in Chains, Queens of the Stone Age (possivelmente), Ozzy Osbourne (com ou sem Black Sabbath) e AC/DC. Só coisa boa, convenhamos.
Não vou fazer essa review faixa a faixa, ok? Já tem disso de monte por aí. Vou falar de uma forma geral do álbum, e pensando mais em quem já curte a banda.
Chora emo.
A melhor parte do In Rainbows é uma certa qualidade de transporte pra outros ambientes e cenários, que permeia o álbum todo. Radiohead faz muita música assim, como a “Meeting on the Aisle”, um single antigo deles, absurdamente repetitivo e viajão. Música da qual lembrei muito já na primeira faixa do In Rainbows. Tenho certeza de que esse álbum vai ser ótimo para ser ouvido sob o efeito de tóchicos. Mas não usem dogras crianças. Drugs are bad, you shouldn’t do drugs, como dizem em South Park.
In Rainbows não te pega na primeira audição; é aquele tipo de álbum que te confunde com os sons na primeira vez que você ouve, pois não segue uma harmonia linear, uma forma fácil do começo ao fim das músicas. Do nada surgem scratchs e samplers, que só aos poucos se misturam pra criar a experiência total. Só depois que seu ouvido já conhece a música, e que você retorna a ela, é que você passa a curtir o que está acontecendo. Isso acontece muito com Pink Floyd e outros grupos que investem em complexidade musical.
Aliás esse é provavelmente um forte motivo para explicar o fato de tanta gente não gostar de Radiohead; não é que o som seja “pretensioso”, “esquisito” ou “muderno”, ele simplesmente possui muitas sonoridades e níveis na mesma música, e se vale de efeitos e instrumentos diferentes dos triviais. Estamos acostumados com poucos instrumentos sendo tocados ao mesmo tempo, principalmente quem gosta de rock e metal como eu. Você sai de um Matanza, por exemplo, pra escutar Radiohead, e se auto-provoca uma diarréia mental. O cérebro precisa de um tempo para se adequar á mudança de estímulos.
Radiohead é uma dessas bandas que precisa ser ouvida no fone de ouvido, para ser completamente aproveitada. Eles trabalham muito com alteração dos canais, divisão dos instrumentos e vozes entre esquerda e direita, e as coisas só fazem sentido quando você divide o som entre suas duas orelhas. Essa qualidade está presente em todas as músicas do In Rainbows, um álbum para ser “lido”, da mesma forma que você lê um livro. Pare e sente para escutar o álbum. Preste atenção no que está acontecendo sem distrações á sua volta. Parece frescura? Então pense em alguns exemplos de música clássica. Pense na diferença que você sente quando escuta Beethoven no seu sistema de som e quando a mesma música toca em um elevador. É como se fossem coisas completamente diferentes. Então não culpe a banda se VOCÊ não tem tempo ou paciência para escutar uma música do jeito certo.
In Rainbows é suficientemente criativo para ter um lugar digno na discografia do Radiohead. A única coisa que me incomodou de fato é que nenhuma música do álbum tem “pegada”, nenhuma delas te chacoalha, ou te faz pular diretamente praquela faixa quando você põe o álbum pra tocar. Talvez seja um dos trabalhos mais calmos e melancólicos da banda, possivelmente influenciado pelo The Eraser, o cd solo do Thom Yorke. A faixa mais palatável, mais mastigada do In Rainbows provavelmente é a “Jigsaw Falling Into Place”, ironicamente, a única faixa que não “encaixa” com o resto do álbum. Esses cara gostam de fazer piada interna.
Bom, In Rainbows é um péssimo álbum para se conhecer Radiohead. Mas uma ótima adição para quem já é fã da banda. E se você gostou do The Eraser, então não tem erro.
Em primeiro lugar, o título. Faz algum tempo, o théo tinha falado algo sobre criar títulos pra “séries” de posts sobre música, assim como acontece com o “Filmes bons que passam batido”. O cara até tinha arranjado um nome sagaz e homossexual pra coisa toda. Como eu sou esquecido pra caralho e tenho preguiça de procurar, eu faço do meu jeito, mesmo.
Como alguns de vocês talvez já tenham visto, uma parte dos colaboradores do site já tentou falar sobre blues por aqui, mas o fato é que eles falharam miseravelmente. Era de se esperar, claro, visto que o nível de tanguice do site nos últimos tempos se elevou ás alturas.
Pois bem. Assim sendo, vejo que sou eu quem deve portanto cumprir tal tarefa. A iniciarei, então, trazendo a vocês um dos maiores ícones do blues de todos os temp… não, porra, não é o Eric Clapton, é Stevie Ray Vaughan!
O sétimo entre os cem melhores guitarristas de todos os tempos, segundo a Rolling Stone Magazine (não que isso seja grande coisa. Afinal, uma revista que coloca Frank Zappa atrás de Jack White não merece lá muito respeito), Vaughan, que morreu em 1990 num acidente de helicóptero, é até hoje visto como um homem de respeito dentro da música, influenciando praticamente qualquer um que goste de blues hoje em dia. O cara foi realmente uma lenda, revitalizando bem pra caráio o blues nos anos oitenta.
Stevie, nascido em 1954, começou a tocar guitarra aos oito anos, ensinado por seu irmão, Jimmie. Aos treze anos, o cara já tocava por aí, atraindo a atenção de gente como Johnny Winter. Mas sua primeira banda a gravar alguma coisa mesmo foi a Paul Ray and the Cobras, nos anos 70, que lançou só um single. Em 1975, depois que os Cobras se separaram, ele formou a Triple Threat, com o baixista Jackie Newhouse, o baterista Chris Layton, o saxofonista Johnny Reno e Lou Ann Barton como vocalista. Barton largou a banda em 1978, e Reno fez o mesmo um ano depois. Os três “sobreviventes” continuaram tocando, usando o nome “Double Trouble” para a banda. E foi aí que SRV¹ pegou também o microfone(heh). Tommy Shannon, baixista que tocou com Johnny Winter, acabou tomando o lugar de Newhouse, e em 1982, o Double Trouble lança seu monstruoso primeiro álbum, Texas Flood. O nome te soa familiar, é? Provavelmente essa é mais uma das músicas que você só passou a conhecer graças a Guitar Hero. Bichona.
Um dos traços característicos do som de SRV é o timbre único e inconfundível de sua Fender Stratocaster, com o tremolo invertido, influência de Jimi Hendrix. Nota-se algo de Hendrix também em seu estilo de tocar, que, aliás, é do caralho. E a coisa não para por aí: foi tocando Little Wing, do cara, que SRV levou o GRAMMY em 1993, por melhor performance instrumental de rock. Ce nota que um sujeito é bom quando ele ganha um GRAMMY depois de morto, aliás. Falando em GRAMMYs, o cara levou seis, no total.
Essa imagem tinha 900 pixels de largura, véi. Deu pena ter que reduzir.
Agora, é claro que depois dessa enrolação toda falando sobre o cara, ce quer ouvir ele pirando o bagulho, né? Pois bem, se isso vai te fazer parar de ouvir a porcaria que ce anda ouvindo e te levar pro lado bom da música, aí vai:
Mary Had a Little Lamb. Música do caráio.
Scuttle Buttin’. Provavelmente o vídeo que mais vai te empolgar nessa resenha inteira.
Agora, se isso não te deixa satisfeito, não tem problema: eu, sendo imensamente benevolente, vos deixo aqui a discografia completa de Stevie Ray Vaughan.
¹: Stevie Ray Vaughan, jumento. Ce achou que fosse o quê? “Socialist Republic of VIETNAM”?