Música – Atividade Paralela?
Hoje me dei conta do caráter acessório da música na vida dos animais das pessoas, seja no meu laboratório sociológico (Eu, muié namorada, amigos, família), seja no de outras pessoas.
Antigamente nós ouvíamos música. Agora ouvimos música E fazemos outra coisa. É difícil pararmos só pra ouvir alguma bandinha, como outrora. Olha, tou até falando bonito.
Lembro de uma passagem da minha meninice, nos idos dos 9 anões de idade. Ficava sentado no terraço de casa, ouvindo uns CDs de cortesia. Duas faixas ali me encantavam, apesar de eu não entender bulhufas. Afinal, eu só tinha uns 9 anos. O fato é que eu ativava o looping infinito na versão ao vivo de “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, e “Sr. Tempo Bom”, do Thaide & DJ Hum. Apesar de não ter mais contato com o rap, por causa da transformação misógina sabotage pos mortem. Mas ainda tem uns sonzinhos legais, como Inumanos. Enfim.
Vou jogar a grande parcela de culpa na velocidade das nossas vidas nesse novo caráter de existência na sociedade da informação dominada por mpN players gerador de lero lero owna. Não agora, não tenho tempo de ler essa revista. Depois vejo esses feeds. Talvez não dê pra ver minha mãe. Essas coisas. Não temos tempo. Veja eu, estou escrevendo isso E ouvindo AC/DC. Ou o contrário, é mais apropriado à realeza.
Qual o resultado disso? Não ouvimos direito as coisas, não prestamos a porra da atenção como deveria. Se bem que tem umas coisas que não exigem nenhuma, como Beatles, que já vem mastigadinho. No saldo final, ficamos até sem perceber as pequenas nuances e particularidades das músicas, e fica igual o Fantástico: no outro dia cê não lembra de mais nada. Vamos tirar os Beatles dessa história logo, faz umas duas noites que não durmo só batendo she loves you YEA YEA YEA na minha cabeça.
Ou vai dizer que cê nota DIREITINHO aquela linha de contrabaixo que o cara trabalhou por dias, enquanto cê se acotovela no busão, noob?
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