Não é o Bacomentando
Eu sou um cara desistido das séries. Por anos eu me mantive fiel a diversas séries de qualidade duvidosa, me agarrando à vã esperança de que em algum momento elas valeriam a pena. Escrevi muitas vezes sobre elas no extinto (Glória Deux) Bacomentando, mas finalmente consegui me livrar da maioria delas. E melhorei meu gosto por séries depois disso? Claro que não, só tô feliz que agora eu ainda assisto séries merdas, mas são séries merdas variadas, o que surpreendentemente reacendeu a minha vontade de vir aqui falar sobre elas com vocês. Se é que alguém ainda lê isso aqui.
A Fantabulosa Emancipação de Arlequina Real Oficial
O DC Universe, apesar de ser uma plataforma de streaming equivocada da Warner Bros, tem feito um ótimo trabalho com suas produções. Titãs, apesar da segunda temporada meio perdida, é certamente a melhor coisa que já fizeram com o grupo de jovens heróis fora dos quadrinhos, Patrulha do Destino é uma das melhores séries que eu assisti nos últimos 10 anos, e Monstro do Pântano, apesar de cancelada por um erro de produção, tinha muito potencial explorando o lado místico da DC na TV, que agora fica preso apenas a Legends of Tomorrow e seu Constantine um tanto quanto duvidoso.
Por falar em Legends of Tomorrow, a série, que há muito tempo não sabia se era uma comédia ou um drama de super heróis, finalmente encontrou suas raízes na Liga da Justiça de J.M. DeMatteis e Keith Giffen e abraçou a galhofa com toda sua força, sendo atualmente a melhor série da DC na CW. Chupa, Flash.
Mas voltando ao streaming da DC, a mais nova atração é Harley Quinn, animação estrelada por, ora ora, Arlequina, que mostra a… Heroína? Vilã? Anti-Heroína? Enfim, mostra a Arlequina saindo de seu relacionamento abusivo com o Coringa e tentando encontrar seu lugar no mundo, enquanto tenta se provar superior a seu ex-namorado e humilha-lo publicamente. Que? Términos são complicados. Apesar de ser uma comédia, a animação aprofunda-se bastante na relação abusiva de Arlequina e Coringa que o filme do Esquadrão Suicida fez o enorme favor de retratar como um lindo romance, resultando em vários posts de adolescentes apaixonados com a legenda “todo Coringa tem sua Arlequina”. Se isso já não for o suficiente pra você querer assistir, a animação ainda conta com a participação de vários personagens do Universo DC e uma enorme dose de violência.
Preciso falar sobre a finale de Doctor Who
A nova temporada de Doctor Who chegou ao fim e mostrou que ainda pode surpreender e muito os fãs de longa data. Apesar de ser a 12° temporada da “nova série”, ela ainda é uma continuação da série antiga, sendo então a 38° temporada do show que começou em 1963 com William Hartnell estrelando o 1° Doctor. Ou era isso que todos pensávamos, mas para explicar isso melhor, precisamos falar sobre os Time Lords.
Os Time Lords são alienígenas do planeta Gallifrey que desenvolveram naves capazes de viajar não somente pelo espaço, mas também pelo tempo. Daí o nome deles, Time Lords. Além disso, os Time Lords também possuem a habilidade de se regenerarem 12 vezes. Sendo assim, toda vez que um Time Lord morre ele se regenera, mudando sua aparência e personalidade, até que seu ciclo de regeneração termine. Isso inclusive já chegou a ser um problema pro próprio Doctor Who, que precisou descolar um novo ciclo de regenerações ao fim da 7° temporada, mas tudo isso mudou com o final da 12° temporada.
O episódio, chamado The Timeless Children, mostrou que o Doctor não é um Time Lord e que esse rolê de ciclo de regenerações é pura burocracia. Antes de serem conhecidos como Time Lords, o povo de Gallifrey era chamado de Shobogan e não tinham a habilidade de regenerar. Tecteun, a primeira Shobogan a aventurar-se pela galáxia, encontrou a jovem Doctor, ainda não conhecida como Doctor, é claro, perto de um portal para outra dimensão e a adotou. Após um acidente, Tecteun descobriu que a jovem tinha a habilidade de regenerar-se e, através de muitos experimentos, conseguiu replicar o dom em si mesma e nos time lords, tornando assim, Doctor Who ainda mais importante para os Time Lords.
“Mas, peraí, peraí, peraí. Cê não disse que o primeiro Doctor foi interpretado por William Hartnell? Como que ele era uma menina quando criança?” É aí que as verdadeiras mudanças sobre tudo o que sabíamos sobre Doctor Who realmente começam. William Hartnell não foi o Doctor original. Antes dele existiram várias outras regenerações do Doctor que trabalharam para a Divisão, uma espécie de super polícia dos Time Lords, e sempre que ele terminava uma missão era obrigado a regenerar e tinha sua memória apagada. Sendo assim, William Hartnell foi o primeiro Doctor após conseguir sair da Divisão, mantendo o controle e as memórias sobre sua vida desde então.
Fazia muito tempo que eu não ficava tão ansioso para a próxima temporada de uma série como eu tô pra 13° temporada de Doctor Who. E preciso confessar que eu estava um tanto quanto desanimado com a série. Apesar de gostar muito de Peter Capaldi como Doctor, as três temporadas estreladas por ele não são das melhores. Eu já havia desistido, quando a notícia de Jodie Whitaker como 13° Doctor (14° se contarmos o War Doctor e número desconhecido se contarmos os Doctors pré Hartnell) surgiu e apesar de ter voltado a me animar, muito por causa do choro dos fãs que não aceitaram muito bem, a primeira temporada estrelada por ela também foi muito abaixo da média, tendo seu ápice no especial de ano novo.
É bom que tenham finalmente acertado com a Doctor de Jodie Whitaker, já que apesar do erro da temporada de estreia não ser dela, era ela que tava recebendo o hate dos fãs. É bom também que após 38 temporadas Doctor Who ainda tenha liberdade e coragem pra se reinventar e surpreender os fãs revirando tudo de cabeça pra baixo sem desrespeitar a série clássica. Por que choras, Whovian?
Ah, e depois de anos lutando contra e alimentando meu preconceito de que era apenas uma adaptação daqueles livros soft porn que a sua mãe lê, eu finalmente cedi aos dramalhões de Greys Anatomy. Pois é, me julguem. Eu tô na metade da quinta temporada e, exceto por Karev, Bailey e o Chefe, já nutro um ódio gigantesco por todos os personagens. A série realmente não é ruim, está longe de ser um livro soft porn da sua mãe e até me emociona nos momentos em que não estou querendo esfregar a cara de algum personagem na parede de chapisco, mas ainda tenho um pé atrás com algumas coisas que ainda não sei se são realmente um problema da série ou do meu preconceito. Em breve retorno com maiores informações.
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