O Profanador (Philip K. Dick)
Dia desses resolvi dar uma pausa na leitura, descansar um pouco, mas como não tinha nada melhor para fazer, resolvi ler… Cuz that’s how I roll. Perdido no meio de outros livros, havia um que eu ainda não tinha lido, e nunca havia me animado para ler também: O Profanador, do Philip K. Dick (É, não é um nome que soa muito bem), conhecido por Blade Runner, Minority Report e O Vingador do Futuro.
Assim como em suas obras mais famosas, O Profanador se passa num futuro utópico-decadente: Após a guerra nuclear, o General Streiter iniciou uma revolução, que levou à um governo totalitário, baseado no controle da população e no intenso uso da comunicação… Nada muito criativo, como cês podem ver. Ainda que um governo totalitário, onde cada pessoa mora aonde a Reclamação Moral (O “Estado”) decide, ainda há a propriedade privada, ao menos no que toca as agências de publicidade. As agências são mais ou menos o comum: Preparam textos e campanhas que serão usados pela Reclamação, ou seja, vendem para o Estado, mais especificamente para a Telemedia (T-M), o órgão governamental de comunicação.
A história se passa em 2114, seguindo uns dias na vida de Allen Purcell, o dono de uma dessas agências. A questão é: O diretor da T-M está na merda, o que significa que o troço precisa de um novo diretor, e este sempre é escolhido de uma das agências. E, claro, Purcell é escolhido… Acontece que o cara não é normal (Ó, dúvida…), ele tem lapsos de consciência, tem problemas… Ele mutilou e pintou a estátua General Streiter, o que, como vocês podem adivinhar, é algo BEM errado.
Daí para frente o livro segue a indecisão de Purcell, de aceitar ou não o cargo, sua tentativa de se “curar” e mais umas coisas… Na real, o livro não é nem um pouco criativo, chega até a ser óbvio. Se você curte essa de “alguém que não se encaixa na sociedade apronta altas aventuras nessa sociedade do barulho”, vá em frente: Há vários conceitos conhecidos, o mesmo tipo de ambientação, os mesmos temas e questionamentos. Se não curte, fique longe.
Ainda assim, mesmo não trazendo nada de novo, é um livro divertido, com uma narração interessante. Há partes que te farão rir, e não deixa de ter umas situações interessantes (Principalmente o final, um tanto inortodoxo). Os personagens não são lá grandes coisas, nem mesmo o protagonista, mas têm uma certa empatia… Aquele típico caso de personagem que mal aparece, mas que todo mundo gosta.
Por fim: É um livrinho legal, perfeito para quando você não tem nada o que fazer e quer ler algo que não seja nem tão idiota e nem tão complicado. Também é uma ótima escolha para completar o preço num site qualquer ou num sebo, mas já fica o aviso: A versão nacional não tem uma linguagem assim tão fácil. Enfim, se tiver a chance, leia, senão, não tá perdendo nada.
O Profanador
The Man Who Japed
Ano de Edição: 1984
Autor: Philip K. Dick
Número de Páginas: 126
Editora: Editora Europa-América
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