MGMT
Algumas bandas surgem por acidente, ou como as pessoas dizem: “Era o destino”. O MGMT (Abreviação do antigo nome, The Management) foi formado em 2005 por Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden, dois amigos que dividiam um apê no bairro do Brooklyn em Nova York. Pelo que eles mesmos contam, os dois não estavam tentando montar uma banda, estavam apenas curtindo um som e tentando mostrar um ao outro como deveriam ser as músicas tocadas na época. Eles gravaram o primeiro disco por causa dos apelos de amigos, que escutavam as composições dos dois e imploravam para ter em mãos um disco. Logo surgiu o EP Time to Pretend, e eles sairam em turnê como banda de abertura da banda indie Of Montreal (Que apesar do nome não é canadense).
No ano seguinte, a Columbia Records contratou a dupla para gravar um disco de verdade. Eles gravaram o disco Oracular Spectacular e depois saíram novamente em turnê, agora com 3 novos integrantes: Matthew Asti (Baixista), James Richardson (Guitarra) e Will Berman (Baterista). O disco ganhou diversos prêmios mundo afora, sendo comparado a clássicos como Pet Sounds, dos Beach Boys. A sensação ao ouvi-los é de que o Kraftwerk, Gary Numan e o Human League viraram hippies do século 21 e, usando os mesmos instrumentos, tocam punk rock. E o pior é que funciona.
Dotados de uma sonoridade impar na cena musical atual, os MGMT tocam um electro-rock baseada no retrô, pop vintage psicodélico e dance music. Vivem uma espécie de hubris juvenil, de onde retiram dos escombros do rock as suas ideias e influências. Mas não é só o tom retrô e atitude new wave tardia que se apóia o MGMT. A superprodução impressiona. Instrumental alto, boas bases, samplers, vocais no lugar certo, melodias que ficam no ouvido. O culpado: David Friedmann, responsável por discos do Flaming Lips e Mercury Rev. O resultado é incrivelmente palatável, diferentemente de quase tudo realizado pelos indies, não soa forçado.
A trilha seguida por Friedmann e os seus enfantes Goldwasser e VanWyngarden é fazer um disco-punk na tênue linha da experimentação e do pop redondo. O ouvinte descobre o exemplo na prática quando se vê viciado por músicas como Kids e Time To Pretend, tirada do primeiro EP da dupla. É preocupação do MGMT soar breve, juvenil. Esse sentimento pueril é explicado pela tentativa quase cósmica de escapismo. O projecto artístico remete a temas cosmico-transcedentais, como se pode ver pelas fotos de divulgação e capa/encarte do disco.
Soar jovem e constantemente renovado é a obssessão da música pop como um todo. Talvez por isso, as novidades mais interessantes vêm de bandas que carregam esse conceito, como o MGMT. A busca por essa frescura pautou a produção de Oracular Spectacular, afinal eles não conseguiriam o objetivo soando óbvios nos arranjos e melodias. Time To Pretend resume o manifesto: “This our decision, to live fast and die young/ We’ve got the vision, now let’s have some fun“.
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