O Natal de Poirot (Agatha Christie)
Se quando alguém lhe diz “crime” e você logo pensa em corpos, sangue, armas ou qualquer outra coisa do tipo, saiba que você está errado, você deveria pensar em Agatha Christie.
Hercule Poirot é o principal personagem da escritora, sendo um dos melhores detetives do mundo. Poirot, bem ao estilo de outros detetives fictícios (E provavelmente uns reais…) se atém ao método lógico, preferindo a inteligência ao trabalho de campo.
Em O Natal de Poirot (Hercule Poirot’s Christmas), o detetive está fazendo uma visita ao coronel Johnson, quando recebem a notícia de que o velho Simeon Lee havia sido assassinado naquela noite de véspera de Natal. Atendendo então ao chamado, Johnson e Poirot vão com o superintendente Sugden investigar o crime.
Já na casa da família Lee, Poirot conhece a família: Alfred e sua esposa Lydia (Ambos moravam na casa e cuidavam do velho), George e Magdalene (George era político, enquanto sua esposa se encarregava de gastar o dinheiro do marido mão de vaca), David e Hilda (David era um fresco que não aceitava a morte da mãe, enquanto sua esposa era quem fazia tal papel… O que leva a pensar no que poderia ser dito como um incesto), Harry Lee (O filho problemático), Pilar Estravados (Neta do velho, sua mãe, Jennifer, morrera 1 ano antes) e Stephen Farr (Filho de um antigo sócio de Simeon).
Durante sua estada na casa, Poirot descobre que cada um dos familiares (E também as visitas e os empregados) teriam motivos para matar o velho debilitado. Apesar disso, a cena do crime é um tanto quanto estranha: Todos os móveis foram revirados, uma enorme quantidade de sangue espalhado por todo lado e o terrível grito que o velho deu ao ser morto, o que fez com que todos os presentes na casa corressem para ver o que havia acontecido.
Poirot nota também o clima ruim entre a família: Alfred e Harry não se aguentavam, uma vez que Harry deu muitos problemas para a família, enquanto Alfred era o capacho do pai. David não perdoava Simeon pelo que fez à mãe deles: Não lhe dava atenção (Uma vez que ela vivia doente) e lhe traia muito. George sempre fora muquirana, vivendo ás custas do pai. Pilar era filha da irmã de Alfred, Harry, George e David, porém era espanhola e as circunstãncias sobre a morte de seu pai eram um mistério.
Os empregados também estavam sobre suspeita: Tressilian, o mordomo da família, há mais de 40 anos (Afinal, é sempre o mordomo) e Horbury, empregado pessoal do velho Simeon, trabalhava há pouco tempo com a família, despertando a antipatia de todos, uma vez que tinha a mania de se esgueirar pela casa.
Poirot logo se põe a trabalhar com o superintendente Sugden na solução do caso, enquanto o coronel Johnson vagabundeia sabe-se lá onde (Afinal, o chefe da polícia não ia trabalhar no Natal). Com um toque interessante e meio sinistro, a narrativa tem um ritmo suave, com uma conclusão no mínimo incomum. De fato, Poirot chega bem perto do Sr. Holmes, apesar de não alcançar a genealidade do mesmo. De qualquer forma, O Natal de Poirot é o livro perfeito caso você esteja entediado com todos os seus parentes na reunião natalina, ou como muitos chamam “reunião anual de hipocrisia familiar”, e queira um leve toque de crueldade para a ocasião.
Agatha Christie nasceu na Inglaterra, em 15 de Setembro de 1890, ficando famosa por seus romances policiais. Escreveu mais de 80 livros em sua carreira, sendo a escritora mais lida do mundo. Agatha morreu 12 de janeiro de 1976 na Inglaterra. Os direitos autorais são do seu neto, Matthew Prichard.
O Natal de Poirot
Hercule Poirot’s Christmas
Ano de Edição: 2009
Autor: Agatha Christie
Número de Páginas: 223
Editora: Editora Nova Fronteira
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