O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2)
Todos sabem que a batalha mais importante do Homem-Aranha é a que ele trava consigo mesmo: o conflito entre as obrigações cotidianas de Peter Parker e as responsabilidades extraordinárias do Homem-Aranha. Mas em O Espetacular Homem-Aranha™ 2: A Ameaça de Electro, Peter Parker descobre que sua grande batalha está para começar. É ótimo ser o Homem-Aranha. Para Peter Parker (Andrew Garfield), não há nada melhor do que se balançar entre arranha-céus, ser um herói e passar o tempo com Gwen (Emma Stone). Mas ser o Homem-Aranha tem um preço: apenas ele pode proteger os nova-iorquinos dos inacreditáveis vilões que ameaçam a cidade. Com o surgimento de Electro (Jamie Foxx), Peter precisa confrontar um inimigo muito mais poderoso do que ele. E com o retorno de seu velho amigo Harry Osborn (Dane DeHaan), Peter percebe que todos os seus inimigos têm uma coisa em comum: a OsCorp.
Olha, depois da cagada que foi o primeiro filme, a coisa melhorou bem. Não ficou 100%, e revendo os problemas que ocorreram, eu notei que eles se repetiram, a despeito da enorme carga emocional que me foi despejada na cabeça por essa sequência. E olha só, a chance de haverem spoilers aqui são de cerca de 140%, então fica ligeiro com esse mimimi ae.
E já começarei com um que tem mais de 40 anos: Sim, a Gwen é morta pelo Duende Verde. A diferença é que não é o Norman, é o Harry; e não tem uma escolha entre salvar ela ou um busão cheio de criancinhas, tá mais pra um dilema moral/filosófico/caganeira. E o Rino mal aparece, porque a Sony aparentemente aprendeu o truque com a Marvel muito bem, a diferença é que a casa das ideias é um pouco mais sutil, enquanto esse Homem-Aranha 2 termina bem no meio de uma batalha, só pra te deixar com o equivalente cinematográfico de bolas azuis. Se você não sabe o que é isso, é porque você é muito novo pra saber o que é isso. E nem devia estar lendo esse site.
Aliás, esse Rino solta mísseis. Vou deixar vocês com esse pensamento.
EFEITOS VISUAIS / SONOROS
Nessa parte, pra variar, tudo redondo, lindão, maravilhoso, mesmo com aquelas desgraças de óculos 3D. Sério, não precisa disso, só ter a merda de uma tela grande na minha frente e um material de qualidade eu já fico feliz. E o som não se sobressai, mas é o suficiente. Se bem que a voz do Electro me incomodava absurdamente.
ENREDO
Ah, aqui temos o meu grande problema: As amarrações com o filme anterior, que na verdade são uma grande viagem sem fim rumo a terra da encheção de linguiça. Cerca de um terço do filme é o Aranha navegando em meio aos segredos do pai, ou mesmo mostrando que ele não é o que poderia ser: Não um espião, mas um cientista que não quis que suas descobertas caissem em mãos erradas. O problema é que essas descobertas envolviam aranhas geneticamente modificadas, que só reagiam com o DNA dele. OU SEJA, só o Peter Parker poderia se tornar o Homem-Aranha, e não qualquer outro bunda mole que fosse sacaneado pelos aracnídeos do mal. Isso é uma deturpação profunda do conceito do personagem, feito só pra tornar a bagaça mais digerível pra criançada. Mas isso é chatice de quem leu a HQ. Assim como os lançadores de teia, que inclusive tem um papel quase significativo dessa vez. Outro problema é que os vilões são jogados no meio da trama, conforme a necessidade, e retirados assim que cumpriram seu papel. É um tanto quanto conveniente demais, tipo quando a galera começa a dançar no meio de um musical e dá aquela sensação estranha.
PERSONAGENS
Além do que eu falei sobre os vilões, temos obviamente o Aranha/Parker, que claramente tá na sua melhor fase, mas só até a Gwen morrer. E outra coisa que eu reparei, que pra mim ficou muito esquisita, é que a Gwen é quem acaba sendo a grande motivação do Aranha, papel esse que deveria ser do tio Ben, que nem falou sua frase, coitado. Foi dita pela tia May. Que, como sempre, tá impecável, afinal não é difícil interpretar uma velha do caralho. Aquela velha feladamãe que não dá pra odiar.
Falando em defuntos, o pai de Gwen, o capitão Stacy, aparece mais que o próprio tio Ben. Só não aparece mais que Richard Parker. Que aparentemente é uma paca, já que deixa registrado em vídeo que seu DNA [E consequentemente do filho] é a chave do que mataram ele pra conseguir, e deixa o filho lá, na casa de dois velhos, sem a menor proteção. Muito bom, champs. Como que a Mary casou com uma mula dessas eu não sei.
E eu não consigo gostar desse moleque que pegaram pra fazer o Harry. Sei lá, acho que dava pra arrumar alguém com mais cara de Harry, ele é muito pamonha pra mim. Tão pamonha que a cena em que ele, sozinho e desarmado, derruba dois vigias, que já era dura de engolir, se torna quase um chute no saco.
EASTER-EGGS
Tem a já clássica aparição do Stan Lee, tem os braços mecânicos do Doutor Octopus, as asas do Abutre, e outras referências maneirinhas. Mas não tem cena pós-créditos. A menos que você considere as dicas de quem fará parte do Sexteto Sinistro como cena pós-crédito. Dica: Não são. Mas além dos óbvios Duende Verde, Rino, Doc Oc e Abutre, temos um símbolo que parece ser do Kraven, o caçador, e o outro que ninguém entra em consenso se é o Camaleão ou o Mistério. Meu palpite? De onde tiraram Mistério?!
EXPECTATIVA BLOCKBUSTERIANA PÓS O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA 2
Eu sai do cinema pensando que era um puta filme, mas depois de muito meditar e rever coisas sobre, eu notei que foi uma grande evolução, mas teve algumas repetições de falhas que me incomodaram, mas só porque eu sou um leitor xiliquento do amigão da vizinhança. Não que isso torne o filme menos do caralho. Só não é um filme perfeito.
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
The Amazing Spider-Man 2 (142 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2014
Direção: Marc Webb
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci, Jeff Pinkner e James Vanderbilt, baseados nas HQs de Stan Lee e Steve Ditko
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Sally Field, Jamie Foxx, Shailene Woodley, Dane DeHaan, Martin Sheen, Felicity Jones, Chris Cooper, B.J. Novak, Colm Feore e Brian Haley
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