Manual de Quarentena: Como sobreviver ao Corona Vírus em casa – Ducentésimo octogésimo oitavo dia
Este aqui é um texto estranho… Um texto que não achei que faria por várias razões: Por ser tão distante, numa quarentena que eu esperava que durasse vinte dias… Ou, talvez, 40 dias, ou, talvez, 3 meses, ou, talvez, seis meses… Tem quase 10 meses; não achei que o faria porque véi, doido fazer quase trezentos textos num ano né? E a quantidade de obras e artistas que rodaram por aqui, mesmo se for desconsiderar as que já são manjadas; não achei que o faria porque em algum momento disso aqui eu meio que aceitei a probabilidade real de passarmos, oficialmente, mais de ano em quarentena (E né, é pra isso que estamos nos encaminhando); e também não achei que faria porque afinal de contas quarentena de verdade acabou faz tempo e eu continuei isso aqui meio que pra meia dúzia de pessoas…; e, claro, jamais achei que faria um “Manual de Sobrevivência” à uma pandemia, mas bem, é isso aí né.
Dia 288
Pensar que ontem foi um dia normal aqui pro Manual também é muito doido. Em parte porque bem, é um dia como qualquer outro e em parte porque é o último dia que sigo o formato padrão disso aqui. É aqui que entra o detalhe de hoje: Estou encerrando isso aqui. Alguém liga? Não. A quarentena oficial acabou? Não. A quarentena voluntária acabou? Não. A pandemia acabou? Não. MAS: 2020 está acabando. E enquanto todas essas coisas continuarão amanhã, será um novo ano, e bem, eu quero um novo ano.
E esse é o ponto, não é? Da virada de ano, digo: Não esquecer os problemas, não jogá-los de escanteio, mas a promessa de que, nesse novo período que está começando, as coisas serão diferentes. E eu quero que as coisas sejam diferentes em 2020… Acho que todo mundo quer. E, pra mim, parte desse “diferente” é não me lembrar e nem lembrar ninguém, diariamente, que a situação mundial é extremamente complexa, drática, problemática. Não pra fugir de nada disso, mas simplesmente pra encarar a coisa toda não como algo para se ficar em casa vendo TV e ouvindo música. Claro, se puder fique em casa, passe álcool em gel, use máscara, mas o tempo de atualizar as séries e jogos que você curte também já foi.
Qual o balanço disso? Particularmente consegui ir atrás do trabalho de um monte de gente que eu não via faz tempo porque sou preguiçoso, descobri o trabalho de mais uma galera que não conhecia antes e que parece ser bem legal (Ontem mesmo inclusive), destruí meu próprio recorde de produção aqui no Bacon e, talvez, muito talvez, alguém tenha visto qualquer coisa que rolou por aqui e foi atrás… Então é, o balanço final é bem positivo, mesmo que seja só pra mim mesmo. O balanço do resto da situação? Hahaha, esse aí tá bem ruim.
Mas então, hoje é 31 de dezembro de 2020, o último dia do ano. Primeiro de janeiro de 2020 parece absurdamente distante e, ainda assim, sequer parece que já se foi um ano completo… Quer dizer, ainda tem umas horas aí pro treco acabar, é bem possível que ainda haja alguma última desgraça pronta pra acontecer. Mais que qualquer coisa, este ano foi um ano de surpresas e pra ser bem sincero, poderia ter sido muito pior. Sério mesmo, poderia ser MUITO pior. 2020 termina com um gosto péssimo na boca, e é bem real que 2021 é um ano de enormes expectativas, mas o importante disso tudo é que hoje a gente é diferente do que era um ano atrás. Não necessariamente melhor, só diferente… Talvez minimamente mais preparados pros problemas do futuro.
Feliz Ano Novo, gente, seja lá o que ele tem pra todos nós.
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