O Equilibrista (Man on Wire)
Em 7 de agosto, de 1974, um jovem francês chamado Philippe Petit se equilibrou ilegalmente numa corda bamba pendurada entre As Torres Gêmeas de Nova York (World Trade Center), até então os prédios mais altos do mundo. Depois de quase uma hora dançando na corda bamba, ele foi capturado, levado para um exame psicológico, preso e depois, finalmente, liberado.
Tenho um pequeno problema com documentários, já que normalmente, quando assisto, durmo em alguma parte.
Não é culpa do filme ou da história.
Manja seminário?
Então, ouvir alguém falando sem parar dá um sono ferrado e, se estiver escuro então, é cochilo na certa.
Mas, como ouvi falar bem de O Equilibrista, ainda mais que faturou o Oscar de Melhor Documentário de 2009, não pude resistir e fui lá encarar a história de Philippe Petit.
A história é simples, Petit é um equilibrista, praticamente um artista de circo, destes clássicos que gostam de desafiar perigos e de satisfazer seus sonhos que, para nós, reles mortais, são idiotas ou coisa de maluco.
A história mostra o gosto do francês por se equilibrar em cordas e seus treinamentos, se aperfeiçoando cada vez mais, a ponto de ficar dançando e deitando na dita cuja sem balançar e dando sustos em quem vê as maluquices.
Acontece que, de saco cheio de só se equilibrar em lugares comuns, Petit resolve se equilibrar entre as torres da Catedral de Notre Dame – sim, aquela do Corcunda – obtendo êxito e, claro, sendo preso depois que desce da corda.
Meio frustrado e meio desapontado, já que não tinha outro desafio, um dia no dentista, viu um jornal falando sobre a construção das torres do World Trade Center, ficando fascinado com a ideia de jerico de se equilibrar por entre as que seriam – na época – as maiores torres do mundo.
E lá foi o francês arquitetar todo o plano mirabolante para levar quase uma tonelada de equipamentos para o topo dos arranha-céus e, claro, ficar balançando lá em cima.
A ideia de um crime romântico, como é tratado esse tipo de coisa, é interessante, ainda mais na década de 70 quando o mundo ainda tem um quê de inocência e curte esse tipo de maluquice, tão rara hoje em dia.
Durante os preparativos, há os depoimentos da esposa, amigos e do próprio Petit, sobre a façanha de louco e é aí que vemos porquê o filme ganhou o Oscar.
O jeito que eles tratam o tema e a maneira apaixonante com que relatam aquilo, nos dá a dimensão do que é lutar por um sonho, por mais besta que ele seja, ou, aos olhos de quem não tem muito pulso firme, impossível.
Tanto que, uma parte que acho fascinante, ele descreve bem quando chega à Nova York e ao avistar as torres, dizendo que aquilo não era mais um sonho, pois estava ao alcance dele.
Houve uma época que documentários estavam na moda, por conta do amor que Michael Moore tem por Bush, e também por conta do Super Size Me, sobre o McDonalds.
O Equilibrista é um filme bem interessante e vale a pena por ver uma pessoa comum explicar como fez para alcançar seu sonho e, em uma manobra ousada e ilegal, flutuar entre as torres do WTC, que você também poderá matar a saudade.
O Equilibrista
Man on Wire (94 minutos – Documentário)
Lançamento: EUA, Reino Unido, 2008
Direção: James Marsh
Elenco: Annie Allix, Jean-Louis Blondeau, Ardis Campbell, David Demato, David Foreman, David Frank, Barry Greenhouse, Aaron Haskell, Jean François Heckel, Paul McGill, Jim Moore, Philippe Petit, Alan Welner
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