O Ditador (The Dictator)

Cinema quinta-feira, 23 de agosto de 2012

 Sacha Baron Cohen, roteirista/ator indicado ao Oscar e vencedor do Globo de Ouro e criador de personagens indeléveis como Ali G, Borat e Brüno, agora veste o paletó cheio de condecorações do General Haffaz Aladeen, um ditador que arrisca a vida para assegurar que a democracia nunca chegue ao país que ele oprime tão carinhosamente, em O Ditador.

Todo mundo se lembra do sucesso que Borat foi, mostrando o quão “estúpidos” os americanos são e blá blá blá. Afinal, um estrangeiro que não manja nada da cultura americana [Ou de cultura em geral] tendo que aprender as coisas na marra em um país ocidental foi divertido. Mesmo com aquela cena grotesca do gordão pelado. Puta merda, que vontade de arrancar os olhos.

E, assim como seu antecessor, Brüno foi outro mockumentary [Mistura de mock e documentary. Pra quem não sabe, mock é zombar.] em que Sacha Baron Cohen faz um gringo com costumes esquisitos. Agora, em O Ditador, ele repete o estereótipo pela terceira vez. Mas ao contrário dos anteriores, ele não está na América [Sem xilique, ninguém se refere ao Brasil como República Federativa do Brasil] pra aprender, e sim pra desafiar o poderio do resto do mundo. Nem que seja por meio de piadas.

Só que, dessa vez, o senhor Sacha não focou os conservadores, ou qualquer grupo de pessoas. Dessa vez, ele foi mais incisivo, e chegou com os dois pés no peito do politicamente correto, da sustentabilidade, do feminismo e todos esses comportamentos que vem sendo impostos como a verdade absoluta perante a humanidade.

 E a Anna Faris continua gata, mesmo como feminista que não raspa o suvaco [Aposto que você não tinha notado].

Não dizendo que essas coisas estão erradas e tal. Mas todo extremista é chato. E eu tenho certeza que nego só vai ler a parte acima da foto e vai reclamar nos comentários, mas beleza. O que importa é que o filme, enquanto comédia, funciona muito bem. Ok, tem as partes pseudo-românticas que todo filme exibe hoje em dia, mas mesmo essas partes não estragem a graça da coisa. E os apelidos que o Aladeen poe na Zoey são hilários. Assim como as piadas machistas, racistas e etc. Por que são só piadas.

 Não é tão ruim quanto parece.

A história do filme gira em torno de Aladeen ter sido substituido por uma cópia, porque os canalhas capitalistas querem o petróleo de Wadija. Só que seu algoz, pra poder vender o petróleo, tem que promulgar uma nova constituição em Wadija, tornando-a uma democracia. E Aladeen não pode permitir isso! E por isso, mandam matar o general supremo. Mas como ele é uma espécie de Emir Saad, se livra do torturador/matador/amador e dá o fora dali [Sendo “ali” o seu cativeiro], mas não antes de perder sua barba. Triste, muito triste.

 “Cade minha roupa limpa?”

Ai, pra impedir que sua querida Wadija se torne uma democracia, ele terá de se aliar a Zoey, mesmo sendo contra feminismo, proteção de minorias ou qualquer uma dessas baboseiras. E acaba se apaixonando por ela. Meio óbvio, mas porra, o filme não é exatamente um suspense. E algumas tiradas são geniais, como o discurso final, sobre o que caracteriza uma ditadura. Mas o que importa mesmo é: Não vá assistir se você não tem senso de humor pra rir de si mesmo. Ou de minorias em geral. Não que eu esteja dizendo que minorias leem o Bacon, longe de mim, bom general!

O Ditador

The Dictator (83 minutos – Comédia)
Lançamento: EUA, 2012
Direção: Larry Charles
Roteiro: Sacha Baron Cohen, Alec Berg, David Mandel e Jeff Schaffer
Elenco: Sacha Baron Cohen, Anna Faris, John C. Reilly, Megan Fox, Ben Kingsley, Jason Mantzoukas, Anthony Mangano, Jeff Grossman

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