O que dizer desse Preacher que mal conheço e já considero pacas?

Televisão quarta-feira, 25 de maio de 2016

Preacher é um clássico das HQs e é leitura obrigatória para qualquer sujeito que se diga fã de quadrinhos. E sempre que fã de qualquer coisa descobre que sua obra prima será adaptada, narizes são torcidos e críticas são tecidas antes mesmo de se ter uma ideia do que está por vir. É uma puta babaquice, eu sei disso, mas no final todos nós já fizemos isso em algum momento da vida. E confesso que mesmo não sendo grande fã de Preacher, apesar de gostar muito da história, mesmo com aquele final mequetrefe que obrigaram o Garth Ennis a escrever, fiquei meio preocupado quando descobri que a série iria ser produzida pela AMC, que tem um bom histórico de arregadas. Mas graças ao Santo dos Assassinos, parece que eu estava me preocupando a toa.

Tudo começa no espaço sideral, com Genesis vindo em direção ao planeta Terra. Ela atinge um pastor em uma pequena igreja na África e acaba explodindo o sujeito, uma vez que ele não é o receptáculo certo pra ela. E então somos apresentados aos três protagonistas. Primeiro vemos Jesse Custer, um pastor não muito bom com as palavras que acabou de voltar pra sua cidade natal no Texas, onde tem que pregar e dar conselhos para pessoas que não são lá as melhores do mundo. Em seguida vemos Cassidy, drogas e muita baixaria. E não me entendam mal, quanto mais baixaria melhor. Interpretar Cassidy não deve ter sido um grande desafio para Joseph Gilgun, uma vez que o personagem nada mais é do que uma versão vampirizada de seu personagem Rudy, de Misfits. E então temos Tulipa em uma sequência de ação que deixaria o Demolidor e o Justiceito com inveja.

As três apresentações são incríveis e te fazem gostar dos personagens automaticamente. Você quer mais daquilo, você quer mais deles, mas você não sabe se seu coração pode aguentar tanta loucura. E não demora muito pra você ter mais disso. Uma vez que os personagens já foram apresentados individualmente e você já entregou seu espírito a eles, é chegada a hora de vê-los interagindo uns com os outros. Jesse e Tulipa tem um passado misterioso envolto em romances, roubos e violência. A conversa entre os dois é breve, mas você compra o casal facilmente. Ou shippa, como os jovens costumam dizer hoje em dia. Já Cassidy encontra-se com Jesse pela primeira vez em um bar algumas horas após seu “salto de fé” e também não tem uma longa conversa até que se envolvem em uma briga de bar e são presos. As melhores amizades são aquelas que nascem atrás das grades. Era o que meu avô sempre dizia.

A série tem tudo o que os fãs da HQ esperavam e tudo o que os não-fãs da HQ querem. Não existem pontos baixos ou erros nesse primeiro episódio de Preacher. É claro que se você não gosta ou tem algum tipo de problema com Seth Rogen a série não irá agrada-lo, já que o humor do cara fica explícito em algumas cenas. Eu, como gosto do sujeito, não achei ruim, muito pelo contrário, achei que a babaquice de Rogen combinou perfeitamente com a sujeira e a violência de Ennis.

Digam oi pro meu amigo cara de cu!

Se você já leu a HQ, você pode ficar despreocupado, porque os caras mostraram que respeitam a obra original e os fãs e que sabem muito bem o que estão fazendo. E se você não leu a HQ, pode ficar ainda mais despreocupado, pois as suas chances de se decepcionar com a série são quase nulas. É claro que já estamos escolados com a AMC e sabemos que boa parte das séries originais da mesma acabaram tendo mais erros do que acertos no decorrer das temporadas, mas não custa nada tentar ser positivo e dar uma última colher de chá. Esperando ansiosamente pela aparição de Deus.

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