Mídia vs. Estilo: O embate final
Ficção científica!
Biografia!
Narrativa histórica romantizada!
Terror!
Coração! Pela união dos seus poderes, eu sou o Capitão Planeta! Romance!
Sabem, eu gostava de remoer no assunto “discriminação das HQs”. Era um tema interessante, que me permitia divagar loucamente e encher linguiça quando me faltava criatividade. A partir de hoje, porém, não mais tocarei nesse assunto, pois finalmente encontrei a solução para o mesmo. Como?
Tudo começou algumas décadas atrás, com meu nascimento. Vários anos se passaram, e eu conclui o ensino médio e iniciei um curso superior. Um curso superior, como se espera, está longe das facilidades da escola, onde você tem, para ser aprovado, inúmeras reposições, provas de recuperação, provas finais e conselho de classe (E no caso de estudantes de escolas públicas, um belo empurrão do MEC, mesmo que o moleque não consiga distinguir um 3 de um B e ache que a capital dos EUA é “Noviórqui”). No meu caso, passei os últimos 30 dias sem tempo sequer para coçar o nariz, que dirá me divertir, e o futuro não promete ser melhor.
Atualmente, meu lazer se resume a ouvir podcasts enquanto estou na academia (O que, no meu caso, não chega a ser exatamente lazer. Odeio exercício físico). Como ouço uma pá de podcasts, e só vou à academia umas três vezes por semana, acabei ficando meio desatualizado. Sexta passada, na esteira, ouvia um episódio do Papo de Gordo sobre quadrinistas, e um dos participantes disse algo que eu já havia dito antes, mas sem o fator “iluminação” (Ou câimbra, sei lá): Quadrinhos são vistos não como mídia, mas como estilo.
Somos pessoas esclarecidas. Sabemos distinguir ficção científica de romance histórico, biografia de romance e poesia de poema, e sabemos que todos esses são estilos literários; a massa sabe que é tudo livro. Nos utilizamos de todos os meios de mídia: Vídeo, áudio, texto escrito, internet… Sabemos distinguir mídias de estilos, e isso nos torna, ao menos nesse ponto, superior à massa.
E, para a massa, quadrinhos são um estilo, não uma mídia. São um tipo de conteúdo em si, e não um meio de propagar este.
E, não é um mero estilo literário. É um estilo somente apreciado por crianças, jovens imaturos e adultos idiotas. Não importa se qualquer volume de Hellblazer tem uma história melhor que toda a saga crepúsculo (Sim, sem maiúsculas mesmo); pouco adianta Sandman ser considerada uma das melhores obras literárias das últimas décadas; é irrelevante se Transmetropolitan mostra um futuro distópico assustadoramente possível. “Gibis” não deixarão tão cedo, pelo menos aqui nas terras tupiniquins, de ser coisa de retardado. O nosso povo não vê tons de cinza. Puro texto? É maçante, só “intelectuais” aguentam. É quadrinho? Coisa de imbecil.
Descanse em paz, pequena e doce polêmica.
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