O Elmo Do Horror (Victor Pelevin)
Recentemente, uma coleção temática foi encomendada para certos autores contemporâneos de diferentes países: que cada um deles reescrevesse, à sua maneira e à sua escolha, um importante mito da cultura ocidental.
Essa coleção foi editada no Brasil pela Cia das Letras com o simples nome de Mitos.
Além de novas versões para Sansão e Odisséia, encontramos esta fabulosa obra: O Elmo do Horror, escrita pelo russo Victor Pelevin, reinventa o mito de Teseu e o Labirinto do Minotauro.
Mais do que isso, ele dá uma profundidade muito maior ao conceito de labirinto dentro do imaginário popular e ao próprio papel da mitologia dentro da cultura ocidental.
Basicamente, temos oito personagens, escrevendo numa espécie de chat virtual com pseudônimos. Cada um deles acordou num quarto com um banheiro, uma cama, uma porta de bronze talhada com o símbolo de um machado, um computador embutido em uma escrivaninha e uma daquelas “gavetas de delivery de motel” – você pede uma água e só o que tem que fazer é abrir uma portinha na parede do quarto, dentro da qual a água foi colocada através de outra portinha dando pro exterior do quarto.
Conversando através do computador, eles tentam de alguma forma compreender a situação na qual estão presos.
Na verdade, este é talvez um dos aspectos mais interessantes do livro – temos acesso apenas às conversas dos personagens pelo chat. Qualquer evidência de experiência externa ao quartinho é narrada e filtrada, consequentemente, pela própria pessoa que a conta.
Como um dos personagens, “Monstradamus”, observa, não há qualquer prova que qualquer um dos “prisioneiros” seja real, e não um truque daquele que os sequestrou e os prendeu.
Logo no começo, eles descobrem que basta escrever “Por favor, abram a porta” que o quarto é aberto, dando numa espécie de labirinto. Cada personagem narra o pedaço do seu labirinto, que aparentemente foi construído especificamente para se relacionar com algum aspecto da vida do prisioneiro.
E no centro de tudo isso, o Elmo Do Horror, uma espécie de aparato mecânico-metafísico, usado no lugar da cabeça pelo Minotauro.
Victor Pelevin, escritor russo contemporâneo, é também semi-conhecido pelos seus romances Metralhadora de Argila e A Vida Dos Insetos, traduzidos pela Rocco aqui no Brasil.
Na Rússia, é um dos principais nomes da literatura atual e se diferencia dos outros autores por misturar conceitos budistas com enredos satíricos e irônicos.
Elmo Do Horror, O
Chlem Újassa
Ano de Edição: 2006
Autor: Pelevin, Victor
Número de Páginas: 224
Editora: Companhia das Letras
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