Nem só de assustadoras meninas cabeludas vive o cinema oriental

Primeira Fila sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Com a estréia de Espíritos 2 neste fim-de-semana, uma produção tailandesa, lembrei que o cinema oriental é, atualmente, o mais reconhecido em Festivais e Mostras pelo mundo. Obviamente, o gênero fantástico é o mais lembrado pelo grande público, mas já mostra sinais de cansaço há um bom tempo, até porque foi incorporado por Hollywood e as histórias não fogem á regra onde um espiríto (normalmente uma assustadora menina cabeluda) busca vingança contra seus malfeitores. No entanto, os bons diretores orientais conseguem garantir uma safra de filmes excelentes quase todos lançados nos cinemas (mesmo que em pequeno circuito) ou em DVD. Há uma diversidade imensa de gêneros, desde suspense, policial, filme de monstro até os consagrados dramas humanistas.

“Socorro! Lá vem outra assustadora menina cabeluda

O cinema do coreano Joon-Ho Bong estorou este ano com o lançamento de O Hospedeiro (que chega em DVD em setembro), um misto de aventura, monstro, comédia e drama, é uma releitura de diversos clichês muito bem armados pelo roteiro e dirigidos com maestria por Joon-Ho, que no Brasil também possui o suspense Memórias de um Assassino, já lançado em DVD.

Um dos melhores filmes de 2007

Outro diretor coreano bastante divulgado aqui no Brasil é Chan-Wook Park, do excelente Oldboy, que faz parte de uma trilogia sobre vingança, os outros dois são Mr. Vingança (o primeiro, inédito nos cinemas com lançamento previsto para Outubro) e Lady Vingança (o último filme da trilogia, lançado nos cinemas e com chegada prevista agora em setembro em DVD). Em comum, são filmes com uma estética bastante moderna e diversas cenas de ação espetaculares, não esquecendo os roteiros surpreendentes.

Final de cair o queixo

Já o chinês Johnnie To lembra Scorsese pela temática, o submundo de organizações criminosas, policiais e assassinos de aluguel. Seus últimos filmes lançados por aqui foram Eleição, Profissionais do Crime e Exilados (Eleição possui uma continuação, então acredito que em breve deve ser disponibilizado em DVD). Johnnie To faz um cinema policial muito bom, em nada perde para o cinema comercial americano, muito pelo contrário, To adiciona sequencias eletrizantes de ação e tiroteio como há muito não se vê em Hollywood.

Por último, mas não menos importante, está Yimou Zhang, com certeza o mais conhecido destes diretores que estou indicando. Yimou surgiu no contexto mundial com dramas humanistas como Caminho para Casa e Nenhum a Menos, filmes intimistas com questões socias da China que se modificava a uma década atrás. Depois disso, Yimou abraçou o gênero mais popular chinês, wuxia, aqueles filmes de aventura onde os personagens vencem as leis da física e voam, andam em arvóres e utilizam espadas para contar histórias de heroísmo, amores proibidos e, sobretudo, edificar as lendas culturais chinesas. Neste embalo, Yimou dirigiu Herói (fotografia soberba), O Clã das Adagas Voadoras e, por último, A Maldição da Flor Dourada (com estréia prevista para outubro nos cinemas). Nestes filmes há uma grande preocupação com a estética, fotografia, figurinos, por isto são belíssimos filmes.

Um dos filme mais belos do cinema

O mais importante nestas dicas é a procura pela diversidade de diferentes maneiras de uma história ser contada no cinema, atráves de diferentes culturas. Ainda há uma lista enorme de diretores orientais conhecidos que valem uma conferida como, por exemplo, Takeshi Miike (do qual Quentin Tarantino é fã), os irmãos Pang (que depois de Visões e Assombração foram para os EUA realizar Os Mensageiros, com estréia prevista para setembro) e Hideo Nakata (criador de O Chamado e O Grito e seus similares).

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