Mulheres dominando as séries
Sei que o Dia das Mulheres já passou, mas o tema vale um texto ao se observar que nesta temporada de séries: os grandes personagens ficaram com as mulheres. Se no últimos anos elas vem dominando as séries de mansinho, atualmente os grandes sucessos da televisão americana dependem da audiência feminina, logo, personagens femininos roubam a cena em diversas séries.
Podem observar que este “fenômeno” começou com as constantes reclamações das atrizes que, depois de determinada idade, o cinema já não oferecia mais papéis sérios e consistentes. Assim há quatro anos atrás surgia Desperate Housewives, uma série cômica (recheada de humor negro) com drama e mistério. Nos papéis principais, quatro mulheres maduras enfrentando problemas relacionados ao seu universo e a sua vizinhança. Com isto surgiu para o grande público a excelente atriz Felicity Huffman, hoje ganhadora de diversos prêmios por seu papel Lynette e, inclusive, já recebeu uma indicação ao Oscar por melhor atriz em Transamérica.
No decorrer dos últimos anos, as mulheres (atrizes) voltaram com tudo em séries de sucesso como Grey’s Anatomy, Ugly Betty, 30 Rock, Weeds, The Closer e The New Adventures of Old Christine.
Nesta temporada a avalanche começou com Damages com a incrível Glenn Close, atriz oscarizada, mandando e manipulando todos os personagens da série sobre os bastidores de um caso jurídico. Em seguida, ainda na tevê a cabo americana, estreou Saving Grace, com a também oscarizada Holly Hunter (do drama O Piano) fazendo uma policial porra louca que de repente se vê perseguida por um anjo, Earl, em seu dia-a-dia.
Já na tevê aberta as mulheres estão se mostrando poderosas e sedutoras; mas em tramas tãoooo fraquinhos, neste contexto estão Lipstick Jungle com Brooke Shields e Kim Raver (a namorada de Jack Bauer em 24 Horas), e Cashmere Mafia com Lucy Liu, Miranda Otto, Hugh Bonnerville e Frances O’Connor. Ambas têm mulheres tentando equilibrar suas vidas amorosas e familiares com suas vidas de sucesso profissional. Além delas ainda há o filhote de Grey’s Anatomy, Private Practice, série da Dra. Addison, a belissíma atriz Kate Walsh – numa série que mistura romance, dramas e casos médicos numa clínica onde tudo acontece e os personagens parecem ter 15 anos.
Mas nem todas as séries se resumem a tramas “novelinhas”. Nesta temporada, três séries mostram mulheres envolvidas em tramas de ação e suspense. Women’s Murder Club, estreando na Fox neste mês, conta histórias policiais sob investigação de 4 mulheres; uma policial, uma médica, uma promotora e uma jornalista. A série não é lá estas coisas, até porque, neste contexto, inserem dramas de mulherzinha nas personagens, tudo tão chato. A segunda, já cancelada, é Bionic Woman, a série que conta a história de uma jovem reconstruída bionicamente num projeto secreto não decolou. A trama começa devagar com muitos toques conspiratórios numa trama simples e pouco densa.
Para fazer exceção nesta categoria, The Sarah Connor Chronicles acerta mesmo não sendo nenhum fenômeno de audiência, numa trama que mistura ficção com ótimas cenas de ação, tudo protagonizado pela força da atriz Lena Headey e a “terminator do bem” Summer Glau (também vista na série Firefly). Mesmo assim, parece que o público americano não aceita muito bem mulheres em papéis fisícos e cenas de ação, preferem as atrizes fazendo cenas românticas e de lenço na mão, infelizmente!
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